terça-feira, 5 de agosto de 2008

Orgulho

Tadinho do meu marido... fui contar que acordei com uma ‘rolinha’ e o cara recebeu uma porção de e-mails dos amigos dele sacaneando o tamanho de seu membro inferior. Homem é bobo, né...

Mais bobo é ele, que não entendeu nada. Por quê? Porque ele não lê meu blog. Nunca leu. Orgulho é uma bobagem, mas todo mundo tem, não é mesmo? Alguns mais, outros menos. Estou falando daquele orgulho que nos impede de fazer o que queremos. Mas tem gente que nos surpreende. E ele me surpreendeu. Não achei que ele fosse tão orgulhoso. Mas ele é. Pelo menos, está sendo.

Meu blog sempre foi um assunto delicado em nossa vida de casal. No início, quando ainda era só ‘366’, o projeto de um livro, ele não deu muita bola. Tentei mostrar as coisas que eu escrevia. Até imprimia para facilitar. E nada. Dava uma lida e tal, mas deixava para lá. No fundo, ele nunca acreditou muito que eu ia levar o troço adiante. Quando surgiu a idéia de transformar tudo num blog, ele não levou fé. Achou que eu nunca teria paciência para aprender a fazer isso. E, olha, confesso que eu também demorei a crer na coisa toda. Mas com uns empurrõezinhos, foi. E virou realidade.

Uma das piores brigas da nossa vida juntos aconteceu quando ele se viu ‘no ar’. Foi um Deus nos acuda. Mandou eu tirar. Eu disse que não tirava. Berrou, ameaçou, baixou o nível mesmo. Quase saímos no tapa. No fim, ficou acordado que eu não o citaria nunca mais e que substituiria o nome dele por outra coisa nos já postados. E que ele não leria. Não queria ler. E assim foi. Até hoje.

Só que agora vivemos uma inversão de valores. Virei um sucesso entre os nossos amigos e também entre os amigos dele. Todos lêem e adoram. Comentam. Riem. Muitas vezes o assunto de uma noite inteira, de um jantar, de uma praia, sou eu. Eu e minhas peripécias. Peripécias essas que o envolvem o tempo todo. E ele fica lá, mudo. Chupando o dedo, sem poder participar. E, muitas vezes, boiando no assunto. Ninguém entende. Muito menos eu. Encaro como homenagem. Ele vê como exposição. Eu tenho orgulho dele. Ele, por orgulho, não lê o que escrevo.

Tenho certeza que ele mudou de idéia, que ele gostaria muito de ler todos os dias o que eu falo da gente, o que eu falo de mim. Mas, nada. Continua mantendo o que ele disse. Uma espécie de juramento de médico. Nem no dia do nosso aniversário de casamento que eu fiz uma declaração pública e que todos comentam até hoje. Nem essa, ele se deu ao trabalho de ver. Incrível, não? Como pode? O cara não é nem curioso?

Ele diz que é para o meu, para o nosso bem. Diz que é para se preservar, que ele sabe muito bem do que eu sou capaz e prefere não se envolver.

Ok, tenho que respeitar. Mas acho uma pena. Tem muita coisa aqui que ele ficaria feliz em saber. Talvez, outras nem tanto. Mas acho que, na média, ele sairia ganhando. É isso. O moço continuará aparecendo só da cintura para baixo e anônimo. Para mim, é duro. Porque você, meu amor, para mim é inteiro e eu te amo do pé à cabeça.

4 comentários:

Coisa Fina disse...

Eu duvido que ele não leia. Deve ler escondido. Hahahaha!

Paula disse...

Tbem acho que ele lê escondido, é a cara dele!

Anônimo disse...

Mais uma vez ele está certo. Que continue sem ler para o bem de voces.

Paula disse...

E a gente estava certa...ele lia escondido! Cara-de-pau!