domingo, 14 de dezembro de 2008

O Mecanismo Nosso de Cada Dia

- Dri! Adorei a cor da sua unha!

- Brigada.

- Qual é o nome do esmalte?!

Péééé! (aquele sonzinho de programa de auditório quando alguém erra alguma coisa) Pergunta errada. Eu nunca saberia responder o nome do esmalte que está na minha unha. Essa pessoa definitivamente não me conhece.

São com pequenas coisas assim, do dia-a-dia, que a gente vai sentindo quem nos conhece e se conhecemos alguém. Quase nunca dá para definir exatamente porque você sabe que aquela pessoa iria agir ou pensar assim ou assado. Assim como não se deve perder muito tempo tentando descobrir como alguém sabia o que você pensaria sobre determinada situação.

São tantas coisinhas subjetivas juntas. A gente simplesmente sabe. Pela convivência, por sensibilidade, por afinidade, por amar e prestar mais atenção naquele alguém do que os outros prestam. Enfim, é natural. Não se sabe que se está prestando atenção em alguém por exemplo a ponto de, mais tarde, esses momentos de observação fazerem com que você saiba como fulano ou fulana vai se comportar. É involuntário. Não pensado.

Mas é gostoso. Ter provas, bobas que sejam, de que se conhece a fundo como funciona a cabeça de quem você gosta e admira é motivo de fogos de artifício internos.

Assim como conhecer bem um chefe pode ser bem útil. Mas eu estou num mês romântico e mulherzinha. Não quero falar de chefes. Quero falar de quem se ama.

Acho que o mais legal é quando você nem percebe que conhece tanto e, de repente, é surpreendida por você mesma com quantas informações se tem arquivada daquela pessoa. Dá para escrever um tratado. Fazer uma lista de ações e reações. De gestos. De vários tipos de sorrisos. Das palavras mais usadas. Dos programas preferidos. Do que ela mais gosta de fazer em determinados lugares... ou até descrever ato por ato o que a pessoa faria se tivesse que jogar na loteria, para ficar num exemplo bem banal.

Sempre quis participar daquela brincadeira do Faustão, lembram? Começou sendo chamada de “Mano a Mano”, mas acho que depois teve com pais e filhos, amigos, casais... Adorava ver neguinho tendo que acertar o que o outro diria se blá blá blá... Eu e minha irmã até já tentamos brincar sozinhas em casa, mas não deu muito certo. Mais pela nossa falta de paciência para criar as perguntas do que por desconhecimento de nossos hábitos e gostos.

É que essa parte de fazer, de criar perguntas, de ficar testando para ver se o outro te conhece ou não é chatíssima. Cobrar de alguém o que você faria em determinada situação não tem o menor sentido. Forçar uma pessoa a mostrar que te conhece é a pior forma de tentar se revelar para alguém. E mulher, principalmente, tem um talento impressionante para isso. Desde o ‘você nem percebeu que eu cortei o cabelo’ até reclamar de uma roupa dada no tamanho errado.

Isso é tão bobo... Tão pequeno diante da grandeza que é um momento sem perguntas em que naturalmente surgem respostas.

2 comentários:

Suellen Analia disse...

Oi, Dri.
Também acho muito mais bonito quando somos surpreendidas por coisas assim... a gente nem sabia que determinada pessoa nos conhecia tanto.
Mas, não podemos julgar ninguém, só porque a pessoa não percebeu que cortou o cabelo. Eu por exemplo, sou super distraida! rsrrs

beijos!!!

Amanda Hora disse...

Olá!
Eu sou o cúmulo da distração, então eu teria medo de participar de alguma brincadeira nesse estilo. É claro que eu adoraria saber se as pessoas próximas de mim me conhecem a fundo, mas teria medo das perguntas me testando rs


Bjos!