quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Rapaz...

Rapaz, mais um que vai. Mas eu juro que não queria fazer um último post sobre isso. Isso de falar de mais um ano que se foi, retrospectivas, lista de melhores e piores e tal... Mas o ponto é que eu adoro fazer isso. Sabe essas últimas matérias de capa do Segundo Caderno que fala do que foi bom e ruim em 2008 nas artes? Então, aguardo por elas ansiosamente. Assim, como a eleição da mala do ano pelo Xexéu, que saiu hoje e elegeu Luana! E ah! o horóscopo final. Já soube que 2009 não vai ser lá essas coisas. E, em parte, meu signo tem um pouco de culpa nisso. Um planeta aí vai entrar em Capricórnio e fudeu! O bicho vai pegar. É, tirando por mim, um ano regido com influências capricornianas é meio complexo mesmo. Quem me deu a notícia de que o ano não será pra peixes... (trocadilho idiota) foi meu amigo Renato, outro do meu signo e do meu time. Ele também comentou que as contratações do Flu para o ano que vem aí também não são de se bater palmas.

Mas, enfim, o ‘rapaz’ do título foi em homenagem ao Renato. Ele fala rapaz e eu sempre pego no pé dele. É uma das minhas lembranças de 2008. E assim será esse derradeiro post, com lembranças e homenagens a quem compartilhou algo comigo e que me inspirou a escrever aqui.

ELE, o bobo que não quer ter o nome revelado, esteve no começo de tudo e deu o título ao projeto. Para quem não sabe: 366 – Crônicas de um Ano Bissexto. Além disso, também foi personagem de vários diálogos celebrados. O povo gosta do nosso relacionamento não convencional. E eu também. Minha sócia e amiga Camila também protagonizou alguns momentos interessantes. Francisco, cadê você? Francisco foi meu primeiro leitor assíduo e desconhecido. Ainda que eu ache que ele enjoou de mim, merece meus sinceros agradecimentos. Juntinhas, vêm minhas amigas de fé e irmãs camaradas Tai, Bruna, Bárbara, Ana B., Carol, Deca, Paulette, Thalita, Bel Saes e desculpa se esqueci alguém. Umas mais, outras menos, mas as meninas, minhas paquitas, foram muito presentes. Adoro vocês! Tem gente que eu sei que lê e não comenta, mas também quero dar o meu muito obrigada. Nívea, as amigas da Deca, Flávio, o próprio Renato, Edu, Maurício e todos os amigos dos amigos que algum dia entraram aqui. E, por fim, e não menos importantes meus leitores mais recentes, Suellen, Amanda, Brava’s Idéias que eu não sei o nome e Sergio.

No mais, queria fazer uma grande revelação no fim. Uma coisa meio último capítulo de novela, sabe, e contar quem é o assassino. Até pensei em implorar ao moço lá que ele deixasse eu dizer o nome dele, enfim. Mas achei que não valia à pena, não ia ter tanta graça. Só ele liga pra isso. Ninguém mais. Depois, pensei em engravidar só para contar uma novidade. Desisti rapidamente. Seria muito último capítulo de novela...

Sem grandes novidades, então, me despeço de 2008 e de vocês, muito parecida como comecei. Cheia de vontades e indecisões.

Feliz Ano Novo! E boas entradas! (bem mais sugestivo... e sugerido pela Su). É isso. Beijo, crianças e até 2009 em novo formato.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Fotografia Ótima

- E aí, gostou do filme?

- Ah, a fotografia é ótima.

Traduzindo, o filme é ruim. Filme que ganhou o prêmio de fotografia mundo afora é candidato fortíssimo a filme mala. Filme que aquele casal que fica até o fim do fim dos créditos veria e diria que é incrível, mesmo que lá no fundo eles tenham achado chato. Mas algo neles não aceita que um filme tão... chato, não seja visto como genial.

Tenho pena da fotografia nessa história toda. Ela sempre paga o pato. Não que não haja filmes com fotografia belíssima e que sejam interessantes. Sei lá, “Sideways”, por exemplo. Mas, regra geral, quando o cara dá muita atenção à fotografia, esquece do resto. O roteiro é o que mais sofre. E está aí um caso em que uma imagem não vale mais do que mil palavras. Não, não. Aqui, não.

Exemplo mor: “Lavoura Arcaica”. Puta que Pariu três vezes. Saí no meio. E não lembro de outro momento em que eu tenha feito isso. Ah! Talvez mais um em “Robocop 2”.

A música nesses filmes de fotografia ótima também costuma ser boa. Os atores são irrelevantes. Pensei agora aqui num filme francês de fotografia ótima... PQP! Esse deve dar vontade de vomitar. Se bem que, “Amelie Poulin” acho que tinha uma fotografia bem bacana...

Mas, enfim, fique esperto a um prêmio de fotografia no festival sei lá das quantas no cartaz. É uma dica e tanto de que o negócio não vai chegar a lugar nenhum.

E, sim, sei lá porquê agora aderi a 'falar sobre cinema'. Prometo que vou variar. Ah! É verdade. Tenho novidades. Decidi que não vou parar. Agora que estou ganhando mais amiguinhos, achei injusto comigo (egoísta, não?) acabar com a brincadeira. Aí, combinei com a minha amiga Lilian, que foi quem criou esse blog pra mim, que ela vai dar uma mudada no layout e tal e a gente começa outra jornada. Não nesse esquema de todo dia, mas me conhecendo do jeito que eu me conheço, podem ficar tranqüilos que vão ter muito poucos dias com buraco. Não sei ainda se elegerei um tema específico, tipo cinema, relacionamentos ou ditados populares, ou se será livre. Bem, acho que também me conhecendo um pouquinho, será livre!

Até amanhã, povo, último dia do ano!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Manual

- A gente tem que fazer mais coisas juntos. A qualidade do nosso tempo em comum não está legal. Está tudo meio no automático.

- Pôxa. Mas eu comprei manual.



PS: Para dar um descanso aos que lêem minhas palavras sem fim...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Filmes Românticos

Cinema de novo... juro que não é proposital, mas é que estou vendo mais filmes, fazer o quê? Enfim, outro dia li uma reportagem sobre um estudo que havia descoberto que comédias românticas são maléficas aos relacionamentos da vida real. Uau! Que descoberta! E ainda foram gastos rios de dinheiro em pesquisas para se chegar a essa conclusão. O estudo revelou que ver o amor idealizado e perfeito na tela no cinema ou da TV faz com que as mulheres acreditem que aquilo é possível. Por favor, né... Qualquer pessoa com um pouquinho só de inteligência poderia chegar a essa conclusão sozinha. É óbvio. Todo mundo já sabia disso. Inclusive nós mulheres que, ainda assim, continuamos fantasiando com o mocinho dos filmes mamão com açúcar. É muita subestimação, não é não? Ou alguém achou mesmo que a gente não sabe que aquilo ali dificilmente existe? E daí? Qual o problema de suspirarmos e ficarmos um pouco depressivas querendo aquilo para nossas vidas? Eu também sei que nunca terei dinheiro para dar a volta ao mundo em 60 dias e nem por isso deixo de suspirar pela idéia. Esses estudiosos estão sem sirviço...

Mas o que quero falar mesmo é que acabou de acontecer o contrário comigo. Falei do estudo aí acima porque o fato deu ter vivido uma experiência ao avesso me fez lembrar aí do artigo. E como não tinha comentado nada aqui, resolvi deixar registrado. Mas o assunto em si é reverso. Acabei de ver um filme de mulherzinha que me fez ter certeza de que no fundo, no fundo, a gente ama mesmo é quem a gente acha que não dá muita bola. Tá, também não é um pensamento tão revolucionário assim. Mas achei que valia à pena falar sobre ele. Justamente porque é algo mais escondido, com menos holofote. Não valorizado. Pelo menos, não como deveria.

Já falei aqui que a minha mãe também compartilha essa espécie de amor de coxia. Um amor ali não iluminado. Que não aparece para o público. Pois bem, mas dá para conceber um teatro sem coxia? Não. Ainda que a gente só se preocupe com o que a platéia está vendo e com o ator que contracena com a gente e recebe os aplausos e a atenção toda para si.

É fácil se apaixonar pelo mocinho. É latente. É quase palpável. Mas o amor da coxia engana. Engana até a nós mesmos. O negócio é tão na dele, tão invisível em sua eficiência que até nós nos descuidamos e esquecemos de sua importância. Só sentimos quando ele vai embora, joga a toalha. E aí, as coisas param de funcionar. Dão defeito. A cortina não sobe, a roupa não entra, a luz não acende, o mocinho se mostra um ser desprezível e a platéia sai aborrecida. Ou seja, só é possível se apaixonar pelo mocinho, enquanto o contra-regra está trabalhando. Se ele te abandona, porque é ele quem sabe tomar conta de tudo, a coisa degringola. Peça por peça.

O filme em questão nem merece tanta atenção. Chama-se “Clube de Leitura de Jane Austen”. E a sub-trama que me chamou atenção também não se explica por si só. Trata-se apenas de um casamento de 20 anos, em que um belo dia o marido decide ser sincero com a mulher e diz que sai com outra há seis meses. Essa outra não é nenhuma ninfeta. É uma mulher de 45 anos. Nada de especial. Nada demais. Nada de muito mais excitante aparentemente do que a própria mulher dele. Mas após tanto tempo junto, ele diz, as coisas deixaram de acontecer. Bom, o cara estava visivelmente cansado de participar da mesma peça, no mesmo papel. Já a contra-regra fazia sempre o trabalho dela, sem nem de longe pensar que existia um trabalho melhor a ser feito. Quem estava se enganando? Aí é que está. Para mim, ele. Ela estava ali há 20 anos, fazendo tudo funcionar, por amor. Ele achou que estava cansado porque tudo estava tão ok como sempre, que ele sentiu falta de algo novo. Achando que não amava mais a mulher, sucumbiu à outra.

Pouco tempo depois, claro, as coisas deixaram de funcionar lá para ele e a outra. E ele se arrependeu. Está vendo? Ele só conseguia sair feliz e contente com a outra, enquanto ainda tinha a mulher. Quando ela sai de cena, a outra sozinha não se sustenta. Ou seja, ele não amava a outra. Sempre amou a mulher. Só estava cansado da mesma peça. Mas uma peça nova com outra atriz, sem a contra regra de confiança, digamos assim, não deu certo.

Na volta do casal, não houve briga, raiva, revolta. Só entendimento. Só um abrir de olhos para locais e sentimentos que, às vezes, deixamos de prestar atenção. Ele teve a sorte de ser aceito de volta. Nem sempre é assim que acontece. É comum enxergarmos tarde demais.

Não adianta ver o filme e achar que vai ver tudo isso aí que eu falei. Não vão. Eu vi. Sei lá porque. Sei lá se isso tem um significado maior ou não. Nem sei se isso serviu de auto-análise. Talvez uma auto-análise com antecedência. Bom, só coloquei aqui o que se passou na minha cabeça. Como sempre. E, de novo, escrevi pra caralho...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Vicky Cristina Adriana

Não, esse blog não vai virar um espaço para comentários sobre cinema. Apesar do universo cinematográfico ter voltado a obrigatoriamente fazer parte da minha vida... É, voltarei a trabalhar com o tema. O que, aliás, reafirma a minha forte crença de que tudo no mundo é cíclico. Aquela velha história de que o mundo dá voltas e vem parar no mesmo lugar... Parei de trabalhar com isso no fim de 2007 e voltei quase exatamente ao mesmo ponto, um ano depois. Bom, mas não é disso que eu quero falar.

Fui ver “Vicky Cristina Barcelona” no cinema. Não fazia isso – ir ao cinema – há, sei lá, uns bons meses. Desde que a minha Pós acabou e que a minha carteirinha da PUC perdeu a validade. Achava muito caro pagar quase vinte pratas pra ver um filme que eu poderia assistir depois em DVD. Sim, estou ficando velha. Esse é o argumento típico de uma pessoa que tem preguiça e começa a dar desculpas para não sair de casa.

Mas, enfim, hoje, nem sei muito bem porquê, decidi – decidimos – ir ao cinema. O negócio começou muito bem. Pagamos meia! Havia desconto para assinante do Globo. Nunca tinha usado isso antes e achei que ia morrer sem usar. Sabe quando vem aquela lista imensa de lugares com desconto no Rio Show, Zona Sul, whatever? Então, já cogitei várias vezes a hipótese de guardar, recortar alguma coisa para lembrar e tal, mas não cheguei a concretizar a ação.

Felizes e contentes, entramos na locadora do Estação para fazer hora. Ainda faltavam 40 minutos para o filme começar. Ficamos na seção de diretores e começamos a escolher filmes. A idéia não era alugá-los, mas aí achamos um folhetinho que dizia que eles buscavam o filme em casa. E, ao mesmo tempo, eu lembrei que eu poderia ter um cadastro ali. Uma imagem qualquer deu alugando coisas lá passou na minha cabeça. Nada muito claro. Fomos conferir.

- Adriana

- Adriana o quê?

- Adriana Villarinho Benevides e Maia.

Momento de busca no computador

- Achei.

- Ótimo.

- Mas você é dependente.

- Oi? De quem?

- Bernardo Brandão.

Momento de silêncio até vir a pergunta inevitável

- Quem é Bernardo?

(...)

- Há quanto tempo esse cadastro aí existe?

Aí, fiquei puta e interferi:

- Você acha mesmo que eu teria um caso ou um amante, namorando ou casada com você, e me cadastraria como dependente dele? Você está me subestimando...

O atendente resolve falar alguma coisa:

- Desculpa, gente. A culpa é minha.

- Não, imagina. Ele é doido.

- Foi mal, aí, irmão. Adriana, eu vou embora.

- Para onde?

- Para a casa.

- Mas a Penélope Cruz e a Scarlett Johansson se beijam.

Ficamos. Eu virei titular, ele virou dependente, mas um clima de mau-estar escroto permanecia. E a porra da fila não andava. E tome de sair gente da sala que a gente entraria. A porta ficou aberta e dava para escutar a música dos créditos finais, também sem fim... Até que depois que a música acabou, saiu um casal derradeiro lá de dentro. Nesse momento, falamos quase ao mesmo tempo:

- PQP! Que malas!

E voltamos a nos falar alegremente sobre como gente que fica até o fim do fim do filme é potencialmente chata.

- Ah, mas de repente ela ou ele trabalha com cinema, Dri.

- Mais um indício e tanto de que são chatos em potencial....

- É verdade.

E, finalmente, chegou o momento de ver “Vicky Cristina Barcelona”. Adorei. E nem sou fã dessa fase moderna do Woody Allen. Ao contrário da maioria, não idolatrei “Match Point” e “Scoop”. Mas esse eu adorei. Me identifiquei. Nem Vicky, nem Cristina, nem Barcelona. Um pouco das três. Não agüentaria ser uma Vicky, mas tem uma parte da minha vida que é parecida com a dela e por livre e espontânea escolha. Assim como seria inviável ser Cristina o tempo inteiro, mas minha essência é a cara da moça. E Barcelona... Bom, Barcelona me traz boas recordações. Não necessariamente de quando eu propriamente estive lá. Só não consegui tirar nada da Maria Elena doida da Penélope Cruz. Com essa, eu não me pareço nem um pouco.

- Você acha que eu sou mais parecida com a Vicky ou com a Cristina?

- Nem 8, nem 80.

Viu, ele achou a mesma coisa que eu! E, só para terminar, o que é o Javier Barden!? Além de charmoso de morrer, o cara pega as três! No fundo, é ele quem eu mais admirei enquanto personagem. Sinceridade e sensualidade na ponta da língua; uma pegada que dava para transbordar da tela; uma voz sensacional; e um toque de cafajeste que nem Vicky, nem Cristina, nem Adriana conseguem resistir.

Bom, desculpa pela mistura de temas e assuntos num único post. É que meus dias estão acabando e eu ainda sinto que tenho tanto a dizer... Conclusão: eu e ele sempre nos entendemos no final; eu adoro Woddy Allen; e adoro ser Adriana Maia. Beijocas.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Memórias ‘Póstumas’

Bem, escrevi o texto aí abaixo no dia 24. Mas não quis publicar porque... sei lá. Não queria parecer mal-humorada na noite de natal. Mas eu estava. Bastante. Tanto que o que ficou aqui no dia 24, na verdade, foi escrito dia 25. Ou seja, no dia 24 eu não escrevi nada. Me calei. Aí, agora vim escrever aqui no dia 26 e não saía nada. Ressaca da porra... após vocês lerem que precisei ir a uns cinco eventos diferentes e comer e beber em todos eles, dá para entender. Enfim, fiquei com pena de jogar uma crônica inteirinha fora e resolvi publicar. Algo como “Memórias ‘Póstumas’ de Adriana”. Por isso, segue o meu desabafo de natal. Mas, atenção, um laptop, muitos vestidos, blusas e envelopinhos recheados da vovó depois... não estou mais assim tão brava. Como dizem por aí: no fim, deu tudo certo.


Natal é uma época de confraternização, de celebração da paz. Para quem???? No meu caso e no de muitos que eu conheço, natal é motivo de porrada. E o pior é que depois que passa a porrada do ano ‘x’, eu respiro aliviada porque ainda falta muito tempo até a próxima. Isso faz com que eu bloqueie o negócio de uma tal maneira que sempre me assusto quando estou de novo diante do próximo round.

Aqui estou. Em mais uma tentativa frustrada de juntar o maior número de pessoas possíveis num lugar só para eu não ter que ficar pulando de galho em galho. Olha, quase que eu consegui. Após cinco telefonemas num trabalho árduo de argumentação um a um, fui vencida no último. Uma puta de uma sacanagem. Podia ter desistido no primeiro logo... Mas não. Convenci minha vó, minha mãe, meu pai, minha irmã, meus primos, minha madrinha... e emperrei no meu padrinho. Não teve jeito. Perdi. Joguei o telefone.

E voltei para o início. Cada um com seu cada um. Nada de todo mundo juntinho. E eu que me vire para estar em dois lugares ao mesmo tempo na noite de natal e no dia seguinte em três locais distintos no almoço. Isso porque eu nem contei que um lugar é na Urca e o outro na pqp da barra.

Como eu vou conseguir? Não sei. Como eu vou conseguir fazer isso de bom-humor e sorrindo? Não vou. Estarei estressada, suada, enjoada com comidas diversas e com certeza terei discutido com meu digníssimo algumas vezes por causa de horários de saída, trânsito, horários de permanência, por ter esquecido algum presente no saco errado e etc etc etc.

E eu ainda pulei o meio, hein. Onde eu vou me irritar porque teria que ser cedo na minha mãe, mas ela vai se atrasar. Vou ficar cismada porque vou ver minha vó triste porque eu vou sair antes da meia-noite. Vou encher o saco do meu pai para ele não encher a cara. Da minha irmã, idem. E vou ter que jantar e comer sobremesa nos dois lugares para evitar chateações alheias. Meu estômago que se adapte.

Não poderia ser pior, certo? Pode. Isso tudo aí acontece todo ano na noite e no dia do meu aniversário. É mole? Não, não é.

Mas fiz minha promessa de fim de ano. A única até agora e juro que vou cumprir. Ano que vem, vou viajar no natal e no ano novo. E o resto que se foda!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Mensagens de Natal

Falei que eu não tinha nada para falar sobre mensagens de natal, mas após receber milhões de cartões virtuais entre animações, cliparte e até em Excel!, fora as outras mil mensagens pelo celular, decidi desejar a todos um natal cheio de todas essas coisas aí que todos desejam sempre. Mas é de coração. Aliás, queria deixar aqui a minha admiração por quem tem essa habilidade de mandar uma mensagem neutra para todo mundo da agenda. Eu não cheguei nesse nível de evolução.

Outra coisa: como assim o Fluminense contratou o Jaílton!? O cara, estatisticamente, foi o responsável pela maior perda de gols do Flamengo na temporada passada. Porra, o Washington perdia, mas fazia... Estamos ferrados.

Uma história de amor adolescente, fofinha e tal com o título de “Crepúsculo”. Sei não... Não simpatizo com essa palavra. Acho de uma sonoridade não agradável. Eu não leria um romance chamado “Crepúsculo”.

Fora isso, tava na praia outro dia e, para variar, eu e minha querida e fiel companheira Camila ficamos escutando a conversa dos outros. Era um grupo de meninos nos seus 18, 20 anos. Gente, muito divertido. Os garotos falaram até sobre se pegariam ou não a Donatella. ‘Não’, disse um lá. ‘Não gosto de mulher espaçosa’. ‘Puta e a Lara? Caraca, maluco, a mulher só chora. Imagina que mala!’. Os rapazes falaram também sobre a guerra da night, fizeram sons estranhos enquanto riam e combinaram reveillon e carnaval. Eu e Camila nem precisamos conversar entre a gente. Saímos rindo por conta dos outros. Não é genial?

Eu falei. É verão.

E Feliz Natal!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

É Verão

Só eu senti ou todo mundo? O verão chegou. Demorou, mas chegou. Não sei se é o canto dos passarinhos que está diferente ou das cigarras que está em excesso ou até se são as vozes dos vizinhos que estão mais altas porque as pessoas estão mais do lado de fora, o fato é que dá para sentir a chegada do calor no ar. Não só literalmente. O clima esquentou, lógico. O bafo está aí para lembrar, mas é bem mais que isso. É a pele que fica mais grudenta sim, mas é também um algo a mais aí qualquer que nos faz sorrir. É vontade de sair. De colocar o nariz para fora. De beber um chopp, de ver os amigos. De ir à praia e ficar até mais tarde. De ver o pôr do sol. De ficar de biquíni até tarde. É verão. É um estado de espírito. E é uma delícia.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Lendo Martha

Martha Medeiros já foi citada aqui outras vezes. Gosto do que ela escreve. No fundo, queria ter o espaço que ela tem. Poder escrever minhas idéias para uma cambada de gente ler. Não cheguei lá, mas tô caminhando e bastante satisfeita com meus leitores fiéis de cada dia.

Bom, numa Revista de Domingo que li atrasada, achei coisas legais ali de que gostaria de pensar e dividir. Mas como a revista era velha e tal... deixei para lá. Mas aí, lendo a de ontem, mais pensamentos expostos por ela me chamaram a atenção. Aí, decidi falar do que eu queria já de antes e também do tópico mais recente. Um post mix com assuntos levantados por Martha.

O primeiro, da revista do dia 14 de dezembro (nem é tão velho assim, vai...), falava sobre amores que terminamos antes de acabar. “Às vezes ficamos mais presas a um amor quando ele termina do que quando nos mantemos na relação”. Isso parou meus olhos, geralmente frenéticos. Ainda mais quando estão lendo jornais atrasados, na tentativa desesperada de ficar em dia. Mas essa frase me fez parar. Não é algo assim tão genial. Nada que um pouquinho de análise (com o espelho. Odeio análise com ‘profissionais’) não acabasse descobrindo. Mas como eu não tinha feito isso com o meu espelho ainda, foi algo com cara de inédito e original ali naquele momento.

Tantas vezes ficamos tentando esforços sobre-humanos para esquecer alguém. Tentativas e mais tentativas de se cortar aquele nome da lista. Promessas, artimanhas, lágrimas, tudo em vão. Três meses de sucesso em não falar nem o nome do sujeito e um reles e-mailzinho é suficiente para fazer tudo voltar com força total. E a palavra ‘fracasso’ ficar escrita em nossas testas. Não sou alcoólatra, mas já amei quem não devia, por isso acho que entendo como um alcoólatra se sente ao dar só um golinho. A idéia da Martha não serve muito para alcoólatras, mas pode ser uma boa para quem está preso numa paixão avassaladora.

Talvez a grande tacada não seja limar a pessoa à força e sim deixá-la ali, em paralelo até que esqueçamos dela pela inércia do universo. Sabe quando você vai colocar criança para dormir? Você fica ali do lado e quando acha que ela dormiu, levanta devagarzinho. Ledo engano, ela abre o olhão, chora e começa tudo outra vez. Se você tentar não sair, vai acabar pegando no sono e ela, por saber instintivamente que você está ali, dorme tranqüila também. Ok, não dá para dormir no quarto do seu filho para sempre, mas num período de cansaço tremendo em que dormir é mais necessário que educar, que se foda a psicologia infantil!

Com paixões e amores descontrolados, a idéia é a mesma. Às vezes, nem sempre a forma mais sensata e aceita é a que dá certo. Cada um que trate de encontrar a sua própria psicologia. E se deixar aquele sentimento ali por perto for melhor que a tentativa de eliminá-lo, que ele descanse em paz a seu lado. Melhor que em guerra longe de você.

Por que temos urgência de abandonar um amor pelo fato de ele não ser fácil? Quem garante que sem esse amor a vida não será infinitamente mais difícil?

Eu queria mesmo era escrever sobre isso. O outro assunto foi só uma desculpa pra eu poder escrever sobre esse mais velho. Não tenho nada a dizer sobre ‘mensagens de natal’.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Maturidade Prática

Eu falo muito. Pra caralho. Não mais do que eu gostaria, mas talvez mais do que os outros gostariam. Falo tanto quanto escrevo. É quase uma necessidade. Mentira: é uma necessidade. Diária. Minha letra é péssima devido à tentativa frustrada de acompanhar meu pensamento. Enfim, em mais um desses rompantes de falação e aproveitando a deixa de balanço de fim de ano, decidi filosofar sobre o porquê permaneci com meu marido até hoje. E, atenção, essa filosofada foi com a presença do próprio. Num almoço corriqueiro no Baixo Gávea. Só eu e ele. Não fomos lá para isso, mas o papo surgiu. Eu que puxei, claro. Não me lembro muito bem porquê. Acho que começou comigo falando sobre um desperdício de dinheiro que fizemos há pouco tempo e daí, falamos sobre valores e educação, filhos, casamento, família e futuro. Complexo e profundo. Não durou muito. Sei lá, uns 20 minutos. Mas fiz todo um retrospecto desde que nos conhecemos até o ponto atual em que nos encontramos. Com a ajuda dele, falamos de como eu era imatura no início, do meu processo de amadurecimento no meio e do, enfim, ‘aquietamento’ da minha pessoa de uns tempos para cá. Dentre os motivos para o meu crescimento pessoal, foi destacado a persistência e tolerância dele e o quanto ele foi me convencendo de que uma vida em família bacana e estruturada não era assim uma idéia tão absurda e difícil de conseguir. O crédito é dele, mas a evolução é minha. E foi bom conversar sobre isso. É muito bom poder ser quem você é com quem vive com você. Teria mais um monte de coisas para contar, mas para preservar meu relacionamento, vou deixar assim tudo meio por alto. Mas a conclusão a que cheguei é que, apesar de ter mudado muito de nove anos para cá, eu continuo sendo a mesma pessoa. Confuso? Não. Não, para mim. Não, para ele. Consegui querer ser dona de casa e futura mãe de família, sem ter que abdicar de como eu penso, quem eu sou e como me comportar. Por fim, fechamos o papo cabeça com um toque de humor: ele elogiando meu lado prático e inteligente definiu bem a minha pergunta inicial.

- Por que eu consegui ficar casada até hoje?

- Porque você não é burra, amor.

sábado, 20 de dezembro de 2008

No Salão

(cliente. Uma senhorinha bem-humorada)
- Oh, Nelson, muito boa essa revista que você me deu para ver: “Sexo selvagem. Descubra a Pantera que há em Você”.

(Nelson, o cabeleireiro.)
- Ih... desculpa. Não vi.

(Arly, a manicure)
- É para a senhora fazer uma reciclagem, Dona Iaiá. Faz tempo, né...

(risada conjunta no salão e Dona Iaiá ficou com aquela revista mesmo)


E olha aí o... Deixa Beijar:

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Presentes Indesejáveis

Não chega a ser de grego. Mas é um presente meio complicado. Coloquei ‘presentes’ aí no título, mas na verdade o que me motivou a escrever foi uma coisa específica: telas, imagens, gravuras, qualquer coisa que alguém te dá (que pode ser lindo de morrer), mas é você quem tem que depois colocar uma moldura para, enfim, pendurar o negócio na parede.

Olha quantos implicativos: você ganha e o treco fica lá enroladinho num canto aparente durante meses a fio como que para te lembrar de que precisa de complementos; após um período em que você se convence de que não adianta deixá-lo aparecendo porque aquela passadinha na vidraçaria não é algo tão simples assim de acontecer e a coitada da imagem tá com uma camada grossa de poeira, ela vai para o fundo do armário; de tempos em tempos, mais ou menos quando se abre o armário dos vestidos de casamento e se dá de cara com o trambolho lá enrolado, o alerta volta à mente e te lembra que é preciso resolver isso logo (afinal, já passou quase um ano que o Tio sei lá das quantas te deu); nesse meio tempo, já apareceram outras gravuras menores para se juntar à matriz, o que te deixa um pouco mais confortável, pois vai lá resolver vários ‘problemas’ e não apenas um.

E chega o dia D. A passadinha não tem nada de passadinha. É uma saída proposital, única e exclusivamente para aquele fim. Até porque, agora com um monte de gravuras em formatos diversos, não é assim tão simples andar com elas na bolsa no caminho para o médico. Não. É direto para lá. Só que esse ‘lá’, geralmente fica em locais um pouco confusos como Voluntários da Pátria, São Clemente, Catete, Rua das Laranjeiras... Lugares onde não tem onde parar o carro. E ir de ônibus ou metrô, devido ao nº acumulado de produtos, não é uma opção. Ou seja, é aquele estresse de largar o carro na calçada em frente à vidraçaria e ficar tensa olhando toda hora para fora para ver se não há um policial pentelho ou um velho chato a favor do ‘a calçada é do pedestre’. A mocinha não colabora. Demora anos atendendo o cara mala que estava lá antes de você. E tome de andar para lá e para cá.

Na sua vez, inicia-se o processo de orçamento. E aqueles presentes tão belos e de bom gosto, mostram-se um pouco indelicados já que você vai ter que desembolsar uma grana para usá-los efetivamente. Não dê gravuras para quem é ferrado. Ele não vai ter o que fazer com ela. Voltando lá à discussão de valores, a moça aperta tanto a calculadora e o seu pescoço já tá tão duro de tentar olhar lá para fora, que ela falou e tá falado. A facada é rápida e com muita dor, mas tudo o que se quer é levantar dali e tirar o carro do local indevido. E assim vai-se um cheque assinado. Pensar, pensar mesmo se aquele valor era justo ou não, caro ou não, se valia à pena ou não, você só vai quando estiver tranqüilo e em paz, dentro do carro, a caminho de casa. E aí, meu amigo, a conclusão é só uma: é claro que valia à pena. Imagina se seria uma opção levar tudo de volta e voltar lá para o início do processo? E um sorriso de alívio e sem culpa começa a esboçar. Pelo menos, até você se dar conta de que em breve será preciso ir lá buscar os (agora) quadros.

Moral da história: não dê telas de presente. A ninguém!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Manja?

Há uma semana venho escrevendo ‘manja’ de vez em quando, naturalmente, em e-mails, aqui ou até falando em conversas despretensiosas. Já usei outras vezes. Mas, sei lá porque cargas d’água (outra construção estranha), tenho usado mais ultimamente. Meu ponto: por que será? De onde vem o manja? Isso não é da minha época! Não conheço ninguém da minha idade ou que regule com ela que solte um manja aleatoriamente. Só eu!

Meu pai fala manja. É a primeira pessoa que me vem a imagem e o som na cabeça no ato de falar manja. E a única. Não me ocorre mais ninguém no momento. Será que uso manja porque ele usa? Mas isso não faz muito sentido. Porque ele sempre usou manja e eu não usava. Do nada, começo a aderir? Assim, sem motivo aparente? E convivo muito menos com ele hoje um dia. Ou seja, antes eu até tinha motivo para falar manja, mas agora???

Outra idéia: será que eu estou ficando velha e entrando na categoria de quem fala manja? Assim, manja não seria uma palavra usada por gente das antigas por ser um termo costumeiro na época deles e sim uma palavra usada por toda e qualquer pessoa que ultrapasse certas etapas na vida. Tipo, até um certo ponto, você fala ‘sacou’, ‘entendeu’, ‘get it’ e etc e depois, lança mão do ‘manja’.

Oh, my god! Estou ficando velha! E essa foi uma pequena crise devido à proximidade dos meus 28 anos.

Só para fechar: estou eu correndo com meu radinho, quando escuto algo sobre um show do MC Bota o Tambor pra Tocar. Isso é nome de MC, o resto é esculacho. (ainda se usa esculacho? alguém usa esculacho? Ai, meu Deus...)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Só para quem tem Cachorro (Gato vale)

Estou impressionada com a quantidade de dicas recebidas para esmalte. Impressionada e indecisa. Decidi ousar no meu aniversário. Mas aí não sei se fico com o Paixão, estilo Gabriela, mas um pouquinho mais fechado e um tiquinho de nada brilhante, segundo minha amiga do http://brunnabravom.blogspot.com; se boto logo o Deixa Beijar, nome muito do sugestivo, como lembrou minha queridíssima Bel Saes; ou ainda se opto pelo Tâmara, lindo de morrer, vermelho meio goiaba, chiquérrimo e dica da Paulette. Depois eu conto o eleito.

Agora, vou compartilhar o martírio que vem sendo as minhas manhãs. Ai, ai... é assim, com um suspiro do mais puro cansaço, que começo o assunto. Alguém aí já teve que dar remédio pro cachorro? Ôpa, se já, você aí do outro lado ligou o alerta. Sim, porque está aí um tema capaz de causar arrepios.

Eu e Rex ganhamos um ritual nada agradável todos os dias. Tenho certeza de que ele está tão desgastado quanto eu. Não tenho dúvidas de que se ele compreendesse que se engolisse o troço logo, acabaríamos muito mais rápido, ele o faria. Mas ele é um cachorro.

Rex em seus anos mais avançados está precisando tomar exatos cinco remédios diferentes duas vezes por dia entre comprimidos, líquidos e injeções. E o fato é que essa nova rotina está abalando a nossa relação. Profundamente. Lembra quando eu falei que tinha pena da minha mãe porque ela ficou com a parte chata? Então, sou a minha mãe para o Rex. Ele me vê e segue outro rumo. Não adianta chamar. Eu berro, esperneio, imploro e o bicho corre na direção oposta.

Tudo começa com um suspiro ao acordar. Quase não quero levantar da cama ao lembrar o que me aguarda. Os inexperientes e não amantes dos animais podem estar achando isso tudo aqui um grande drama. Hahaha. Espero que vocês não ganhem um lindo cachorrinho um dia.

Sento no chão e começa a saga: - Rex! – Rex! – Rex! Desisto. Levanto e tento pegá-lo à força. Desisto. Lanço mão da coleira e inicio a caça. Numa média de dez minutos depois, ele está preso, entre as minhas pernas e se esgoelando. Grito e falo um monte de coisas que para ele não faz a menor diferença e, não sei porquê, eu continuo repetindo. Coisas do gênero: - Por favor. – Não vai doer. – Fica quietinho. – Eu sei que não é bom.

Começo pelos comprimidos. Tem que abrir a boca do bicho na marra e enfiar o negócio quase lá na goela dele. Depois, fecha e espera. Se ele não estiver engolindo, é preciso tapar o nariz dele e deixá-lo sem respirar. Ele vai ter que engolir, disse o veterinário. Mas quase nunca consigo ficar assim muito tempo. Tenho medo de matar o bichinho. E aí, só lá pela terceira tentativa ele engole. Nos dias de sorte, ele engoliu mesmo. Nos outros, a maioria, ele esconde no canto da boca, me espera levantar e cospe na minha cara. Aí, voltamos para o início.

O líquido era para ser mais fácil. Com uma seringa sem agulha, é só depositar o líquido na boca dele, falou de novo o veterinário. É assim com o cachorro dele. Com o Rex é toda uma cena digna de teatro. Tenho que segurar a boca com uma mão enquanto aperto a seringa com a outra e aí, numa cadência mágica e cronometrada, jogo a seringa para o alto e uso as duas mãos para fechar a boca dele e segurar com toda a minha força. Enquanto isso, ele espirra, sai coisa pelo nariz, finge que está tendo um ataque epilético...

E, enfim, a injeção. O terror dos humanos e a paz no mundo animal.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Madonna - Eu Fui


And I'm not sorry [I'm not sorry]
It's human nature [it's human nature]

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Gabriela

Eu sou muito esquisita mesmo. Engraçada. Acredita que depois daquela pergunta sobre o esmalte na minha unha eu não consegui me desligar disso. Sem o menor motivo. Não ia mudar em nada a minha vida. Mas desde que foi me feita a pergunta, toda vez que eu olhava para a minha mão, pensava: ‘Qual é a porra do nome desse esmalte?’.

Sou assim com tudo. Nome daquele ator. Nome daquele filme. Nome daquela novela. Daquele personagem de desenho animado. Daquele doce da infância. Brinquedo dos anos 80... Enfim, com o esmalte também foi assim. Eu precisava descobrir o nome do tal esmalte. E fui refazer a unha num prazo mais curto só para acabar com a curiosidade que me matava.

Gabriela. É esse o nome do esmalte. Aparentemente um ‘modelo’ bem comum, usado e adorado por uma legião de mulheres. É vivo, segundo a minha manicure.

- Todos os esmaltes têm nome de mulher?
- Não. Gabriela é o mais famoso.

Mas se é tão famoso porque a pessoa que me perguntou aquele dia não arriscou um palpite? Também segundo a minha manicure, Gabriela se comporta de maneira diferente em cada unha. E, na minha, ficou ainda mais vivo, continuou a Beth.

- Gabriela combina com você.

Ok, simpatizei com o Gabriela. Mais ainda quando descobri que há um Gabriele. Quase morri. Mas que mau gosto dessa empresa de esmalte! Tem lá o Gabriela soberano, elegante e intenso. E aí os caras lançam a versão de Nova Iguaçu!? Não pode. O Gabriele é um Gabriela do funk, manja? Assim: o Gabriela está no tom do limite. Aquele vermelho aberto o suficiente para não descambar para o vulgar. O Gabriele deve ser um tonzinho só acima, mas é também o suficiente para descambar geral. Gabriele rebola até o chão. Gabriela pode ir a um cocktel ou uma rave, passando por um samba. Gabriela se garante, sem descer do salto ou até sem ele.

Essas diferenças de ‘nuance’ servem muito bem também para serem transpostas para a vida. Para as pessoas. Eu podia criar uma coleção de esmaltes com nomes e tons de gente que eu conheço. Dava para fazer uma paleta completa.

domingo, 14 de dezembro de 2008

O Mecanismo Nosso de Cada Dia

- Dri! Adorei a cor da sua unha!

- Brigada.

- Qual é o nome do esmalte?!

Péééé! (aquele sonzinho de programa de auditório quando alguém erra alguma coisa) Pergunta errada. Eu nunca saberia responder o nome do esmalte que está na minha unha. Essa pessoa definitivamente não me conhece.

São com pequenas coisas assim, do dia-a-dia, que a gente vai sentindo quem nos conhece e se conhecemos alguém. Quase nunca dá para definir exatamente porque você sabe que aquela pessoa iria agir ou pensar assim ou assado. Assim como não se deve perder muito tempo tentando descobrir como alguém sabia o que você pensaria sobre determinada situação.

São tantas coisinhas subjetivas juntas. A gente simplesmente sabe. Pela convivência, por sensibilidade, por afinidade, por amar e prestar mais atenção naquele alguém do que os outros prestam. Enfim, é natural. Não se sabe que se está prestando atenção em alguém por exemplo a ponto de, mais tarde, esses momentos de observação fazerem com que você saiba como fulano ou fulana vai se comportar. É involuntário. Não pensado.

Mas é gostoso. Ter provas, bobas que sejam, de que se conhece a fundo como funciona a cabeça de quem você gosta e admira é motivo de fogos de artifício internos.

Assim como conhecer bem um chefe pode ser bem útil. Mas eu estou num mês romântico e mulherzinha. Não quero falar de chefes. Quero falar de quem se ama.

Acho que o mais legal é quando você nem percebe que conhece tanto e, de repente, é surpreendida por você mesma com quantas informações se tem arquivada daquela pessoa. Dá para escrever um tratado. Fazer uma lista de ações e reações. De gestos. De vários tipos de sorrisos. Das palavras mais usadas. Dos programas preferidos. Do que ela mais gosta de fazer em determinados lugares... ou até descrever ato por ato o que a pessoa faria se tivesse que jogar na loteria, para ficar num exemplo bem banal.

Sempre quis participar daquela brincadeira do Faustão, lembram? Começou sendo chamada de “Mano a Mano”, mas acho que depois teve com pais e filhos, amigos, casais... Adorava ver neguinho tendo que acertar o que o outro diria se blá blá blá... Eu e minha irmã até já tentamos brincar sozinhas em casa, mas não deu muito certo. Mais pela nossa falta de paciência para criar as perguntas do que por desconhecimento de nossos hábitos e gostos.

É que essa parte de fazer, de criar perguntas, de ficar testando para ver se o outro te conhece ou não é chatíssima. Cobrar de alguém o que você faria em determinada situação não tem o menor sentido. Forçar uma pessoa a mostrar que te conhece é a pior forma de tentar se revelar para alguém. E mulher, principalmente, tem um talento impressionante para isso. Desde o ‘você nem percebeu que eu cortei o cabelo’ até reclamar de uma roupa dada no tamanho errado.

Isso é tão bobo... Tão pequeno diante da grandeza que é um momento sem perguntas em que naturalmente surgem respostas.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Relacionamento Aberto

Tenho um amigo que é muito parecido comigo. Na maneira de pensar, digo. Passamos horas e horas a fio, a conversar sobre nossas teorias sobre relacionamentos. Ele, como eu, acha um pouco injusto que a gente namore ou se case e tenha que ficar só com aquela pessoa. Mas ele, também como eu, admite que na prática é impossível embarcar num relacionamento aberto. Ele, de novo como eu, queria que o mundo continuasse injusto, mas injusto assim: uma parte, ele e eu no caso, pode tudo. E a outra parte, não pode nada. Pra mim, seria a injustiça mais justa da face da Terra.

É isso. Mesmo com a cabeça mais moderna e tolerante do mundo, não acredito em relacionamento aberto. Talvez porque a minha cabeça não seja tão moderna e tolerante assim. Talvez a minha cabeça seja a mais ditadora das cabeças. Fica tudo muito bem, desde que seja do meu jeito. Mesmo que esse jeito venha disfarçado de liberdade, modernidade e tolerância. Pensando mais fundo ainda, uma ditadura livre, moderna e tolerante corre o sério risco de ser a pior das ditaduras. Ou seja, estou quase convencida de que a minha idéia de liberdade é a mais egoísta de todas. Já que prego a minha liberdade. Assim, com pronome possessivo.

Não conseguiria nunca, nunquinha, viver ao lado de alguém como eu. Ao lado desse meu amigo, por exemplo. O que é bem estranho já que se conclui que, então, eu não me admiro. Sim e não. Adoro ser como eu sou e isso faz sim eu me admirar. Mas assumo que tenho uma porrada de defeitos. Defeitos que ficam ali do lado das qualidades. E essa parte eu, talvez, não admire mesmo. Mas deixo quieto porque estou bem vivendo como vivo. Já pensei em tentar mudar. Mas não levei adiante.

Mas voltando ao relacionamento aberto que era o assunto sobre o qual eu ia falar e acabei misturando um monte de coisa, acho que o maior problema do relacionamento aberto não é o outro fazer alguma coisa. É você ficar sabendo disso. Porque no momento em que você sabe, sei lá porque cargas d’água, algo dentro de você diz que é preciso fazer alguma coisa, tomar uma atitude. O tal ‘eu interior’, ego, super ego, sei lá.

Esse troço é complicado, mas tem uma força tremenda. E por mais que você queira não dar bola e seguir vivendo, ele não deixa. É por isso que eu não acredito em relacionamento aberto. Não porque eu ache que alguém vá gostar menos de mim porque beijou alguém ali ou comeu alguém acolá, mas porque eu vou gostar menos de mim se souber disso.

E a explicação não é nada simples. Entram neuras femininas de se comparar com a outra mulher, entra o espelho que começa a mostrar coisas que não mostravam antes, entra a curiosidade mortal feminina que fica perguntando o que não devia perguntar. Enfim, a culpa é nossa. É, das mulheres. Nós é que não bancamos um relacionamento aberto. Por pura insegurança e competição com espécies do mesmo sexo. Não tem nada a ver com eles. Eles só participam do jogo ali no ato, mas a discussão dos pontos, o julgamento, tudo quem faz é a gente.

Veja bem, não acho que um homem iria suportar super bem um relacionamento aberto. Mas acho que se nós soubéssemos lidar com a coisa, seria mais fácil convencê-los e deixá-los seguros do que ao contrário, entende? Porque se a gente quisesse mesmo, era só contar uma mentirinha aqui, deixar ele contar vantagem ali, dar uma babada de ovo, se mostrar frágil, indefesa, carente, falar e falar o quanto eles são importantes. Enfim, deixar que pareça que eles estão aproveitando mais e por isso, ok, se a gente aproveita um pouquinho. Não que isso seja verdade. Mas nenhuma mulher chegou a esse estágio sublime de esperteza e inteligência.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Nada Novo de Novo

Passo uma semana viajando e quando volto o que aconteceu de mais bombástico na mídia é a morte do ex da Suzana Vieira. Era o assunto mais comentado na minha caixa de entrada.

Fora isso, nada de muito excitante. Luana continua sassaricando por aí e a suruba do troca-troca no futebol está animadíssima como sempre.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Chata

- Muito do que eu sou chata e fico repetindo as coisas mil vezes é porque você sempre esquece de tudo. Nunca traz nada que eu peço. Tenho que implorar para você lembrar. Você só funciona assim.

- Tá bem, vou anotar essa observação.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Estivador

Então, tenho um lado bem burrinho que eu escondo ao máximo, mas às vezes dá vontade de compartilhar porque tem até um certo charme engraçadinho. Veja bem, estou longe de ser uma porta. Pelo contrário, me considero até inteligente, esperta. Mas... Mas tem coisas que realmente passam muito longe do meu interesse e que eu só venho a descobrir de fato o que são ou para que servem se algo acontece para isso.

Estivador. Estivador era uma palavra, uma profissão, que eu já ouvi algumas vezes, já li no jornal, ou sei lá onde, outras tantas e já posso até ter falado em algum momento da vida. Mas, assim, saber, saber mesmo o que é e o que faz exatamente um estivador, eu descobri hoje.

E o mais engraçado - para minha cabeça louca só - é que passei a tarde ouvindo e falando sobre estivadores sem ter uma idéia concreta do que eles eram e só fui tirar a dúvida, já tarde da noite, claro, no Google, o grande guru da vida moderna. Lá vai:

O estivador é um profissional de extrema importância na economia do país. É a ele que cabe a tarefa de carregar e descarregar navios, arrumar mercadorias, regular e manter a marcha e o equilíbrio das embarcações. O estivador recebe no porão a carga transportada do cais pelo guindaste, arruma as mercadorias e facilita a sua distribuição. Além da força física, a profissão exige do trabalhador a organização racional das mercadorias no navio para aproveitar os espaços, não danificar os produtos durante o transporte e distribuir o peso para não afetar a estabilidade do navio. A profissão de estivador confere muitos riscos à vida. Eles trabalham com carga pesada e, quando o porto não é modernizado, os riscos aumentam.

Bom, não sei se prestei algum serviço a alguém, mas achei interessante colocar aqui. Não acho que sou a única que não sabia as reais funções de um estivador. Não sei porque, eu imaginava um estivador com um maçarico ou um extintor de incêndio na mão. Vai entender...

É isso. Estou longe de casa, cansada e meio sem assunto. Contentem-se com o estivador. Até.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Silêncio da Thalita

Em mais uma da seção 'colaboração', abaixo - enviado pela minha amiga Thalita - a junção perfeita entre música, silêncio e poesia! E poesia da boa, que eu e qualquer mortal entende. simples e belo assim:

O Silêncio, de Arnaldo Antunes
Composição: Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes

antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio

o silêncio foi a primeira coisa que existiu
um silêncio que ninguém ouviu
astro pelo céu em movimento
e o som do gelo derretendoo
barulho do cabelo em crescimento
e a música do vento
e a matéria em decomposição
a barriga digerindo o pão
explosão de semente sob o chão
diamante nascendo do carvão
homem pedra planta bicho flor
luz elétrica tevê computador
batedeira, liquidificador
vamos ouvir esse silêncio meu amor
amplificado no amplificador
do estetoscópio do doutor
no lado esquerdo do peito, esse tambor

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Com Emoção

Tem aquela emoção cafona tipo ‘detalhes tão pequenos de nós dois’ e tem aquela emoção foda que dá frio na barriga e faz tremer as estruturas. É dessa que eu mais gosto.

Só que esse tipo aí – que podemos chamar de tipo 2 – é até fácil de sentir, mas difícil pra caralho (em homenagem a Suellen) de manter. Trata-se de uma emoção arredia, vapt vupt, uma emoção ‘no susto’. Não que o impacto seja pequeno. A sensação depois é de total adrenalina. De quero mais.

É atrás dessa emoção fugaz que, pelo menos nós mulheres, vivemos. Tudo o que queríamos era sentir frio na barriga por anos a fio. Não dá. Não dá nem por mais de alguns meses... O problema é que nunca desistimos de almejar o frio perdido. E é por isso que discutimos tanto a relação. É por isso que reclamamos tanto da falta de tato e criatividade de casos, maridos e namorados. É por isso que dizemos o tempo todo: “Ah, mas quando a gente se conheceu era tão diferente...”. No fundo, sabemos que a culpa não é deles. Mas temos uma mania estranha de sempre ter que colocar a culpa em alguém. E entre nós e eles, ficamos com eles.

Pois então, tive uma idéia. Em vez de ficarmos nos lamentando e achando impossível sentir isso toda hora – porque é mesmo -, temos outra saída para viver essa emoção bem-vinda. E de um jeito que não envolve traição, dor de cabeça, culpa e nenhuma lenga-lenga da mesma família de chatices como as citadas aí.

Alguém aí já andou de helicóptero? Já saltou de Buggy Jump? Asa Delta? Foi em todas as montanhas-russas do Epcot Center?

É a mesmíssima sensação! Com a vantagem de que você pode sim planejar o negócio e isso não vai estragar tudo! É completamente involuntário. A viagem de helicóptero pode estar marcada a semanas, mas quando você pisar lá dentro e o bicho subir, o friozinho aparecerá. É satisfação na certa! Eu agarantio.

Olha, pode até ser um pouco caro, mas ao contrário do ditado popular: está aí o caro que sai barato. Imagina uma emoção tipo 2 dessa sem efeitos colaterais como crise da rotina, falta de tesão ou brigas conjugais. Pagou, sentiu, acabou.

Quase um serviço de gigolô. Mas todas nós sabemos que isso não serve para gente. Ainda que quiséssemos muito ser que nem eles e achar incrível chamar um ‘puto’ em casa, não funciona. Sentimos nojinho, rimos quando o cara dança e o acesso de riso provavelmente vai atrapalhar o resto da performance do rapaz. Ficamos constrangidas com a cueca pequenininha e o corpo lambuzado de óleo. Tirando despedida de solteira de amiga para todo mundo rir mesmo, não conheço ninguém que toparia caçar um cara por aí para fazer sexo por dinheiro.

Está dada a dica. Um helicóptero, por favor! E fica com o seu marido mesmo...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Domingão do Thiagão

Olha, eu podia tranqüilamente viver de futebol (como espectadora) e cerveja. Todos os dias poderiam ser domingos com um montão de jogos de fim de campeonato. Está para ser criada uma diversão tão genuína quanto essa.

Eu, por exemplo, fui vice-campeã da Libertadores (ou seja, porra nenhuma) e depois só me fudi o campeonato Brasileiro inteiro, tentando desesperadamente sair da zona. Não mais que de repente, num mesmo dia, eu estou na Sulamericana (ainda que papai diga que esse campeonato é uma bosta e só serve para ferrar o time nos outros torneios); vi o Flamengo não só não ir para a Libertadores, como tomar de 5; vi o Vasco ser rebaixado; e ainda há uma possibilidade mesmo que remota deu estar na Libertadores de novo em 2009. Já pensou nisso? O Flamengo fora, só tem a porcaria da Sulamericana que nem eu, sendo que ele pegou a 1ª vaga e eu só de sacanagem peguei a última!, e o Fluminense com a possibilidade de ir lá de novo!

Melhor que isso só estar presente no Maracanã no último jogo do Thiago Silva. O jogo foi uma das piores atuações do Fluminense no ano, mas teve festa para o melhor zagueiro do Brasil, que hoje jogou bem mais na frente do que atrás. Queria um golzinho de qualquer maneira. Merecia. Não saiu. Quem não merecia é o Washington. Ô cara atrapalhado... Ainda assim ele conseguiu a proeza de dividir a artilharia do Brasileiro. Oh Céus... Mas voltando ao Thiago, ao fim do jogo, ele ficou quase sozinho no gramado escutando a torcida gritar seu nome. Até eu fiquei arrepiada, imagina ele, um garoto de 23 anos.

E o melhor da tarde/noite foi o Suderj Informa nos telões. A cada Suderj Informa era uma ovação generalizada. Foi assim de um em um que o Flamengo e o Vasco foram tomando. A coitada da Suderj Informa estava ocupadíssima. Saiu gol pelo ladrão na última rodada.

Adoro viver no país do futebol. E ah! O São Paulo foi o campeão. Mas diante de tantas emoções, nem me importei em deixar Luana Piovani feliz. Parabéns, Luana! Parabéns, São Paulo! Se fudeu, Vasco! E vai tomar no cú, Flamengo! Com acento.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Não Existiria Som, se não Houvesse o Silêncio

Isso é uma frase de uma música do Lulu Santos, só no caso de alguém achar que eu tenho tato para a poesia. Não tenho. Gostaria de ter. Adoro. Não todas. Muitas eu não entendo patavinas e a minha paciência passa longe de se dedicar horas a fio a interpretações. Mas não é de poesia que vou falar. É de música. Outra coisa que também adoro, mas escuto menos do que eu gostaria.

Já analisei isso outras vezes, mas agora de manhã (para mim, sábado meio-dia é de manhã), lendo blogs alheios - http://wwwinternacao.blogspot.com/2008/12/musicoterapia.html - voltei a pensar rapidamente em por que diabos eu gosto tanto de música, mas vivo esquecendo de ouvir?! Já contei aqui de quantos anos levei para enfim colocar um som no banheiro. Algo que eu via sempre na casa de meus coleguinhas, pensava em ter, mas sempre esquecia depois... Viu, a coisa vem desde a minha pré-adolescência.

Atualmente, o único lugar em que para mim é obrigatório e automático ouvir música é no meu carro. Até passo bastante tempo nele, mas ainda assim, acho que perco outros momentos prazerosos, em que eu poderia trabalhar, cagar, ler... ouvindo música. Minha total desinformação sobre quem canta o quê, se explica muito por aí. Tirando os mestres da MPB, eu dificilmente sei falar nome de banda ou de música. Fui uma adolescente tapada. Sabe aquela época em que adolescente super se liga no mundinho da música, curte ir a vários shows por aí e até muda um pouco o jeito de se vestir influenciado por sua banda preferida? Então, não tive essa fase, para a alegria dos meus pais e desprezo dos meus amigos. Na época, não perdi muito tempo pensando no porquê da minha falta de eficiência musical, mas mais velha, voltei a isso algumas vezes.

Essa aqui é mais uma dessas voltas. Por quê? Por que eu gosto tanto de música e ouço tão pouco?

Bom, pensando aqui um pouquinho, me veio uma pista. Acho que é porque eu também sou fã do silêncio. Escrever, por exemplo, exatamente como estou agora, sem ninguém em casa, só eu e a tela do computador e um leve som ao fundo de cachorros latindo e do vento, também me causa prazer. Um prazer enorme.

Gosto de ficar sozinha. Gosto de me concentrar. Gosto de estar em paz. Talvez o ‘silêncio’ que eu mais goste seja o de uma praia longínqua ou o de uma cachoeira no meio do mato, sem muita gente. Se possível, sem ninguém. Muitos também gostariam de estar nesses mesmos lugares só que com um i-pod no ouvido, ajudando no clima. Eu não. Tem hora de música e tem hora de silêncio. E isso não quer dizer que eu goste mais de um ou de outro. Só gosto de apreciar um de cada vez. Bom fim de semana.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Perdoa-me por me Amares

Antes de tudo, peço licença a Nelson Rodrigues por me utilizar em parte de um título criado por ele. E, mais ainda, por ter a audácia de modificá-lo. Não tenho a menor pretensão – quer dizer, pretensão eu até tenho, não tenho é talento mesmo – de chegar aos pés de Nelson. Até as unhas já estaria de bom tamanho. Nelson Rodrigues foi um dos primeiros grandes autores que conheci. Falo no sentido de obra. De querer devorar mais e mais livros escritos por aquela mesma pessoa. E eu nem faço esse estilo: mulher de um escritor só. Ou de qualquer coisa só. Mas o que posso dizer? De novo parafraseando o mestre: como ‘toda unanimidade é burra’, vez ou outra, escorrego e me encanto por algo ou alguém específico. Nelson foi e é uma das ou - arrisco dizer - a minha grande paixão literária.

Feitas as devidas homenagens, quero falar de amor. Até que ponto somos responsáveis pelo amor que alguém sente por nós? Eu diria que muito. Dã, podem pensar. Mas não é tão óbvio assim. Tirando a atração física e por características pessoais, há muito mais a ser conquistado em alguém para aquela pessoa de fato morrer de amores pela nossa humilde – nem sempre – pessoa.

E essa conquista não é fácil. Às vezes, é dificílima. Leva anos. E põe anos nisso. A coisa toda pode começar como uma simples brincadeira ou virar um desafio bobo, quando certas dificuldades vão surgindo pelo caminho. Mas a partir do momento em que a insistência passa a ser freqüente, pode apostar que aquilo ali está virando alguma coisa. Talvez fogo de palha. Paixonite. Mas aí, a coisa vai se repetindo. De tempos em tempos. E vira caso. Mal resolvido, na maioria das vezes. E quando finalmente esse caso, após anos a fio, esquenta, a chance de se transformar em amor é imensa. Pensa só: é algo que resistiu ao tempo. É algo que não conheceu a rotina. É algo que foi alimentado milimetricamente por, pelo menos, uma das partes. É algo planejado. Como qualquer namoro que se transforma em compromisso e, em última instância, em casamento. É amor.

E amor merece e necessita de cuidado, de atenção, de carinho. Somos totalmente responsáveis pelos carinhos, pela atenção e pelo amor sincero distribuídos por aí. Fora aquelas mulheres um pouco estranhas do MADA – Mulheres que amam demais – (apesar deu não concordar com essa sigla...), ninguém ama se não é excessivamente bem tratado. Não estou falando de dar casa, comida e roupa lavada. Estou falando de se dar no sentido mais amplo do verbo dar. E olha que se tem um verbo amplo, é o dar.

Por isso, se alguém te ama, você fez por merecer. E é aí que eu quero chegar. Essa frase ‘você fez por merecer’ não está associada a castigo? Se fudeu? Ah, mas ele fez por merecer... O que está no cerne do ‘Perdoa-me por me Traíres’ é isso: ela ou ele fez por merecer ser traída ou traído. Somos totalmente responsáveis por nossos amores. E nem sempre eles têm final feliz. Perdoa-me por me Amares.

Ps: estou filosofando sobre a vida e o amor. Não falo sempre necessariamente de mim, antes que comecem as perguntas escabrosas.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A Menina que Roubava Livros

Comecei a ler esse livro - para variar atrasada, bem após o sucesso arrebatador -, no início do ano. Sei lá porque, demorei quase o ano todo para terminá-lo. Não é chato, pelo contrário. Meu pai não gostou, achou pesado. Mais um livro sobre a 2ª Guerra. Eu não achei isso não. Mas continuo sem saber porque não li na velocidade costumeira. Talvez, porque estava mais preocupada em acabar o livro do meu pai... mas li outras coisas menores pelo caminho. Por algum motivo, eu o deixava ali jogado um tempo e depois voltava para ele. Enfim, acabei. E acho que eu não terminava porque estava gostando de pescar frases que eu achava interessantes. Não queria que isso acabasse. Faço isso com freqüência. Sublinhar frases ou passagens em livros. Mas com esse, aconteceu mais do que normalmente. Já até escrevi posts aqui sobre algumas específicas. Bem, abaixo estão reunidas todas as frases que me encantaram em “A Menina que Roubava Livros”.

“Como se tudo tivesse acontecido...”.

“Como a maioria dos sofrimentos, esse começou com uma aparente felicidade”.

“É difícil não gostar de um homem que não apenas nota as cores, mas fala delas”.

“É muito mais fácil estar à beira de alguma coisa do que ser de fato aquilo”.

“Como acontece com os seres humanos, tudo tinha a ver com ela”.

“A paranóia aos onze anos é poderosa. O alívio aos onze anos é eufórico”.

“Só confiamos nas pessoas em quem temos de confiar”.

“Até a morte tem coração”.

“Não tenho interesse em construir mistérios. O mistério me entende. Ele dá trabalho”.


“A competência é atraente”.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ainda sobre o Livro do Papai

Após entregar o livro de papai revisado, tive que ler tudo outra vez agora com as correções e mudanças feitas por ele. Coisas de filha... Fiquei meio irritada porque ele não acatou todas as minhas sugestões. Mas não é disso que quero falar.

Lendo de novo, agora com um olhar um pouco mais relaxado e não tão tenso em busca de erres, esses ou qualquer palavra fora do lugar, consegui pescar outras coisas que me divertiram. Infelizmente, a diversão que a história causou em mim não será compartilhada por quase nenhum outro leitor que vier a ter o prazer de ler “Vale o Quanto Pesa”, título um pouco clichê, mas que foi escolhido por mim. Para o tipo de literatura a que ele está se propondo, um romance/aventura meio povão, certos clichês funcionam.

Me peguei rindo feliz da vida com várias sacaneadas que ele dá nos próprios amigos. Uma espécie de homenagem traquinas. Do tipo, colocar o melhor jogador da pelada dele de fim-de-semana como um tremendo perna-de-pau. Escrever tem dessas redenções. Com um papel à frente, somos o dono do mundo. Pelo menos daquele mundo que estamos criando. Tudo é possível ali. Poucas coisas me dão tanto prazer e papai me fez lembrar disso.

Sr. Pedro Luiz também não perdeu a chance de se colocar no próprio livro. O personagem principal, Carlos, já é claramente inspirado e influenciado pelas próprias características, gostos e sonhos de papai, mas não satisfeito, ele colocou lá, meio de passagem, um certo Bené que era o rei da praia. Bené vem de Benevides, um de nossos sobrenomes. Foi como ‘Bené’ que ele ficou conhecido no Leme em sua adolescência e início da fase adulta.

Mais à frente, mais risadas com as safadezas inocentes do meu criador. Lá pelas tantas surge a personagem Stella. Já contei aqui que esse é o nome de mamãe. Pois então, Stella é uma inspetora da PF super culta, inteligente e bem-sucedida que ao bater os olhos em Carlos, pra ela uma mera isca para ajudar a desfazer uma quadrilha internacional, fica caidinha pelo charme do rapaz. Não é pra rir? Ele pintou e bordou como pôde. Se divertiu. E me divertiu também. Só até aí já valeu bem mais para mim do que um prêmio Jabuti. Não que ele pense assim. Está empolgadíssimo com a possibilidade de substituir Sidney Sheldon. Tomara. Será bem mais fácil para mim na hora de publicar os meus....

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Pega-Varetas

Duas coisas me fizeram lembrar de uma das antigas e agora celebradas diversões da década de 80. Uma delas foi um post num blog amigo sobre o Sr. Batata. Todo mundo que tem mais ou menos a minha idade e um pouco menos ou mais, lembra do boneco em que a gente ia encaixando olhos, boca, nariz e etc. Pois é. O Sr. Batata tem todo um histórico super interessante sobre um antigo fazendeiro que usava batatas de verdade para entreter as crianças. Quem ficou curioso, corre lá no blog da Amanda - http://horaamanda.blogspot.com/ -

E a outra coisa foi que agora há pouco eu estava na cozinha procurando algo para jantar. Na falta de tudo, sucumbi ao bom e velho macarrão. E nem foi miojo, hein! Decidi fazer espaguete de verdade! Mas na hora em que eu peguei o pacote para colocar na água fervendo, spaft (não achei outra onomatopéia que coubesse), caíram todos no chão. Primeira reação: - PQP! Segunda reação: um olhar para baixo e um esboço de sorriso nostálgico. Estava ali um legítimo Pega-varetas.

Não cheguei a efetivamente me sentar no chão e brincar da brincadeira. Catei tudo e – por que não? – coloquei na panela. ‘A água tá fervendo, não tem problema ter caído no chão...’. Mas só o fato de ter rido e lembrado lá da brincadeira da infância foi reconfortante. Tanto que deu até vontade de escrever aqui. Pode ser que eu esteja indo longe demais com essa história de Poliana e agora nada mais me atinge. Para tudo, arranjo um jeito de me divertir. É, pode ser. Mas se for, não é forçado. É verdadeiro. E, por isso, válido.

Mesmo com alguns problemas, tenho me sentido bem. Estou numa fase não em paz com todos, mas em paz comigo. O mais difícil. E isso me ajuda a enfrentar qualquer uma das outras coisas. Ainda que eu cause sentimentos ruins em outros, o que vai dentro de mim é uma segurança fenomenal em relação as minhas atitudes. E, assim, ponho tranqüilamente, todos os dias, a cabeça no travesseiro. Boa noite.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Já é Natal no Rio de Janeiro

Tentem ler o título aí acima com a entonação daquela musiquinha da Leader Magazine. Foi assim que saiu da minha cabeça, exatamente com as mesmas notas: “Já é Natal no Rio de Janeiro...”. Aliás, vocês já viram que no comercial da Leader deste ano mudaram a música!? Como assim!? A frase está lá, meio adaptada, mas está. Só que o arranjo ficou muito mais caído. Tentaram dar um toque sofisticado em contraponto ao popular de sempre e, na minha opinião, deram a maior mancada. A música de Natal, apesar de todo mundo falar que é irritante, era o que a Leader Magazine tinha de melhor.

Eu, por exemplo, só sei que já é Natal no Rio de Janeiro porque a bodega da Árvore da Lagoa já está lá soberana. Se não, a agência de publicidade da Leader ia me enganar direitinho... A árvore é outra que é vista como irritante por quase 70% da população. Mas nesse caso, ainda que essa porcentagem tenha saído da minha cabeça, é irritante mesmo. Ninguém diz isso de estilo ou vergonha. A mega estrutura flutuante até enfeita, mas complica a vida e o trânsito bem mais.

Sempre levo um susto quando o Natal se aproxima. Até porque isso indica que eu vou ficar um ano mais velha. Para quem ainda não sabe, nasci no mesmo dia que Jesus. E, batido ou não, sou mais uma da turma que acha que os anos estão passando cada vez mais depressa.

Este ano nem tomei tanto susto assim com a decoração natalina dos shoppings da cidade. Com resignação, apenas peguei a escada, desci meus próprios enfeites e a árvore e montei tudinho. Com uma semana de antecedência, descobri. Depois de ter emperequetado a casa toda, li numa revista aí qualquer que o dia certo de montar a árvore é 30 de novembro. Bom, fiquem sabendo vocês. Eu já errei. Mas dá tempo de desmontar no dia certo, hein! Segundo a mesma revista, o dia do desmonte é 06 de janeiro.

Ainda não sei como vai ser o rolo este ano. Quem vai para onde, como vai ser o quê... A única coisa de que tenho certeza é que vai dar briga. Como sempre. Não ter briga para decidir onde vamos no Natal é pior do que mudarem a música da Leader Magazine. Aí, seria demais para mim...

Bom, ainda está cedo para desejar Feliz Natal, mas estamos chegando à reta final de mais um ano e deste blog. Vai ser um mês nostálgico. Acho que vou dar uma lida em tudo até aqui e fazer uma espécie de retrospectiva com os melhores momentos. Quem quiser colaborar e opinar, sinta-se à vontade.