segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Lendo Martha

Martha Medeiros já foi citada aqui outras vezes. Gosto do que ela escreve. No fundo, queria ter o espaço que ela tem. Poder escrever minhas idéias para uma cambada de gente ler. Não cheguei lá, mas tô caminhando e bastante satisfeita com meus leitores fiéis de cada dia.

Bom, numa Revista de Domingo que li atrasada, achei coisas legais ali de que gostaria de pensar e dividir. Mas como a revista era velha e tal... deixei para lá. Mas aí, lendo a de ontem, mais pensamentos expostos por ela me chamaram a atenção. Aí, decidi falar do que eu queria já de antes e também do tópico mais recente. Um post mix com assuntos levantados por Martha.

O primeiro, da revista do dia 14 de dezembro (nem é tão velho assim, vai...), falava sobre amores que terminamos antes de acabar. “Às vezes ficamos mais presas a um amor quando ele termina do que quando nos mantemos na relação”. Isso parou meus olhos, geralmente frenéticos. Ainda mais quando estão lendo jornais atrasados, na tentativa desesperada de ficar em dia. Mas essa frase me fez parar. Não é algo assim tão genial. Nada que um pouquinho de análise (com o espelho. Odeio análise com ‘profissionais’) não acabasse descobrindo. Mas como eu não tinha feito isso com o meu espelho ainda, foi algo com cara de inédito e original ali naquele momento.

Tantas vezes ficamos tentando esforços sobre-humanos para esquecer alguém. Tentativas e mais tentativas de se cortar aquele nome da lista. Promessas, artimanhas, lágrimas, tudo em vão. Três meses de sucesso em não falar nem o nome do sujeito e um reles e-mailzinho é suficiente para fazer tudo voltar com força total. E a palavra ‘fracasso’ ficar escrita em nossas testas. Não sou alcoólatra, mas já amei quem não devia, por isso acho que entendo como um alcoólatra se sente ao dar só um golinho. A idéia da Martha não serve muito para alcoólatras, mas pode ser uma boa para quem está preso numa paixão avassaladora.

Talvez a grande tacada não seja limar a pessoa à força e sim deixá-la ali, em paralelo até que esqueçamos dela pela inércia do universo. Sabe quando você vai colocar criança para dormir? Você fica ali do lado e quando acha que ela dormiu, levanta devagarzinho. Ledo engano, ela abre o olhão, chora e começa tudo outra vez. Se você tentar não sair, vai acabar pegando no sono e ela, por saber instintivamente que você está ali, dorme tranqüila também. Ok, não dá para dormir no quarto do seu filho para sempre, mas num período de cansaço tremendo em que dormir é mais necessário que educar, que se foda a psicologia infantil!

Com paixões e amores descontrolados, a idéia é a mesma. Às vezes, nem sempre a forma mais sensata e aceita é a que dá certo. Cada um que trate de encontrar a sua própria psicologia. E se deixar aquele sentimento ali por perto for melhor que a tentativa de eliminá-lo, que ele descanse em paz a seu lado. Melhor que em guerra longe de você.

Por que temos urgência de abandonar um amor pelo fato de ele não ser fácil? Quem garante que sem esse amor a vida não será infinitamente mais difícil?

Eu queria mesmo era escrever sobre isso. O outro assunto foi só uma desculpa pra eu poder escrever sobre esse mais velho. Não tenho nada a dizer sobre ‘mensagens de natal’.

Um comentário:

Suellen Analia disse...

De vez em quando leio a coluna dela, no Globo.
Gosto do que escreve e da forma que escreve.


Beijos, Dri!