sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cansaço

Decepção é uma das minhas palavras e sentimentos mais temidos. Não sei lidar com ela. Nunca soube. Em qualquer área e de qualquer tipo. Ser decepcionada ou decepcionar alguém é uma das piores coisas da vida.

E venho chegando à conclusão de que o cansaço é o melhor amigo da decepção. É como uma espécie de diabinho que aparece ali na cabeça e fica dando idéias nada bacanas ao pé do ouvido.

Quando se está cansado nada mais é como deveria ser. Você não é mais você e o que você faz passa a não corresponder com as atitudes que seriam as suas. Começa pela perda de critério. Quando se está no limite da falta de energia, qualquer coisa está bom. O senso crítico vai pra casa do caralho.

Da cama que não dá mais tempo de fazer antes de sair a noites e noites mal dormidas, todos esses pequenos detalhes vão se juntando e te transformando numa pessoa pior, numa pessoa diferente. Não só o seu padrão de qualidade, mas a sua própria qualidade em si enquanto pessoa – justamente o que faz os outros te admirarem - caem. E nem é algo que não se vê acontecendo. Até vemos, mas não há tempo nem para tentar reverter. Você vai indo com a maré e é jogado longe.

O cansaço tem me impedido de escrever coisas legais aqui, tem me impedido de ter tempo ou inteligência para pescar as coisas inusitadas ou que dêem uma boa história. Acordo, lutando com o despertador, saio correndo, não como, corro o dia todo e no fim, nem durmo porque nem isso a cabeça cheia de coisa deixa. O que só piora o cansaço, que acumula, acumula e acumula.

Por isso, a decepção. Estou decepcionada comigo por não conseguir mais pensar na velocidade e na qualidade de antes. A sensação é que tudo o que eu estou fazendo está mais ou menos. Saca pintura de parede mal feita? Ou aquela borracha que quando apaga deixa o papel meio manchado; o esmalte que descasca e a gente dá aquela retocadinha tosca; matéria de jornal entregue em cima da hora; roupa de viagem já meio suja mas só tem aquela mesmo; caneta acabando a tinta mas que a gente faz uma força incrível até sair alguma coisa, ainda que meio falhado... enfim, posso ficar até amanhã nas alusões, mas acho que deu para entender, né? Perdão.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Não estou Afim hoje

Esse afim aí é junto ou separado? bom, não estou a fim e nem afim...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Besteiras um Pouco Atrasadas, mas Válidas

Fiquei triste pelo Gabeira ter perdido. Mas, pera lá!, ninguém me avisou que ele era Flamengo!? Camisa da charanga do mengão não dá. Pior que uma outra com florzinhas que ele já apareceu uma vez...

Simpatizo com Luana, a Piovani. Já disse aqui. Mas, querida, o mundo sabia que Dado era uma roubada! Esperava mais velocidade da moça.

E, por fim, o melhor cartão postal que alguém poderia me mandar. Infelizmente, vi na internet. Mas se eu ganhasse isso de alguém, admiraria a pessoa para sempre. Achei sensacional.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O que é o Casamento

A pessoa passa uma semana viajando, quase incomunicável com uma desculpa lá de que o telefone ‘está fora de rede’, e nosso primeiro diálogo é:

Lá do fundo da casa:

- Mor! Mor!

- Que é?

Nada.

- Que ééé?

Nada de novo. Levanto e vou até lá:

- Que é?

- Você não regou as plantas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quando Vale à Pena

Adoro pintar a unha de vermelho. Mas dá tanta trabalheira para tirar depois que, volta e meia, eu pinto de clarinho mesmo.

Gosto muito de tangerina. Mas tirar as pelinhas e o cheiro que fica na mão depois, às vezes, faz com que eu coma uma maça sem muita graça mesmo.

Esquiar é muito legal. Mas aquela roupa toda que tem que colocar e a dificuldade de andar normalmente com botas duras até dizer chega me fazem pensar que, talvez, eu queira só apreciar a vista. Sem desmerecer a vista.

Ainda não inventaram coisa melhor que sexo, mas viajar para aquele lugar maravilhoso e frio pra caralho, muitas vezes, já fez com que eu ficasse com preguiça de tirar todas as camadas de roupa que estavam ali quentinhas...

Comidas com catupiry são divinas. Só que o tanto que terei que correr mais depois, me lembra que um peito de frango com salada pode ser melhor negócio.

Enfim, a preguiça está aí à beira o tempo todo. Tudo bem se render a ela na maior parte das vezes. Sim, na maior parte das vezes. O que não pode é deixá-la vencer sempre. Aí, realmente, corre-se o risco de viver uma vida sem graça. Ao mesmo tempo em que enfrentá-la o tempo todo acaba fazendo com que a vida fique complicada e cansativa em excesso. Nem estou defendendo o equilíbrio. Sou a favor da balança pender para a preguiça, só não quero que encoste lá na base.

Ôpa, está quase lá? Pinte a unha de vermelho, vai esquiar, se entupa de tangerina, esqueça o frio, abra a boca para o catupiry ou compre um barco! Nada dá mais trabalho que um barco, como diria papai, que já até naufragou e passou semanas desaparecido. É, tipo náufrago, mas aí já é outra história...

domingo, 26 de outubro de 2008

Lema

Estou sem idéias e aí, vou colocar a letra de uma música hoje. Acabei de ouvi-la no carro. É uma música que eu não escutava há um tempo e que eu adoro. Uma espécie de lema mesmo. Estou bem, antes que chovam e-mails perguntando se eu me separei, se eu estou grávida e coisas sérias do gênero. Não é o meu momento. É o quanto o que diz aí me agrada.


Socorro

Composição: Arnaldo Antunes/Alice Ruiz

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me entregue suas penas
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada, nada

sábado, 25 de outubro de 2008

A Volta dos que não Foram

Fluminense 3 x 0 no Palmeiras! Coisas de fluminense... Está quase caindo, mas ganha de três de um dos que estão lá em cima.

Ser tricolor é muito mais do que torcer para um time apenas. É ser surpreendido. É ganhar quando parece que tudo está perdido. E juro que a minha intenção aqui não era rimar.

Há uma coisa de superioridade em ser Fluminense, mesmo quando se está na porta da 2ª divisão. Uma coisa meio como aquelas famílias que estão quase na falência, mas não perdem a pose. A boa e velha tradição. Não teria orgulho de pertencer a uma família decadente, mas tenho um baita orgulho de ser tricolor. O paralelo foi só a título de ilustração.

Sempre achei que escolhi meu time de coração influenciada por homens importantes da minha vida. Mas estou começando a perceber cada vez mais que sou fluminense porque o time combina comigo. Quem mais vibra tanto com uma simples vitória na reta final do Brasileiro como se fosse título de campeonato? Uma vitória que só garante - por enquanto - a saída do rebaixamento, mas ganha ares de grande evento. Uma vitória simples e significativa pra cacete.

E isso sou eu. Adoro ganhar campeonatos. Adoro viajar para a Europa
Adoro sábado, domingo e feriados. Mas uma vitória pra sair da zona, um pulo ali em Mauá ou uma quinta-feira bem-vinda, muitas vezes me deixa mais feliz do que um troféu.

NENSE!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Glacê

- Ela era muito esquisita mesmo.

- É, sei lá, tinha cara de quem comeu e não gostou.

- Pois é parecia que não ia com a cara de ninguém.

- Não era ela que não ia com a nossa cara, era a cara dela que não ia com ela.

- Eu acho que ela era um pouco assim... como é?

- Como?

- Tipo... como fala?

(gestos, mímicas e tentativas.)

- Aquele ar meio superior, sabe? Como é? É... Glacê!

- Hein?

- Não é Glacê?

- Blasée, pode ser?

- Ah, é. Blasée...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Liberdade, Igualdade e Foda-se

E a fraternidade foi pro caralho...

Li isso uma vez também numa dessas coisas enviadas por amigos por e-mail e não sei porque na época não dei a devida atenção. E sei menos ainda porque lembrei disso agora.

Na verdade, sei. É que me irritei comigo mesma porque numa discussão com o meu marido que durou apenas cinco minutos, usei ‘foda-se’ umas dez vezes. Não sou nenhuma pudica, mas acho feio menina falar tanto palavrão. Acho, fazer o quê? Talvez papai tenha falado tanto isso que ficou.

Aí, me peguei pensando em como hoje em dia tudo é meio foda-se. O tal liga o foda-se. Bem, a relação não ficou muito clara. Nem pra mim. Mas foi apenas uma tentativa de explicar de onde veio meu título.

Enfim, mas acho mesmo que as pessoas já se importaram mais umas com as outras. Atualmente, vinga o individualismo. E, olha, isso vindo de uma individualista é algo a se pensar... Sempre prezei minha individualidade, liberdade, meus direitos iguais, principalmente, no quesito homem e mulher. Aquela guerra adolescente de se eles podem, elas deveriam poder. Sempre achei chato quem gruda no pé, quem dependia de mim e tal. Mas daí a mandar todo mundo se foder, é um passo um pouco mais largo que eu ainda não tive coragem de dar. E tomara que nem tenha.

Acho que o mundo está precisando sim de mais fraternidade. Acho que as pessoas estão precisando de mais amigos. Nosso tempo hoje é gasto com trabalho. O pouco que sobra é obrigatoriamente para o marido, a mulher, namorado, namorada e afins. Coitado de quem já tem filhos. Mais gente para dividir a atenção e o tempo curto. Ou seja, para os amigos, quase nada. Migalhas. Migalhas e pedidos de desculpas. Migalhas e e-mails marcando aquele encontro que ‘nunca será’. Migalhas e justificativas. Eternas justificativas. E assim, o mundo sente falta da fraternidade.

Tenho total consciência de que a coisa aqui hoje não ficou redondinha. Não teve lógica do início ao fim e nem um fechamento cereja de bolo. Tá cheio de buracos, de furos de roteiro, de lacunas. Mais ou menos como a minha vida sem tempo para os meus amigos. E foi por isso que eu discuti. Preciso de amigos. E atrás deles, irei. Quer queiram, quer não. Justo ou injusto. Certo ou errado. Foda-se.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sem Noção

Orkut dá ibope e adorei Bárbara, minha nova leitora! Agora, eu de novo... Nunca paro de me surpreender comigo. Estava eu e Chamila no ônibus – é, enfiei a menina num ônibus! Fiz só por puro prazer de vê-la odiando a situação – quando, de repente, ao lado de fora, vejo um amigo dela que trabalhava com a gente antigamente.


- Olha! Falei dele ontem.

- Semana passada.

- Ah, tá. Mas caraca, que coincidência! Será que ele ainda trabalha lá? Nunca mais vi...

- Adriana, quem não trabalha mais lá é você. Há mais de dez meses...


Cara, sinceramente, de onde vem essa minha total falta de noção para certas coisas? Eu não sou retardada. Não esqueço coisas profissionais. Sou responsável. Mas tenho uns lapsos, uns brancos, uns desligamentos que decididamente não são facilmente explicáveis.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Seres Orkutianos

Pergunta bem manjada: ‘Você acredita em E.T.?’ Como não gente? Eles estão por aí num orkut perto de você.

E eu duvido que um marciano verde e cabeçudo seja mais inacreditável que certos perfis do orkut. E nem precisa ser um perfil de alguém que você nunca viu mais gordo. Um perfil amigo pode ser revelador.

Mais do que perfis, fotos. Mais do que fotos, as legendas das fotos. Essas desmascaram qualquer orkutiano. E te deixa seriamente pensativo, questionando como é que você não tinha percebido tamanha estranheza antes...

O tópico ‘quem sou eu’ é o melhor deles. Em meio a poesias, músicas e celebrações ao time de coração há cada coisa... que só pode ser de seres de outro planeta. E esses seres são super evoluídos, têm múltiplas personalidades. A cada semana, um ‘quem sou eu’ não só diferente, mas com outro eu. Algo que vai do pagode à música clássica, sem o menor constrangimento. Isso poderia ser uma coisa boa. Uma pessoa eclética, flexível ou até uma pessoa louca! Até aí, ótimo. Mas, na maior parte das vezes, é uma pessoa sem noção. E nada interessante.

Estou cansando do orkut. Foi apenas um desabafo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Muito Foda

- Eu só estou cansada. Pára de reclamar. Eu duvido que você ache outra mulher que nem eu.

- Eu também.

- Tô falando sério. Tô trabalhando que nem uma corna. Cuido dos cachorros. A casa tá sempre direita. Você não tem o que falar. Só estou exausta. Mas sou uma mulher muito foda.

- Muito foda, só não fode.

domingo, 19 de outubro de 2008

Mais uma vez, Renata

Renata é meu carma. Desde aquela história lá do início da doida de uma das minhas ex-academias que cismou de me chamar de Renata e depois tive que sair de lá para não correr o risco dela descobrir minha verdadeira identidade até o nome da ex do meu amado marido.

A única. Sim, antes de mim, só houve a Renata. Diz ele que andou comendo umas por aí no curto período entre nós duas. Eu, sinceramente, acho difícil já que a pessoa conheceu Renata pirralho, namorou Renata uma eternidade, ficou solteiro apenas seis meses e se apaixonou por mim para sempre... Eu prefiro pensar assim e não parar muito pra tentar fazer as contas e ver se é possível ele ter se divertido uma vida em apenas seis meses. Eu aproveitei bastante a minha, mas tive uns aninhos aí antes da criança. E ah! um intervalo com ele mesmo em pleno carnaval carioca que foi o melhor de todos os tempos. Já ele, coitado, passou três meses chorando por mim... e não pegou ninguém!

Bom, contada a minha versão romântica dos fatos, o problema é que Renata ainda está entre nós. Não sempre. Mas volta e meia Renata não é morta.

A primeira vez que a moça surgiu foi bem no início do namoro. Estávamos caindo na porrada no carro quando ele solta um berro com algo como: “Puta que Pariu, Renata!”.

E o silêncio se fez presente. Serviu para desviar o foco e mudar o assunto da briga, mas fiquei puta pra cacete. Mesmo com justificativas de que ele lembrava dela de momentos estressantes como aquele e que por isso seria compreensível, ele se confundir naquela situação desagradável e de pressão. Não engoli muito não, mas ele já tinha me chamado de mãe e de Cristina, a irmã, em outras brigas parecidas. Resolvi não dar muita bola.

Um tempo depois o ‘Renata’ apareceu numa situação corriqueira, tipo chamando para sair de casa logo. “Vamos Renata!”. Não fomos, claro. E o resto do dia foi dedicado a discutir porque Renata apareceu dessa vez. Mais blá blá blá e, outra vez, eu decidi deixar pra lá.

Aí, Renata deu uma sumida no mundo. Enquanto isso, nós evoluímos em nossa relação de ficantes, para namorados, depois moradores do mesmo local até efetivamente marido e mulher. E vivemos assim muito tempo até Renata ser convidada para jantar na casa dos meus sogros. Contei aqui. Foi uma coisa bem esquisita até porque quem veio me contar foi o próprio. Estratégia ou não, o fato dele mesmo vir me dizer achando a coisa meio estranha, fez com que eu ficasse sem argumentos para reclamar com ele. Se eu quisesse brigar com alguém, teria que ser com a minha sogra. Mas aí... deixei pra lá. Tenho uma grande tendência na vida a deixar pra lá, como já deve ter dado para perceber.

Eis que Renata aparece de novo. Há pouquíssimo tempo. Estávamos jantando na casa de um casal amigo. Conversas descontraídas. Falávamos sobre viagens. Situação nada estressante. Papo bom, companhia legal. Sai um:

- Claro que não, Renata.

- E aí, querido? Qual será a explicação desta vez?

(uns dez segundos em que ele ficou pensando. E o outro casal mudo na expectativa, assim como eu.)

- É que o Renato está na minha cabeça.

Foi a pior desculpa de todas as ‘Renatas’. Renato é um grande amigo dele, até aí, morreu Neves. E não estávamos falando do Renato. Ou seja, não tem desculpa. Mas aí o que eu ia fazer? Ia ficar pensando que ele ainda vê Renata? Ia fechar o tempo num jantar que estava no início e divertido? Ia ficar enchendo a paciência em busca de uma explicação plausível que eu sabia que não existia? Resolvi deixar pra lá...

sábado, 18 de outubro de 2008

Deus, Dai-me Paciência

Situação: Eu e ELE deitados na cama, nos dois minutos iniciais em que eu consigo permanecer na posição abraçadinha. De repente, uma risada acontece bem no meu ouvido:

- Que foi?

- É que eu lembrei de uma vez em que a gente encheu o saco da minha mãe para ela abrir uma lata de marrom glacê pra gente comer. Ela não queria, mas acabou abrindo. Odiamos, mas aí ela fez a gente comer tudo. E ficamos lá chorando e comendo.

- E de onde veio isso?

- É que quando eu estava saindo da academia, parei ali no sambinha da Praia Vermelha e na música eles falaram em canjica. Aí, lembrei que eu não gosto de canjica e que eu também não gosto de manjar e que...

- Ah tá, foda-se.

- ok.

- O quê?

- Mais alguma explicação?

- É, realmente é muito esquisito você rir no meu ouvido do nada e eu perguntar do que se trata...

- O problema não é perguntar, é não ter paciência para ouvir a resposta.


Ele não deixa de ter razão. Deus, dai-me paciência...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ode à Forma Simples

‘Às vezes não entendo coisas difíceis, escritas de forma simples’. Quase poética essa observação, não? Quase uma tese sobre a vida e o modo como a encaramos.

E ao contrário daquele chato das cuecas em degradée, a sinceridade fofa e transparente desse outro coleguinha de conversas aleatórias, me fez dar o sorrisinho com a viradinha de cabeça para o lado. Me fez pensar um pouquinho.

Mas não é? Porque pensa só: estamos tão acostumados a ter que interpretar o que realmente o fulano ou a fulana quis dizer, que quando nos deparamos com algo curto e direto, temos certa dificuldade em acreditar que aquilo é aquilo mesmo.

Imagina o diálogo da ‘trepadinha’. Não dá para supor que alguém teria coragem de dizer algo assim na lata, certo? E aí, é tão louco - olha só! - que mesmo sem conseguir achar uma interpretação, tem que haver uma explicação plausível. Tinha. Mas será que ninguém mais hoje em dia consegue ser simples e direto em suas conversas e diálogos por aí?

Não sou a favor da grosseria, da sinceridade por sinceridade que machuca. Não. Acho legal termos cuidado com as pessoas a nossa volta. Só tenho medo do exagero das entrelinhas. Que de romântico e sugestivo podem se tornar um pouco chatas e confusas.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Velocidade de Cabeças

‘Sua cabeça funciona numa velocidade que eu não consigo acompanhar’. Isso é um elogio? Não consegui descobrir. Até porque foi escrito e não falado ao vivo. Ou seja, não teve tom, nem expressão.

Ou a pessoa é meio mongol, ou estava me achando um pouco demais, ou é simplesmente homem e não agüenta o tranco da cabeça de uma mulher como nós mulheres agüentamos o tranco das cabeças masculinas. Com todos os trocadilhos.

Não sou do time que gosta de discutir a relação. Acho bem chato, apesar de ser necessário de vez em quando. Aí, não tem jeito. Alguém tem que falar. E esse alguém somos nós, muito mais corajosas que vocês. Em qualquer situação. Se Deus nos tivesse dado também a força bruta, o mundo estaria totalmente dominado pelo grupo das meninas.

Mas não é disso que se trata meu pensamento de hoje. Não estava discutindo a relação. Até porque não tenho este tipo de relação com meu interlocutor da ocasião. Estava só jogando conversa fora, colocando assuntos aleatórios na roda. Aí, o sujeito reclama que eu não termino os assuntos em ordem?! Que mala! Deve guardar as cuecas em degradée...

Abre aspas: Querido, eu não termino todos os assuntos porque, por incrível que pareça!, nem todos os meus assuntos são interessantes. E eu tenho senso crítico para perceber que a coisa não vai dar em lugar nenhum e que morreu ali. Fecha aspas.

Tá, aí a pessoa argumenta que então não teria porquê voltar a um assunto mencionado, após já estar há um tempo se falando de outro diferente.

Abre aspas: Meu amor, se por acaso eu voltar a achar meu assunto interessante porque tive uma luz ou fui picada pelo bichinho que junta coisas aparentemente sem sentido, é óbvio que eu voltarei ao assunto. Fecha aspas.

Mas o chato não se convenceu e saiu achando que a minha cabeça funciona mais rápido do que deveria. Ok. Cada um com a sua velocidade de cabeça.

Ps: Enfim, levei os portugueses ao Maracanã. Já que o Fluminense não anda empolgando muito - apesar de ter ganho da última vez com gols do Washington lá no Atlético dele de coração -, decidimos ir ao jogo do Brasil. Uma coisa para turista mesmo. Maracanã, Seleção, distribuição de bandeirinhas, um show palhaçada lá no início, crianças assoprando aquela corneta insuportável, hino nacional, Kaká e Robinho em campo, placar 0 x 0... Enfim, um saco. Nunca tinha ido a jogo da Seleção no Maracanã, que eu me lembre. E arrisco dizer que não devo ir mais. Prefiro o Flu, ainda que bem mal das pernas...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vivendo Divertidamente

Vamos lá, mais uma das minhas histórias divertidas. Têm acontecido tantas ultimamente que eu poderia fazer mais de um post por dia. Mas aí acho que o povo ia me achar over.

Enfim, estava eu e minha querida sócia Chamila Camomila no calor do Centro da Cidade, munidas de uma papelada considerável em busca do Escritório de Direitos Autorais, que é super fácil de chegar, mas demos tanta volta que eu não sei mais dizer exatamente onde é.

Nosso intuito era registrar um de nossos projetos super criativos. E após descer e subir algumas vezes um elevador daqueles bem caquéticos de brinquedo de parque temático americano, conseguimos chegar ao 12º andar, o nosso destino.

Hora de apresentar a documentação toda. Fui tirando da bolsa Identidade, ficha disso, ficha daquilo, sei lá quantas cópias, etc, etc, etc. Aí, a atendente – simpática, é importante dizer - após passar um tempinho olhando bem a xérox do meu CPF, vira-se para mim e pergunta:

- Quem é ‘fulano’?

Ao olhar pro papel, vi que, bem ao modo Adriana desligada de ser, eu havia xerocado o CPF DELE e não o meu. Mas antes que eu pudesse abrir a boca para explicar o mal entendido, escuto Camila, com uma bela e poderosa engroçada de voz, dizer diretamente à moça atenciosa:

- ‘Sou eu’.

Gente, vocês precisavam ver a cara da criatura olhando meio pasma para nós duas. Foi a melhor do dia. Saímos as duas loucas, rindo sem parar. Por essas e outras é que eu adoro o que eu faço e com quem eu faço.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Trepadinha

Estava eu voltando da praia com: o primo português do meu marido; o melhor amigo do meu marido; e um amigo do amigo, quando esse último vira-se, dando uma batidinha malandra no meu ombro, e diz:

- E aí, vamos dar uma trepadinha?

Cinco segundos de silêncio em que todos, inclusive eu, tentamos entender de onde veio aquilo. Sim porque é importante dizer que estávamos em silêncio. Naquele vácuo que fica entre um assunto e outro, sabe?

Pois bem, passados os cinco segundos, eu quebrei o gelo:

- O quê???

E gargalhadas vieram de todos os lados. A mais alta foi do autor do convite que rapidamente tentou se explicar, um pouco sem graça para deleite geral, dizendo que estava se referindo a uma singela escalada.

Explicando: o menino gosta de trepar em morros por aí e faz muito isso aqui na Urca, pertinho da minha casa. Havia comentado comigo e eu falei para ele me chamar numa próxima vez.

O coitado foi tentar puxar assunto e lembrou do meu comentário passado. Mas, cá entre nós, quem usaria ‘trepadinha’ para chamar alguém para escalar? Só Marcos André...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Concursos e Promoções

Acabei de ver uma coisa que eu sempre pensei em fazer: uma menina que dedica a vida a participar de concursos e promoções dos mais diversos temas e áreas. Pensa só: não é genial?

E, não. Não envolve sorte, só foco. É bem diferente. Até o mais azarado dos seres, se sentar a bunda na cadeira de manhã até à noite e se dedicar só a pesquisar o que há de promoções em pauta, alguma coisa vai ganhar. E muito provavelmente, algumas. Não pode ficar escolhendo só o que gosta. É aquela história de atirar para todos os lados. Tá, a pessoa precisa ser um pouquinho criativa, mas só um pouquinho mesmo, porque nem todas as promoções necessitam de respostas geniais. A maioria, aliás, é bem pobrinha de sofisticação.

Então, no jornal da tarde agora, saiu uma reportagem de uma menina que faz exatamente isso da vida. Gasta seu tempo livre investindo em sorteios sem precisar sequer sair de casa. Nessa, já ganhou carro, viagens e zilhões de produtos, serviços e mordomias. Assim, ela conseguiu passar por experiências exóticas como um spa na África do Sul e um dia de princesa no Gugu.

O problema, o meu pelo menos, esbarra na tal falta de paciência. Deve ser infernal passar o dia a preencher cadastros. Ainda que usando Control C, Control V. Mesmo com expectativa de recompensas melhores do que em alguns cargos do funcionalismo público em que só se preenche fichas mesmo.

E há também um certo preconceito interno. ‘Você não vai fazer nada de útil da vida? Só ficar na internet atrás de prêmios?’ Como se ganhar uma viagem com tudo pago para sei lá onde não fosse útil...

E, olha, daria para ir além e transformar o inútil efetivamente em negócio. Imagina uma empresa só para fazer isso pelos outros. As pessoas pagariam uma mensalidade e disponibilizariam seus dados pessoais. Contrata-se uns estagiários espertinhos e subvalorizados só para preencher cadastros e dar respostas antenadas mais ou menos de acordo com os perfis dos associados. Quanto mais o cliente ganhasse coisinhas, mais ia divulgar sua empresa sem querer até. Mas atenção! Seria um clube restrito. Algo com muita cara de privê para não dar a idéia de que muitos associados dificultariam as chances dos antigos. Ao atingir um patamar ‘x’ de, sei lá, 100 sócios, o clube fecha. Só entra quando alguém sair. E mesmo assim, pagando-se, no mínimo, o dobro ou o triplo. Depende da procura.

Não é uma idéia?! Podem roubar. Eu realmente adoraria, mas não sou capaz... Boa sorte.

domingo, 12 de outubro de 2008

Quando Não Pode

Dizem que o proibido é mais sedutor. Será? Será que é só porque é proibido que chama mais a atenção? Não pode acontecer de você de repente se ver querendo algo que não pode, mas porque combina com você, porque te chamaria atenção ainda que permitido, você quer? Pode, claro que pode.

E aí? E aí, nada. A verdade é que não pode. Tipo criança quando pega algo do chão e a gente diz: não pode. Disse ‘não pode’ hoje para o meu afilhado algumas vezes. Passei o dia todo com ele. Dia das crianças. E falei tanto ‘não pode’ que fiquei me imaginado no lugar dele. Eu para ele sou a vida para mim. Eu a falar não pode para ele. A vida a falar não pode para mim.

Sou tão criança quanto ele querendo coisas que estão ali na minha frente e que me parecem tão interessantes quanto pedrinhas brilhantes na terra. Mas aí, alguém do parquinho disse que as pedrinhas dão coceira. Machucam. Não pode. E passei a tarde a tirar pedrinhas brilhantes da mão ávida e afoita de uma criança.

No fundo, no fundo, a gente nunca perde o ímpeto infantil de abaixar e colocar a mão nas pedrinhas proibidas. A diferença é que quando criança, um adulto tira da sua mão. Quando adulto, geralmente você mesmo solta as pedrinhas antes de colocá-las na boca.

É só, que a tarde infantil me deu uma canseira danada e eu estou filosofando sem muito saco de filosofar. Feliz Dia das Crianças. Para todos.

sábado, 11 de outubro de 2008

Dois em Um

Não ia escrever sobre isso. ‘Isso’ é um episódio que me aconteceu envolvendo eu e meu carro. Mas depois que um segundo episódio envolveu mais uma vez os mesmos protagonistas - eu e meu carro -, decidi que era assunto de post.

Anteontem (é assim que escreve?), foi um dia um pouco corrido e confuso, em que eu entrei e saí de vários shoppings de 11h da manhã às 21h da noite. E engana-se quem acha que foi um tour para fazer compras. Não, não. Morro assassinada se faço um troço desses. Por incrível que pareça, foi por trabalho.

Então, no último deles, o fatídico e esquisito Shopping Leblon, exausta na hora de pagar o estacionamento, cadê o papelzinho? Sei que tem um monte de gente achando que já passou por isso também. Mas calma que é muito pior. Procura daqui, procura dali, nada. Desisti de achar. Havia perdido, paciência. Comecei a me inteirar dos procedimentos para sair de lá sem o tal papel. Depois de percorrer grandes e desertos corredores, cheguei em um local chamado de administração do shopping. Contei minha história triste em tons ao mesmo tempo histéricos e sedutores para alguém me liberar sem eu ter que pagar uma fortuna. Ficou combinado que eu pagaria um preço meio termo. Momento de mostrar os documentos e dizer a placa. E cadê que a placa aparecia no sistema? Comecei a me irritar mais e mais e a explanar aos quatro cantos o absurdo que era a desorganização do local. Gritei e esperneei até um carinha lá aceitar me acompanhar até o veículo, onde ele compararia a placa do carro com a do documento. Ok, fomos.

- Qual o G que a Sra. parou?
(...)
- Senhora?
- Calma aí que eu tô pensando!
(...)
Cedi: - Não lembro.

Percorremos eu e o carinha todas as garagens do shopping e nadica de nada. - Caralho, roubaram meu carro!? Mas foi nesse instante que decidi analisar os fatos até ali: 1) eu não tinha achado um papel. 2) minha placa não constava no sistema. 3) Meu carro não estava em lugar nenhum.

- PQP! Eu parei do lado de fora. (e a imagem da vaga externa e super bem-vinda há três horas, me deixou morta de vergonha... Saí de cabeça baixa e prometendo nunca mais voltar ao Shopping Leblon).

Dois dias depois, hoje, voltei. Pois é, sou péssima com promessas, como já dizia meu querido marido...

E, juro por Deus, outra coisa me acontece. O papel estava lá. Achei e paguei. Eu lembrava direitinho o G que eu tinha parado. Mas cadê o carro? Caralho... só pode ser piada...

Enfim, o fato é que desta vez, eu não reconheci o meu carro. É que, desde que o moçoilo fez a tal trilha em Niterói que deixou o bichinho sujo mesmo de lama, eu não o vi nenhuma vez com luz natural batendo. E lá na garagem do Shopping Leblon, os arquitetos puseram a luz do dia fortíssima batendo. Daí, passei batida pelo meu próprio veículo, como eles chamam, três vezes! Até um dos adesivos de playboy que estão colados à contra-gosto no vidro traseiro, me tirar da escuridão.

Só eu, né? Vai ser desligada assim na PUTA QUE PARIU, com todas as letras!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Teste do Sofá com Efeitos Tardios

Lá vem polêmica, hein. Sou chegada e a minha vida anda muito certinha... Por isso, vocês não imaginam a minha alegria de criança em estar aqui prestes a colocar ‘no papel’ um monte de idéias e pensamentos não ortodoxos. Estou tropeçando pelos dedos de tanta vontade de sair escrevendo tudo rápido pra não esquecer o que ronda a minha cabecinha.

As coisas foram se juntando enquanto eu corria. Me atrasei e acabei saindo para minha corrida de fim de tarde ontem exatamente na ‘Hora do Brasil’. Ninguém merece. Aí, desliguei o radinho e corri só com meus pensamentos. Fiquei impressionada com a quantidade deles. Aliás, não paro nunca de me surpreender com quanta coisa convive – nada em paz – dentro da minha caixola. São várias vozes lutando por atenção. E é guerra mesmo, porque não tem nenhuma personalidade apagadinha, sabe? É tudo no mais puro estilo Adriana de ser. Agora chega disso que eu tenho verdadeiro pavor dessas pessoas que falam de si em terceira ou outras pessoas que não seja a primeira do singular.

Por isso, eu, Adriana, danei a pensar que um montão de coisas que fiz lá atrás na vida estão sendo incrivelmente úteis hoje. E o mais bacana é que nenhuma delas foi feita de caso pensado. Dei por dar. Pelo simples ato sexual em si. Sem busca de favores.

Mas tenho que admitir que esses favores, gentilezas, quebra-galhos, simpatias ou o que seja estão caindo como uma luva atualmente.

Já falei aqui que eu não sou nem um pouco contra pistolão ou coisas do gênero. Acho que cada um joga com as suas armas e esse negócio de que o mundo é injusto e blá blá blá é um puta de um assunto chato que só usa quem fica sentado esperando as coisas caírem do céu. Quem levanta é para se virar. E se a pessoa vai virar de costas ou não, o problema é dela.

Aí, vem outros chatos dizerem que mulher se dá melhor porque é mulher e mais blá blá blá. Ah, pára de encher ou então vira viado que dá quase no mesmo ou, se bobear, sai na frente.

O fato é que existem dois caminhos principais e bem mais rápidos para se conseguir certas coisas: puxando o saco – sem nenhuma conotação sexual – ou lambendo o saco – com conotação sexual.

Prefiro a segunda. Aliás, só nasci para fazer a segunda. A primeira nem tentando muito. Minha soberana falta de paciência se impõe de uma forma admirável.

Mas, então, o mais legal da história no meu caso e na minha cabeça é que estou conseguindo um montão de coisas super necessárias nesse momento específico da minha vida por causa de sacos lambidos no passado por livre e espontânea vontade. Não é incrível? Fiquei até com um certo receio de precisar fazer de novo. Mas até agora só o passado me condena. O presente tem me mantido um poço de profissionalismo e inocência.

Por isso, chamei de teste do sofá tardio. Estou colhendo os louros (tem mais morenos. Gosto mais.) só agora. De braços abertos. As pernas estão comportadas.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Trânsito

Odeio trânsito. Trânsito de carro parado. Prefiro levar mais tempo para chegar a algum lugar andando, do que menos tempo, mas quase parada. Por isso, sou daquelas pessoas que ficam tentando pegar caminhos alternativos. E, sim, já tive milhões de provas de que isso nunca dá certo. E, pior, na maioria das vezes você se complica ainda mais.

Mas não tem jeito. É mais forte que eu. Se estou parada e aparece uma ruazinha ali à direita, eu sigo. Nem sempre sei onde aquilo vai dar. Posso ser sincera e assumir que, na maior parte das vezes, eu não resolvi o meu problema do trânsito. Mas... Mas amenizei o meu problema de tédio. E isso já é alguma coisa. Muita coisa.

Odeio tédio mais do que eu odeio trânsito. Música me distrai um pouco. Mas eu logo percebo que eu estou ali parada. Uma pessoa junto no carro só piora. Levando em consideração que eu fico intragável, as chances de uma discussão (se for alguém com uma certa intimidade) ou de uma explosão (se for alguém com quem eu tenha que aparentar normalidade) são altas, bem altas.

Uma das coisas de que mais tenho pavor de ficar parada no trânsito é que começo a pensar na vida. E pensar na vida entediada, presa dentro de um carro não é legal. Questões já resolvidas voltam à cabeça. Outras coisas que você nem tinha tempo de pensar e por isso mesmo estavam lá quietinhas no canto delas, surgem de repente, querendo solução. Você lembra de um monte de coisas que tem que fazer e não fez. Uma vai puxando a outra, culpados escondidos vão aparecendo e as dúvidas. Pqp como eu tenho raiva das dúvidas! Dúvida só serve para confundir mesmo. Enfim, não gosto de pensar na vida.

Por isso, desde que eu comecei a dirigir, são nove anos (caralho! Fiz 18 há 9 anos!) de dedicação a achar coisas que disfarcem meu tédio no trânsito. Hoje inventei uma nova brincadeira que pode até virar roteiro de curta-metragem.

Estava eu na Lagoa-barra (o que fazia eu lá, às 20h?? burra para c...) quando o mundo parou. Nem sinal de caminhos alternativos. Estava presa. Precavida que sou, antes do tédio invadir ou da vida rondar, comecei a fazer o seguinte: olhava para os carros do meu lado, na frente, atrás, enfim, os carros que estavam próximos e começava a inventar uma historinha para cada pessoa que estava dentro deles.

Assim: do meu lado tinha um velhinho em um táxi, com uma cara meio tristinha. Aí, fingi que ele tinha trabalhado a vida toda e juntado uma grana boa. Com esse dinheiro, abriu um negócio com um amigo que veio do norte, onde ele também morava. O negócio deu certo, cresceu e eles estavam super bem. Um belo dia, o cara sumiu com tudo e deixou o velhinho sem nada. Sem alternativa, ele teve que começar a trabalhar de novo e alugou um táxi.

Atrás, tinha um casal num carro preto grande que eu nem sei qual era. (não sou muito boa nisso, o que deixa meu marido, viciado em carro, um pouco irritado). Os dois estavam, há uns 10 minutos, mudos, olhando para a frente sem trocar uma palavra. Na minha historinha, estavam indo para a festa de 70 anos do pai dela. (ela estava toda maquiada) e como já haviam discutido em casa, porque ele não queria ir, agora estavam sem se falar. Ele pensava que era a última vez que estava fazendo algo que não queria e ela pensava em como ele era injusto, ingrato e egoísta.

Na frente, um cara num chevete (esse eu ainda sei reconhecer!) que tinha acabado de jogar uma lata vazia de cerveja pela janela. Preconceitos à parte, no meu roteiro virou um pé-rapado, que estava indo numa festa num condomínio na Barra com churrasquinho, pagode e funk.

Do outro lado, um garoto, sei lá de uns 20 anos, roendo unha. Esse estava indo pegar uma menina para sair pela primeira vez. A infeliz mora na Barra e fez com que eles marcassem um cinema no infernal New York City Center. Ele já está atrasado, começando mal. Está nervoso, ela não atende o celular.

E assim foi até eu chegar em São Conrado, quando peguei o Joá (dane-se se é perigoso) e fui me divertindo com curvas até a Barra. Cheguei de bom-humor, com uma idéia na cabeça e simpática com todo mundo!

Se eu não fosse maluca, ia acabar ficando louca...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Nada É por Acaso

Não, por favor, nada de espiritismo. Sei que há um livro famosérrimo da Zíbia sei lá das quantas que tem esse título. Mas não sou espírita, para desgosto do meu pai, e muito menos leio livro da Zíbia que tem um filho dono de um dos programas mais trashes da TV. E trash no mau sentido. Porque há trashes e trashes e esse é o trash do mau, do demo, para ficarmos no campo religioso.

Meu ‘nada é por acaso’ é mais simples. Simplório, fica melhor. Tudo começou com Miguel, um dos portugas, que me pediu uma caixinha para guardar a coleção de moedas que está se formando na mesinha de cabeceira dele. Catei, mas não encontrei nenhum compartimento adaptável.

Até que andando pela Marechal Cantuária, a única rua da Urca onde vende-se coisas, passei por uma lotérica que além de aceitar apostas, vende trecos. Sei lá porquê, parei e entrei para olhar os trecos. Aí, avistei um simpático cofrinho em forma de porquinho todo pintado com temática tricolor. Tá, meu time não tá merecendo minha simpatia, mas quem é que resiste ao escudo do Fluminense? Eu ainda não consigo. É como olhar para o Marcelo Antony ou para o George Clooney, meus musos quarentões.

Enfim, comprei o porquinho para dar de presente a Miguel. Ele merece. Mesmo tendo chegado ao Brasil numa época em que o Flu não anda essas coisas, fez questão de escolher meu time para chamar de seu, comprou uma camisa e a veste com orgulho, vai entender...

O fato é que as moedas do Miguel, depois o escudo tricolor e, por último, o porquinho associado ao tema econômico e a alguém que eu gosto muito fizeram com que eu tivesse idéias bacanas e resolvesse coisas importantíssimas de trabalho hoje.

Viu, simplório. Como eu gosto.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pedras Portuguesas

Tenho praticado muito o desapego. É um exercício diário e forçado. Sou chata. Falei isso já, né? Mas engana-se quem pensou que minha chatice se resume a ser meio travada. Não. Minha chatice abrange temas como: chata com quem usa as minhas coisas, chata com quem tira as minhas coisas do lugar, chata com quem come as minhas coisas... chata com qualquer coisa que envolva as minhas coisas. E esse ‘minhas’ não necessariamente é tão ‘minhas’ assim. Deveria ser de todos. Mas eu não vejo assim. Desde muito nova, quando minha luta era só com Tatiana Maia.

Pois bem. Morar sozinha acostuma mal o ser humano. Um ser humano com tendências egoístas então... Sou esse aí. Tenho muita pré-disposição ao egoísmo e prezo bastante a privacidade. Nunca morei sozinha, sozinha. Mas morar com o meu marido é quase isso já que o cara é quase um escravo dos Senhores Feudais Portugueses. Desde que o conheço ele trabalha de domingo a domingo, salvo raríssimas exceções e nem estou falando de feriados, natal e ano novo. Esses são os dias em que mais se trabalha, aliás. E quando ele chegava em casa, não tinha força para mexer nas minhas coisas. Quem sempre mexeu e decidiu tudo fui eu. Nunca declarei, mas sou totalmente a favor da ditadura dentro de casa.

Agora, cada dia é uma surpresa. Cadê o pão preto que estava aqui? O João comeu. Cadê o João? Está procurando o chocolate. Cadê o chocolate? O Miguel comeu. Cadê o Miguel? Está monopolizando a TV...

Tá. Ainda gosto deles. E eles são muito menos intrusos do que parecem na minha descrição simpática. A chata sou eu mesmo. E é por isso que comecei dizendo que estou praticando o desapego. Acho que vai ser bom para mim. Até para o futuro. Se dois marmanjos me cutucam, imagina crianças!? Como farei para adestrar meus filhos?

Mas enquanto não encontro a cura da chatice, encaro meus novos moradores como pedras no meu caminho.

No meio do caminha tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. No meu caminho, são pedras, assim no plural. E portuguesas!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A La Cláudio Paiva

- Oi! Que bom encontrar com você. Estava há um tempão pensando nisso.

- Oi.

- Eu me separei também, sabia?

- Ah é?

- É. Não estava dando certo. Muito tempo juntos. O relacionamento se desgastou sozinho, sabe? Não é culpa de ninguém. Não tinha mais paixão. Estávamos vivendo como dois velhos amigos. Meio devagar quase parando.

- Que pena.

- Ah, vai dizer que você não ficou feliz?

- Hã? Não, por que eu ficaria feliz? Separação é sempre uma coisa sofrida.

- Na verdade, estou aliviado. Só tenho pena pelas crianças. Mas também não estava sendo bom para elas.

- Bom, se cuida.

- Ei! Mas e você?

- Eu o quê?

- Separou por quê?

- Como assim?

- Como, como assim? A secretária lá da academia falou que você tinha se mudado. Tinha voltado para a Urca. Aí, me lembrei que você tinha me dito uma vez que seus pais moravam lá. Logo...

- Ah! Por isso que você falou ‘também’ no início... Não. Eu me mudei sim, mas não fui para a casa dos meus pais. E nem me separei.

- Não?

- Não.

- Que merda.

- (?)

- Bom, esquece tudo o que eu falei. A história de aliviado, velhos amigos e tal. Estou tentando voltar para a minha mulher.

(...)

domingo, 5 de outubro de 2008

O Bolo

Aniversário dele. O combinado era que o moço passaria o dia fora fazendo um rali aí em Niterói e eu cuidaria das pouquíssimas coisas que faltavam ser organizadas para a festinha de mais tarde em nossa casa.

Fiz até uma listinha. Ele podia ir tranqüilo. Pedi, esperei e paguei o gelo. Coloquei as bebidas para gelar com a ajuda de um dos portugas. Passei aspirador e pano na casa inteira. Recebi os sanduíches enormes. Recebi os barcões da comida japonesa que ele ama e eu odeio. Arrumei tudo. Lavei copos. Arrumei espaço para os petiscos. Selecionei DVDs e músicas. Confirmei com os amigos dele mais próximos. Tomei banho e fiquei linda, com o detalhe importantíssimo de que fiz isso sem precisar usar uma roupa nova. Prometi que ia gastar menos em roupa e tenho cumprido. De presente, usei uma roupa velha no aniversário dele! Ele ficou orgulhoso.

Estava tudo ótimo. Tudo lindo. As pessoas começaram a chegar. Veio todo mundo de mais importante. Não faltou comida e nem bebida, a maior alegria do rapaz, que tem uma neura um pouco acima do normal com isso. Coube todo mundo. Enfim, a noite corria muito bem.

A não ser por um detalhe. Sim, o bolo. Cadê a porra do bolo? Eu esqueci o bolo! Alguém me fala como pode no aniversário do meu marido em que eu fiquei encarregada de organizar uma festa na minha própria casa, eu esqueço do bolo, Jesus?!?!

Um bolo muito do mixuruca foi comprado às pressas numa padaria magicamente aberta. Com aquele glacê de cores que só há em padarias, sabe? Bom, estava todo mundo bêbado e o bolo desceu assim mesmo. Mas pqp! Oh cabeça ruim... Que merda. Ainda bem que ele é homem, já acostumou comigo e não fica magoado. Tá vendo como eu não poderia ser lésbica!? Imagina se fosse uma mulher. Tava fudida.

sábado, 4 de outubro de 2008

Capítulo 2 - Letícia

Entendo que as pessoas muitas vezes não acreditem muito em algumas das minhas peripécias contadas aqui. Mas o que eu posso fazer se vivo passando por situações meio bizarras. Sei lá, atraio. Deve ter alguma explicação.

Bem, primeiro foi a ida à pracinha com Paulinha, a filha dos vizinhos que estavam caindo na porrada. Agora, conheci minha outra vizinha mirim. De novo, de uma maneira incomum. Letícia mora na casa ao lado.

Estava eu sexta-feira trabalhando, lá para umas 5h da tarde, quando começo a escutar:

- Manoel – Manoel (na voz de uma criança aos berros)

Primeiro só pensei uma besteirinha: Caralho, eu tenho três portugueses em casa e o vizinho é que se chama Manoel.

Mas aí, a criança permaneceu: - Pai – Papai – Manoeeeel!!!!– Alguém – Socorro! – Me ajuda – Me ajuda!

E a voz foi ficando cada vez mais desesperada. Tão desesperada que finalmente me fez levantar da cadeira e achar que não era possível que tudo aquilo fosse manha. Cheguei a pensar que ela tinha acabado de fazer cocô e ninguém estava indo lá limpá-la. Depois, achei que ela podia estar de castigo. Num terceiro momento, que de fato me fez levantar, achei que a estivessem matando.

Enfim, me meti numa microjanela que tem na minha copa e dá para ver a lateral da casa onde estavam matando a criança que ainda não tinha parado de gritar.

- Ei. – Ei, aqui.

(silêncio)

- Está tudo bem? Você está precisando de ajuda?

Uma voz fanha me responde: – Não está tudo bem.

Volto para o meu cafofo.

Segundos depois: - Me ajuda! – Pai, chega logo, pai. – Pai, por favor me ajuda.

Voltei para a janelinha: - Oi, olha para mim. O que está acontecendo?

- Eu estou sozinha em casa.

- Você tava dormindo?

- Não, tava no computador.

- E não tinha ninguém?

- Eu achei que a empregada tava, mas ela saiu. E agora eu tô sozinha. Me ajuda! Me ajuda! Pai! Papai!....

Resumindo: eu fui lá para frente, pulei o muro da casa da garota (totalmente louca, né? Ela podia estar de pirraça, podia estar mentindo, a casa podia ter alarme, podia ter cachorro... aliás, tinha. Dois. Mas eles foram com a minha cara), resgatei a pequena e saí com ela pelos braços (o portão abria por dentro, não pulei de novo). Levei a menina ainda histérica e soluçando para a minha varanda e ficamos lá sentadas conversando, esperando alguém da casa dela chegar. Nesse meio tempo, ELE entra em casa e óbvio pergunta quem é a pessoinha.

- Sou a Letícia. Tenho 7 anos. E estava sozinha em casa. Eu que pedi para vir ficar aqui, esperando. Não foi ela que me obrigou.

Muito bem. Letícia fez direitinho como combinamos. Estava morrendo de medo de levar um puta esporro por ter invadido uma casa na Urca e ter saído de lá com uma criança a tira-colo!?

Bem, o lance é que, no fim da história, foi ELE quem entregou Letícia ao pai, que chegou dois minutos depois. Perco quase três horas do meu dia e o menino com cara de bonzinho e responsável é quem leva os créditos. Francamente.

Letícia passa bem. O pai tinha ido buscar o outro filho na natação e avisou a Letícia que não quis ir. Pelo visto, ela mudou de idéia...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Gisele

Quando eu era bem menina, ganhei um livro com todas as peças de ballet famosas: “O Lago dos Cisnes”; “O Quebra-Nozes”; “Copélia”; “Giselle”... Adorava. Era esse livro e um outro treco que era de uma boneca de papel e suas roupas também de papel. Eram dois dos meus passatempos prediletos. Li e reli as histórias de ballet cinqüenta mil vezes. Tenho ele até hoje. Meio prejudicado e tal, mas tenho. A boneca de papel escafedeu-se junto com o meu pogobol, o meu Sr. Batata, o jogo do pirata lá... e o resto do Almanaque Anos 80.

Mas não é sobre nada disso que eu quero falar. É que quando coloquei o título ‘Giselle’, lembrei do livro das histórias de ballet. Mas parou aí. O que eu quero falar mesmo é sobre o comercial da Vivara com a Gisele Bundchen.

Já viram? É uma mistura de comercial de shampoo com cabelos ao vento e de perfume com olhares e movimentos sedutores. Mas tem um ‘ar’ constrangedor a mais. Quando vi, me lembrei imediatamente da minha pré-adolescência quando eu ficava em frente ao espelho fazendo caras, bocas e poses para... nada. Só por puro prazer de se descobrir menina e admirar os próprios cabelos compridos.

Mas eu não tinha coragem de fazer isso na frente de ninguém. Desde pequena desenvolvi um senso de ridículo muito bem apurado até os dias de hoje. Nunca usaria um laçarote rosa enorme, por exemplo...

Mas o fato é que olhei para Gisele e lembrei de mim. Uau! Humildade para quê, não é mesmo? Mas é sério. Voltei uns quinze anos no tempo e me vi em frente ao espelho do quarto que hoje é ocupado pela minha irmã, que assim que eu saí de casa nem deixou a cama esfriar. Pulou para o meu ex-quarto que era maior que o dela.

Então, Gisele está lá dando uma de pré-adolescente curtindo uma com o espelho em rede nacional, quiçá internacional! E está ganhando horrores para pagar esse micão.

Talvez meu senso de ridículo tenha me atrapalhado mais do que me ajudado... vou rever os meus conceitos.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Noiva

Ok, ok, todo mundo conhecia a do ‘tô vendendo o almoço pra pagar a janta’. Sorry. Mas eu realmente nunca tinha ouvido e gostei. Vamos à próxima página:

Sempre achei noiva uma coisa meio paraíba. Não a ‘noiva’ em si. Mas aquele povo que fica noivo, sabe? Tipo, ‘estou noiva’; ‘meu noivo blá blá blá’, ô coisa brega...

Como nunca fui noiva, nunca usei aliança na mão direita. Deixo aqui um adendo de que aqueles casais que usaram aliança na mão direita um tempo antes de se casar sem o estardalhaço de ‘ficamos noivos’, não tem problema. Implico apenas com o termo estou ‘noiva’.

Mas então, eu não fui noiva e nem usei aliança na mão direita. Conheci o anel que usaria para ‘todo o sempre...’ no dia do meu casamento. Gostei mais ou menos. Antes eu tivesse visto antes... Não dá para deixar nada na mão de homem, literalmente no caso. Agora tenho que usar esse negócio mais ou menos ‘para sempre’.

Enfim, mas o fato é que estou noiva! Como? Tive uma espécie de alergia inexplicável no dedo anelar da mão esquerda por causa da aliança. Fez machucado e tudo!



E aí, tive que tirar a aliança de lá. Ou seja, estou temporariamente noiva. O anel está, pela primeira vez, na mão direita.

Será que isso faz diferença? Meu marido falou que faz. Pelo menos, para mulher. Diz ele que homem noivo é chamariz de mulher. Mas eu não acho que seja muito diferente de casado. Se uma aliança chama mulher, não importa em que mão esteja. Aliás, se levarmos em conta o desafio, quanto mais difícil melhor, não? Achei bobagem. Mas queria dar uma testada.

Aliás, eu tenho um sério problema. Já fiz inclusive pesquisa entre as minhas amigas e sou uma das poucas que não repara em aliança de homem. Isso não é bom. Mas é que nunca me lembro, ou me lembrava... de olhar para a mão do sujeito pra ver se ele era comprometido. Na maioria das vezes, descobri ou com o tempo ou porque o próprio avisou... Não me orgulho, quero deixar claro. Mas faz parte da minha desatenção.

Ao contrário, digo os homens em relação a mim, também nunca senti que repeli ou atraí gente pela aliança. Já ouvi muitas vezes “Você é casada???”, mas muito mais porque as pessoas não levam fé que eu possa ser casada do que por interesse em mim.

Mas vou aproveitar esse momento noiva para checar se algo muda. Aviso.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Colaboradores

Conversa escutada no Bibi Sucos do Jardim Botânico, entre dois atendentes:

- Vai lá no baile da Rocinha hoje?
- Vou não.
- Ih... Tá devagar.
- Minha mulher me bate.
- Que isso rapaz?
- É. Ela falou que só não bate em homem bonito. Feio, ela senta a porrada.

Conversa entre eu e um taxista que virou meu fiel escudeiro nesses tempos de Lei Seca:

- É, policial é tudo bandido mesmo. Eles já têm esquema com os garçons dos bares, sabia? Os fofoqueiros avisam quando sai um cliente que bebeu e dá o itinerário todinho. Aí, os caras vão na certa.
- Jura? Mas também está tudo errado. Eles ganham mal para caramba.
- Que nada. Pode botar um salário de 5 mil na mão deles que eles vão continuar tudo mau caráter igualzinho. Sangue ruim.
- É verdade. Caráter é caráter.
- Eu não consigo. Tô vendendo o almoço pra comprar a janta, mas durmo tranqüilo.

Cantada que uma amiga levou e me contou:

- Aí, ele vira para mim e diz: Eu tenho que te fazer um elogio. Sua estrutura mandibular é linda. (?)

Outra amiga contando de outro cara que também estava dando mole:

- Ele olha de longe. Dá uns abraços mais longos, sabe? Tem um papo legal e tal. Mas... ele pisca. Vive piscando. Uma coisa meio Latino, sabe?



Por essas e outras meus dias têm sido bem divertidos. Queria só falar uma coisa que não tem nada com nada: descobri o Diogo Nogueira. Quer dizer, descobri que o Diogo Nogueira é uma graça! Apesar de dar pinta de viado de vez em quando. Mas fiquei impressionada. Depois de Maria Rita, estou vendo o mundo musical com olhos mais atentos e descobri que Diogo Nogueira também tá podendo, hein?! Pegava fácil... Homem que rebola, usa gola rolê e ainda assim é incrível, tem que ser muito macho.

Um último comentário: qual é o sentido da gente pagar pedágio na ida e na volta? Eu acho que todos os pedágios tinham que ser que nem a Ponte Rio-Niterói. Pagar para entrar, eu até entendo. Mas pagar para sair eu acho um pouco de abuso.