quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Nomes

Oi, meu nome é Adriana, tenho 27 anos e... Sou mal-humorada, impaciente, mandona etc etc etc, tudo o que já foi dito até aqui. Mas a minha questão é: será que se eu não me chamasse Adriana, eu seria diferente? Será que se eu me chamasse Natália como minha mãe queria (tirando a breguice de que nasci no Natal), eu seria uma outra pessoa, com outras características?

Talvez Natália, nem tanto. Mas imagina se eu me chamasse Ronalda. Tinha uma menina no meu colégio que tinha esse nome e eu morria de pena dela. Uma Ronalda deve ser uma pessoa mais retraída, um pouco insegura, não? Deve ser sim. Imagina que horror carregar um nome feio pela vida à fora. E a coitada nem era bonita. Nem bonitinha, sabe? O que piora ainda mais a situação. Ter nome feio e ser feia é o fim. Anos e anos de psicólogo...

Outros nomes também são perigosos como Maria. Maria pode ir do totalmente comum e banal até o simples que se torna especial. Assim: uma Maria meio sem graça é só uma Maria. Agora uma Maria linda é quase uma poesia viva. Estou falando de Maria puro. Nada de Maria Paula, Maria Cristina, Maria Eduarda e blá blá blá. Aí, o Maria vira coadjuvante, não vale. Tinha vontade de chamar minha filha de Maria (não estou grávida. Só daqui a dois anos), mas vai que ela nasce mais ou menos, ou com o nariz do meu amado companheiro... Se bem que, uma menina com o nariz dele nem se for Isabela se salva.

Um amigo meu (ele vai ficar feliz de ser citado) quer batizar a futura filha de Anastácia. Talvez na Rússia o Anastácia passe despercebido, mas aqui no Brasil, pra ser Anastácia tem que bancar. Uma Anastácia brasileira precisa ter personalidade forte, cabeça erguida, tem que saber o que quer, impor respeito, ser admirada, quase temida. Aí, está feita. Será uma senhora mulher! Faço votos para que a filha do Marco Antônio seja memorável.

Nem comento as bizarrices de 1 2 3 de Oliveira 4 e companhia, o assunto aqui é sério. Há que se tomar cuidado também com modismos. Um modismo pode desgraçar a vida de uma pessoa para sempre. Quando eu era criança, minha boneca preferida (não parece, mas eu brincava de boneca, ta?!) se chamava Jéssica. Tudo porque eu vi aquele filme “O Resgate de Jéssica” e fiquei muito impressionada. De novo, uma Jéssica nos Estados Unidos é mais uma na multidão. Uma Jéssica aqui entra no grupo das Suelens, Uoshingtons, Maicous e outras coisas estranhas como combinações juntando o nome do pai e da mãe.

Aliás, combinações passam perto das homenagens. O que é uma injustiça cruel. Alguém lá atrás sacaneou o filho e as gerações futuras continuam sacaneando os seus. Maldade. A raça humana é rancorosa. Mães principalmente, já que são mulheres, logo, mais vingativas.

Mas certas homenagens ficam bonitinhas. Meu filho, por exemplo, será Antônio Pedro. Antônio é o pai do meu marido. Pedro é meu pai. Um pouco brega? É. Mas eu gostei do nome e aí, não custa nada entrar na onda do costume português de homenagear os seus.

Aliás, esse ‘não custa nada’ é um pouco novo para mim. Quando eu casei na igreja, não queria. Fiz pela família tradicional do meu marido. Mas no fim da festa, eu era a mais feliz de todas! Adorei a palhaçada. Daí em diante, e com mais uns aninhos de vida na bagagem, aprendi a não levantar a bandeira da discórdia sempre. Faço os outros mais felizes e eu acabo mais feliz também. Já se eu me chamasse Ronalda... Ia ser uma revoltada eterna.

Um comentário:

Sergio Brandão disse...

hahahahahaha... Realmente, "Ronalda" é f... rs
É a primeira vez que "passo" por aqui e gostei muito desse post... E, "Antônio Pedro", pra quem mora ou já morou em Niterói, é bastante familiar... Bjs.