segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A La Cláudio Paiva

- Oi! Que bom encontrar com você. Estava há um tempão pensando nisso.

- Oi.

- Eu me separei também, sabia?

- Ah é?

- É. Não estava dando certo. Muito tempo juntos. O relacionamento se desgastou sozinho, sabe? Não é culpa de ninguém. Não tinha mais paixão. Estávamos vivendo como dois velhos amigos. Meio devagar quase parando.

- Que pena.

- Ah, vai dizer que você não ficou feliz?

- Hã? Não, por que eu ficaria feliz? Separação é sempre uma coisa sofrida.

- Na verdade, estou aliviado. Só tenho pena pelas crianças. Mas também não estava sendo bom para elas.

- Bom, se cuida.

- Ei! Mas e você?

- Eu o quê?

- Separou por quê?

- Como assim?

- Como, como assim? A secretária lá da academia falou que você tinha se mudado. Tinha voltado para a Urca. Aí, me lembrei que você tinha me dito uma vez que seus pais moravam lá. Logo...

- Ah! Por isso que você falou ‘também’ no início... Não. Eu me mudei sim, mas não fui para a casa dos meus pais. E nem me separei.

- Não?

- Não.

- Que merda.

- (?)

- Bom, esquece tudo o que eu falei. A história de aliviado, velhos amigos e tal. Estou tentando voltar para a minha mulher.

(...)

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