domingo, 31 de agosto de 2008

Barrigada

Escrevo após uma ressaca braba de fim de semana chuvoso e alcoolizado, pós musiquinha do Fantástico e pós um Fla X Flu que nos finalmentes ficou em 2 a 2. E quem empatou no fim foram eles. Os outros.

Mas bem, vamos lá deixar uma boa barrigada aqui no domingão.

Aliás, é isso mesmo. Quero falar de barrigada, de preguiça e como é possível combinar e ter um milhão de eventos no mesmo fim-de-semana e não ir a nenhum. E mais, hein: como isso é bom. Como fazer isso, não ir a nenhum, é bom. Uma espécie de sentimento de liberdade. De que a vida é sua. De é que você quem toma as suas decisões. E isso ganha um peso muito maior quando um dos eventos furados era um daqueles bem sacais de reunião familiar.

Nada contra a minha família. É contra a dele mesmo. Não é por mal não. Mas aturar a sua própria família já é chato. Aturar a família dos outros, então, é muito pior. E sem essa de que casou virou da família também e tal. Eles lá já tinham as manias deles desde sempre e eu não ganhei um manual para recuperar o 'tempo perdido'. Porque tem disso. A sua própria família é chata, mas você já lida com ela há tanto tempo que fica mais fácil entrar e sair de situações sem constrangimentos. O que é inversamente proporcional quando se trata de qualquer outro clã.

Muitos dizem que eu reclamo de boca cheia e tal. Que eles são ótimos, que me adoram. São mesmo. Também gosto deles. Mas isso não significa que ir a eventos familiares obrigatórios de uma família que nem é a sua, seja o máximo. Não é. E está mentindo quem diz que não se importa. Todo mundo se importa. Até a menininha prendada, loirinha e de olho azul que o meu marido casaria se antes eu não tivesse aparecido, acharia um tédio. Mesmo de sorriso ensaiado no rosto.

Enfim, me livrei de um desses. Consegui ficar quentinha, debaixo das cobertas bebendo vinho e comendo restos esquisitos da geladeira totalmente sem critério. Minha meia sábado de manhã era branca. Domingo à noite, está preta. Tomei banho sim, para quem se fez essa pergunta. Mas coloquei a mesma meia. É que, como já falei aqui, não gosto de meias. Por isso, tenho pouquíssimas. Aí, peguei uma de alguém que eu achei num dos armários e fiquei com ela até o fim. Não quis roubar duas meias alheias. Achei que aí, seria demais.

Beijocas, moçada. Meu edredom me chama. Dentre as coisas estranhas que me propus a fazer neste final de semana está um filme sobre a história da Índia. Lembra daquele blá blá blá aqui de que eu estava me sentindo burra e tal... pois então, soube que Índia e China vão dominar o mundo. Bem, com as Olimpíadas vi, ouvi e li bastante sobre a China. Agora, verei um filme sobre a Índia. Já dá para debater com estudantes de economia e política...

Até.

sábado, 30 de agosto de 2008

Para o Flávio

Caralho, faz sol a semana inteira e chega fim-de-semana é isso aí. Só me resta, dormir... acabei de acordar, aliás.

E vim cheia de gás para escrever. Não tenho um assunto propriamente dito, mas tenho uma vontade que foi estimulada por mais um encontro que me revelou mais leitores enrustidos. Enrustidos porque não comentam. Se leitores soubessem como é bom receber comentários, talvez fizessem um esforço maior. Ou não. Acho que eu como leitora, por exemplo, não faria. Não teria saco. E não chegaria a me importar com a felicidade tremenda que isso causa em quem escreve. Talvez seja castigo. Viu, bem feito! Quem manda ser egoísta e preguiçosa....

Pois é, mas ainda bem que o destino (meio forte...) se incumbe da responsabilidade de fazer com que meus leitores cruzem meu caminho. Ou eu cruze o deles. O Que foi mais o caso ontem.

É que recebi elogios sinceros de alguém que me conhece, ok. Mas, nas próprias palavras dele, se surpreendeu comigo. E ficou feliz por isso. E falou a mesma coisa algumas vezes e com uma empolgação sincera. E ainda estava com um amigo do lado que, por acaso (ou não), também já tinha lido algumas coisas por indicação do primeiro. Que, por sua vez, ficou sabendo da existência de minhas histórias por um terceiro que também sabe quem sou eu, mas está longe. Esse que está longe também soube de mim por outro ou outra e blá blá blá.

A questão é: se meu blog correu computadores por aí é porque desperta algum interesse. E despertar interesse é tudo de bom que há na vida. Para mim. Qualquer tipo de interesse. Chamar a atenção das pessoas por algo que você é ou que você faz é incrível. E papai e mamãe valem sim. Por que não? Um sorriso orgulhoso de pai faz tudo valer à pena. Da mesma forma que um corte de cabelo ou um investimentozinho na hora de se vestir é recompensado por um olhar descarado de um desconhecido ou, vá lá, até de conhecidos. Uma mulher que sai à noite e diz que odeia ser importunada está mentindo. Quando não recebe olhares ou cantadas, até das mais manjadas que há, volta para a casa triste.

Chamar atenção é necessário. Mas não pode ser forçado. Aí, cai no ridículo e, muitas vezes, no inconveniente. Não é a esse tipo de armas que eu estou me referindo. Estou falando de estratégias muito mais elaboradas, difíceis e trabalhosas. E que costumam ser mais consistentes.

Enfim, adoro ser descoberta. E mais ainda a ter coisas a serem desvendadas sempre. É o que me faz estar feliz na minha relação comigo mesma. Sou minha própria pimenta!

Valeu, Flavinho! Beijo da dri

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Amenidades para Suprir a Falta de Criatividade

Gente, por favor. Alguém aí já viu a chamada da próxima novela das 18h ou 19h, sei lá? “Três Irmãs”, o nome. Cara, que vergoinha. Talvez eu preste mais atenção nessas coisas porque tem a ver com o meu trabalho, mas há umas coisas que nem a minha avó, totalmente leiga, acharia bacana.

Colocaram uma galera famosíssima (que eu ainda não entendi como topou participar da cena) segurando uma longboard, com um croma fake toda vida atrás, meio dançandinho e fazendo acenos constrangedores para a câmera. No fundo: uma trilha, segundo a coluna da Patrícia Kogut, parecida com “Don’t Worry, Be Happy”. Explicando: na semana passada, saiu uma notinha falando que a música tema da abertura da novela, a tal citada aí acima, ainda não foi liberada. Aí, para a chamada, fizeram uma combinação de acordes parecidos com o original. Se alguém não achar que trata-se da mesma música, se mata porque não conhece nada de música. Enfim, trash. E trash ruim. Porque há ‘trashes’ que têm seu valor. Não é o caso.

Outra questão sem importância nenhuma, mas que me chamou a atenção justamente pela banalidade. Ou melhor, por como conseguiram transformar uma coisa séria em banal. Bombeiros que salvam criancinhas pelo telefone. Posso morrer no inferno por estar debochando do assunto. Mas é que enjoei dessa notícia. Enjoei da forma como dão a notícia com toda uma carga igualzinha de dramaticidade e destaque. Só que do jeito que a coisa aparece toda hora, fica parecendo que todo dia um bombeiro salva um bebê pelo telefone e aí, ficou meio chato. Já não me emociona mais como da vez em que vi uma reportagem no “Fantástico”.

Seguindo: outra notícia que não deveria ser nada impressionante, mas acaba sendo pela perplexidade que causa. Pelo menos, em mim. “Gaúcha de 5 anos é eleita Mini Miss Mundo”. Mini Missi Mundo???? Olha só o nome. Esse título por si só já é meio freak, não? Imagina uma Mini Miss Mundo! Não dá nervoso? Transformaram uma criança numa espécie de robozinho adestrado. E olha os bombeiros de novo: “para comemorar, ela desfilou em carro do corpo de bombeiros pelas principais ruas de sua cidade”. Outro adendo da matéria: “apesar da festa, a conquista não foi pelo Rio Grande do Sul. Como ficou em segundo lugar na etapa estadual, acabou concorrendo novamente por Santa Catarina, conquistando posteriormente as etapas nacional e mundial do concurso”. A Mini Miss Mundo já começou roubando! Imagina quando for concorrer num concurso de gente grande?!

Sem mais delongas.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O Rio às 5h da Manhã de Outra Ótica

Caracolis, ELE é mais popular do que eu imaginava. Recebi alguns protestos reclamando sobre o fato deu não falar mais da pessoa. Mas eu quis dizer apenas por um tempo e daquele jeito mela cueca. Os diálogos permanecerão, viu Paulette! E em sua homenagem, segue mais um abaixo fresquinho:


- Onde você estava?
- Na casa da Camila.
- Onde você estava, Adriana?
- Ai caralho... Sério mesmo que você quer discutir, agora? Eu estou exausta.
- Quem me garante que você estava na casa da Camila?
- Eu, querido, eu.
- Mais quem?
- A Camila.
- Mais quem?
- Só. A mãe dela estava lá, mas foi dormir cedo. Não viu até que horas eu fiquei.
- Então, voltamos ao início: onde você estava, Adriana?
- Caceta. NA CASA DA CAMILA! O porteiro. O porteiro me viu saindo. Vai lá falar com a porra do porteiro.
- Posso falar uma coisa?
- Que é caralho?
- Sabe por que eu acho que eu acredito em você?
- Hã? Fala. Por que, criatura?
- Porque nas vezes em que você chegou essa hora e não estava ‘na casa da Camila’, você nunca passou tanto tempo respondendo.
- Como assim?
- Você entra bêbada e dorme calada.
- Olha só, nem sei onde você quer chegar. E eu posso não estar bêbada, mas estou trocando as pernas de cansaço. Então, você acreditando ou não, eu vou mesmo dormir.
- Eu acredito. Enfim, eu acredito.
- Que bom para você. Boa noite.

No dia seguinte já devidamente descansada, fiquei pensando nesse diálogo doido da madrugada. Eu realmente estava na casa da Camila. Trabalhando. E eu realmente não estava bêbada. O que me levou a lembrar de outras coisas estranhas como eu ter dado papo para o moço quando eu cheguei. Coisas como tirar a roupa e colocar a camisola; lavar o rosto antes de dormir; botar comida para os cachorros e... dirigir totalmente sóbria às 5h da manhã. Sabe quando você entra de carro no túnel e não tem ninguém... Já fiz isso antes, mas nunca tinha percebido o túnel assim. O que me leva a afirmar mais uma vez que essa Lei Seca foi ótima para a minha vida e, principalmente, a dos que cruzam o meu caminho.

Mas continuando... não foi só o túnel. As luzes estavam diferentes. As árvores. Nem sabia que tinha tanta árvore no percurso de Ipanema até a Urca. Enfim, a cidade tem outra cara de madrugada e sóbria. Bem, confesso que a madrugada bêbada continua infinitamente mais interessante, mas foi uma experiência.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Separados por um Laptop

Bom, prometo que vou parar de falar do meu marido. Até eu já estou de saco cheio. Mas escrevi essa porra ontem e não dava pra publicar porque já tinha um ontem que eu escrevi 1 da manhã. Enfim, vou colocar esse e prometo ficar um tempo sem falar do rapaz. Se não vou perder meus leitores, o marido (que vai enjoar de mim) e a piada! Aí, não dá.

Não gosto muito de rótulos, estereótipos, preconceitos... Mas não há como negar que os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus. Mesmo as mulheres que nem eu, que às vezes são meio homem.

É realmente doido e claro como pensamos, sentimos, encaramos as coisas e a vida de maneiras distintas. Atenção! Não vou fazer aqui uma reclamação ou lamentação. É mais uma análise mesmo. E uma reflexão de que se nos conformássemos com isso, o mundo seria mais pacífico e com menos sofrimento.

Eu, por exemplo, ficava toda cabisbaixa quando o assunto era ‘ele não lê o que eu escrevo’. Achava que ele não gostava do que eu fazia, não dava bola para as coisas que me interessavam, era insensível em relação a uma coisa que para mim era super importante. Na minha cabeça de mulher, os motivos iam de falta de interesse, passando por machismo e ciúmes até um descaso descomunal com a minha ‘profissão’ de comunicadora. Passei noites em claro triste e tentando entender a falta de sensibilidade do meu próprio marido.

Eis que o motivo principal dele não ser um dos meus leitores era... PREGUIÇA. Simples assim. O fato de ter que ir até o escritório, ligar o computador e ficar ali sozinho no quartinho ‘só’ lendo o meu blog não era forte o suficiente para tirá-lo do sofá e de frente da TV após mais um longo e estressante (ele é gente grande...) dia de trabalho.

Assim que surgiram dois laptops (vieram com os meninos), o ‘problema’ foi resolvido. O moço sempre foi de fazer tudo ao mesmo tempo, sabe? É impossível ele se concentrar, focar numa coisa só. É daquele estilo que fala ao telefone, conversa com três pessoas na frente dele e lê e assina um documento, tudo junto. Deus que me livre ter essa vida. Mas ele se acostumou assim e em casa não consegue ser diferente. Vê televisão (mudando de canal numa velocidade muito mais rápida do que o meu cérebro acompanha e eu nem sou loura), conversa comigo e com outra pessoa se for o acaso sobre assuntos diferentes e ainda come nos intervalos. Enlouquecedor. Mas é assim que ele funciona. E foi assim que meu blog entrou na roda. Além disso tudo aí acima, agora, ele também fica com o laptop no colo e sai por aí navegando na internet.

Pois é. Agora, acompanha comigo: imagina só se, nós mulheres, soubéssemos ou enxergássemos que nossos problemas, traumas e tristezas poderiam ser resolvidos com a compra de um laptop!?

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Párem as Máquinas!

Pára tudo! Acabei de descobrir que ELE passou a ler meu blog. Peguei o menino com o olho na botija. E não só lê, como saiu fazendo comentários a torto e a direito.

Hoje é um dia muito importante para mim. De verdade. Estou muito, muito feliz. É tão ruim achar que quem mais importa para você, não se importa (guardados os devidos exageros da frase). Mas é assim que eu me sentia. Não queria forçar. Queria que fosse natural, por interesse.

E, pela enchurrada de comentários avisados por e-mail automático, deu para sentir que o cara foi lendo, lendo, lendo e não conseguia parar.

E sabe o que foi mais prazeroso disso tudo? É que antes de flagrá-lo, eu comecei a ler os tais comentários e percebi, desconfiei que era ele. Nada que estava escrito denunciava o rapaz, mas, não sei dizer exatamente o quê, algo me fez reconhecê-lo ali com quase nenhuma pista. É um sentimento sensacional comprovar que você conhece alguém de um jeito que nem você sabe direito.

Seja bem-vindo, meu amor!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Esquisitices

Alguma coisa está fora da ordem. Fora da nova ordem mundial! Só eu odeio chuchu??? A porra do chuchu deu ibope pra cacete, a ponto da minha amiga Deca, recém chegada de Ibiza (nada a ver, mas quis dizer), falar que adora chuchu, o legume!? O que será de nós? Há uma legião de apreciadores de chuchu? Fiquei passada...

Agora, uma das minhas esquisitices: falo sozinha... em inglês. Desde nova. Sei lá, com 13, 14 anos. Começou na época em que eu entrei no curso e me acompanha pela vida até hoje.

E o engraçado é que é totalmente sem eu me dar conta. Estou lá no banheiro, tirando pelinhos da sobrancelha, de cara para o espelho, e aí, começo a debater comigo mesma questões atuais que ocupam meus pensamentos. Em inglês. Faço até diálogos. Eu falo e faço também o outro respondendo. Dramatizo. Crio situações de suspense. Faço caras e bocas.

Uma vez, juro, parei no meio e fui até o dicionário checar uma palavra que eu estava na dúvida. Voltei e continuei a cena. Claro que, a essa altura, eu já havia percebido que falava em inglês e continuei de propósito.

O fato é que eu adoro. Deve ser porque soa diferente do que estou acostumada a ouvir. E para quem enjoa de tudo, até um diálogo em outra língua é bem-vindo. Mas é mais que isso. Acho bonito. Mais elegante. Prende mais a atenção.

‘Sweet, I love you’ é imensamente melhor do que ‘Docinho, eu te amo’ (para continuar na questão dos apelidos...). Deu para entender do que eu estou falando?

Músicas. Tirando MPB das antigas e uma ou outra, as letras são muito melhores de cantar em inglês. Em português, fica cafona. Imaginem aquele exercício de cursinho do ‘complete a música’ em português. Vai dizer que não ia dar vergoinha das letras? Ia sim, vai...

E olha que eu nem sou a favor desse estrangeirismo todo que há na Barra, por exemplo. Não. Também é cafonérrimo. São temas totalmente diferentes. Não estou defendendo isso, só estou dizendo que músicas, filmes, séries e alguns diálogos soam melhor em inglês no meu contexto de ‘estar sozinha’.

Não sei se ficou claro não...

Li na coluna do Veríssimo - há bastante tempo, mas me marcou - que o Mário Quintana disse que estilo é uma dificuldade de expressão. Adorei. Adoro o Quintana. Adoro o Veríssimo. E, talvez, eu esteja querendo fazer estilo.

domingo, 24 de agosto de 2008

Equilíbrio Olímpico

Que saco. Parece que no esporte acontece igual na vida de um modo geral. Não me expliquei direito, mas o que estou querendo falar é que, na maioria das vezes, o que rola é: não dá para ter tudo.... Por quê? Que diabos. O que custava termos ganho o ouro no feminino e no masculino? Ia ficar tão bonitinho. As duas finais iguaizinhas com os mesmos adversários e com os mesmos vencedores! Não. Ficou metade para cada lado.

O tal do equilíbrio que me irrita. Odeio equilíbrio. Mesmo quando ele é necessário. Equilíbrio é sinal de que não foi sensacional nem para lá, nem para cá. Qual a graça de ninguém ficar feliz pra caralho? Jura mesmo que o bom é ficar feliz mais ou menos? Não concordo com as leis da vida. Prefiro um mundo injusto do que um mundo na média.

Fiquei realmente triste pela derrota dos meninos. Fiquei pensando na vida pessoal de cada um. Sei lá se é por que eu entrevistei todos eles daquela vez. O fato é que fiquei me lembrando que o Marcelinho ia ser pai durante os jogos e não ia conhecer o filho até voltar para casa. Que fosse com o ouro, oras! Olha como seria muito mais correto. E o Bernardinho? É aniversário dele amanhã. E o Bruninho queria dar a medalha de ouro de presente ao pai, após ter conquistado finalmente a confiança dele na quadra. Não seria bonito? Giba também está prestes a ter outro rebento e deixou a mulher meio de lado para treinar e viajar para os jogos olímpicos. Muito mais recompensador se ele chegasse com uma medalha de ouro para o barrigão de 9 meses da compreensiva Cristina. Os irmãos Gustavo e Murilo, jogando juntos! Olha que emocionante para os pais deles, se vissem os filhos subirem ao pódio lado a lado. Sei não... mas uma vitória brasileira teria muito mais graça. Acho que se os jogadores dos Estados Unidos soubessem disso tudo, teriam dado uma balançada.

Como na final da Libertadores. Como assim o Fluminense não ganhou? Não quero chorar o leite derramado, mas é que há certas coisas que acontecem (ou não acontecem) que eu não consigo ver explicação. Parece tão errado, sabe?

Bom, deixo aqui minha solidariedade inconformada aos meus meninos.

sábado, 23 de agosto de 2008

Oi Chuchu

Esqueci de deixar meu testemunho de sábado. Não vou me desculpar de novo porque isso já está ficando chato, mas vou colocar um negocinho aqui na data de 23 de agosto.

É mais ou menos uma reedição da questão dos ‘apelidos’. Mas não entre casais e sim apelidinhos, supostamente carinhosos, que algumas pessoas usam para falar com os outros. E esse ‘outros’ é meio sem critério. Vai da amiga ao namorado. Uma espécie de alcunha polivalente.

Então, ‘Oi, Chuchu’. O tom do ‘chuchu’ é realmente uma gracinha. É meigo. Para um desatento, é mesmo algo carinhoso. Mostra que aquele alguém tem estima por você. Mas alguém me explica por que ‘chuchu’ é carinhoso?

Docinho de coco é brega, mas diz a que veio. Agora, chuchu é foda.

Não me lembro da última vez que comi chuchu, provavelmente deve ter sido quando eu era bebê e o pediatra manda as mães darem legumes diversos às crianças. Mas depois, ninguém mais come chuchu por aí por livre e espontânea vontade.

O estranho é que junto com o ‘oi chuchu’ bonitinho, tem o ‘dá mais que chuchu na serra’, que convenhamos, decididamente, não é carinhoso.

O que me leva a acreditar que o chuchu é um sobrevivente. Já que não pegou na mesa, deu lá seu jeito de chegar à boca do povo...


Cantinho do Fluminense

Não fui ao Maracanã e não vi o empate entre Fluminense e Sport. Mas está aí registrado: 1 x 1. E parece que Seu Cuca pegou o Dodô... Se estressaram, os moços.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Comportamento Infantil

Pessoas são realmente muito engraçadas. As que você conhece bem, então, ih... essas vivem surpreendendo.

ELE. Bom, conheço quem dorme ao meu lado todos os dias, certo? Mais ou menos.

Ele sempre foi mais quieto do que extrovertido. Mais calado que falante. Mais elegante que escrachado. Mais fino que despachado. Resumindo, mais chato do que eu.

Bem, desde que os meninos (é assim que nos referimos aos portugueses que aqui estão) chegaram, meu morno marido não é mais a mesma pessoa.

De uma hora para outra, subiu uns três ou quatro tons. Alto, ele sempre falou, mas agora ele grita. Piadinhas meio sem graça sempre fizeram parte do repertório. Mas agora ele sacaneia qualquer coisa ou pessoa o tempo todo. Eu sou o alvo preferencial. Na mesa de bar é o que mais conta histórias. Em casa, é o último a dormir. Tem saído mais que eu e ri mais alto do que qualquer ser num raio de 1km. Que passa?

Se a gente fosse criança ou adolescente, eu poderia dizer que ele está tentando aparecer. Mas ficaria meio ridículo um cara de trinta e poucos anos, competir por atenção. Não combina.

Mas qual a explicação, então? Só consigo pensar em algo relacionado a uma felicidade genuína que vem de um sentimento sincero de estar adorando ficar mais perto da família. Talvez para quem sempre conviveu bastante com pai, mãe, irmãos e primos, como eu, por exemplo, isso passe meio batido. Mas para uma pessoa que cresceu quase que solitário com os pais se dividindo entre Brasil e Portugal; que teve poucos eventos e festas que reuniam a criançada toda; enfim, que não teve uma convivência familiar freqüente, isso seja algo que empolgue de verdade.

E aí, faz todo o sentido ele voltar à infância ou adolescência e ter um comportamento meio infantil. É como se ele estivesse vivendo uma fase que não teve. Uma fase tardia. Mas tão necessária, que aparece até assim, quando o sujeito já é homem feito.

Bem, depois que fiz essa análise, em vez de reclamar que ele está ‘over’ e reprimir a criança, eu fico observando de longe os gritos em competições de vídeogame; os sorrisos estridentes de madrugada por ter ouvido alguma traquinagem; perdôo quando ele chega bem mais para lá do que para cá junto com os outros dois que também não se agüentam em pé; deixo fazer piada comigo o tempo todo e ver como isso causa risinhos prazerosos; vou lá assisti-lo jogar basquete; ponho roupa fedida para lavar; não reclamo de areia pelo chão e nem de pratos, copos e tudo quanto é coisa espalhadas pela casa; e sei direitinho quando é e quando não é para eu participar da brincadeira.

Como recompensa, eu ganho um olhar de cumplicidade e agradecimento que não tem preço, tipo o comercial do cartão de crédito. E quando quem você ama está feliz, o que fazer senão ficar feliz também? É bem mais fácil assim.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Síndrome de Burrice

Atenção, paciência comigo. Era para eu publicar aqui ontem, mas deixei para a noite e tomei um porre daqueles... Aí, esqueci. Então, segue, com um pouquinho de atraso, meu texto de ontem. É meio chato, vou avisando.

Primeiro uma errata: roubei a piada errado. Explicando: quem falou primeiro que o Diego Hipólito tinha cara de peru, foi Camila. Achei também e usei sem créditos. Mas a moça veio indignada reclamar que não é peru, é piru mesmo. Segundo ela, 'nosso' Diego parece mesmo um órgão sexual masculino. "Olha aquelas veias saltadas imensas quando ele está na barra!?". ok, está registrado. Diego Hipólito tem cara de piru.

Agora, a chatice: vou confessar uma coisa que só conversei com meu marido há poucos dias. Tenho me sentido burra. Não burra, burra. Mas, burra. Falta-me bagagem, por assim dizer. Ele falou que é besteira, que eu estou exagerando, que sou mais inteligente que muita gente. Não me bastou.

É que desde que saí do meu ex-trabalho, que tinha sido praticamente meu único trabalho até então, tenho pisado em ovos às vezes ao conversar com clientes e opinar sobre determinados assuntos. Por sete anos, eu tive quase que uma única área de atuação: cinema. E mesmo assim, nada muito profundo e tal, que envolvesse os grandes mestres e as grandes escolas. Era um cinema de atualidades, muito mais entretenimento que teoria. Vivi bem e feliz com meus conhecimentos supérfluos.

Atualmente, não tenho um tema definido. Tenho que me meter em qualquer assunto e prestar serviço para as mais variadas áreas. E é aí que eu comecei a sentir falta de informações mais relevantes em meu HD. Principalmente, em relação à História, Política e Economia. Chato? É, pra caralho. Mas, o que eu posso fazer? Tem me feito falta. Bastante.

Se há uma coisa que eu odeio é ficar calada numa reunião, numa conversa, numa mesa de bar. Por outro lado, se eu não estou muito segura do que vou falar, me calo mesmo. E tenho ficado bastante calada ultimamente. No início, fui empurrando para baixo do tapete. Com o passar do tempo, começou a me cutucar.

Sempre fui boa aluna no colégio e sei o basicão. A situação não é tão desesperadora. Acontece que meu curso de comunicação na faculdade não me acrescentou grandes coisas. ELE vive falando pra me importunar que eu tinha aula de Corte e Colagem. Eu fico puta, mas tem um fundinho de verdade. E pela evolução da vida, acabei caindo nas tais atualidades do mundo do entretenimento. Sempre li jornal. Mas ler, ler mesmo, só o Segundo Caderno. O resto é meio que uma passada de olho.

O fato é que nos últimos tempos surgiram trabalhos em campanhas políticas; um curso de roteiro sobre a teoria de autores consagrados e essenciais para eu coordenar; um vídeo sobre o governo de Itamar Franco e suas políticas sociais; e um programa de TV sobre finanças. Oh My God!

E sabe o que é pior? Resolvi sair dizendo sim para tudo. Lembrem que eu sou fácil, fácil.

Mas não sou tão maluca. Achei que era a melhor maneira de remediar a minha burrice. Nada como uma obrigação e uma recompensa para nos forçar a fazer algo chato. Veja bem, não estou orgulhosa de mim por entrar nesse mundo acadêmico e cheio de termos complicados. Mas algo me diz que é necessário.


Cantinho do Fluminense

E não é que o Mestre Cuca (...outra gracinha...) está dando sorte!? Washington resolveu ser artilheiro. Ok, que o momento mais oportuno era na Libertadores, mas sair da zona já está valendo. Flu 3 X 1 no Náutico. Estou voltando a considerar a hipótese de levar os portugas ao Maraca. Acho que sábado pode ser um bom dia.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Olimpíadas

Não vi quase nada dessas Olimpíadas. Mas, pelo que andei me informando, não teve mesmo muita coisa para ver. Só os meus meninos do volley ainda geram confiança. Gustavo ficou uma graça de cabelo raspado.

Falando em volley e Gustavo, soube do bafafá entre ele e Bernardinho porque meu muso ruivo foi se meter em briga de pai e filho. Bafão. Aliás, até em Olimpíadas eu pendo para o lado mais comportamental da coisa e adoro uma fofoca. Fiquei passada com o cara que deixou a medalha no chão e foi embora. E a 10ª vara perdida pela organização chinesa?! Achei que só os japoneses precisassem roubar varas alheias por aí. O que foi o tombo e a cara do Diego Hipólito!? Impressionante como aquele menino (é menino? Não sei...) é igualzinho a um peru, por ironia do destino... Daiane decepcionou mais uma vez; Jade chorou mais uma vez; e uma galera aí saiu pedindo desculpas a torto e a direito. Ouro mesmo só um azarão chamado Cesar Cielo que fez o Caderno de Esportes do Globo fazer um trocadilho infame na manchete de capa: “Do Cielo ao Inferno”. Futebol feminino está aí na luta. Quero mais é que a gente leve o ouro e a categoria de saias ganhe mais investimento. Por que se formos depender dos meninos... Vexame. Tipo meu fluminense. Que não é citado aqui há um bom tempo. É de propósito. Estou de mal. E numa espécie de observação para ver se o Cuca vai pegar... (depois reclamo dos trocadilhos do Globo. Cara de pau.)

Bom, é isso minha gente. Tenho escrito menos ultimamente. Não por falta de vontade, mas por cansaço mesmo. As coisas na minha casa ainda não se ajeitaram totalmente e a minha vida ainda está de pernas para o ar comigo tentando ser boa mulher, dona de casa, profissional, anfitriã e original. Pelo menos, a TV já está devidamente instalada.

Para me despedir, vou usar um outro trocadilho, esse recebido de um amigo e que eu só fui entender no carro, dirigindo, um bom tempo depois de ter lido o e-mail, onde ele acabava dizendo: beijing 2008.

Não é super criativo?! Eu adorei, depois que caiu a ficha. É, meu cansaço é pra valer.

Então é isso,
Beijing 2008.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Adriana Maia - O Retorno!

Povo, voltei! Paula, voltei! Tem coisas que a gente só vê mesmo nessas horas difíceis. E nesse período conturbado da minha vida, vi que pelo menos a Paula não pode viver sem mim. Já é alguma coisa!

Para quem tiver curiosidade e não acompanhou meu drama por telefone ou sinal de fumaça, estava impossibilitada de me comunicar com o mundo. Mudança nunca mais! (até porque não pretendo mesmo sair mais daqui!) Oh trabalheira. Estou um trapo.

Nunca tive unhas. Agora, desconfio que estou sem sabugos. (acho essa palavra engraçadérrima...) Os cabelos estão ressecados e meu aspecto é de suja há dias. Diferentemente de minha amiga Lívia Ghelli, eu não tenho um conjunto de plush e um coque despretensioso e sedoso na cabeça, enquanto encaixoto e desencaixoto minhas tralhas. Meu vestuário nesse tipo de ocasião resume-se a blusas rasgadas e shorts molinhos. O pé é preto! E os ossos e músculos doem, como doem...

Mas estou de volta. É o que importa. (juro que a intenção não era rimar). E, quem tiver paciência, vá lendo de traz para frente. Vou colocar um causinho em cada dia para traz que não escrevi. Divirtam-se. E amanhã: tudo novo de novo!

beijo nos meninos e abraço nas meninas.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Desdobramentos do Mundo Ecológico

- Você joga o papel higiênico na lixeira ou no vaso?
- Depende da descarga.
- Não. Quero saber qual é melhor?
- Depende da descarga.
- Não, Adriana. O que faz menos mal ao meio ambiente?
- PQP. Sei lá. Não vai tudo para o mesmo lugar?
- Acho que não. Essa é a minha dúvida. Nunca sei se devo jogar na lixeira ou no vaso.
- Uau. Imagino você, sentada no vaso, com um papel sujo de merda na mão, pensando no que fazer.
- É sério. Isso está realmente mexendo comigo. Queria ser uma pessoa melhor.
- Onde você joga o seu papel define se você será uma pessoa melhor, é isso?
- Já é alguma coisa.
- Você gosta de maionese?
- Oi?
- Maionese. Você gosta?
- Às vezes. Faz mal. Mas saiu uma agora que é melhor. Já provou? Chama Hellman’s DeLeite.
- Era aí que eu queria chegar. Não se preocupe. Na sua concepção, você é uma pessoa melhor. Pode jogar o papel onde quiser. Você já está fazendo a sua parte.

* pra quem não entendeu, vá ao post “Cuidado”, do dia 06 de julho.

domingo, 17 de agosto de 2008

Pochete

Não pode. Homem não pode usar pochete de jeito nenhum. É triste. Mais triste só a combinação sunga, pochete e tênis no calçadão.

Eis que Miguel, um dos portugueses hospedados sob o meu teto, aparece com uma. Sofri por dentro. Não conseguia olhar. Pensei em mil maneiras de dizer a ele sem ser grosseira. Não encontrava o tal jeito. Aquilo estava me corroendo.

Aí, vejam só como a simplicidade masculina é um exemplo para nós mulheres complicadas e cheias de nhé nhé nhem: Ele sai do banheiro, passa andando rápido pelo corredor, vê Miguel e diz, simples assim:

- Aí, Miguel, homem no Rio de Janeiro não usa pochete, não. Se quiser pegar mulher, melhor ir sem.

Miguel sumiu com a pochete e saiu feliz e contente à caça das brasileiras.

sábado, 16 de agosto de 2008

Não Empresto

Odeio emprestar minhas coisas. Qualquer tipo de coisa. Livro é o objeto que tenho mais ciúmes e o que mais tem chance de não voltar. Roupa é o que mais me dói. E coisas como câmeras fotográficas e afins, para mim, não deveriam parecer coisas emprestáveis.

Não gosto de pegar coisas emprestadas em solidariedade a quem está emprestando. Quase nunca peço nada. E, se peço, é no desespero. Uma situação de vida ou morte como a necessidade de seduzir o sexo oposto e precisar daquele vestido da amiga. Aí, sou cara de pau. Mas é raro.

Estou falando isso porque (ainda na mudança) dei falta de várias coisas minhas que estão emprestadas por aí. E que eu tinha esquecido. Essa minha cabeça que vive me traindo... Coisas que, muito provavelmente, nunca mais voltarei a ver. E isso me deixou triste. Tem troço que eu nem sei onde foi parar.

Aí, tomei uma decisão radical. A partir de hoje, não empresto mais nada. Não adianta pedir. Nem com jeitinho.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A Vida sem Televisão

Olha, juro por Deus, não sei como os povos de antigamente conseguiam viver sem televisão. E essa história de que quem não tem TV, trepa adoidado é uma mentira das boas. Não há quem agüente. Tem uma hora que perde a graça. Não tem canal para mudar, sabe? Uma coisa assim meio TV aberta. Tem lá a Globo, a coisa vai decaindo para o SBT, chega a Record e, depois disso, é o mundo Trash. Não há mais quem veja. O Sexo precisa de uma TV a cabo para ser feito todos os dias...

Mas o fato é que até hoje, desde que me mudei, ainda não tenho a companhia da televisão em meu doce lar. Problemas burocráticos junto com a minha conhecida falta de paciência resultaram num efeito retardado de nossa volta à rotina dos meios de comunicação.

No início, eu estava achando interessante. Nunca ouvi tanta música (e, vá lá, fiz tanto sexo num intervalo tão curto, com a mesma pessoa). Apreciei muito o silêncio. Ouvi bastante a conversa dos vizinhos. Li. Isso foi realmente bom. E aí, comecei a bater a cabeça na parede.

Venci minha inércia e preguiça e fui à luta. Mas a NET só chega na semana que vem. Até lá, é dar asas à imaginação. Socorro!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Joga Fora no Lixo

Dia 14, estava lá anotado na minha agenda para eu escrever depois: ‘Joga Fora no Lixo’.

Bom, é só para compartilhar o meu prazer quase inenarrável de jogar coisas fora. E numa mudança, a coisa ganha um status de utilidade pública, já que quanto menos peso, melhor.

Estou me referindo desde papel até móveis velhos e sem vida. O item mais estranho da minha lixeira foi uma espécie de luminária de papel que eu e ele compramos na Argentina e, na época, achamos incrível. A coitada está há três anos guardada no armário. Achei que ela merecia tentar ir para o teto de alguém.

Baterias e carregadores de celulares roubados ou perdidos foram um dos objetos mais numerosos. Só não bateram as canetas que não funcionam mais.

Recibos. Gente, me libertei. Rasguei a porra toda. Só deixei os últimos. Resolvi desafiar essa regra maluca de que se deve guardar os comprovantes de tudo quanto é coisa por cinco anos. Já viram o volume que isso faz? Dá não...

Uma vida nova, sem restos e cacarecos me espera!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Rabo Preso

Estou muito, muito atrasada. Mas como não dá tempo de atualizar tudo em um dia só, vou fazendo aos poucos.
Abaixo, um diálogo que eu juro que aconteceu no dia 13.

Eu e Camila sentadas em frente ao computador:

- Você tem uma almofadinha?
- Pra quê? Hemorróidas?
- Não te falei não?
- Mentiiira que você tem hemorróidas!
- Não! É que o meu cóccix* é mais pontudo que o normal. Aí machuca.
- Tipo um rabo.
- Nããão. Ele é só um pouquinho maior do que os outros.
- Ok, então você tem literalmente o rabo preso.


*Nota da autora:
Finalmente aprendi a escrever cóccix. E descobri porque o meu ossinho doía no Pilates.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Divagações sobre o Outro

Preciso mandar um abraço (estou tímida porque eu não conheço pessoalmente, mas queria mandar mesmo é um beijo estalado na bochecha) para o Francisco de Santo André. Uma coisa assim bem Rádio 98 FM. Mas é que Francisco de Santo André me deu um gás que nenhum dos meus fiéis amigos e amigas de todos os dias conseguiram.

Pois é. O ser humano é ingrato. Eu então... ingrata, egoísta, fria. Escuto esses 'elogios' há tempos. Apesar de achar que meu 'elogio' principal é ser sincera. E por isso assumo que o Francisco de Santo André, que eu nunca vi mais gordo, é quem mais me deixou feliz nos últimos dias. Olha que eu ganhei uma casa na Urca, dois hóspedes fantásticos e algumas notícias boas. Mas nada barrou as palavras acolhedoras do Francisco.

É incrível como alguém com uma vida totalmente diferente da sua, em outra cidade, outro estado, de outra faixa etária (Francisco é mais velho que eu uns bons aninhos), que nunca te viu e, muito provavelmente, nem vai te ver, consegue ações e reações concretas.

Esse é o lado fascinante da internet. A possibilidade de cabeças distintas se comunicarem apenas através de suas idéias e pensamentos. Algo tão poderoso que é capaz de provocar uma identificação em outro totalmente diferente.

Francisco diz que lê o que eu escrevo todos os dias. Bem, a Paula lê o que eu escrevo todos os dias. A Deca lê o que eu escrevo todos os dias. O Edu, a Ana B., a Tai, o Renato. ok. Mas o Francisco!? O que leva o Francisco a me ler todo santo dia? Algo totalmente autêntico que nasceu sozinho, espontâneo.

Francisco não me conhece. Francisco não lê algo e associa ao meu jeito, ao meu modo de falar ou de vestir. Francisco não lê uma frase e lembra de um dia em que eu disse algo parecido. Não. Francisco só me conhece daqui. E por isso, para mim, Francisco é tão importante.

Talvez se um dia eu tiver outras e outros Franciscos eu não tenha o prazer de dar o devido valor a todos eles. Quando o único se transforma em muitos, perde um pouco o foco. Cai no bolo. Certamente, ficarei muito feliz. Quem me dera ter uma legião de leitores por aí. Ficarei satisfeitíssima. Mas Francisco será sempre o Francisco.
Ganhou lugar de honra. Obrigada, Francisco. E, tomara, que você leia todos os dias mesmo. Porque isso foi para você.

Até. Não sei quando conseguirei voltar. Tudo depende da Oi ou da Net. Beijo, Chico (oh a intimidade...) Beijo, povo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Texto da Gaveta - "Apelidos"

Olá, meus queridos. Estou aqui de novo, na casa dos meus pais, como uma Sem Terra dos computadores. Se ficar sem celular é ruim, sem computador é uma desgraça. Por outro lado, é um pouco libertador. Parece que eu estou num país estrangeiro, aonde, dificilmente, alguém vai me encontrar. É isso. Estou estrangeira em minha própria Terra. Até o tempo corre diferente. Exatamente como quando estamos em viagem ao exterior. Meu fuso está confuso.

Aí, aqui no buraco de segunda, vou colocar um texto de gaveta. Um que estava escrito e que eu achei aqui no computador da sister Taty. Foi escrito há um tempão. Eu nem sonhava em ter um blog. Curtam a experiência. Beijocas.

- Vem cá minha coelhinha.
- Já vou, meu cachorrão.

Gente, por favor. Nem sou muito defensora de limites, mas um pouquinho não faz mal a ninguém e faz um bem danado aos outros. Nesse caso, aos outros que presenciam um diálogo entre casais como esse aí acima. Eu, particularmente, não gosto de apelidos fofos. Mas, ok, respeito quem gosta. Só não acho que os coelhinhas, anjinhos, cachorrões e docinhos de coco devam sair do limite a sós, entre quatro paredes.

Mas a grande maioria que apelida não só apelida, como divulga seus apelidos. E, muitas vezes, é surpreendente! A coelhinha aí que chama seu amado de cachorrão é uma das pessoas mais tímidas que eu já conheci. Vai entender...

Sei que isso pode parecer uma coisa meio ranzinza, inveja do amor alheio... Mas não é. Prometo que não sou mal amada. Tenho implicância mesmo. Quanto maior a faixa etária, mais ridículo. Se bem que, talvez não. Talvez, dois velhinhos se chamando de algo fofo, possa ficar uma coisa meiga e não tão incômoda.

Tive um namorado que me chamava de coisicucha. É, assim mesmo, esquisito assim. Cortei a tempo de ficar com eca do rapaz. Não que tenha adiantado muito, a coisa toda durou pouco. Não lembro porque agora, mas só o fato dele ter pensado nesse apelido, já deve ter ajudado a degringolar. Não preciso de muito pra cismar ao contrário com alguém. Aliás, minha tendência maior é cismar e descismar numa intensidade bem parecida e alta.

Bom, na minha relação atual, vou confessar. Existe um apelido. Mas gosto. Gosto porque é engraçado, foi espirituoso quando dito pela primeira vez e mudou o foco de um assunto chato que mulheres teimam em voltar o tempo todo. Vivemos nos achando gordas. E, pior que isso, ficamos perguntando o que eles acham disso. E as respostas nunca são bem interpretadas por nós.

Gato escaldado, meu respectivo já de saco cheio de tentar adivinhar a melhor maneira de responder, ficou calado. Aí, um tempo depois, quando já falávamos de outra coisa, e eu estava um tom acima, indignada com algo que agora não lembro, ele me chamou (tapem os ouvidos, ou fechem os olhos se não quiserem saber!) de ‘roliça rebelde’. Foi engraçado. Ri. E funcionou para acalmar a minha rebeldia. Pelo menos naquele momento...

domingo, 10 de agosto de 2008

Livro do Papai

Gente, acabei. Gente, chorei.

Alguns sabem, outros não, mas meu pai sempre gostou de escrever. Muito provavelmente, passou isso para mim geneticamente. Bom, mas que nem eu também, ele ainda não tinha se aventurado a escrever sua própria história.

Mas depois de uma vida significativa e duas filhas criadas, ele sentou e escreveu um livro. Livro este que foi me entregue há mais de 1 ano para que eu fizesse a revisão e desse o meu veredicto.

Sei lá porque – aliás, desconfio de algumas coisas. Falo já. - , demorei horrores para cumprir a tarefa. No meio do caminho, eu briguei com ele porque ele me botou como um navio; decidi escrever também algo parecido com um livro; e me embananei toda com meu horário.

Mas acho que muito da embromação foi por medo. Receio de não gostar e ter que falar para ele. Cagaço de achar que ele escreve muito mal e não querer saber disso. E coisas do gênero.

Bom, mas há um mês e meio mais ou menos, decidi me dedicar e me planejar para acabar de ler e fazer a revisão até o dia dos pais. Hoje. Consegui. E não poderia ter dado presente melhor para... MIM!

Foi emocionante ler um livro através das palavras do meu pai. Ele tem vários problemas de pontuação e vocabulário? Tem. É péssimo em estruturação de frases? É. Não conhece sinônimos? Não. Mas a alma do negócio é dele. E a alma dele é fantástica.

Atenção! Não é nenhuma história super profunda, que faça pensar e que vá causar o efeito emocionante que causou em mim em todos que lerem. Não. Longe disso. É um suspense. Uma trama que pretende entreter e passar o tempo de quem lê.

O estilo dele não tem nada a ver com o meu. O que é ótimo. Me livra da pior das comparações. Eu não consigo escrever quase nada que não esteja na cara que eu estou ali. Ele escreveu uma história de ficção com pitadas das características de gente importante para ele.

E isso é que foi uma delícia para mim. Ir reconhecendo, sacando, pegando o que havia ali de mim, da minha mãe, da minha irmã, de amigos dele e, principalmente, dele e de como ele viveu e vive a vida dele até aqui.

O personagem principal traduz como papai enxerga a vida. Um cara corajoso, malandro, safo, mulherengo, honesto e que adora uma aventura e uma mulher decidida. Carlos (é esse o nome do personagem) adora um whyskizinho, não recusa uma cervijinha, não deixa passar uma morena despercebida e é, admiravelmente, fiel aos amigos. O cara preza a alegria de viver, trabalha sem se esquecer que há vida lá fora e ama pessoas, situações e cachorros.

Aliás, Lara, a cachorra atual dele, é a única que aparece nomeada e é real na história. Ganhou lugar de destaque. Eu estou pelo livro todo, principalmente, em Claudia, a única mulher que Carlos respeita, escuta e obedece. Claudia é super decidida, prática, dona de si. Uma heroína. Para mim, eu sou Cláudia. E que ele não me diga o contrário...

Bom, não vou contar a história toda aqui. Mas, para quem gosta, há diamantes, assassinatos, polícia, bandidos, máfia... Uma espécie de Sidney Sheldon tupiniquim. Ainda não decidi o título. Mas aviso. Se tudo der certo e uma amiga lá dele ajudar, o livro será publicado.

Só quero falar mais uma coisinha que me deixou feliz e me fez abrir um sorrisão. É que mais para o fim aparece uma passagem em que Carlos diz que sempre viveu intensamente por causa de uma frase dita a ele certa vez. E essa frase é a mesma frase que escuto dele, de papai, desde que aprendi a falar. Aí, desabei de emoção.

Feliz Dia dos Pais, meu herói!

Você pode perder tudo na sua vida, certamente vai lhe fazer falta, mas jamais perca seus sonhos, sem eles você vai continuar a existir, mas terá deixado de viver.

sábado, 9 de agosto de 2008

Eu ou Ela

Domingo permanece. Mas, agora, vamos a sábado. Um momento rápido: ao ver há pouco o texto de sexta publicado, me toquei que mudei efetivamente no dia 08/08/08! Não falei que 8 era o meu número da sorte!? Agora, segue o que eu escrevi no sábado. Esse foi à mão, recém-digitado do papel. Está fresquinho!

Mais um título comercial. Confesso que adoro fazer isso. Me dá um prazer interno bobo, mas satisfatório. Queria que todo mundo começasse a ler pensando que existe outra na vida dele e que eu dei um ultimato no menino.

Não. Que eu saiba, sou soberana. Se bem que mais de uma pessoa já me disse que essa minha certeza absoluta da fidelidade e lealdade dele pode ser uma pista de que ele tem, sei lá, outra família. Não é muito normal mesmo uma pessoa passar tanta segurança. E olha que eu já dei motivo mais do que de sobra para ele balançar. Mas nada. Continua ali para o que der e vier. A outra família deve sofrer.

Bom, mas o assunto não é ele.

Como é que a gente sabe se é a gente que enxerga alguém de um jeito ou se é a gente que é culpado por enxergar alguém daquele jeito? É ela que é assim? Ou sou eu que a vejo assim? Ou eu que a faço ser assim comigo? Até que ponto o motivo do buraco que existe entre você e alguém é a vida ou você mesmo?

Meio chato meus questionamentos capciosos aí acima. Mas eu tenho pensado muito nisso desde que fui pela primeira vez só com a minha irmã ao Maracanã.

Ela não faz parte do meu convívio social (se bem que, ultimamente, nem tenho tido convívio social...). Bom, ela não faz parte da minha vida extra-familiar. Nunca fez. E, até aqui, eu achava que era pela mesma desculpa que eu carrego desde que somos pequenas e morávamos na mesma casa. A diferença de idade, primeiro. E, depois, a diferença de idade e temperamento com o passar dos anos.

Mas a verdade é que eu nunca fiz muito esforço para tentar mudar isso. Ela era diferente de mim e ponto final. Tínhamos em comum, o mesmo pai. Que, não raro, disputávamos a atenção e eu sempre fiz questão de mostrar que era a preferida, de certa forma. Bom, com o passar do tempo, fui vendo, que isso é uma verdade em que só eu acredito. E, que, muito por medo, de ver que não era bem assim, a mantive numa distância segura.

Aos poucos, fui enxergando a importância dela na vida dele e, o pior, o quanto ela é parecida com ele. Espontânea, se dá bem com todo mundo, engraçada, fala pelos cotovelos, simpática até dizer chega, cheia de amigos. Enfim, não há um ser que não goste dela. Cativante. E um pouco sem limites, digamos assim. Tatiana é uma versão em miniatura de papai.

E eu não queria dar chance a ela. Nenhuma.

Mas algo aconteceu. Uma barreira foi quebrada. Ela entrou. De alguma forma. E, do jeito que é, foi entrando mesmo, sem cerimônia. E eu gostei. Vamos ver no que dá.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Tô Triste 2

Ôpa, tô roubando. Hoje é domimgo, mas a data vai ser de sexta. Tenho um bom motivo: caixas e mais caixas para desfazer e fiquei sem computador. Aliás, só estou escrevendo hoje porque estou aproveitando o computador do papai. Estou aqui hoje devido à data comemorativa.

Bom, o texto abaixo já estava escrito. Foi antes das mensagens solidárias. Mas vou publicar já que foi escrito de fato na sexta.

Que saco essa menina! Que mané ‘tô triste 2’... Pois é. Mas é que fui me reler. Pesquei algumas coisas de janeiro, fevereiro e março e tenho que dar razão aos meus críticos de plantão. Eu piorei. Mudei. Algo foi perdido. Acho que uma naturalidade despretensiosa. Um jeitinho todo próprio e aconchegante. Deixei de ser aquela.

Que coisa. Por quê? Gente, acho que eu mudei mesmo. Eu, realmente, quando comecei esse negócio estava num momento bem relaxado, descansado, novo, fresco, sabe? Tinha acabado de mudar a minha rotina que foi a mesma por uns 7 anos. Estava ‘de férias’. Tinha conseguido sair de uma situação e de um trabalho que não me satisfazia mais há muito tempo. Tinha acabado de ficar longe de pessoas que eu precisava ficar longe. Estava em paz.

E dessa paz, desse alívio, desse horizonte todo novo que surgia a minha frente, pude extrair o que havia de mais sincero. Pude prestar atenção na vida e nas coisas com muito mais tempo e muito mais vontade. Estava devorando tudo o que acontecia nos meus prosaicos dias de pernas para o ar. Foi um período necessário. Como foi! Me salvou da quase loucura. Me salvou de jogar um monte de coisas importantes fora.

Não sei exatamente quando esse olhar mais atento, mais original, mais interessante, foi embora. Não foi de um dia para o outro. Acho que ele foi ficando turvo. Fui deixando de pensar só com a minha cabeça livre bem aos poucos. Foi quando as coisas que a gente acha que são as que dão sentido na vida foram ocupando espaço. Coisas como trabalho, ganhar dinheiro, fazer um exercício físico etc etc etc. Fui ficando burocrática, como manda a cartilha.

Voltei a discutir por falta de dinheiro e não por falta de amor ou de aventura. Voltei a fazer tudo de chato que aparecia pela frente para mostrar que eu era responsável. Voltei a dormir mal, a ter insônia. Voltei a viajar menos. A conversar menos. A sair menos. Fui me transformando numa pequena máquina da modernidade.

Mas, após não me reconhecer nos meus textos tão saudados do início, estou disposta a ir em busca do elo perdido.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tô Triste

Antes da minha tristeza, toquem os tambores! Flora é a assassina de “A Favorita”. Oh! Tô falando, hein. Aguardem as velhinhas dos grupos de discussões. Esse homem não sabe onde está se metendo. Onde já se viu mexer com a integridade da Patrícia Pillar desse jeito!? Aguardem.

Bem, tô triste. Não na vida. A vida está ótima. Mas tô triste porque escuto toda hora alguém dizer coisas do tipo: ‘ah, leio seu blog todos os dias. Mas no início, hein, você era incrível’.

Estão todos desapaixonados. Perdi o frescor da novidade. E, agora, nem me esforçando muito para chamar a atenção consigo marcar um golaço. Sim, porque uns driblezinhos bonitos aqui, outros ali, isso ainda consigo. Mas aquele gol de placa, esse não entra mais. Tô me sentindo que nem artilheiro com urucubaca. Mulher de meia idade sem plástica. Ex-BBB. Ator da Globo na Record... Minha era já foi.

Mas não posso desistir! Essa é uma das únicas coisas na vida que eu prometi e estou conseguindo cumprir. Estou impressionada, com orgulho de mim mesma.

Eles querem diálogos. Querem minhas conversas non sense com ele. Querem que eu seja engraçada. Querem idéias originais. Eu também quero!

Mas, oh, com pressão não funciona, hein. Já vou logo avisando. Já há uma puta cobrança interna, acreditem. Se neguinho apertar mais, fudeu. Dou nó.

Uma coisa que aconteceu, tenho que admitir, é que o que era para ser um apanhado de crônicas sobre assuntos diversos, às vezes, está com cara de diário. É um tome de contar a minha vida para lá e pra cá, que, realmente, pode ficar com cara de Big Brother Brasil com Adriana Maia. E confesso que a minha vida nem é tão interessante assim para sustentar uma temporada inteira. Precisava de companheiros. E, oh, já pensei nisso. Pensei seriamente em abrir espaço para coleguinhas escreverem alguma coisa. Mas fiquei com ciúmes. Vai que alguém bomba. Escreve uma coisa sensacional. Recebe um monte de comentários. Eu não agüentaria...

Egoísta, ciumenta, possessiva? Ah hã. Tudo isso aí. Me garanto, mas sabe como é, né, melhor prevenir...

Bom, gente, eu estava, mais uma vez, totalmente sem assunto. E em vez de escrever sobre a falta de assunto como um monte de colunista já fez por aí, resolvi embromar um pouco. Original, original, não é. Mas podia ser pior.

Cantinho do Fluminense

Povo! O gigante acordou. Fluminense 3 x1. Aliás, Washington 3 x 1! E contra o São Paulo. Deu uma animadazinha.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Vivendo e Aprendendo... com Camila

Camila já me ensinou a gravar coisas em CD e a usar Pen Drive. É, sou do tempo do disquete...

Ainda no campo da informática, Camila me ensinou que é melhor carregar os vídeos do youtube antes e ver depois, sem eles ficarem travando.

Sem falar que Camila me ensinou que eu posso muito mais do que eu acho em relação a máquinas. Mesmo que, nesse caso, eu preferisse continuar na minha condição de retardada assumida que depende dos outros. Se há uma coisa em que eu não me importo nem um pouquinho de depender dos outros, é no usa das máquinas. Qualquer uma. Adoro saber só o básico e passar adiante quando complica. Tipo uma babá, com o seu próprio filho. Ou você mesmo, com o filho dos outros. Telefone serve para falar. Máquina fotográfica para apertar o botãozinho, computador para o Word e o Explorer e por aí vai. Nem entrarei no ramo aparelhos domésticos. Quebro todos, com uma facilidade impressionante. Mais do que qualquer empregada. Não é incrível?

Bom, Camila também me ensina novas gírias freqüentemente. A última foi ‘Que fase’, diz-se isso quando o outro fala alguma coisa ruim. Sabe aqueles glossários inúteis, mas reveladores do idioma específico dos gays e outros grupinhos afins? Então, Camila é um glossário ambulante sobre o idioma de qualquer grupinho. Ela vai dos adolescentes aos ultrapassados. É incrível. Desenvolve em qualquer mesa. Fico orgulhosa. E agradecida. Já que, se não fosse ela, iria dormir várias vezes sem entender a piada.

Então, ontem Camila me ensinou a ter paciência. Parece bobagem. Mas acreditem, alguém me ensinar a ter paciência está muito longe de ser bobagem. Quilômetros e Quilômetros. E não é ensinar, assim, de bobeira. Não. É ensinar até o ponto de realmente me deixar tranqüila e feliz. E ‘tranqüila e feliz’ para mim não costumam ser palavras que combinam.

Não cabe aqui contar o que me afligia e nem como a moça me segurou. Conter a curiosidade é uma das chaves para a paciência, aliás. Só cabe dizer que estou vivendo e aprendendo com Camila.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Orgulho

Tadinho do meu marido... fui contar que acordei com uma ‘rolinha’ e o cara recebeu uma porção de e-mails dos amigos dele sacaneando o tamanho de seu membro inferior. Homem é bobo, né...

Mais bobo é ele, que não entendeu nada. Por quê? Porque ele não lê meu blog. Nunca leu. Orgulho é uma bobagem, mas todo mundo tem, não é mesmo? Alguns mais, outros menos. Estou falando daquele orgulho que nos impede de fazer o que queremos. Mas tem gente que nos surpreende. E ele me surpreendeu. Não achei que ele fosse tão orgulhoso. Mas ele é. Pelo menos, está sendo.

Meu blog sempre foi um assunto delicado em nossa vida de casal. No início, quando ainda era só ‘366’, o projeto de um livro, ele não deu muita bola. Tentei mostrar as coisas que eu escrevia. Até imprimia para facilitar. E nada. Dava uma lida e tal, mas deixava para lá. No fundo, ele nunca acreditou muito que eu ia levar o troço adiante. Quando surgiu a idéia de transformar tudo num blog, ele não levou fé. Achou que eu nunca teria paciência para aprender a fazer isso. E, olha, confesso que eu também demorei a crer na coisa toda. Mas com uns empurrõezinhos, foi. E virou realidade.

Uma das piores brigas da nossa vida juntos aconteceu quando ele se viu ‘no ar’. Foi um Deus nos acuda. Mandou eu tirar. Eu disse que não tirava. Berrou, ameaçou, baixou o nível mesmo. Quase saímos no tapa. No fim, ficou acordado que eu não o citaria nunca mais e que substituiria o nome dele por outra coisa nos já postados. E que ele não leria. Não queria ler. E assim foi. Até hoje.

Só que agora vivemos uma inversão de valores. Virei um sucesso entre os nossos amigos e também entre os amigos dele. Todos lêem e adoram. Comentam. Riem. Muitas vezes o assunto de uma noite inteira, de um jantar, de uma praia, sou eu. Eu e minhas peripécias. Peripécias essas que o envolvem o tempo todo. E ele fica lá, mudo. Chupando o dedo, sem poder participar. E, muitas vezes, boiando no assunto. Ninguém entende. Muito menos eu. Encaro como homenagem. Ele vê como exposição. Eu tenho orgulho dele. Ele, por orgulho, não lê o que escrevo.

Tenho certeza que ele mudou de idéia, que ele gostaria muito de ler todos os dias o que eu falo da gente, o que eu falo de mim. Mas, nada. Continua mantendo o que ele disse. Uma espécie de juramento de médico. Nem no dia do nosso aniversário de casamento que eu fiz uma declaração pública e que todos comentam até hoje. Nem essa, ele se deu ao trabalho de ver. Incrível, não? Como pode? O cara não é nem curioso?

Ele diz que é para o meu, para o nosso bem. Diz que é para se preservar, que ele sabe muito bem do que eu sou capaz e prefere não se envolver.

Ok, tenho que respeitar. Mas acho uma pena. Tem muita coisa aqui que ele ficaria feliz em saber. Talvez, outras nem tanto. Mas acho que, na média, ele sairia ganhando. É isso. O moço continuará aparecendo só da cintura para baixo e anônimo. Para mim, é duro. Porque você, meu amor, para mim é inteiro e eu te amo do pé à cabeça.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Rolinha

Essa aconteceu de verdade. Essa história que eu vou contar. Não que as outras não tenham acontecido. Mas é que essa vai sair sem nenhum acréscimo, sem nenhuma colaboração de manchete de jornal. Será nua e crua. E bizarra. Pelo menos, para mim, que protagonizei tudo na noite de quinta para sexta.

Bom, dormia mais uma noite sozinha na minha enorme cama de casal (ele simplesmente agora diz que só consegue dormir vendo TV e eu odeio barulho na hora de dormir. Fica ele lá e eu acolá.) quando escuto um barulho que, a princípio, não sabia dizer o que era. Parou. Dormi de novo. Um tempo depois, de novo. Mais barulho. Agora parecia alguém mexendo num saco plástico. Achei estranho e tal. Mas parou de novo, dormi de novo.

Lá pelas tantas, na alta madrugada, abro o olho um pouco sonâmbula. Como se eu tivesse sido tirada do meu sono profundo pelo barulho de algo se debatendo. De repente, um vulto meio marrom em meu lençol amarelo ovo. Sem lembrar muito bem como, quando vi, estava no corredor. Mas lá, já acordada, comecei a achar que eu tinha sonhado. Por causa dos barulhos ouvidos anteriormente, achei que tinha interiorizado a coisa a tal ponto que sonhei que algo marrom se debatia no quarto. Voltei para lá. Silêncio. Tudo na mais perfeita ordem. Deitei e dormi outra vez.

Eis que pela manhã, eu levanto e começo a ver um monte de bolinhas brancas pelo chão. Que porra é essa? Foi o tempo de levantar a cabeça e dar de cara com uma rolinha no alto da cortina que já se preparava para voar e vinha na minha direção.

Tenho pavor de bicho que voa perto de mim. Quanto maior o bicho, maior o pânico. Ao ver aquela barata voadora gigante dando rasantes desajeitados, não tive outra opção senão fugir desesperadamente. Fui parar do lado de fora da minha casa (agora ex-casa!). No meio da vila. Detalhe: de camiseta e calcinha! E é óbvio que havia gente do lado de fora. Claro. Três vizinhos me flagraram. Três!

Cantinho do Fluminense

Esse cantinho está de altos por motivos de incredulidade.

domingo, 3 de agosto de 2008

Garota da Urca



Mudei! Consegui! Estou de volta às minhas origens. O bom filho à casa torna! Larguei Laranjeiras. Voltei para a Urca e um novo mundo cheio de árvores, pracinhas e vista da Baia de Guanabara me espera.



Ninguém sabe melhor o significado da expressão ‘se sentir em casa’ do que eu neste momento. Estou em casa. Mesmo. Foi aqui que eu nasci e cresci. É daqui que eu nunca devia ter saído. É aqui que eu quero ficar.



Estou muito eufórica e com milhões de caixas na minha frente. Não consigo escrever mais nada. Só queria falar que estou muito, muito feliz. E que uma vez um amigo me deu esse apelido ‘Garota da Urca’. Bom, posso voltar a ser chamada assim.

Beijo na boca de todo mundo. Viva a Salada Mista!

sábado, 2 de agosto de 2008

Lost

Não. Não vou falar do seriado megasucesso da TV. Foi só uma jogada de marketing. Um título comercial mais uma vez.

A questão é que estou perdida mesmo. Sentindo falta de objetivos, prazos, metas. Tudo o que se aprende em um MBA. Que loucura, né?

Estou como uma filha de pais liberais, que não dão limites. A mesma história também do ‘tema livre’ lá da aula de redação que já comentei aqui.

Essa história de liberdade total, de fazer o que quiser, tomar seu próprio rumo na vida e blá blá blá é muito boa na teoria. Mas na prática é difícil pra caralho. È foda ter a total responsabilidade de escolher o rumo que você vai tomar.

Na escola, a gente reclamava da vida, mas há que se assumir que era uma situação muito confortável ter ‘apenas’ que ir estudar todos os dias, voltar, almoçar vendo Vídeo Show, dar uma dormidinha à tarde e, se estivéssemos em época de provas, estudar em casa também.

Agora não. Agora existe uma pressão psicológica imposta pelo pior dos pais: a vida. Ficou meio cafona, brega, forte? Talvez. Mas é a pura verdade.

Se algo der merda, a culpa e a responsabilidade são inteiramente minhas. Não terei minha mãe para ser saco de pancada de adolescente rebelde, nem meu pai para escutar abobrinhas de uma garota mimada. Só o espelho me olhando ameaçador, como quem diz aquele insuportável: ‘eu avisei’.

Bom, não vou dizer exatamente do que estou falando porque envolve a vida e as expectativas de outras pessoas, mas continuarei desabafando.

Meu ponto é que preciso tomar uma decisão. E eu odeio tomar decisões. Principalmente, quando envolvem a minha vida. Acho muito mais fácil tomar decisões pelos outros, por incrível que pareça. Sou de uma segurança invejável, nesses casos. Minha irmã apenas obedece, tamanha a minha certeza.

Mas comigo... Ih... demoro... Fico lá, sentada, como que esperando que algo ou alguém caia do céu como um sinal. Enquanto isso, vou levando para ver até onde a merda vai. E, na maioria das vezes, ela vai longe.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Masturbação

Talvez eu esteja queimando cartucho, mas quero aproveitar os meus 15 segundos de fama e serei oportunista. Vamos à putaria.

Na verdade, na verdade, quando o assunto é masturbação sou extremamente pudica. Não falo a respeito. Odeio responder a perguntas diretas sobre o tema e nunca consegui fazer sexo por telefone. Travo. Totalmente. Parece que tudo o que eu vou falar vai soar ridículo. Aliás, me sinto ridícula antes de começar. Uma vergoinha que vem lá do fundo. Mesmo se eu estiver sozinha.

O assunto é tão tabu dentro da minha cabecinha doida que eu nunca tive e nem usei um vibrador. Mesmo ouvindo maravilhas do Rabbit e vendo “Sex and the City” – que, pano rápido, eu achei por muito tempo que falava “Sex in the City” -.

Admiro, mentira, nem sei se eu admiro. Ia falar que admiro quem fala abertamente sobre esse tipo de intimidade. Mas sinto a mesma tal vergoinha. Mesmo quando é outra pessoa que está falando da vida dela. Sei lá. Me encolho. Faço uma cara de desconfortável e quero acabar com o assunto.

Mulher é pior. Acho que quando se trata de um homem é mais aceitável. Pelo menos, para mim. Até gosto de ver. Ôpa, já estou falando o que não devo. Mas, veja bem, não estou recriminando ninguém e nem dizendo que eu tenho algum tipo de razão no que estou falando. Só estou dizendo como eu me sinto.

Poderia ser um trauma. Como alguém ter me pego no flagra e, por isso, me fechei para o universo prazeroso do sexo solitário. Mas nem é. Pelo menos, que eu me lembre, ninguém me pegou com a.... mão na botija, digamos assim.

Isso também rola um pouco com filme pornô. Não vejo muita graça no negócio. Bom, mas vou parar por aqui antes que me achem frígida. É, como diria meu amigo Jander, eu sou uma farsa.