terça-feira, 30 de setembro de 2008

Golo

Querido Francisco, não. Nada de novos ares no Flu. Eu ando de mal com o time há um tempo, acho que nem saberia se alguma contratação bombástica acontecesse. Aliás, aproveitando o mote das eleições, que estão quase aí, cheguei à conclusão de que lido com o Fluminense da mesma maneira que lido com as eleições. Torço quando papai torce, voto em quem papai vota. Que vergonha, né... com 27 anos na cara. Mas é exatamente assim. Desde os meus 18 anos, vamos caminhando juntos da Rua Lauro Muller até perto da Morada do Sol e chegando lá, ele me dá a cola que preparou para mim. E eu simplesmente repito os números um a um. Quase um coronelismo. A analogia não foi boa? Diz aí, difícil saber quem anda mais desacreditado o Fluminense ou todos os políticos nacionais.

Agora, outra coisa boa. Já tentei fazer mistérios antes para dar ibope e não funcionaram muito. Mas é só ser verdade e vir lá do fundo que o troço desperta um interesse fora do comum. O que me leva a crer mais uma vez que o segredo do sucesso é a sinceridade. O meu, pelo menos. E eu adoro ser assim.

Juro que eu gostaria de publicar aos quatro ventos meus motivos de alegria, mas não é só meu e aí, tem que se respeitar os outros. Esclarecendo mais uma vez, não estou grávida. Como sempre, choveram e-mails, principalmente das minhas amigas meninas, perguntando. Não, gente. Vão ter os filhos de vocês e me deixem em paz. Alice será o oposto da mãe: uma pessoa paciente, serena, calma, sem pressa, sem angustia. Nada de ansiedade. Se bobear, deixa até o Antônio Pedro vir antes. Ela só vai chegar na boa, quando a mãe dela estiver feliz e contente com outras coisas que são mais importantes agora. Ok? Combinado? Vocês estão parecendo a minha mãe.

E, pra fechar, uma coisa engraçadinha: sou casada com um quase português há anos e nunca soube que em Portugal, o povo grita Golo! quando o time põe a bola na rede.

Golo. Gente, não é sonoro. Tenta aí gritar empolgado, como se o Brasil tivesse feito um golaço em plana Copa do Mundo: Gooooooolo! Esse último ‘o’ não encaixa de jeito nenhum. Quebra o ritmo todo. E nem é uma coisa tipo: nós brasileiros não estamos acostumados. Não. Escutei um dos portugas aqui gritando e fica esquisito da mesma maneira. Meio retardado. “Gooooooo – lo”. O ‘lo’ vem meio que depois.

E golo lembra o Golum de “O Sr. dos Anéis”, lembra bolo, lembra tudo, menos ‘gol’. Gol é gol. Não é golo.

Por hoje é só.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Eu e a Revista de Domingo

Hoje estou eufórica, mas não posso contar o motivo porque não me deixaram. Mas não há a menor possibilidade deu escrever um texto sobre outro assunto. Ou seja, não escreverei nada. Deixo só uma coisa que li na Revista de Domingo, na entrevista com o Carlo Mossy que eu adorei:

“O bar é o psicólogo da vida. As pessoas saem de lá ávidas, cheias de idéias e de planos para os próximos 15 minutos”.

Achei genial.

Beijos felizes!

domingo, 28 de setembro de 2008

Não Existe Mulher Feia, Existe Mulher Pobre

A Maria Rita é uma espécie de Carla Perez da MPB. Perdão começar assim de supetão, mas é que fiquei realmente de queixo caído ao ver de perto a metamorfose da moça. Uma ex-gordinha, tímida que agora é um furacão, cheia de presença e trejeitos ousados, com direito à barriga de fora e micro vestido de paetês. Se a Maria Rita fosse num programa desses de transformação, a gente ia ficar em casa jurando que não era possível, não era a mesma pessoa.

Mas é. Oh, se é. Maria Rita está gostosérrima. E, mais, ela sabe disso e usa e abusa de suas novas formas. Eu sei lá se ela fez lipo, se botou silicone, se fez lifting... Não importa. Ficou ótimo. Mas não deixa de ser surpreendente.

Outra coisa muito surpreendente é a platéia de Maria Rita – ah sim, fui ao show dela ontem. Eu não costumo freqüentar casas de show pelo simples e sincero motivo de que não gosto de definir o que vou fazer daqui a dois fins de semana. É. Tudo acaba muito rápido e se você quiser mesmo ir a algum espetáculo, é preciso se adiantar. Mas isso pra mim é uma tortura automática. Me sinto imediatamente presa. Ou seja, quase nunca consigo ir a show nenhum. Fora que é tudo muito caro e confesso que tenho peninha de gastar o equivalente a um vestido sensacional numa única noite, que eu nem sei se vai ser boa. Mais ou menos como quando se gasta os tubos numa festa de casamento, quando se podia viajar por um mês. Guardadas as devidas proporções é claro.

Mas a platéia da Maria Rita. Muito estranha. Eu, no meu humilde réles conhecimento do mundo musical, tinha a impressão de que Maria Rita agradasse a uma faixa etária que começava na minha e ia mais além. E que fosse um pessoal mais sofisticado. Enfim, achei que ela havia herdado o público da mãe. Ledo engano. Maria Rita é do povo. Me senti num show do Belo, da banda Calypso ou similares. Era um tal de berrar ‘Gostosa!’, ‘Poderosa!’, ‘Vem aqui que eu...’ e a coisa foi piorando.

A faixa etária da galera era de 15 a 20 anos. Uns poucos velhos como eu se misturavam à massa. Achei que poderia ser só no curralzinho da ralé onde eu estava. Nada. Fiquei de olho na hora da saída e era tudo parecido. Talvez os da área vip estivessem um pouco mais bem vestidos. Outra coisa que me chamou a atenção foi o fato deu não ter avistado nenhuma celebridade. Maria Rita está em baixa com os famosos. Achei que eu poderia não tê-los visto porque entraram e saíram por outro lugar. Hoje dei uma checada no Ego e sites do gênero e não tinha nada sobre famosos no show de Maria Rita. Apenas uma simples chamada: “Maria Rita lança DVD no Rio”. Xiii.... Nem o Falcão deu pinta.

Para fechar, a melhor conversa ouvida na noite:

- Ela é filha da Rita Lee, né?
- Acho que é.

Ôpa, para mim deu. Até.

sábado, 27 de setembro de 2008

Fila da Baronetti

Não, eu não fiz parte da fila da Baronetti. Para quem não sabe - meus leitores lá de Santo André e tal... – Baronetti é uma boate da moda, ou melhor, que nunca sai de moda mesmo que volta e meia morra gente por lá. Fica em Ipanema.

Pois é. Aí é que está. Eu sempre soube que ficava em Ipanema. Mas eu nunca tinha parado ou investigado para saber a localização exata. E, por algum motivo que eu não sei ao certo qual é, eu achava que era ali no fim/começo (depende do ponto de vista) da Visconde de Pirajá. Quase Posto 6. Mas ali é, ou era, outra, que eu esqueci o nome. Como dá para perceber, não sou muito ligada em boates...

Aliás, nem que eu quisesse eu poderia freqüentar a Baronetti, por exemplo. Primeiro porque iam me barrar na porta por excesso de idade e segundo porque, pelo que eu pude notar, é preciso ter algum tipo de esquema para conseguir entrar, vide a fila absurda – que não anda! – que fica na porta. O que me levou a perceber que há dois tipos de ‘night’ no local. Uma dentro da Baronetti e outra fora, onde o pessoal fica na calçada – e em grande parte da rua - desfilando e usando o banheiro do Informal. Era lá que eu estava. No Informal. Que, para os leitores de Santo André, é um bar, um dos muitos que tem filial no Rio e em São Paulo, acho.

Mas, então, falemos da fila da Baronetti. Fiquei assustada. Gente, existe um outro mundo, totalmente paralelo ao meu, onde meninas se vestem como se fizessem parte do grupo de bailarinos da Cher. É a melhor explicação visual que eu posso dar. Adoro reparar na roupa das pessoas. É feio, eu deveria ter vergonha de assumir e tal, mas é verdade. Sempre achei incrivelmente divertido. Lembro de almoços hilários no meu antigo trabalho – eu e minha querida amiga Andrea Gubert – só sentadas, observando e nos comunicando por olhares sarcásticos.

Como a Andrea fez falta ontem... Porque só eu parecia estar fazendo uma reportagem para o Planeta Bizarro. Os outros que estavam comigo estavam achando incrível. Eram só homens. E homem não se importa muito se a menina tem um laçarote rosa na cabeça, muito maior que o da Minnie. Se ela estiver de vestido curto, é para lá que eles olham.

O laçarote aí não foi ‘força de expressão’, ele era real! Os vestidos é que eram todos meio sem criatividade. Todos do mesmo modelo e variações. É nos acessórios que elas se diferenciam. Se diferenciam entre elas, porque para mim eram todas iguais.

Será que há uns dez anos eu também era assim? ELE falou que provavelmente. Mas eu continuo duvidando... Fiquei muito impressionada com a fila da Baronetti.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Peitos

- Bom, então é isso, isso e isso, né?
- É. Acho melhor assim.
- Tá, amanhã então a gente faz assim e assado.
- Tudo bem, vai me ligando.
- Bom, então já vou indo... (quase na porta)
- Ah! Esqueci de te falar uma coisa.
(voltei um pouco)
- Vou colocar peitos.
(?!)

Óbvio que sentei na beirada da cama e fiquei mais uns 20 ou 30 minutos falando sobre os futuros peitos da moçoila aí, que eu não sei se eu posso dizer o nome. Se bem que, a essa altura, os peitos novos já estão devidamente colocados. Um pouco inchados, é verdade. Ainda estão estilo Pamela, mas já já estarão mais proporcionais, segundo a recém dona dos meninos. Eu estou achando ótimo, tirando o sutiã da vovó que nesses primeiros dias é essencial. Enfim, não será fácil disfarçá-los. Mas manterei a identidade da menina em segredo só para atiçar a curiosidade dos meus leitores assíduos.

Bem, o fato é que reclamei horrores de ter sido informada sobre a novidade assim de supetão, uma coisa meio un passant, tipo: Ah! Esqueci de te falar uma coisa. O fulano ligou ontem! Ou: Ah! Esqueci de te falar uma coisa. Resolvi onde vou fazer a festa! Quem é que esquece de dizer que aparecerá de peitos inflados?

Mas hoje fico pensando e concordo que não há muito uma maneira de se dizer que vai colocar novos compartimentos dianteiros.

Talvez eu, que tenho peitos, não entenda muito bem a cabeça de quem quer colocá-los. Mas, segundo outra amiga que já tinha passado pela experiência antes, faz uma diferença incrível. A auto-estima vai lá em cima. Bom, com peitos de silicone, concordo. Já com os meus aqui de verdade, nem tanto...

Não sou contra plástica. Acho que se a pessoa se incomoda com algo, tem dinheiro e vai se sentir muito melhor do outro jeito, ótimo. Dou a maior força. Foi o caso dos peitos. Ainda não vi por completo. Mas estou em um dos primeiros lugares da fila. Essa é a vantagem de ser mulher. Se uma amiga põe silicone nos peitos, você pode matar a curiosidade e olhá-los bem de perto. Pode até tocá-los. Imagina se um cara faz plástica no pau para ele ficar maior e o amigo pede para ver?!

É isso. Estou louca para dar as boas vindas aos novos peitos de (...), que cansou de ser inteligente e agora só quer ser gostosa. Válido. Tô pensando em colocar uma bunda...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Distraídos Venceremos

Essa frase está na minha geladeira. Há anos. O coitado do imã já está até meio rasgadinho, sabe? Enfim, hoje fui beber água e dei de cara com ela. Tinha esquecido que ficava lá. Com o passar dos anos, minha geladeira foi amadurecendo e ganhando várias responsabilidades. Ficam lá: as datas das últimas vacinas dos cachorros; telefones diversos de farmácias, depósitos de água, restaurantes, Pets e mil outros serviços; receitas de como o moço gosta que a empregada faça a soja (urgh) dele (é nojento); e recados variados para os portugueses, ELE e a empregada. Viu, trata-se de uma geladeira atarefada. E no meio dessa poluição visual, sabe-se lá porque, bati o olho na velha frase.

Quem me deu o imazinho foi um amigo das antigas que sempre brincava com o fato deu ser desligada e, por isso, me dar bem com todo mundo. Ele dizia que eu esquecia de coisas que as pessoas disseram ou fizeram e aí, conseguia conviver com elas na boa. Que a minha distração me salvava de muita dor de cabeça. Quando ele viu o imã para vender, comprou feliz da vida para mim.

Por muito tempo eu me esqueci dessa história. (Claro, não é mesmo?) Mas hoje lembrei e dei uma reanalisada nessa minha distração. Decidi investigar como ela anda hoje em dia.

Bom, estou igual. Mas... isso não é tão bom atualmente. Assim como a minha geladeira que ganhou incumbências importantes, eu também ganhei e esquecer delas não é uma boa. O que antes era quase um charme, uma característica engraçada, um jeito de ser cool... hoje, nem tanto.

Tenho de quem puxar. Já disse aqui um monte de vezes que saí igualzinho a Pedro Luiz, meu amado pai. Com uma diferença mortal! Ele é homem.

Em nossa sociedade é meio que permitido os homens serem desligados, esquecidos, meio irresponsáveis. Mas uma mulher? Não. Mulher por definição precisa ser mais cuidadosa, zelosa, responsável... Enfim, mulher.

Meu pai nunca soube em que série nós estávamos na escola. E notas, ele só tinha conhecimento quando era um ‘10’! gritado aos quatro ventos. Ele nunca foi a uma única reunião de pais e em todos os meus boletins, a assinatura é de Stella Maris Villarinho Benevides e Maia, minha querida mamãe.

Assim, papai ficou para a história e na nossa cabeça como o legal, o gente boa, o divertido e a coitada da mamãe virou quase persona non grata. Ninguém fala dela com gargalhadas no rosto.

Bem, no fim da minha análise, cheguei à conclusão de que um dos motivos, além da genética, para eu ser e gostar de ser essa pessoa esquecida e desligada é o simples fato de no meu inconsciente eu querer ser a legal, a gente boa, a divertida. Não é à toa que casei com o meu oposto. Afinal, alguém precisa fazer o trabalho sujo...

Conclusão: continuarei sendo esquecida e distraída. Mas devo muita coisa à mamãe que quase não é citada aqui exatamente por ser quem cuida de tudo o tempo todo e se contenta com o backstage. Mãe, brigada.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Lixeira

Sempre me impressionei com aquelas cenas de alguns filmes de suspense em que neguinho vai cavucar a lixeira alheia para descobrir coisas importantíssimas sobre o sujeito. É um nojo e eu nunca cheguei a achar que isso um dia pudesse fazer parte da minha própria vida. Não até inventarem as lixeiras dos e-mails. Uma lixeira mal administrada pode acabar com a vida de qualquer um. Ainda mais com pessoas como eu que demoraram um certo tempo até descobrir que o fato de você apagar ou excluir não quer dizer absolutamente nada no mundo virtual.

Aliás, esse mundo é um pouco benevolente demais, não é não? Uma espécie de universo em que para tudo há uma segunda chance e você não faz nada antes de um grande guru te perguntar ‘você tem certeza?’. Mesmo que você tenha, aquele negócio te faz dar uma balançada. “Hum... será?”

Mas o fato é que isso não deveria valer com a lixeira. Se você jogou no lixo é porque era para sumir. Ainda mais e-mail gente! Tudo bem que tem uns retardados por aí que jogam fora o que não deve e amam a lixeira. Mas, no geral, é trabalho dobrado. Você apaga lá e depois tem que ir apagar acolá. Um pequeno deslize e um mal entendido leva anos de relacionamento por água abaixo. Eu já tive que explicar porque chamei um cara, que teoricamente eu mal conhecia, de ‘querido’. Saco. Nada enfiava na cabeça do menino que querido é uma forma coloquial e tranqüila na minha área profissional, onde todo mundo acha que conhece todo mundo muito mais do que conhece.

Há um tempo descobri um atalho muito útil – shift + dell – que apaga a porra toda de uma vez. Mas meu atalho não funciona no e-mail fora do Outlook. O e-mail cibernético é contra apagar coisas assim de cara. É sim. Olha só a mensagem que fica depois que eu esvazio a lixeira:

Não há nenhuma conversa na lixeira. Por que jogar fora quando se tem mais de 2000 MB de armazenamento?!

“?!” digo eu! O que é essa pontuação exagerada no fim de uma mensagem doida dessa? O povo do Google que é dono do g-mail, do globo-mail e de mais da metade do mundo também é adepto da filosofia do ‘conhece muito mais do que conhece’. Porque para falar comigo com um ponto de exclamação e um de interrogação juntos tem que ter pelo menos me levado para jantar ou ser muito amigo ou um mala, que é mais o caso dessa mensagem surreal.

Enfim, foi só para compartilhar a mensagem aí que realmente me chamou a atenção. E respondendo a pergunta feita lá: porque alguém pode espionar a minha lixeira!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Voltando à Tona

Ainda da série do coração já que o assunto foi bem aceito e comentado. Ontem falei da mania ou burrice que às vezes nos assola e faz com que tentemos desesperadamente forçar a barra. Principalmente as mulheres que em um determinado momento perto dos 30 saem fazendo mesmo qualquer negócio. Bom, hoje vou falar de uma situação um pouco inversa. De quando a gente, por motivos legítimos como defesa, se engana e finge que já esqueceu alguém.

Todo mundo já teve pelo menos uma grande paixão na vida. Se não teve, acha que teve. E quando tiver, vai ver como a coisa é realmente muito maior do que se imaginava. Mas nem sempre essas paixões avassaladoras são possíveis. Aliás, muitas vezes não são. Por ‘n’ mil motivos. Dentre eles, incompatibilidade de gênios – amar não basta -; incompatibilidade de momentos na vida – amar não basta -; falta de coragem – amar não basta -; incompatibilidade de estado civil – amar não basta -; e mais um monte de outras incompatibilidades que só reforçam o fato de que o amor, ou a paixão, não é tudo. Não sustenta. Não enche barriga. E não gosta da rotina.

Mas o fato da cabeça ter tomado uma decisão, muito sensata até, não faz com que o coração acate essa escolha. E aí, é uma luta quase eterna entre um e outro. Quando a cabeça vence ou parece que vence, a importância da coisa vai mesmo diminuindo com o tempo e a esperança é que um dia suma. Trata-se de uma espécie de autodefesa muito útil para se continuar levando a vida. Caso contrário, seríamos um monte de infelizes a se lamentar o tempo todo.

As lembranças vão vindo com cada vez menos freqüência e rapidamente se consegue voltar ao que se estava fazendo antes. O máximo que o passado apaixonado ganha é um cúmplice suspiro. Um ar conformado e, no fundo, aliviado por aquele incômodo sentimento estar te deixando pouco a pouco. O problema é que a gente se apega. Se apega a filhote de cachorro, imagina a um sentimento que foi capaz de abalar as estruturas!

O segredo é saber lidar com esse corpo mole que pode ameaçar a paz conquistada. Não vou colocar aqui uma receita pra isso porque cada um deve descobrir a sua. Eu gosto muito das coisas naturais. Como eu sou meio esquecida e desligada mesmo, sempre deixei o fluxo da minha memória me ajudar a não me tocar da falta que alguém pode fazer. Insisto que isso não é fácil e que nem sempre fui bem-sucedida. Mas de outra forma não funciona. Comigo.

Mas vamos ser justos com os apaixonados e lembrar que nem sempre depende só deles. Uma variável determinante nesse caso chama-se destino. Se ele ajudar e colocar as duas partes em caminhos que não se cruzam, ótimo. Mas, se, por acaso, cruzar, as chances de se ‘defender’ diminuem consideravelmente. Eu até hoje só consegui esquecer gente de duas maneiras: ou porque me apaixonei por outro ou porque deixei de ver o sujeito at all.

Esse negócio de que se há de ser forte e assim você vai conseguir superar a dor é tudo balela. Quem é o sangue de barata que supera alguma coisa dando de cara com o objeto de sofrimento todos os dias? Gente, ninguém. A força aí só serve para tomar uma atitude do tipo mudar de emprego, sair do curso de inglês ou dar um tempo no mesmo grupo de amigos. Mas até chegar a esse ponto a pessoa precisa ter ido até o seu limite porque todo mundo sabe que no fundo, no fundo, a gente não quer coisa nenhuma ficar longe de quem se ama.

Bom, está na hora de acabar. Como deixei um conselho ontem – não force a barra -, deixo um conselho hoje - muito cuidado com a auto-enganação. Achar que esqueceu alguém está a léguas de distância de realmente ter esquecido. Então, se a idéia é realmente ficar cada um no seu quadrado, não atice o coração. Ele precisa de muito pouco para voltar à tona. E quando volta é mais ou menos como aquela primeira respirada quando se está debaixo d’água e, enfim, chega-se à superfície. Força total. Quase uma sobrevida. Um renascimento triunfante. E lembre-se de que quem achou que estava morto e, de repente, se descobre vivo, tem muito mais vontade de viver.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vestibular do Coração

Um amigo outro dia me pediu para deixar aqui mais ‘textos meus’ do que continuar usando o blog como diário. Eu falei que ia tentar, mas que era difícil porque escrever diariamente é foda, não tem outra palavra. Estava olhando no arquivo geral e já tem 269 posts! Com esse, 270. Isso me fez pensar que eu perdi algumas oportunidades como a de comemorar a postagem nº 100. Burra pra cacete, fica desperdiçando assunto... Bom, o que eu posso fazer é tentar ficar mais ligada nessa questão do diário ou ‘não diário’, no caso. Concordo que nem todo mundo está interessado em saber o que eu fiz no fim de semana, mas pode estar aberto as minhas idéias e aos meus pensamentos mais abstratos. Lá vai mais um:

Sabe quando você passa por uma fase em que parece que ninguém foi feito para você? Um momento de carência e solidão capaz de fazer você se esforçar ao máximo para ficar com aquele cara mesmo. Oras... ele é tão legal. O que importa se ele é baixinho ou magro demais? O que é que tem se ele não encaixa no seu hall de pratos preferidos? Que bobeira, não é? Preconceito bobo.

Na na ni na não. Muito cuidado com a famosa forçação de barra. Na maioria das vezes, tudo aí acima importa sim. Importa muito. Eu sei lá o que nos atrai ou não no sexo oposto, ou, no mundo mais moderno, pode ser no mesmo sexo mesmo. Mas, enfim, existe uma conjuntura de fatores, mais ou menos como um mapa astral que define sua personalidade, que define o seu ‘tipo’ de homem, ou de mulher. Isso não quer dizer que a gente só vá se sentir atraído por um tipo determinado de pessoa. Há consideráveis combinações possíveis. Mas não há como tapar os olhos para as matérias específicas, digamos assim. Não dá para querer ser médico e zerar em biologia, entende? Há certas questões, ainda que de múltipla escolha – já que sorte é um fator importantíssimo nesse jogo -, que não dá para passar em branco. E chutar qualquer merda, nesse caso, costuma não funcionar... Nem aquele truque de marcar tudo a letra ‘b’. Com o tempo, as outras letras farão falta.

E é aí que já dá para perceber logo de cara quando não vai rolar. O cara é um problema de física e você quer ficar lá tentando resolver, achando que se estudar mais uma semana dá para encarar. Não dá.

O problema é que, ainda na alusão com o vestibular, tem gente que escolhe uns perfis em que a relação candidato/ vaga é assustadora. Se o seu tipo de homem é medicina na UFRJ, tá fudida. Agora, um de Geografia, de Ciências Sociais é bem mais fácil.... Mas, como eu disse no início, infelizmente, não somos nós que escolhemos. E quando tentamos fazer isso, tipo querer fazer direito de qualquer maneira porque o pai e a mãe querem, o risco de ir estudar na Estácio é grande, já que capacidade natural para passar não existe.

Por isso, é muito melhor ser honesta desde o início e fazer uma seleção básica, baseada na carcaça do sujeito. Se não há nada ali que te chame atenção imediatamente, é bem improvável que o quadro vá mudar com o tempo.

Tem gente que insiste e acaba ganhando um amigão no final. Aí pode até ser que não seja tanto desperdício. Mas se o que se está procurando é aquele ou aquela por quem a perna irá tremer, o coração vai disparar e a barriga vai ser sugada para dentro, aí é muito melhor prestar atenção naquele cara que o jeito de andar já te faz abrir um sorriso; que o som da risada tira imediatamente a sua concentração; e que volta e meia povoa seus sonhos. Se ele é moreno, alto, bonito e sensual, não interessa. Mas precisa parecer que foi feito para você.

domingo, 21 de setembro de 2008

A Oito Mãos II

Dentre várias coisas preguiçosas que fizemos durante o fim de semana, esteve a leitura da entrevista da Cláudia Abreu à revista TPM. E a maior colaboração de tal entrevista foi a inclusão da palavra 'estofo' no vocabulário da Paula. Que rapidamente a usou para esculachar seu marido no café da manhã de domingo, dizendo que ela tinha receio de que no futuro, quando ela for alguém muito importante, vá faltar estofo intelectual nele para freqüentar os eventos de trabalho dela. Mas isso é bem no futuro porque por enquanto quem nos sacaneia e nos esculacha são eles. Mas o mundo dá voltas, oh se dá...

O esculacho a minha pessoa também se manifestou. Coloquei na roda o fato do meu próprio marido se interessar e se orgulhar mais do blog do priminho português que chegou agora e quer sentar na janela, do que do blog da própria mulher. O outro elemento masculino da roda, claro, ficou do lado dele e Paulette me deu apoio, afirmando que os homens têm muita dificuldade de elogiar suas mulheres e se incomodam com o sucesso delas. Quebra pau encerrado com os times claramente divididos. Falando em times, as meninas deram uma surra nos meninos no truco e no buraco. Lavada, com direito aos rapazes passarem por debaixo da mesa. Lamentável.

ELE descobriu o melhor restaurante que já comeu na vida! Um buffet a quilo em Teresópolis... Jesus amado...

Ainda sobre meninos terem ficado contra meninas, deu-se o seguinte diálogo entre eu e ELE:

- Por que não tem sonho na padaria do mercado?
- Porque eu não tenho confeiteiro.
- Mas não vale à pena ter?
- Vale.
- Ué. Então, por que você não contrata um?
- O problema é que eu não tenho espaço para expor.
- Não?
- Não.
- Mas você não comprou vários balcões novos?
- Comprei.
- Então?
- Agora eu vou ter espaço.
- Ué, menino, então contrata um confeiteiro.
- Sim. Vou contratar.

É mole? Porque ele não simplificou a conversa desde o início? Homens...

Para finalizar, uma piadinha que demonstra o típico humor do meu amado marido:

Qual é o contrário de volátil?

(...)

Vou lá sobrinho!

E esse foi o clima de um fim de semana sensacional entre amigos. Isso porque nem contei que ainda teve espaço para dois filmes de mulherzinha, feirinha, um festival de fondue, 6 garrafas de vinho e alguma coisa de sexo. Cada um com seu cada um porque a Paula fica nervosa ao ouvir falar de suruba e o marido dela acha que eu sou uma tremenda de uma propaganda enganosa...

até.



sábado, 20 de setembro de 2008

A Oito Mãos I

Cena: Eu, ELE, Paula e o ELE dela no carro. Passamos por um cavalo em pé no acostamento.

Eu: Eu sempre fico com pena de cavalo. Ele fica em pé o maior tempão...

Paula: Cavalo não deita?

ELE da Paula: Claro que deita. Cavalo dorme.

Paula: E a girafa, deita?

Eu: Deve deitar.

Paula: Caraca, deve ser difição para ela levantar depois...

ELE da Paula: Todos os mamíferos deitam. Dormir é característica de mamífero.

Eu: Hã? Qual é a relação?

Paula: Ué. E a baleia? Baleia não dorme?

ELE da Paula: Peixe não dorme.

ELE: Baleia é mamífero.

Paula: Tá. E tipo um sapo?

ELE da Paula: Inseto não dorme. Por isso eles têm vida curta.

Eu: Sapo não é inseto!

(e nesse momento foi decidido que essa era uma conversa digna do meu blog...)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Rumo a Terê

Não escrevi aqui sexta porque viajei. Fomos para Teresópolis com os mais que queridos Paula e o ELE dela. Não vou repor com texto de gaveta porque não achei nenhum. Aí, vou escrever só no sábado e domingo com o título “A Oito Mãos” I e II. Aqui, deixo o curto diálogo em que esse título foi criado.

Eu: Amigos, adorei a colaboração de vocês. Estou cheia de história para colocar no blog. Vou colocar o título de “A Quatro Mãos”!

(um minuto de silêncio)

O ELE da Paula: Então são oito.
Eu: Ih é.

(gargalhada geral)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Diminutivos

É meio do grupo da história do chuchu, tá? Falarei sobre o uso do diminutivo em nossa linguagem falada. Só falada. Na escrita até valeria também. Mas escrever e falar são coisas bem diferentes. Falar é ‘cara a cara’, ainda que seja por telefone. Sua voz está ali, denunciando que é mesmo você o dono daquelas palavras ditas naquele momento. Ih... oh a filosofia... Tenho perigado nela, né? É a idade chegando... Ou o fim do ano, época em que repenso o rumo da prosa geral da História da Adriana.

Mas, bem, não me lembro de ter sido muito chamada de Drizinha até meus, sei lá, 25 anos. Sempre fui Dri para a maioria e Adriana mesmo para quem não adere a apelidos ou tem dificuldade de relacionamento. ELE é um que nunca me chamou de Dri. O mais estranho é que já vi várias vezes ele se referindo a mim como Dri, ou conversando com alguém ou escrevendo, mas olho no olho é Adriana. Vai entender... eu falei que cara a cara é diferente... Há também os que me chamam de Adriana porque gostam do nome em si. Meu pai é um. Claro que ele me chama por algumas variações de filha, mas usa bastante o Adriana. Dri, nunca.

Mas o ‘Drizinha’. Bem, o Drizinha veio com o tempo, o que é um pouco esquisito já que eu não diminuí e sim aumentei. Para cima, para os lados e na idade... Seria compreensível se quem me chamasse de Drizinha fosse consideravelmente mais velho ou velha que eu. Não. Minha amiga Deca me chamou de Drizinha outro dia. Minha amiga Lu Gomes sempre chamou. E volta e meia, alguém adere também.

Diminutivo geralmente vem simbolicamente acompanhado de uma espécie de carinho, um cuidado especial com a pessoa. A gente usa muito com neném e criança pequena. O que me leva a crer que o fato das pessoas estarem me chamando pela primeira vez no diminutivo é algo bom.

Indo mais fundo, posso chegar a conclusão de que, enfim, estou esboçando alguns sinais de meiguice. E sem querer! O que é o mais incrível para quem passou a vida a querer ser meiga forçadamente e não conseguia.

Se alguém quiser fazer uma imagem de mim agora, pode pensar na Drizinha de vestido branco, duas presilhas no cabelo, unha feita e um início de sorriso no rosto. Quase em paz. Enfim, meiga.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Mais uma via e-mail

A vida não pode ser a festa que esperávamos, mas enquanto estamos aqui, deveríamos dançar.

Mais uma frase recebida numa dessas brincadeirinhas, mensagens, blá blá blá que circulam pela internet. E, mais uma vez, foi enviada por uma amiga querida. Faz tempo, mas foi pelo dia internacional das “pessoas perturbadas”. E eu e Deca somos, com orgulho, pessoas perturbadas, no ótimo sentido.

Pena que eu não sou inteligente informaticamente, porque junto com a frase havia uma animaçãozinha do Jim Carrey dançando com um bando de malucos num hospício, de algum filme que não sei qual é. Queria mostrar aqui. A dancinha e a frase são ótimas juntas. Tipo aquele comercial da pasta de dente que diz que quando um sussurro foi dado no ouvido, nasceu o arrepio... (adoro esse comercial!).

Mas vamos à frase: é a mesma questão que já discuti aqui há um tempinho. A tal vida perfeita que a gente vive sonhando acordada e acaba esquecendo de viver a vida de verdade que ‘pode não ser a festa que esperávamos, mas enquanto estamos aqui, deveríamos dançar’.

E, gente, dança logo porque depois vamos ficando mais velhos, com dor aqui, dor ali e ficando que nem meu pai que morre de saudades da época em que abaixava para pegar moedas! Hoje, ele entrega pra Deus.

Então, antes que a coluna trave, que as juntas dêem defeito e que os joelhos sejam mandados para o espaço a cada urro de dor, a hora é de dançar! Tem um montão de gente aí que insiste em avançar as coisas. Que cisma que já está mais pra valsa do que pra rock. Que qualquer coisa além de dois pra lá, dois pra cá, é impossível fazer. Não é não. Fecha o olho e deixa o ritmo fluir. A parte do olho fechado é importante porque caso a pessoa seja realmente péssima de ritmo, ela não vê ninguém rindo dela e, assim, consegue se soltar.

‘Se soltar’, essa é a mensagem mais importante do ‘dançar’. São sinônimos, nesse caso. Dançar é levar a vida com mais leveza, se levar menos a sério, rir mais da gente e dos outros! Arriscar enquanto dá. Uma distensão agora não será algo assim tão grave. E um tombo no meio do salão pode ser história para contar mais tarde.

Eu tenho uma história literal de um tombo no meio do salão que exemplifica bem como agi errado no passado (totalmente compreensível, vocês vão ver), e maravilhosamente bem num passado mais próximo.

Eu tinha uns 14, 15 anos. Estava numa festa de casamento com meus pais, bastante contrariada. Nessa idade em que ainda não somos nem um pouco independentes para eles, mas somos totalmente para a gente. (pelo menos, na minha época ainda era assim...). Bom, era fim de festa já. Papai já estava bem mais pra lá do que pra cá e resolveu me tirar para dançar em um salão totalmente vazio e já com algumas luzes acesas. Orquestra tocando algo como um “New York, New York”. Papai foi se aproximando cada vez mais do palquinho dos músicos. Não conseguia acompanhá-lo há tempos já. Até que, claro, caímos. Caímos mesmo. Desajeitados, um em cima do outro. Meu vestido na cabeça. Um senhor tombo no meio do salão. Lembro como se fosse hoje da gargalhada do meu pai no meu ouvido. E da minha raiva que veio de todas as minhas entranhas. Ele cagou para a minha cara amarrada, para as minhas ameaças de que eu nunca mais falaria com ele, para a minha vergonha. Papai só dançou.

Anos depois, por acaso voltamos à casa dos tais donos daquela festa e, sei lá porque, eles passaram o vídeo desse casamento. E lá estava ele, o tombo. Filmado. Registrado para a posteridade. Papai riu igualzinho. Uma mistura de riso de alegria e de nostalgia, saudade dos joelhos de outrora. ‘Um tombo desses hoje em dia... Sei não. Acho que eu não levantava.’ E eu ri junto. Lamentei um pouco por não saber dançar na época, mas me enchi de felicidade por ter aprendido a tempo. Recomendo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Existe vida além da Camila...

A lei seca ainda está aí, é verdade, mas já está meio capenga. Confesso que já andei dando minhas saidinhas para uns chopes de carro mesmo. Não acredito mais tanto em blitz como há uns meses. De quinta a sábado, não arrisco, mas uma segunda, uma terça...

Bem, mas no lugar da lei seca, vieram amigas de regime. E assim fui convidada a tomar um suco com três simpáticas moçoilas esbeltas: Ana B., Tai e Carol. Pensei bastante antes de ir. Chovendo. Eu teria que me deslocar até o Leblon. E faria tudo isso para ver apenas três mulheres, nem um moço na brincadeira... e a bebida seria suco.

Bom, fui. E não é que o suco rendeu! De uma amiga que fez oito abortos, passando por outra que depilou que nem a Natália Cassassola com o detalhe de que o namorado passou a máquina lá e um amigo que tem mania de desviar rios! (é, isso mesmo), até confissões de paixonites a primeira vista por um pirralho de 20 anos, teve de tudo um pouco. Entre um suco de maracujá com gengibre e outro.

O meu suco chamava-se Rosa. Falando nisso, houve mais uma confissão de que se gostava de homens rosas, com tendência para engordar, seja lá que perfil de homem é esse. Há gosto para tudo, como diz o ditado. Enfim, meu suco era uma receita especial da casa. E, atenção, era segredo. Nenhuma de nós fez a mocinha contar do que ele era feito, enquanto ainda líamos o cardápio. E só eu, a corajosa!, pediu assim mesmo. Ele veio, todo mundo tomou e continuamos sem saber do que é. Uma fruta e uma hortaliça.

- Goiaba?
- Não.
- Morango?
- Não.
- Beterraba?
- Também não.
- Acerola?
- Não.
- Melancia?
- Não, senhora.

Existe alguma outra fruta rosa? Claro que não. E a mulher ia ficar dizendo ‘não’ lá até morrer, já que é segredo... E ela realmente não conta.

A comida também passou longe da batata frita. Somos muito chiques e comemos coisas como risoto de cogumelos, estrogonofe de palmito, panquecas de vegetais e um yakisoba de tofu. Com direito a ver Grazi Massafera. Magrinha e linda. Com um vestido estranho. Mas ela é o tipo de pessoa que com qualquer coisa tá valendo. Tai pegava. Eu também. Ana B. considera a hipótese e Carol acha que não.

Resistimos bravamente à cerveja. Mesmo com um Informal ali do lado. Incrível. Pagamos a conta e demorou para irmos embora. Ficamos mais uma meia hora divertindo o entregador do lado de fora, que escutava nossos assuntos de ouvido arregalado. Como mulher junta fala besteira! E como isso é bom!

Gosto tanto de mesas com homens que raramente me dou o prazer de dividir o espaço só com mulheres. Pena. Se eu me lembrasse mais vezes de como é bom, daria mais espaço para elas. Não qualquer elas, essas elas: Ana B., Tai e Carol. Adorei. Thanks.

Urca por Camila

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Coisas que se faz sem se tocar

- Às vezes a gente faz umas coisas sem se tocar, né?
- O que exatamente?
- Tipo, estou há dias empurrando fulana para fulano. Fulana nada de querer fulano e eu lá metendo a maior pilha, forçando a barra mesmo, sabe?
- Hã?
- Aí, fulana vira para mim e diz: Adriana, você tem noção de que está me jogando em cima do ex de uma das suas melhores amigas? - Caramba... Não, não tinha pensado por aí.
- Tá vendo? Às vezes, a gente faz umas coisas, né...
- A gente não, Adriana, você.

É verdade. Eu poderia ser mais cuidadosa com os ex-namorados, ex-namoradas, namorados e namoradas por aí. Não ser cuidadosa comigo é uma coisa, com os outros é sacanagem.

Fiquei bem pensativa depois desse diálogo. Tentando entender se o que me faz não me tocar é desconsideração, desapego ou falta de atenção. Pensei e repensei e acho que é falta de atenção mesmo. Sou extremamente desligada. Daquelas que esquece que já contou uma história, que não lembra o segredo incrível que alguém contou semana passada, que não se liga em quem pega quem no trabalho, erra nome, fala o que não deve sem querer na mesa errada.... sabe?

Rezo para ninguém me contar alguma coisa realmente importante. A chance deu esquecer e a pessoa ficar magoada ou deu soltar e a pessoa, de novo, ficar magoada é imensa.

Acho que puxei isso do meu pai. Com a diferença de que ele continua contando as mesmas histórias até hoje, mas todo mundo continua rindo. Eu vim sem a tecla 'engraçada'. Conto de novo e o povo fica mudo até alguém me avisar que eu já contei aquilo.

Bom, fulano está descartado para a fulana. Vamos ver até quando eu vou me lembrar disso...

Boa noite.

domingo, 14 de setembro de 2008

Prática x Teoria

- Amor!
(...)
- Amor!
- Que é?
- Você ainda está dormindo?
- Tô, tô dormindo. O que é?
- Eu queria que você levasse a Paula na pracinha.
- Ah não. Por quê?
- Pôxa, porque eu trabalhei a semana inteira e você não.
- Ah...
- Sua mãe ligou. Por que você não perguntou o que ela ia fazer e chamou para vir para cá ficar com a Paula?
- Ah...
- Pôxa, amor, fica um pouco com ela, custa?
- Eu também tô cansado.
- Caramba. Ela também é sua filha.
- Eu sei.
- Às vezes parece que não. Custa? Está cheio de crianças lá.
- Ah...
- Eu não acredito que você não vai.

- Oi? Ei!
- Oi.
- Tudo bem?
- A hã.
- Eu posso ir à pracinha. Não me importo. Posso levar a Paula.
- Como você chama mesmo?
- Adriana. A gente não foi apresentada. Sou sua nova vizinha aqui de cima.
- Você também tem filhos? Nunca escutei barulho de criança.
- Não. Só tenho dois cachorros.
- Você vai levá-los na pracinha? Acho que não pode.
- Não.
- Vai sozinha?
- Não, com a Paula, a sua filha.
- Por quê?
- Porque eu não estou fazendo nada e não me importo.

- Paula!
- Que é, mamãe?
- Tá vendo aquela tia ali em cima na janela?
- Oi.
- Oi, Paula, tudo bem?
- A hã.
- Ela quer levar você na pracinha. Você quer ir com ela?
(...)
- Eu te empurro altão no balanço.
- Tá.

E assim consegui acabar com uma discussão que estava me dando nos nervos, debaixo da minha janela. É impressionante como morar em prédio, ainda mais um pequeno e antigo, faz você literalmente entrar na vida dos outros. O título é Prática X Teoria porque, ao contrário da busca da paz interior que só funciona na teoria, eu nunca imaginei que fosse possível minha ida à pracinha com a pequena Paula na prática.

sábado, 13 de setembro de 2008

Teoria x Prática

Primeiro quero dizer uma coisa que estou para falar há um tempão e sempre esqueço. É que eu estava muito intrigada com as eliminatórias para a Copa do Mundo. Desde que ouvi na TV, antes do fiasco do Engenhão, que se ganhássemos aquele jogo saltaríamos para o 1º lugar da tabela. Oi? Ou eu perdi uma boa parte do filme, ou tem alguma conta muito errada aí na história. Que eu saiba, a campanha Dunga estava vergonhosa bem antes das Olimpíadas. Estávamos mandando mal direto. Vieram as Olimpíadas e o vexame se repetiu. Depois, tivemos um joguinho aí que deu pro gasto e, de repente, se ganhássemos outro tcharam! Íamos lá para cima. Estranho, muito estranho...

Bom, sabe quando a gente termina um namoro ou qualquer tipo de relação significativa e precisa meio que de um tempo para se restabelecer? Quando estamos meio perdidos, nos sentindo vazios e tal. Ou quando precisamos tomar uma grande decisão e, para isso, é necessário paz e sossego. Enfim, quando arranjamos uma desculpa qualquer para fazer algo diferente e fora da rotina. Sei lá, pegar a estrada sozinha, no meio da semana. Conhecer matas e serras como dizia meu horóscopo de ontem... Visitar um amigo que você não vê há muito tempo. Entrar no clube que você freqüentava na adolescência...

Bom, eu resolvi conhecer o Parque Lage. Juro. Nunca tinha posto os meus pezinhos lá. E tudo foi esquematicamente feito para o passeio ganhar esse ar de ‘retiro’. Não avisei a ninguém. Saí num horário totalmente estranho. Fui de ônibus (?), errei o portão e ao chegar, enfim, ao meu destino escolhido... não sabia o que fazer.

Sim porque levou muito pouco tempo para eu conhecer o Parque Lage. E, depois, não conseguia entrar de jeito nenhum naquela pose de filme em que as pessoas aparecem reflexivas e ‘em paz’. Começou a me dar um nervoso danado. Fui ficando sem paciência. Sentei na grama e, como esqueci de levar canga ou qualquer pano, pinicou. Os bancos estavam sujos de cocô de passarinho. Me deu frio. Tava ventando para chuchu (oh o chuchu aí...). Relutei um pouco, mas tive que tomar a decisão de ir embora. E olha que eu estava lá há, no máximo, vinte minutos. O percurso de ônibus demorou mais tempo.

E é aí que eu queria chegar. Tem umas coisas que realmente só funcionam na teoria. Ou na TV. No duro mesmo não faz muito sentido. Por mais que você queira muito encontrar aquela tal paz interior.

Quando estava lá ainda me lembrei daquele comercial dos alpinistas que os caras sobem, sobem, sobem. E ao chegarem no topo da montanha e pular um pouquinho, se olham e dizem: - E agora? – Vamos descer? É exatamente isso. Às vezes você planeja tanto e gasta uma energia imensa no percurso e quando alcança o que tanto quis, faz o quê?

Olha nem estou tentando entrar numa análise profunda de que o ser humano nunca se contenta e tal. Naquela história de que nunca estamos felizes. Não, nada disso. Só estou falando mesmo da minha ida ao Parque Lage. E como ele parecia imensamente mais interessante enquanto era um lugar na minha cabeça em que era possível correr para lá e sentir-se em paz. A idéia de paz é mais eficiente do que a busca em si.

Chega. Que estou filosofando e não gosto muito de fazer isso. Não é meu estilo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Descrição de uma Pessoa Chata

Signo de novo. Mas é que fiquei um pouco puta pelo modo como meu signo me descreveu:

Continue a buscar liberdade. Aproveite o tempo livre para conhecer uma praia vazia ou fazer uma incursão por matas ou serras. Não se esqueça do mapa, é claro. Qualquer aventura que se preze tem que ser bem planejada e com ênfase na segurança, você sabe.

De tudo, o que mais me irritou foi esse ‘você sabe’. Sei de quê? Não sei de nada, tá! Oras, que atrevido. Então, o cara me manda embarcar numa aventura, mas deixa subentendido que no fundo, no fundo, eu não sou capaz disso!? Dá a entender que só consigo buscar a liberdade com um mapa na mão? Que liberdade é essa?

Agora, porque me chamou tanto atenção? Claro que é porque eu sei (você sabe...) que, pelo menos atualmente, ir em busca da liberdade e de uma aventura não é algo que eu faria como antigamente. Aliás, acho que nem antigamente. Tenho uma trava interna que é pior que freio de mão. O troço me segura mesmo. É um inferno. Tanto que passei a vida a dar cavalo de pau. Eu lutando contra mim mesma. Algumas coisas eu até fiz meio na marra. Mas nem de longe, todas as que eu já quis fazer.

Óbvio que eu não posso colocar a culpa no fato do meu signo ser Capricórnio. Mas já me disseram que Capricórnio é assim mesmo: racional até dizer chega. Não voa. É da terra. Pé no chão.

Fico pensando como seria se eu fosse de Áries, por exemplo. Do ar. Fudeu. Porque se eu quase vôo sendo de Capricórnio, imagina se eu tivesse asas? Mas não tenho. As vezes em que eu voei foram com uma espécie de Red Bull, algum combustível potente. E põe potente nisso. Não é qualquer cervejinha que me tira do prumo. Infelizmente, eu diria.

È isso. Sou chata. O moço do signo tem razão.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fazer as Pazes

Muitos e-mails sobre o meu vizinho. Eu também adorei essa história. Prometo dar notícias de nossos próximos duetos.

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Adoro fazer as pazes. Aquela cena bem de novela mesmo, sabe? Com porrada, ofensas, xingamento. Vale até bater na cara. Um tapinha não dói... Até a parte do joga na parede, onde rola aquele olhar que é uma mistura de raiva e tesão e as partes se atracam loucamente.

Ótimo. Mas e quando você faz as pazes com uma grande amiga? Qual é a graça, gente? Nenhuma. Um tédio só. Tipo:

- Desculpa.
- Não, desculpa eu.
- Ok, vou prestar mais atenção.
- Não, eu que vou.
- Imagina, a culpa foi minha.
- Não, não. Eu que não penso antes de falar.
- E eu falo tudo de cabeça quente.
E blá blá blá...

Não é um saco? Dá sono só de ler a lenga lenga aí em cima. Nessas horas, ser lésbica seria incrivelmente útil. Né, não? Sim, porque - nunca aconteceu, hein – mas se eu brigasse feio com um amigo, acho que dava até para descobrir um sentimento encubado que de repente viria à tona no calor do momento.

Mas não foi o caso. A amiga é menina. E, mais do que menina, é uma menina muito amiga. E uma menina muito amiga não pode entrar no bolo das pazes eróticas pelas duas nomenclaturas: é menina e é muito amiga.

Até nisso mulher é complicada. Porque se fosse um menino muito amigo e acontecesse algo do gênero, seria um pouco estranho assim que a coisa acabasse e tal, mas no dia seguinte a vergoinha passava e seguia-se como se nada tivesse acontecido. Mas dá para imaginar isso de uma menina? Não. A menina ia ficar estranha dias, meses e anos. E as coisas nunca mais seriam as mesmas.

Mas eu te amo assim mesmo menina muita amiga! Como você mesma disse, temos o mais difícil dos casamentos. Convivência fulltime, sexo zero e somos duas mulheres! Isso é que é amor...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Let’s Get It On

Primeiro, uma rápida introdução: eu sempre quis ter rádio no banheiro. É um desejo antigo de adolescente. Data da época do colégio em que, vez ou outra, eu tomava banho na casa de uma amiga e lá estava ele: o micro system. Achava incrível. Uma idéia genial. Mas sei lá por que cargas d’água, eu sempre esquecia de executar em meu próprio toalette (para não repetir banheiro...).

Enfim, muitos e muitos anos depois estava eu arrumando minha nova casa quando me sobra um pequeno aparelho de som (tudo por um sinônimo!) na mão. Esse negócio de computadores e DVDs que também têm rádio e milhões de funções inutilizaram os reles sonzinhos. Aí, lembrei: o banheiro!

Há umas duas semanas que estou de volta à adolescência que nunca tive no banheiro. E finalmente vivo na prática a tão falada expressão ‘cantando de baixo do chuveiro’. É realmente muito bom. Tomar banho cantando, fingindo que se está com um microfone na mão e dando umas dançadinhas ocasionais cura qualquer mau humor. Estou amando a minha nova/ velha descoberta.

Mas é agora que vem o real tópico do dia. É que fui tomar banho agora, bem tarde, após a minha corrida noturna. Eu estava realmente soltando a franga. Descarregando. Foi um dia tenso. Cheio de expectativas e tal. Bem, começa a tocar Marvin Gaye. Melhor que isso para soltar a voz, impossível. Lá fui eu:

You know what I'm talkin' about
Come on baby, hey hey
Let your love come out
If you believe in love


Eis que uma voz do andar de cima, completa:

Let's get it on
Let's get it on, baby


E, de repente, formou-se um dueto:

This minute, oh yeah
Let's get it on
Please get it on


E foi assim até a música acabar com direito a ‘Boa Noite’ num grito sorridente no final. Eu e meu vizinho de cima. A mais nova dupla sertaneja de banheiro da cidade. É por essas e outras que viver é muito divertido.

Let's get it on...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Piada de Português

Já escutei muita piada de português. Mas ontem eu vivenciei uma. Uma espécie de piada viva, lado a lado no sofá.

- Gostas de O.C.?
- Mais ou menos. Não tinha nada melhor. Aí, comecei a ver e agora quero ir até o final.
- É mesmo dramático.
- É. (isso, eu tentando acompanhar as legendas)

(nesse momento o personagem Ryan diz que vai embora, morar com uma menina que está grávida e ele pode ser o pai do bebê.)

- Ah. Já vi este. Ele não vai embora nada, pois. Os amigos o convencem a ficar.

Não é mentira. Os portugueses realmente funcionam de outra forma. Porque eu ri depois que ele estragou o fim do negócio e pergunta se ele entendeu? Nada. Está até agora achando estranhíssimo eu rir de uma série muito dramática ora pois...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Homem que Pensa

Não consigo. Vale mais umas linhas:

Ele só mede cerca de dois centímetros, mas vai provocar um rombo bem maior nos cofres da prefeitura. O pequenino pênis da estátua do Manequinho será substituído por uma ‘prótese’ de bronze. Apesar de diminuta, ela deverá custar cerca de R$ 5 mil. O pênis original, pesando cerca de 40 gramas, não vale mais do que R$ 0,15 em um ferro-velho. – É uma peça comum, o valor do material não é alto. O que encarece é a mão-de-obra, porque a peça tem que ser maciça, mas com um furo interno para que a água do chafariz continue a passar, quando ela for soldada. É um trabalho difícil, qualquer erro, compromete.

O Globo, 05 de setembro de 2008.


Homens não foram feitos para pensar. Não em relação a mulheres. Desde que o mundo é mundo, homens são atraídos pela beleza física, charme, cheiro, lembranças, o que seja. São atraídos pelo desejo. É assim e pronto. Não há muito o que discutir. Não é essa a desculpa de praxe quando algum marmanjo faz besteira? Então, para que lutar contra os mais puros e verdadeiros instintos humanos?

Ai, mas tem uns que lutam. Tem uns que pensam. E esses são os piores porque acabam fazendo de qualquer maneira e ainda têm que lidar com minutos de tortura, fingindo que estão tentando ir contra as leis da vida. Coitados. Morro de pena.

Olha, talvez eu seja apedrejada pelas minhas companheiras do sexo feminino, mas eu tenho que admitir que entendo o outro lado. E não é culpa deles. É nossa. (ih, agora fudeu!) Mas é sério. Somos muito mais perversas e estrategistas. Pensamos! O ‘pensar’ que é tratado como grande defeito das mulheres. O culpado que acaba gerando as temíveis discussões da relação. Que nos faz questionar o tempo todo se estamos felizes ou não. E... que também é responsável pela sedução alheia.

Vê se um homem vai perder tempo tentando armar situações?! Se vai gastar dinheiro em roupa nova e salão de beleza?! Se vai treinar em casa no espelho e conseguir o quase impossível de fazer parecer que uma situação totalmente planejada é fruto de mero acaso... Não. Não vão.

Quando eles fazem alguma coisa perto disso é porque uma mulher já fez seu trabalho antes e ele já caiu na rede. E acha que ela não estava nem aí. Que nem percebeu que o sujeito ficou de quatro por ela só porque ela mexeu e prendeu o cabelo exatamente na reta dele, num ângulo perfeito entre o corredor e o vidro que só poderia ser obra do destino. Ah se ele soubesse quanto esse destino deu trabalho...

Sei lá quem tem razão. Quem tá certo e quem tá errado. Mas digo e repito: homens são de Marte e Mulheres são de Vênus. Não adianta trocar as bolas. Sem trocadilho...

domingo, 7 de setembro de 2008

Ainda Sobre o Manequinho e Limite

É que ontem fiquei com preguiça de digitar aqui partes da reportagem da capação do Manequinho. Mas vale, oh:

Os óculos da estátua de Carlos Drummond de Andrade, aparentemente, foram deixados em paz desde o dia 25 de agosto, quando recolocados pela quinta vez. Agora, os vândalos voltaram sua atenção para o Manequinho, símbolo do Botafogo. O mascote amanheceu ontem sem seu órgão sexual: arrancaram o pênis da estátua que fica em frente à sede do clube alvinegro.
Para o psiquiatra e psicoterapeuta Alfredo Castro Neto, o gesto está longe de ser um fetiche com o pênis da estátua. (!)
(...)
O vandalismo não perdoa nem mesmo imagens sagradas. (...) São Judas Tadeu perdeu a cabeça e São João Batista teve o braço direito arrancado.

O Globo, 04 de setembro de 2008


O capado, o sem-cabeça e o maneta... Bem, quero escrever sobre Limite. Na verdade, sobre a minha relação com limite. Mas, agora quando ia começar, me veio à cabeça o filme “Limite”, aquele de um daqueles cineastas das antigas brasileiros. (Vou lá colar que eu esqueci o nome do homem).

Mário Peixoto! Bem, Mário Peixoto não conseguiu terminar seu filme, o tal “Limite”. Onde eu quero chegar? Não sei. Mas vi partes desse filme ou a parte inacabada dele - sei lá -, na faculdade. É um saco. Compreensível o cara não conseguir terminá-lo. E, vem cá, se nem ele foi capaz de ir até o fim do próprio filme, como é que alguém ainda tenta vê-lo? E, pior, chama de obra de arte!? Não há limite para a chatice... Mário Peixoto é uma merda! (A piada está beeem atrasada... mas quis fazer uma referência ao episódio em que um dos Cassetas falou que Glauber Rocha é uma merda. Então, Mário e Glauber estão assim oh. Tudo farinha do mesmo saco...)

Nada a ver, mas fui a Mauá de novo há um tempinho. E lá é cheio de limites. Uma pontezinha de madeira decide se você está no Rio ou em Minas. Simplório, não? Aliás, limites geográficos sempre me intrigaram. Até os 23 anos, morei num prédio em que o correio nunca conseguiu definir se ficava em Botofogo ou na Urca. Eu também nunca soube e assim me sentia em casa. Tipo, na sala era Urca, no quarto era Botafogo.

Para mim, a passagem mais marcante da Bíblia é aquela em que o Rei Salomão, acho, descobre um jeito de saber quem era a verdadeira mãe de uma criança. Ele diz que vai dividi-la ao meio. O fim bonitinho é que a mãe real abre mão do bebê. Sei não... Nem tenho filhos ainda, mas me pareceu muito conformada essa mãe. Eu pulava no pescoço do tal rei e arrancava meu filho de lá.

Demorei um tempo até descobrir que eu não consigo comer um pote inteiro de Nutela. Quer dizer, até consigo. Mas não acabo bem. Ainda assim, de vez em quando, insisto.

E, agora, estou aqui à la Mário Peixoto, sem capacidade de acabar minha obra. Vou deixar inacabada.

Decididamente, não tenho limites. Ainda bem. (Isso foi uma reflexão totalmente pessoal.)

E ah! Fluminense empatou ontem. Estou meio sem estímulo para o cantinho...

sábado, 6 de setembro de 2008

Cortaram o piru do Manequinho!

Oh meu Deus!

Fui lá no Botofogo com meu pai agora e vi ao vivo. (Não fui para isso, ok? Daddy nada lá. É mais perto e tal...)

Bem, estava sem máquina e vim procurar uma foto pra colocar aqui. Não achei exatamente a que eu queria, mas essa aí é engraçadinha.

Nada pessoal, Deca. Só falta de assunto.
tchau.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Da Série Diálogos

- Você viu que um padre lá sei lá onde estava celebrando um casamento e fez um alerta aos noivos de que desde que inventaram o MSN, manter casamento ficou mais difícil?
- A hã.
- Viu, eu nunca tive MSN!?
- Por que será, né, amor? Se você já faz merda sem, imagina com.
- Você nunca vai parar de falar isso? Há quanto tempo eu estou tranqüila?
- Vamos fazer o seguinte: quando igualar seu tempo de merda e tranqüilidade, eu paro de falar.
- Você tem que entender que eu era mais nova, estava num processo de amadurecimento. Agora eu estou muito mais madura.
- É? Então cuidado para não cair de podre.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Dúvidas Comuns sobre um Elefante

Sensacional! Estava eu no Google pesquisando sobre economia (tá, eu sei que essa história já está ficando chata, mas é só para introduzir, juro) quando dou de cara com o seguinte título: “Dúvidas Comuns sobre um Elefante”.

Me chamou a atenção. Achei engraçado e tal, mas ainda assim imaginei que tinha algo a ver com o universo econômico. Alguém fazendo graça com o fato de economia ser encarada como um elefante, no sentido de grande complicação e tal...

Não! Eram dúvidas comuns sobre um elefante mesmo! Vou colocar aqui as dúvidas. Mas, pera lá, quem é que tem dúvidas sobre elefantes? E dúvidas comuns? Comuns? Tem gente pra tudo...

Elefante é o termo genérico e popular. O nome correto e científico para os membros desse grupo de mamíferos proboscídeos elefantídeos, de grande porte é Elephantidae.

Há quem ache que há muitas espécies. Na verdade só existem três tipos distintos de elefantes: dois africanos e um asiático.

Elefantes e mamutes são animais diferentes. E os mamutes já estão extintos. (A melhor dúvida! E não estão extintos nada. Tem um montão em “A Era do Gelo 2” que eu vi!)

Sim, os elefantes são os maiores animais terrestres da atualidade, pesando até 12 toneladas e medindo em média quatro metros de altura. Atenção porque a espécie africana é a maior. (O que foi esse ‘atenção’?! Tipo, se der de cara com um africano, corre. Se for um asiático, pode ficar tranqüilo...)

Se quiser reconhecer um elefante genuíno, é só checar se as presas são de marfim. (Oh! Existem elefantes falsos no mercado!)

Todos os elefantes são herbívoros, mas isso não significa que ele não ataque seres humanos em ambiente selvagem. (obrigada. Se você não avisasse, eu ia tentar bater um papo com um.)

Dado o seu tamanho, um elefante adulto pode ingerir entre 70 a 150 kg de alimentos por dia.

As fêmeas vivem em manadas de 10 a 15 animais, lideradas por uma matriarca, compostas por várias reprodutoras e crias de variadas idades. O período de gestação é longo (20 a 22 meses), assim como o desenvolvimento do animal que leva anos até atingir a idade adulta. Os filhotes podem nascer com 90 kg.


Os machos adolescentes tendem a viver em pequenos bandos e os machos adultos isolados, encontrando-se com as fêmeas apenas no período de cópula. (Qualquer semelhança com a espécie humana, não é mera coincidência...)

E, por fim, os elefantes machos têm muito orgulho de sua tromba. (Viu?! Falei!)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Bacha

9h da manhã (madrugada para mim) toca o meu celular. Número estranho. Pego o telefone, meio sonâmbula ainda, e atendo com aquela voz das cavernas:

- Alô.
- Adriana?
- É.
- Edmar Bacha, tudo bem?
(pausa)
- Ôpa!

Para quem não sabe, Edmar Bacha foi da equipe econômica do governo, responsável pelo Plano Real. Além de presidente do BNDES, do IBGE e da Anbid. Também foi professor de economia na PUC-Rio e em outras universidades brasileiras e americanas. Tem diversos livros e artigos publicados sobre economia brasileira e latino-americana e sobre a economia internacional. É bacharel em economia pela UFMG e Ph.D. em economia pela Universidade de Yale, EUA.

É, estou fazendo o dever de casa direitinho. Falei que eu decidi ficar mais espertinha...

Mas enfim, eu precisava falar com o homem e deu uma preguiça... achei que fosse ser um martírio, que eu ia precisar falar com um milhão de secretárias e assessores até, de repente, conseguir ouvir a voz do ‘pai’ do Real.

Nada. O moço é fácil, fácil. Pesquisei um e-mail na internet; achei lá o endereço de um instituto sei lá das quantas que ele é fundador; mandei com o meu celular; e tcharam! No dia seguinte, o próprio pegou o telefone e apertou o meu número. Foi o primeiro a me dar Bom Dia hoje, não é fofo? É mesmo. Edmar Bacha é um poço de humildade e simpatia.

Ele é dos meus. Decididamente, compactua com a minha teoria de que a vida é muito mais interessante quando é simples. Tipo: 1 + 1 = 2.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Eu Não Comi a Madonna

Ou seja, minhas chances de conseguir ingressos para o show dela aqui no Brasil são realmente muito remotas. Juro que se precisasse comê-la, encarnaria a Ana Carolina ou a Britney (faz mais o estilo da rainha do pop) numa boa. Falei de rainha e pensei agora num casal bizarro: Madonna e Xuxa. Já pensou? Se bem que bizarro por bizarro, poderia ser Michael Jackson e Xuxa, o rei e a rainha dos baixinhos. Toda essa galera aí tá beirando os 50. Estão meio gastos, não? Mas continuam incríveis. O Michael talvez não, coitado. Se perdeu em Neverland. Nem a Xuxa, aliás. Ela está cada vez mais parecida com a Ana Maria Braga, repararam? Na última chamada coletiva da Globo com todo o elenco reunido cantando feliz não dava para saber quem era qual.

Bom, mas a Madonna. Queria tanto ir ao show dela. Tanto. Mas sou tão ruim para esse negócio de fila. A única vez na vida em que fiquei horas a fio em uma foi, contei aqui, para comprar ingressos para a final da Libertadores no Maracanã. Todo mundo sabe que o meu time perdeu. E confesso que depois pensei bastante nas horas perdidas de um sábado de sol me esgoelando por um ingresso numa confusão nas Laranjeiras.

Mas a Madonna. Eu fui ao último e único show que ela deu aqui em 90 e alguma coisa. Tinha uns 13, 15 anos, por aí. Minha mãe me levou. Não é fofo? Pois bem, não sei se na época não havia tantos cambistas, mas o fato é que não era insuportável e impossível comprar um ingresso para um grande show. O que houve? Não é a Madonna que está mais famosa. E nem a população cresceu tanto assim. Talvez, as pessoas estejam menos pobres? Bem menos, então. Porque um ingresso está custando umas 200 pratas. Tá aí, que país pobre é esse que tem um montão de gente na fila para comprar bilhetes caríssimos para o show da Madonna?

Ainda vou tentar dar um jeito. Minha última esperança é meu padrinho, picão lá do Bradesco. Nunca pedi nada para ele. Parece que chegou a hora.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Questões de Identificação

Antes, mais um dos meus tantos esclarecimentos: recebi alguns protestos de gente que disse que eu os enganei com o título ‘Barrigada’. Pensaram que eu ia falar sobre cagar ou ‘fazer cocô’, como preferirem. Não, gente. Não. Não gosto de falar sobre cocô. Nem é porque é muita intimidade. É que acho que não acrescenta mesmo. Nunca pendi para o cocô. No sentido de que nunca gostei de ver e nem de fazer piadas com cocô. Vários filmes, comédias escatológicas, se utilizam desse recurso. Não acho a menor graça. Acho nojento mesmo. Um horror. Nunca faria isso aqui. Quis dizer barrigada, querendo falar ‘empurrando com a barriga’. Não sei de onde eu tirei a contração. (Sem trocadilhos, por favor). Mas estamos entendidos, certo? Cocô, não. Mais ou menos como eu falo com a Lua em casa: - Cocô não, Lua. Em casa, não. No blog, não.

Bom, a Revista de Domingo de ontem estava sensacional. Leram? Até porque comparado ao filme da Índia... É, meu filme estava me entediando e aí fiquei dando uma lidinha na revista ao mesmo tempo. Muito diferente do que Ele faz. Ele presta atenção em tudo junto. Eu fiquei me enganando como se eu estivesse vendo as duas coisas. Nada. A revista deu de 10 x 0. Já coloquei coisas da Martha Medeiros aqui. Ela também estava interessante ontem. Mas hoje vou abrir espaço para outro cara que eu admiro: Cláudio Paiva. Adorei a coluna dele de novo. Tanto que, desta vez, vou ter que compartilhar:

- Estou indo para Nova York.
- Sozinho?
- Não. Conheci uma garota. Estou apaixonado.
- Você enlouqueceu?
- Qual é o problema?
- Não se leva uma mulher assim pra Nova York. Essas coisas têm regras. (Minha frase preferida!)
- E qual é a regra?
- Comece levando ela para Tiradentes. Dois dias e olhe lá. Chega num, volta no outro. Se tudo correr direitinho, vocês passam um fim de semana juntos...
- Em Nova York?
- Não. Em Buenos Aires. Nova York só depois de levar ela pra Argentina. Uma coisa de cada vez.
- Europa, nem pensar?
- Se fizer isso antes de casar, aonde você vai levar ela na lua-de-mel?
- E depois?
- Depois que casar, você começa a viajar sozinho. Vai primeiro para São Paulo, trabalhar. Aos poucos essas viagens vão ficando mais freqüentes. Quando sua mulher se acostumar com a idéia, você passa um fim de semana em Buenos Aires...
- Sozinho?!
- Não. Com a amante.
- Não precisa levar ela pra Tiradentes primeiro?
- Não. Com amante você pode pular etapas.
- Depois levo ela pra Nova York.
- Não se leva amante pra Nova York.
- Por quê?!
- O Passaporte. Como é que você vai explicar o carimbo?
- E a minha mulher? Ela não vai mais para lugar nenhum?
- Vai. Ela faz as malas, sai e não volta mais.
- Aí vou pra Nova York com a amante...
- Não vai. Depois da separação você pára de viajar.
- Por quê?!
- Quando sua mulher for embora, você vai se sentir tão culpado que vai gastar seu dinheiro todo mandando seus filhos pra Disney.
- Não dá pra mandar as crianças pra Tiradentes?!
- Não. Sua ex-mulher vai estar lá com o namorado dela.
- E eu?!
- Você vai pra Iguaba.
- O que eu vou fazer em Iguaba?!
- Você vai morar lá por causa do aluguel.
- Iguaba é horrível!
- Você vai morar em lugares piores. Mas vai começar por Iguaba. Essas coisas têm regras...


O ‘Gente Fina’ do Bruno Drummond também estava inspiradinho e, por fim, o horóscopo! Gente, juro que eu queria muito ser a pessoa que escreve os horóscopos só para poder sair zoando geral. Dá uma olhada:

Hoje você prefere ficar na sua, longe dos estímulos externos, de modo que possa curtir as suas manias.(até aí, ok. Falei que eu mandei um foda-se lá e fiquei quieta em casa. Viu!? Eu tinha razão...)
Aproveite para caminhar e meditar. (ôpa. Não caminhei. E sabe qual é a chance de alguém um dia me ver meditando? Zero.)
(e agora, onde eu queria chegar:)Você sabia que quando nossas pernas se movem elas realmente nos levam para frente na vida?(Kkkkkkkkkkk. Sensacional! Fechou minha leitura com chave de ouro.)

Tchau, cambada.