domingo, 19 de outubro de 2008

Mais uma vez, Renata

Renata é meu carma. Desde aquela história lá do início da doida de uma das minhas ex-academias que cismou de me chamar de Renata e depois tive que sair de lá para não correr o risco dela descobrir minha verdadeira identidade até o nome da ex do meu amado marido.

A única. Sim, antes de mim, só houve a Renata. Diz ele que andou comendo umas por aí no curto período entre nós duas. Eu, sinceramente, acho difícil já que a pessoa conheceu Renata pirralho, namorou Renata uma eternidade, ficou solteiro apenas seis meses e se apaixonou por mim para sempre... Eu prefiro pensar assim e não parar muito pra tentar fazer as contas e ver se é possível ele ter se divertido uma vida em apenas seis meses. Eu aproveitei bastante a minha, mas tive uns aninhos aí antes da criança. E ah! um intervalo com ele mesmo em pleno carnaval carioca que foi o melhor de todos os tempos. Já ele, coitado, passou três meses chorando por mim... e não pegou ninguém!

Bom, contada a minha versão romântica dos fatos, o problema é que Renata ainda está entre nós. Não sempre. Mas volta e meia Renata não é morta.

A primeira vez que a moça surgiu foi bem no início do namoro. Estávamos caindo na porrada no carro quando ele solta um berro com algo como: “Puta que Pariu, Renata!”.

E o silêncio se fez presente. Serviu para desviar o foco e mudar o assunto da briga, mas fiquei puta pra cacete. Mesmo com justificativas de que ele lembrava dela de momentos estressantes como aquele e que por isso seria compreensível, ele se confundir naquela situação desagradável e de pressão. Não engoli muito não, mas ele já tinha me chamado de mãe e de Cristina, a irmã, em outras brigas parecidas. Resolvi não dar muita bola.

Um tempo depois o ‘Renata’ apareceu numa situação corriqueira, tipo chamando para sair de casa logo. “Vamos Renata!”. Não fomos, claro. E o resto do dia foi dedicado a discutir porque Renata apareceu dessa vez. Mais blá blá blá e, outra vez, eu decidi deixar pra lá.

Aí, Renata deu uma sumida no mundo. Enquanto isso, nós evoluímos em nossa relação de ficantes, para namorados, depois moradores do mesmo local até efetivamente marido e mulher. E vivemos assim muito tempo até Renata ser convidada para jantar na casa dos meus sogros. Contei aqui. Foi uma coisa bem esquisita até porque quem veio me contar foi o próprio. Estratégia ou não, o fato dele mesmo vir me dizer achando a coisa meio estranha, fez com que eu ficasse sem argumentos para reclamar com ele. Se eu quisesse brigar com alguém, teria que ser com a minha sogra. Mas aí... deixei pra lá. Tenho uma grande tendência na vida a deixar pra lá, como já deve ter dado para perceber.

Eis que Renata aparece de novo. Há pouquíssimo tempo. Estávamos jantando na casa de um casal amigo. Conversas descontraídas. Falávamos sobre viagens. Situação nada estressante. Papo bom, companhia legal. Sai um:

- Claro que não, Renata.

- E aí, querido? Qual será a explicação desta vez?

(uns dez segundos em que ele ficou pensando. E o outro casal mudo na expectativa, assim como eu.)

- É que o Renato está na minha cabeça.

Foi a pior desculpa de todas as ‘Renatas’. Renato é um grande amigo dele, até aí, morreu Neves. E não estávamos falando do Renato. Ou seja, não tem desculpa. Mas aí o que eu ia fazer? Ia ficar pensando que ele ainda vê Renata? Ia fechar o tempo num jantar que estava no início e divertido? Ia ficar enchendo a paciência em busca de uma explicação plausível que eu sabia que não existia? Resolvi deixar pra lá...

Um comentário:

Francisco J.Pellegrino disse...

É isso aí mesmo...Renata, desculpe-me Adriana...deixa prá lá..

Não xingue o seu amigo.... é só para descontrair.

Abs e boa semana

Francisco