sábado, 12 de dezembro de 2009

Quem tem Filho tem pressa

A frase (título) acima me veio rapidamente à cabeça quando me peguei escolhendo entre ir ao banheiro, almoçar ou dormir, enquanto meu filhote cochilava entre uma mamada e outra. Ser mãe é fazer escolhas.

Ou não ter mais escolha. Eu não posso mais fazer um curso de roteiro em Nova York ou Cuba. Recebi um desses folhetos na rua e me interessei. Parecia um curso bacana, num lugar legal. Várias vezes pensei e tive vontade de levar essa experiência adiante e não fui por medo, preguiça, falta de grana ou circunstâncias. Agora eu simplesmente não posso mais. Fiquei um dia inteiro pensando a respeito olhando volta e meia para o tal folheto em cima da mesa da sala.

Nesta madrugada, o tema viagens que se tornaram impossíveis veio de novo à tona. Eu não posso mais pirar em Barcelona. Ou conhecer os milhões de bares de Salamanca. Fiquei com vontade depois de ver episódios do programa "Vai pra Onde" do Bruno DeLuca. Nunca fui pra Barcelona sozinha e sempre achei que um dia voltaria. Ficou mais difícil.

Em suma, é isso: pela primeira vez na vida, eu realmente sinto que agora há coisas que eu não vou mais poder fazer. Simples assim. Não adianta brigar com os pais; ficar na dúvida se abandona o namorado por uns tempos; e nem cogitar a hipótese de se distanciar do marido momentaneamente. O que me impede é muito maior que qualquer conflito passado. É um ser presente. E lindo. Com uma carinha tão fofa que vale todo e qualquer sacrifício.

Para os que ficaram sem notícias, Antonio Pedro está ótimo, em casa, cheio de saúde e me dando mais alegrias do que todas que tive na vida até aqui.



ps: queria só deixar uma observação que achei interessantíssima, lida no jornal e escrita pelo Zuenir Ventura: o telegrama é o avô do Twitter. O contexto muito bom é o seguinte: mais uma vez cria-se uma polêmica de que uma ferramenta surgiu para ajudar a piorar a escrita dos mortais, já que o máximo no miniblog são 140 caracteres. E Zuenir lembra bem que o telegrama esteve aí anos e anos e nem por isso, as pessoas ficaram mais burras.