sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Dia Café com Leite

Antes, rápidos adendos. Fui falar que o BBB estava sem graça, e eis que me deparo com uma super Manchete: “Após briga, Thati abre o jogo: já beijei mulher”. Uau! Agora vai, heim... Tô falando que essa Thati é a Zebra desse BBB. Ninguém dava nada pela menina e olha aí... Já o tal do Felipe não é ninguém mesmo... Alguém sabe quem é o Felipe? Mais: essa história de provocação pra lá e pra cá dos ‘grandes’ times do Rio já tá enchendo. Agora o Flamengo tá no pé do Botafogo, que antes fez aquela dancinha podre pro Fluminense. Gente, concentre-se em seus próprios clubes. Tão parecendo um monte de mulherzinha... Ah! Vejam “Juno”! É sensacional. Não via um filme que eu gostasse tanto assim desde “Pequena Miss Sunshine”. E, por último, ainda sobre TV, vi “Gossip Girls” pela primeira vez. Não sou muito de seriados, mas gostei desse episódio que eu vi hoje. Os personagens, situações e diálogos são ótimos. Não fosse uma cena final de gente feliz rolando na grama, ganhava nota 10.

Bom, agora vamos nós, chegou a hora de falar sobre expectativa. Hoje é um dia que quase não existe, certo? Então, dentro do meu projeto de escrever uma crônica por dia, é um dia que gera expectativa. Deveria ser um dia especial. Alguém lá no início já havia me ‘cobrado’ algum assunto quase genial no dia 29 de fevereiro. Nem preciso dizer que já fudeu, né? Lembra do ‘tem certeza?’. Pois é, sei que estão esperando algo incrível de mim. Pode desistir. Isso não vai acontecer.

Pensei em deixar tudo em branco. Um dia que quase não existe podia ficar meio escondido, como se as minhas palavras desse dia ficassem encobertas por uma espécie de cortina de fumaça... (olha aí, a enrolation...)

Lembrei daquela novela, série, sei lá. Chamava “O Fim do Mundo”. Tem um livro também, acho. Bom, deve ter. Não estou com saco de pesquisar. A questão é: há uma relação. Na novela, todo mundo sabia que o dia tal seria o último. Depois, o mundo ia acabar. Um dia 29 de fevereiro ganha um status de café com leite. Tipo o que se faz hoje some do mapa. Não vale. Logo, pode-se fazer um montão de coisas loucas.

E como não sou boazinha, não gastaria meu tempo tentando salvar a humanidade e ajudando o próximo. Nem num dia 29 de fevereiro, nem no fim do mundo. (Também, no fim do mundo isso não faria o menor sentido. A merda toda ia acabar, salvar o quê?) Então... Eu seria bem egoísta. Já sou, de um modo geral, ainda mais sabendo das vantagens de um dia café com leite.

E é inevitável não pensar imediatamente na maior quantidade de homens sensacionais para brincar. Sabe aquele acordo de pessoas que se você encontrasse no elevador, estão liberadas? Explicando, eu tenho um acordo assim. Se eu ficar presa no elevador com o Clive Owen, o George Clooney ou com o Marcello Antony, estou liberada para dar para eles. E ELE, se encontrar com a Giselle Buntchen, a Helena Ranaldi ou a Luana Piovani (sempre a Luana...) também pode comer em paz.

Mas num dia café com leite, esse patamar aí pode cair consideravelmente. E a lista pode ser bem maior e com pessoas mais acessíveis. Óbvio que eu não vou listar aqui os moçoilos selecionados. Mas só agora, em 5 segundos, já pensei nuns 8. Os nomes estão devidamente escondidos atrás da cortina de fumaça.

Bom, pessoal, vou lá, que esse dia incrível está acabando. Mas ainda tem um tempinho, hein... Todo mundo nu!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

De “Globo Repórter” a “Big Brother”

Pela primeira vez, vou escrever inspirada por uma notinha de jornal. Bem ao estilo Truman Capote. A diferença é que ele gostava das páginas policiais, eu sou mais um Segundo Caderno.

Notinha: Estréia de 1973, o “Globo Repórter” vai completar 35 anos em abril com novo cenário e quatro programas comemorativos. Os temas vão ser escolhidos pelos telespectadores pela internet.

Quatro temas????? Vem cá, alguém já viu “Globo Repórter” sem ser sobre bichos, natureza ou... ou sobre bichos e natureza??? Lembrei de um agora que falava dos jatinhos das celebridades! Tá, vamos lá: Tema 1 – bichos. Tema 2 – Natureza. Tema 3 – Celebridades. Tema 4... Tema 4... Esses telespectadores internautas vão suar a camisa para descobrir um tema 4.

Mais impressionante ainda: estréia de 1973! Caracolis, o programa está no ar há 35 anos falando sobre bichos e natureza! Nem subdividindo o tema – bichos da Amazônia, bichos do Nordeste, bichos do fundo do mar... - eu seria capaz de ir tão longe. O que me fez pensar que esses caras enganam a gente há anos. Tem só uns 40 programas diferentes que ficam rodando em lupping. Todos apresentados pelo Sérgio Chapellin, que já morreu há um tempão, junto com a Tônia Carrero e a Dercy Gonçalves.

Tem tanto programa bom que tiram do ar – “O Sistema” não é um deles – e, em compensação, há outros engana trouxas aí que permanecem por 35 anos...

Não posso falar de “Zorra Total”, porque tenho amigos que trabalham lá e já me explicaram que é um tipo de humor específico para um tipo de público específico. Ahã.

“Big Brother” é polêmico, mas eu acho válido, apesar de não estar vendo muito. Se bem que essa edição está meio fraquinha, não está não? Esse Marcelo pseudo-psiquiátra e pseudo-gay já irritou; a Natália já mostrou tudo o que tinha pra mostrar e mais um pouco nas primeiras semanas (nada contra, só acho que a moça queimou cartucho); essa Juliana também... Começou toda moralista, falando da Natália que dançava até o chão e agora tá aí fazendo igualzinho e ainda se jogando pra cima do Rafinha. E o Rafinha, heim... O que vêem nesse Rafinha??? É muita falta de homem bonito no BBB mesmo. E não acho que o Fernando era melhor. Chato, machão, chiclete e bombado. Fora, Fernando. Saiu tarde. O que eu mais simpatizo é o tal do Marcos. Faz mais meu estilo estético. A Thati, eu achava meio mosca morta, mas parece que ela está dando ibope. Pra mim, ela estava fadada ao fracasso. Era a única não gostosona, de corpo não perfeito. Mas surpreendeu. Minha ‘amiga’ Bianca saiu. Fiquei sem ter pra quem torcer. Mas dizer que a Bianca era a beleza exótica e tatuada que a Playboy estava procurando, achei meio forçação...

E isso tudo é porque eu não acompanho “Big Brother”. Um programa que, como o “Globo Repórter”, não tem muita variedade de temas, mas pessoas são mais picantes que bichos e natureza. E o Bial, apesar de já estar ficando meio empalhado como o Chapellin, ainda dá pro gasto...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Happy Day

Meu blog chegou aos States! Minha querida prima Stefane, que está lá estudando e trabalhando, me mandou um scrap pelo orkut dizendo que está acompanhando minhas peripécias! Ela e todos os brasileiros do programa dela. Não é muito chique?

Mas não é disso que se trata meu happy day. Hoje pintei uma parede do meu cafofo escritório, de verde abacate. Para quem não sabe, um dos pré-requisitos para se ter um escritório em casa é pintar uma das paredes de uma cor vibrante.

Meu cafofo é muito chique também, que nem meu blog. Ele teve direito a projeto e tudo! E não interessa se a arquiteta é mãe de uma de nós. Não sou contra aba, nem pistolão e nem a furar fila, dependendo do caso. Olha a polêmica...

Enfim, o bichinho tá ajeitadinho. Ganhou prateleiras branquinhas, bancadas e até mini-prateleiras para fitas mini-dvs. Está lindo! E hoje ficou lindo e verde. Vivemos - eu e Camilete, minha sócia-irmã - um dia de filme de Sessão da Tarde. Só que meio lésbico...

Sabe aquelas cenas, com música meio brega no fundo, de casais pintando seu novo apartamento. Só não foi mais Sessão da Tarde porque não achei meu macacão jeans. Mas blusas velhas que foram ganhando manchinhas fizeram um figurino bonitinho. Tentamos tirar foto, mas a porcaria da máquina tava descarregada. Pensei até em filmar. Já pensou, coloco de videozinho institucional no site! Iam chover clientes homens. Se o negócio desse certo, eu ia adicionando extras. Colocava a Camila pra lavar o carro; pegava sabonete na banheira; corria na chuva de branco...

Voltando aqui ao quartinho. Fiquei orgulhosa de nós. Mais dela do que de mim, é verdade. Eu não me saí tão bem, mas Camila me mostrou um talento que eu não conhecia. Coisas como desaparafusar as estantes, pintar sem borrar, pintar em si, colocar as estantes de volta... Incrível. A menina fazia tudo numa velocidade impressionante. Eu olhei mais do que ajudei. Até porque, quando ia ajudar, atrapalhava e ela deixava isso bem claro. Eu queria me divertir e ela queria trabalhar. Eu ali, na Sessão da Tarde, e ela no Jornal Nacional.

O fim do filme não entraria na edição final, decididamente. Não terminamos bonitinhas e sexies. Ficamos meio nojentas e suadas. O divertido não era mais tão divertido assim às 8 da noite. O cansaço foi imperando e apareceu a minha falta de paciência, sem critério. Depois de uma certa hora, tudo pra mim está bom. Só quero que acabe. Mas Camila é perfeccionista até o fim. E eu nem tento contrariar a menina. Ainda bem. Acho que, por isso, a gente dá tão certo. Seguindo o roteiro Sessão da Tarde, temos a maior pinta de vivermos felizes para sempre. Só muda a trilha, diretor! Pelo amor de Deus. Amo você, garota.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Muro das Lamentações

Falei no ‘Perfil do Produtor’ da chatice que é gente que se lamenta. Pois então, acabei de chegar da farmácia. E, na fila de pagar, na minha frente, tinha uma mulher que não só se lamentava, como tinha uma voz lamentativa. Esse adjetivo nem existe, eu sei. Mas criei em homenagem a voz da moça. E, acreditem, se escutassem, iriam concordar comigo. Parecia uma coisa meio desenho animado, um timbre meio Catatau.

Aí, resolvi escrever sobre lamentação. Por que pessoas se lamentam tanto? E, na maioria das vezes, nem á para isso tudo. Porque, geralmente, quem tem motivo de sobra pra se lamentar não chega nem aos pés de um lamentador comum. Lamenta menos. Bem menos. Uma relação, assim, meio estranha, mas que convém: gente pobre deve menos do que gente rica. Algo como, gente pobre se vira, mas dá um jeito de pagar. Gente rica não paga pra dar uma de malandro e ficar mais rico ainda. Gente ferrada está na merda, mas segura e dá um jeito de sorrir. Gente chata se lamenta o tempo todo e curte essa onda deprê sem causa.

Todo mundo já passou e passa freqüentemente por aquelas situações constrangedoras de elevador. (ouvi uma, outra dia, que quase se concretizou e me fez lembrar do frio na barriga ao contrário que dá uma situação típica de elevador). Bom, uma situação bem comum ali naquele local apertado e ameaçador: você, para ser simpático, (está na convenção da sociedade que se deve ser simpático em elevadores. Nem que seja só um sorrisinho congelado...) pergunta um despretensioso e descuidado: “Tudo bem?”

O que se espera é que a outra pessoa também tenha lido a cartilha de bom comportamento e se limite a um: “tudo bem, e você?”. Daí, é a sua vez de dizer “tudo.” E pronto. Já deu tempo de chegar ao destino final. Tudo depende do ritmo da conversa. Se vocês estão no 15º e querem ir para o Térreo, a cadência entre um ‘tudo bem’ e outro deve ser arrastada, acompanhada de sobrancelhas levantando como introdução e sorrisos amarelinhos nos intervalos.

Se a distância dos andares for menor, é só acelerar esse ‘tudo bem’ aí pra não correr o risco de ter que sair do elevador com a pessoa do lado acabando de responder. Algumas viagens de prática, e dá para se tornar um expert em se livrar de situações desagradáveis no elevador. Mas... Esse é o tema. Se encontrar um lamentador no caminho (e eles estão aos montes por aí...) danou-se.

Há os que te deixam apenas sem ter o que dizer.

- Tudo bem?
- Tudo indo, né? Essas minhas dores, os médicos não sabem o que é...

E você fica lá, escutando, balançando a cabeça pra cima e pra baixo com uma espécie de bico que se mexe na boca, procurando uma expressão que possa condizer com as lamentações alheias. Se estavam no 15º e o destino é o Térreo, não há nada a fazer, a não ser respirar fundo e rezar pra chegar. E demora...

Mas, muito pior, é o lamentador que começa a falar e não pára! Aí, não é danou-se, é fudeu!

- Tudo bem?
- Ah, minha filha. Você não soube? Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá....

As chances do monólogo sair do elevador porta à fora e continuar na portaria são imensas. Dizer que está atrasado, não adianta. Sair andando meio disfarçadamente, também não. E fingir que o telefone vibrou no bolso e atender, não vai espantar o lamentador profissional. Ele espera. Espera o tempo que for preciso. É um profissional.

A única solução é partir para a falta de educação. Eu sou mestre nela e não me arrependo nem um pouquinho. Só não consigo fazer isso com velhionhos e velhinhas. Eles são o meu ponto fraco. Mas abaixo de 60 anos, não tem direito à meia entrada e nem a meio passa-fora. Deixo falando sozinho, se for o caso. Dou uma de louca. Mas, antes, se eu puder me prevenir e subir pela escada, melhor.

E, agora, chega. Que quem está se lamentando sou eu e você ta aí lendo e balançando a cabeça pra cima e pra baixo, tentando se livrar de mim. Essa merda é contagiosa, rapaz... Sai fora!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Ex-Ninfeta

E o assunto volta a girar em torno da minha nova faixa-etária... (nova só para mim.) Bom, estou em crise. Uma crise administrável, mas uma crise. E como toda crise, há momentos de desespero.

Meu momento de desespero: estava assistindo a um filme com ‘ELE’. Chama “Um Beijo a Mais”. A história, resumidamente, gira em torno de um homem, na casa dos 30, que dá uma tremida diante de sua vida perfeitinha, da namorada grávida e da chamada da responsabilidade para si. No meio do caminho, aparece uma menina que confunde a cabeça do rapaz, que, óbvio, cai na tentação.

Motivo do meu desespero: até ali, estava me identificando com a menina vilã. Mas ‘ELE’ me colocou como a namorada madura e meio arredondada. Ôpa! Pedi para ele explicar melhor. Maldita hora. Continuou falando sobre os atributos físicos da ninfetinha: a cara de sapeca, a minissaia, os livros da faculdade na mão, uma caneta lilás para anotar o telefone do moço com um sorriso radiante...

Foi aí que percebi que eu e ele me vemos de maneira diferente. Para mim, eu sou essa aí que ele descreveu acima. Para ele, eu sou a mulher especial, de beleza tranqüila, quem ele escolheu para ser a mãe dos filhos dele e que é “que nem uma fruta que a gente vai comendo e tirando uns pedacinhos pretos”.

- Tenho pedacinhos pretos?
- Você não é mais uma garotinha...

Claro que sou. Como assim eu não sou mais uma garotinha??? Eu sempre fui uma garotinha!!!! E é aí que está o cerne da minha crise. Sempre fui uma garotinha. Era a garotinha do papai. Depois, comecei a namorar bem mais cedo que as meninas da minha idade e namorava os caras mais velhos. Então era, de novo, a garotinha. Até entre amigos, eu acabava sendo a garotinha. Porque também sempre fui a mais nova dos meus grupos de amigos. Era uma precoce orgulhosa e isso me deu o status de garotinha.

Me acostumei assim. E defendi o título por uma boa parte da vida. Cultivei com gosto meu lado moleca, sapeca, serelepe, brincalhão. E casar, para mim, não tinha tirado meu colágeno de ninfeta. Pelo menos, não que eu tivesse percebido. Segui casada e garotinha. A garotinha do papai, a garotinha dos amigos e, na minha cabeça, a garotinha DELE.

Mas acho que as coisas estão mesmo mudando. Além da minha prima ter me ‘mudado de fase’ meio contra a minha vontade, tem a Camila que é a minha amiga mais freqüente no momento e que quebrou meu padrão: ela é quatro anos mais nova e fala mais gírias. Bem mais. Às vezes, ela vem com umas que eu nem entendo de primeira. E, agora, ELE veio juntar-se aos inimigos e esculhambou meus atributos físicos.

Me despeço hoje como uma fruta meio passada com uns pedacinhos pretos que precisam ser tirados antes de comer. Mas deve ser bem doce, né? Tem que ter algo de bom aí nesse negócio de ser madura. Bom, vou tentar me enxergar assim, mas, sinceramente, preferia a ninfetinha...

:: Cantinho do Futebol ::

Flamengo é o Campeão da Taça Guanabara. Mas há coisas que só acontecem com o Botafogo... Último lance na trave aos quase 50 min. do 2º tempo é dose. Oh tropa sofredora...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Perfil do Produtor

De novo, começo me redimindo. Desta vez, é para fazer uma errata. Errei. Minha memória, que nunca foi muito minha amiga, me traiu como de costume. Enfim, quero deixar registrado que na disputa a bundadas entre Luana Piovani e uma amiga, Luana perdeu. Saiu da pista derrotada. Pronto. Tô falando que esse negócio de mexer com o nome da Luana Piovani não dá certo... Me perdoa, Lu.

Agora, falarei de outro assunto polêmico que também afetará meus amigos. Mas voi lá:

Estão testando a minha paciência. E o pior é que é um povo que não me conhece. Está conhecendo agora. Ou seja, ainda estão na fase de me achar arrogante, prepotente, blá blá blá. Me meti num troço que estava começado. Começa por aí. Entrar numa coisa que já está errada desde o início não é legal. Mas seguindo a minha tendência de dizer bem mais ‘sim’ do que ‘não’, eu disse sim.

E, agora, estou agüentando as conseqüências e descobrindo as surpresas desagradáveis pelo caminho. Fui contratada para refazer um roteiro. Mas, me encontro atualmente como uma espécie de produtora executiva informal do projeto. Não me pergunte como. Aconteceu. E eu não me orgulho nada disso. Tá aí uma área em que eu nunca vou entrar por livre e espontânea vontade. Fazer produção, só por livre e espontânea pressão. O que é o caso atual.

Pressão não é o problema. Funciono bem sob pressão. Só não gosto de produção. Pra começar, é necessário um instinto puxa-saco que esqueceram de colocar no meu HD. Outro pré-requisito do cargo é ter um ouvido enorme para escutar lamentação o dia inteiro. Tem coisa mais chata do que gente se lamentando? Mas tem que escutar! Você precisa daquele chato! Aí, vem a parte de administrar egos. Ninguém gosta de escutar que mandaram refazer o trabalho. Aí, o produtor mela-cueca precisa ficar confortando, dizendo que não é bem assim, que ele é ótimo, o cliente é que é chato... Um papo interminável que, decididamente, não sai da minha boca.

Sem esquecer a parte do quebra-galho. Nunca é possível terminar tudo no horário contratado, aí o produtor vira pedinte. E eu odeio pedir coisas pros outros. Principalmente, favor. Dever favor é um inferno. E produtor deve mais que marido safado.

Outro problema é que o coitado do produtor é, aí sim como eu, um desacreditado. Tadinho, ele nunca entrega na hora prometida. Sempre falta só mais um pouquinho. E esse pouquinho se transforma em horas a fio. É que trabalhamos com máquinas. E máquinas mentem! Aparece lá a janelinha dizendo que o render vai demorar 5 minutos, depois passa para 10, volta para 5, diminui para 3, cresce para 20! Dá para confiar num troço desse? Não. E aí, o cara sai inventando previsões a torto e a direito. E elas, fatalmente, estarão erradas.

Resumindo, o cara tem que ser puxa-saco, paciente, falso, bom de papo, pedinte e mentiroso. Além de tudo, ganha mal e é o último a sair. Meu Deus! E ainda tem gente que diz que nasceu pra isso? Eu não. Decididamente, não nasci produtora. Estou produtora. E, que fique claro, totalmente contra a minha vontade.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Ciumenta, Eu?

Antes de começar, queria me explicar de novo. Falei ontem que ia parar por ali, em homenagem ao meu amigo que reclamou do meu excesso de texto e quando publiquei, o negócio ficou enorme de novo! Bom, é isso aí. Escrevo pra cacete. Que outro amigo também já me ensinou que escreve com ‘c’ e não com ‘ss’. Não consigo me conter. Elas, as palavras, saem. E eu não costumo travar nada, nem ninguém. E ah! Ganhei meu 1º comentário desconhecido. Haroldinho venceu a gincana.

Agora, vamos ao tema do dia: não sou ciumenta. Pelo menos, eu achava isso há uns sete, oito anos. Tempo em que eu estou com o meu atual companheiro, que não quer que eu diga o nome dele e me obriga a ficar buscando substituições bregas, como ‘companheiro’.

Enfim, há uma diferença brutal entre não ser ciumenta e não te darem motivo para ter ciúmes. Eu vivia nesse segundo Oásis. Um lugar extremamente conveniente e confortável. E eu tenho uma queda fenomenal por situações confortáveis. É uma fraqueza. Não me orgulho, mas assumo. Faço de tudo para não me aborrecer. Odeio criar situações que, de alguma forma, vão mexer com a minha paz de espírito. Jogo baixo para viver em paz. Pago, se for preciso.

Aí, alguém vem e, assim, sem mais nem menos, puxa o meu sofá.

– Sabe quem vai jantar lá na casa dos meus pais hoje?
– Quem?
– A Fulana. (também não posso falar o nome dela, mas aí é porque eu não quero. Vou dar esse gostinho? Vai ficar anônima. Não é ninguém mesmo...)
– Quem?
– A Fulana.
– A Fulana?
– É. Ela e a avó. Ela falou com a minha irmã, que convidou as duas.

Por um momento eu não sabia se queria matar a Fulana, a avó da Fulana ou a irmã dele. Na dúvida, eu matava as três.

- Por quê?
- Não sei. Minha mãe gosta delas e não se vêem há muito tempo. (eu disse que a minha sogra era o máximo? Não é mais.)
- Tudo bem?
- Hahã.
- O que foi?
- Nada.
- Você tá com ciúmes.
- Não.
- Não gostou?
- Não.
- Não?
- Não.
- Por quê?
- Porque eu não entendi o propósito e achei tudo esquisito.
- Você está com ciúmes.

Será? Não sei. Mas não gostei e realmente achei tudo muito esquisito. O que a garota que ele namorou há milênios vai fazer na casa dos pais dele com a avó? Bom, mas isso já não é mais tão importante. O que ficou é que eu realmente não gostei. E isso é muito pouco. O cara nem vai ver a mulher! Fiquei com ciúmes à distância. Mas é que, sei lá, deu uma sensação de que a menina está tentando comer pelas beiradas, sabe?

Não é estranho? Meu sogro achou. Até ligou para o ... (aquele que não se deve dizer o nome) e perguntou o que elas iriam fazer lá. Ninguém sabe o que essa garota vai fazer lá. Mas eu estou puta com ela porque ela está fazendo eu parecer uma ciumenta exagerada. E eu não quero ser nem ciumenta, quanto mais exagerada.

Imagina se eu estivesse com alguém que me desse motivo para ter ciúmes? Imagina se eu estivesse com alguém que nem eu??? Caraca, coitado do .... Eu no lugar dele estava ferrada. Cada vez mais eu admiro esse homem. Ou ele é realmente elevado, ou não gosta de mim. Vou ficar com a primeira opção.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Blog

Ta aí um bom jeito de descobrir sua popularidade com os amigos. Fazer um blog. Na verdade, eu fui bem resistente à idéia. Mentira. Foi mais para preguiça do que resistência. Como uma boa exemplar do gênero feminino, eu não me dou bem com aparelhos eletrônicos e coisas tecnológicas de um modo geral. Colocando aí mais uma boa dose de impaciência, dá para imaginar o quanto eu não achei que seria simples montar e administrar um blog. Mas lançar um livro deve ser bem mais difícil... Então, com uma mãozinha de amigos e amigas mais empreendedores tecnologicamente, sucumbi.

A Lilian, sempre a Lilian, é a autora da escolha do lay out e é quem veio até a minha casa, sentou do meu ladinho, criou um login, uma senha e me ensinou direitinho a, basicamente, ler o que estava escrito e ir seguindo passos. Mas foi essencial. Sem babá, eu não iria a lugar nenhum. Meus textinhos amados iam viver para sempre em meu computador e na caixa de entrada de um ou outro selecionado a dedo.

Bom, o fato é que ele nasceu e está aí, aqui... enfim, existe. Adoro as bolinhas. Adoro bolinhas e adoro vacas. Estou feliz com meu blog e com a repercussão dele. Esse é o assunto. Tenho uma dose grande de insegurança em tudo o que eu faço. E tenho um pavor muito maior de exposição. Ou seja, me expor aqui desse jeito foi um passo e tanto. Acho que por isso eu saio falando de um monte de gente. É para eu não me sentir tão sozinha. Carrego amigos junto.

Mas estou adorando. Ainda bem, não veio nenhuma crítica negativa. As pessoas estão seguindo aquela linha do “se não tem nada agradável para dizer, fique calado”. Graças a Deus, meus amigos foram muito bem educados. E os que comentam, falam bem! Ganhei até comentários virtuais, viram? E olha que é preciso se cadastrar, fazer um login e sei lá mais o quê para conseguir escrever algo aqui. Ou seja, quem enfrenta isso tudo, me ama de verdade. Um beijo especial para a Bella, a Luisa e a Deca. Juro que não fui eu que escrevi. Pela minha paciência, seria praticamente impossível passar por essa burocracia toda, três vezes! Nem uma vez, eu faria. Antes de lançar o meu, (lançar? É assim que se usa?) eu dei uma pesquisada em blogs de gente amiga. Gostei de várias coisas, não deixei comentários em nenhum...

Outros menos pacientes como eu, resolveram mandar seus comentários por e-mail só para mim. Adorei também. Várias opiniões super importantes, de pessoas que eu tenho como referência, viu, Fernando. Só recebi uma criticazinha meio ruim, mas compreensível. Um amigo falou que eu escrevo muito, que podia ser menor. Talvez. Mas é que no meu computador parece menor do que como fica aqui entre as bolotas. Mas vou prestar mais atenção nisso. Meus leitores merecem.

Em homenagem a esse que reclamou do tamanhão, vou ficar por aqui hoje. Agradecida e feliz de estar sendo lida. Meu próximo objetivo é conquistar um comentário desconhecido. Por isso, me ajudem. Me divulga aí! Entre nessa campanha! Tchau pessoal. E brigada de verdade aí pra quem dedicou e dedica um tempinho às minhas palavras.

:: Cantinho do Fluminense ::

Ah, esqueci de dizer ontem que o Flu estreou na Libertadores contra o LDU. Tentei ver o jogo, mas tava meio arrastado que nem eu. Bom, ninguém saiu do 0 x 0. Nem eu, nem eles.

Data do jogo :: 20.02.2008 :: 21h45
Local :: Equador (daddy’s house.)
Campeonato :: Taça Libertadores :: 1º jogo do Flu
Placar :: 0 x 0 (LDU x Flu)
Extras :: Uma bola lá que o LDU chutou umas 4 vezes e o Fernando Henrique rebateu todas, até o outro cara chutar pra fora. :: Altitude de 2.850m de Quito.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Amigo Imaginário

Sou independente. Adoro ficar sozinha. Mas tenho um segredo, que fica guardado aqui dentro.

Sabe gente que você se sente bem? Aquele que você tem vontade de contar tudo, de dividir um montão de coisas, de conversar noite adentro, trocando de posição trocentas vezes porque não quer sair dali e a perna ficou dormente? Alguém que não precisa estar perto, mas tem uma presença incrível. Quem você não escuta a voz, mas ouve a risada.

Alguém que te move. É muito mais gostoso fazer algo, qualquer coisa, pensando em alguém. Uns chamam de inspiração, outros de empolgação, de talento, dom... Eu tenho um amigo imaginário que está lá comigo o tempo todo. É para ele que eu conto piada, que eu conto meu dia, minhas angústias, minhas novidades. É nele que eu penso quando está tudo bem e é nele que eu penso quando estou péssima. É para ele que eu escrevo.

Imagino a reação, sei exatamente o momento em que ele vai rir, que ele vai franzir a testa, que ele vai respirar fundo, que ele vai parar de ler porque não prendi a atenção o suficiente. Sei que a maioria vai rir da terceira linha e ele vai achar a décima muito mais instigante. Sei o que ele espera de mim. O que ele espera que eu diga, que eu ache, que eu sinta, que eu escreva.

Sei que quando eu estou muito feliz, ele consegue perceber pelo tom que eu escrevo e palavra não tem tom. Sei que ele já percebeu o quanto eu estou cansada. Cansada, mas feliz. Quase me arrastando, mas cheia de gás. Na verdade, estou exausta. Mas nem exausta paro de pensar, de querer dividir. Sei que eu não preciso dizer quase nada para ele entender quase tudo. Quase não vejo, não falo, não encontro, não toco. Às vezes, parece até que ele não existe.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Quebrando a Rotina

Sem querer, ontem comi um pastel de forno do lado contrário. Assim: normalmente, comemos um pastel de forno com a parte da barriga virada para fora, certo? A parte lisa fica virada para a gente. Peguei o troço sem olhar muito e peguei “errado”. E aí minha primeira mordida foi diferente do que eu inconscientemente estava esperando.

Rapidamente fui tomada por uma sensação estranha que me fez olhar para o pastel. Diria que até o gosto chegou a ser outro. Minha quase reação imediata foi querer virar o pastel e colocá-lo em seu devido lugar. Mas algo me segurou. Parei. Olhei de novo para ele e pensei: ‘vou comer ele todo assim, de bunda para mim’.

Confesso que não foi uma refeição tranqüila. Não consegui me desligar do fato e as mordidas subseqüentes continuaram com um quê de estranhas. Encontrei dificuldades até no movimento da mão até a boca. Às vezes ia errado também, como se eu fosse uma retardada que não conseguisse acertar a minha própria boca. A coisa ia meio torta. Uma luta foi travada entre o meu cérebro e a minha mão. E tive que fazer isso tudo (acabar de comer o pastel) parada no meio da rua porque foi impossível continuar andando. Se não, o pastel ia para Deus sabe onde...

Ufa! Consegui. Mas fiquei com essa questão na cabeça: estamos tão acostumados com certas coisas que elas entram no automático e nem percebemos o que estamos fazendo. Se não fosse o pastel do lado do avesso eu ia apenas colocar algo para dentro para tapar o buraco do estômago e seguir andando com pressa pelo Jardim Botânico. E eu nem estava com pressa. Sou uma desempregada. Não faço muita coisa. Tinha ido só ao dentista e dali estava voltando para casa.

Foi então que decidi quebrar a rotina de outros atos aparentemente corriqueiros. Assim que cheguei em casa, fui escovar os dentes com a mão esquerda. Se eu achava que parecia uma retardada antes, imagina agora com o extra de estar me olhando no espelho... Mas foi divertido. Fiquei rindo de mim mesma. Ficar sozinha em casa tem dessas coisas. Você ganha liberdade para rir de você mesmo.

Mais tarde, na hora do almoço, troquei a posição dos talheres. Já tentou cortar um peito de frango com a mão errada? É difícil... Bom, pelo menos, comi menos. Demorei tanto entre uma garfada e outra que deu tempo do meu cérebro avisar ao meu estômago que já estava tudo ok. Viu? Há vantagens. Posso passar a comer menos agora e emagrecer.

Continuando na linha da boa forma, chegou o momento de correr. Pensei em colocar os pés trocados do tênis, mas achei que estava indo longe demais e entrando no departamento da tortura. Mas troquei de emissora de rádio. Sempre corro ouvindo a Mix, com aquelas musiquinhas batidas que tocam na night e que eu nunca ouviria em casa ou compraria um CD, mas adoro ouvir no carro e para correr. (Não vou mais para esse tipo de night há muito tempo...) Fui correr escutando música clássica e me senti num comercial de TV, quase flutuando, fora do ritmo das pessoas que andavam na rua. Foi uma experiência.

Tomei banho no outro banheiro, usei o shampoo do respectivo e, à noite, nos obriguei a jantar na mesa. (nunca jantamos na mesa, só no sofá, em frente à TV). Uma coisa meio novela, sabe? Com jogo americano de palhinha, taças de vinho e uma salada arrumadinha. Muito chique.

Fui muito bem até aí. E estava satisfeitíssima com o meu propósito de ver as coisas de outra maneira, sentir por outro ângulo. Mas tenho que assumir. Nadei, nadei, nadei e morri na praia. Traí meu experimento antropológico de madrugada. Resolvi que dormiríamos em lados trocados da cama. Não consegui pregar o olho até eu desistir e empurrá-lo de volta. Me senti como um Big Brother numa prova do líder de resistência. Aquele que vai até o fim e perde no último minuto. Acordei arrasada.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Mais Uma na Academia

Uns bons anos depois e morando e malhando bem pior, hoje me aconteceu mais uma na academia. Essa minha mania de não querer falar com as pessoas só me mete em confusão. Ou seja, eu me meto em situações inacreditáveis e, juro, nem sei como a coisa vai ficando tão ruim. Quando vejo já estou inserida num beco sem saída, complicadíssimo, que só me atrasa a vida.

Vamos ao meu mico de hoje. Estava eu lá fazendo bicicleta, (já reparou que estou sempre fazendo bicicleta? É o que eu mais gosto mesmo. Isso ou correr. Mas correr prefiro ao ar livre. Bicicleta também, aliás. Mas, sei lá, em academia, prefiro fazer bicicleta do que correr na esteira). Bom, estava lá, lendo meu jornal atrasado quando, de repente, pelo espelho vejo de relance uma fisionomia conhecida de anos atrás. Gelei na hora. Mulher tem dessas coisas. Quando está apaixonada, treme. Quando fica nervosa, tem diarréia. Quando fica sem graça, fica vermelha... Bom, fiquei nervosa e graças a Deus só gelei e não caguei.

Meu mundo parou. Agora me explica: por quê, meu Senhor? Tá, o cara até já foi importante na minha vida. Paixonite de anos do colégio e tal. Mas, vamos combinar que já passou há muito tempo e que, depois dele, tiveram vários. Não era para tanto. Só que até eu chegar a essa conclusão, eu já tinha abaixado a cabeça e não conseguia olhar para a frente de novo nem por um decreto. Medo mortal dele me ver. Medo mortal dele me ver daquela maneira, vulgo camisa de político, calça leg de uma cor estranha, tênis furado e suor pingando.

Levantei só um pouquinho. Ai, meu Deus, quase que cruza o olhar! Gelei mais uma vez. A sensação é de uma espécie de pressão baixa com a desvantagem que nesse caso você não apaga. Fiquei vidrada no jornal sem quase me mover. Só as perninhas faziam o percurso dos pedais, cada vez mais rápido, como se fosse possível sair correndo dali numa bicicleta ergométrica.

Geralmente faço 50 minutos de bike. (para usar o linguajar apropriado para academias). Quando vi o rapaz, eu estava no 42. Os oito minutos finais já tinham passado há tempos e nada deu conseguir sair dali. Estava ficando cansada de verdade e emagrecendo o triplo, se levarmos em consideração a teoria de que nervosismo emagrece. Nervosismo + bicicleta deve ser uma bomba e tanto para emagrecer.

Ele não saia da secretaria, por onde é obrigatório passar para ir embora. Eu estava presa, encurralada (palavra feia essa, não? Encurralada. Parece cu ralado). E não agüentava mais fazer bicicleta. Parei. Mas não saí dela. Continuei lendo o jornal que eu já havia lido todo. Só passando o olho pelas letrinhas. Minha cabeça estava lá na 5ª série, quando eu, pela 3ª ou 4ª vez, tentei de novo beijar o menino que se encontrava agora a 10 metros de mim. Fui a vergonha das minhas amigas. Naquela época, mulher ainda não chegava em homem. Eu chegava. E tomava toco.

Cadê aquela coragem adolescente? Afinal, só consegui dobrar o rapaz na 6ª tentativa. (é, estão pensando o quê? Não desisto fácil assim não. Questão de honra). Pois é, mas hoje parecia uma menininha assustada. Não vou falar o nome aqui desta vez porque... porque sei lá. Porque estou travada. Estou falando que bateu um medo sinistro... Fulano aí foi meu primeiro caso tricolor de verdade. Não sei se eu fiquei mais feliz por ter dobrado o moço ou por ter apresentado um legítimo torcedor do fluminense a papai.

Bom, voltei à Terra. Coloquei o jornal aberto estrategicamente na minha frente e fui! Passei a roleta voando, quase sem respirar. Na rua, já segura o bastante, me bateu o arrependimento. Que boba. Podia ter falado com ele. Lembrar de coisas legais que, muito provavelmente, eu não me lembro mais. Saber como ele está e tal. Fugi. Que nem criança. E perdi a chance de falar com você, Eduardo Milson. Beijo, Edu.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Tem Certeza?

Ôh perguntinha chata. Não tenho certeza de nada. E menos ainda quando alguém me encara e pergunta: ‘você tem certeza?’. Aí, danou-se. Se eu tinha antes, depois da pergunta não tenho mais. E não precisa ser em relação a coisas importantes da vida, não. Pode ser sobre qualquer coisa.

Estou numa loja, por exemplo, e escolho um sapato preto. Se a vendedora me olha e pergunta ‘você tem certeza?’ já é o suficiente para eu não levar nada e sair dali correndo. Amarelo no ato. É batata.

E o engraçado é que não sou uma pessoa indecisa na vida, sem atitude. Pelo contrário, sou prática até demais. É tudo vapt vupt, sem pestanejar. O problema só surge quando alguém fala a frasesinha mágica. Que coisa, né? É uma fraqueza aí qualquer que a minha ex-psicóloga não conseguiu resolver.

Não respondo e também não falo. Nunca falo ‘tenho certeza’. Taí, é muito mais fácil me ver dizendo ‘nunca’ do que ‘tenho certeza’. É como se eu não quisesse me comprometer, sabe? Mesmo em situações em que eu estou comprometida. É meio que um segredo. ‘Shshshshshshshshs! Eu sei que estou, mas não precisa falar para todo mundo...’

Voto de Minerva é algo que nunca (olha o ‘nunca’ aí, de novo!) vão me ver dando. Eu tendo que decidir o futuro de algo ou alguém, debaixo de expectativas. Jamais. Não me lembro de uma situação em que isso tenha ocorrido, ainda bem.

Isso me veio a cabeça há um tempo quando no BBB (sim, estou acompanhando Big Brother) a líder Bianca, que já havia indicado alguém com o Brasil todo vendo, precisou decidir entre os dois mais votados e empatados pela casa quem iria também para o paredão. Fiquei com dor de barriga só de ver.

E, olha, que isso realmente seria caso de estudo. Porque não sou boazinha, daquelas que nunca fazem mal a uma mosca. Sou mais ou menos. E mato baratas por nojo e formigas porque sim.

De novo, eu acho que o ponto central da questão tem a ver com a tal da expectativa. Tenho pavor de alguém esperar algo de mim. Odeio quem conta muito comigo. Fico pensando: ‘isso não vai dá certo...’. E não vai mesmo. Me conheço e quem me conhece também já devia saber disso, oras. Se não, não me conhece nada.

Sempre fui assim. Tirando minha amizade meio doentia com a Paula, eu dispensava tudo quanto é amigo que começava a falar coisas do tipo: ‘confio muito em você; tenho certeza que você não faria isso; você nunca me magoaria...’. Muito possivelmente eu faria, sim, tudo isso aí. Aliás, faria não. Fiz.

Hoje em dia é mais fácil. Mais velha e bem resolvida, passo uma impressão mais verdadeira de quem eu sou. E aí, só se aproxima quem quer. E quem eu quero, principalmente.

Gosto de pessoas independentes. Elas têm a vida delas, eu tenho a minha. Cada um tem seus amigos próprios, fora os em comum; cada um tem seus afazeres, fora o que fazemos juntos e tal. Nada desse negócio de ‘somos um só’; ‘o que é seu é meu’; ‘eu não existiria sem você’. Sai fora. Eu sou eu. Você é você. O que é meu, é meu. Eu empresto. E eu existo, independente, de qualquer pessoa. Talvez só pudesse falar isso para o meu pai e minha mãe, por motivos biológicos.

Então, é isso. Não tenho certeza de nada. E não conte comigo.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

O Meu Problema

Não sei muito bem porque estou escrevendo sobre isso, mas a questão é: é difícil me definir. Tá, deve ser difícil definir um montão de gente por aí. Mas estou falando de mim, então foco, por favor.

Só um adendo: sempre fico irritada com essas pessoas que pensam na humanidade de um modo geral e aí, quando você está com um problema, fazem alusões a gente pior que você. Às vezes, com direito à historinha:

“Era uma vez um menino que vivia pedindo sapatos mais novos ao pai. Esse, sem dinheiro, não podia realizar o desejo do filho. Foi então, que uma senhora que passava na rua ao ver o menino chorar, perguntou”:

- Meu filho, porque choras?
- Meus sapatos são velhos. Queria ter sapatos novos.
- Não fique assim, criança, olhe para baixo.
- (olhou)
- O que você está vendo?
- Dois sapatos velhos.
- Por trás deles.
- Meus pés.
- Agora olhe para frente, para aquele menino ali do outro lado da calçada.
- (ele ficou com os olhos arregalados) Ele não tem os pés!

A senhora passou a mão na cabeça dele e foi-se embora. O menino enxugou as lágrimas e foi para a casa dar um abraço no pai. Ele nunca mais reclamou de seus sapatos velhos...

Cacete! Isso é psicologia infantil!? As pessoas vivem fazendo isso por aí. Tem sempre alguém pior. Ok. Mas se você é você e só pode sentir o seu problema, é ele que te incomoda, concorda? Coitado do menino que não tem os pés, se fudeu. Mas não é por isso que eu vou deixar de querer sapatos novos!

Bom, voltando a mim então, é o seguinte: fui criada num ambiente diferente do que eu vivo hoje. Meu pai é o cara mais escrachado do mundo. Fala alto, está sempre de chinelo, fala uns palavrões por aí..., fala tudo na lata e não tem muito saco para frufru. Vivi à imagem e semelhança de meu criador até bastante tempo.

Era quase um menininho. E, diga-se de passagem, é muito mais legal ser menino que menina quando criança. As brincadeiras são mais divertidas, a liberdade é maior, as roupas são infinitamente mais confortáveis... Depois, na adolescência, talvez os problemas de ambos os sexos sejam chatos. Menina fica menstruada. Menino muda a voz. Os dois ficam estranhos fisicamente, talvez menino mais. Espinhas podem abater os dois. Enfim, dá uma equilibrada.

(A coisa toda está esquisita até aqui, não? Dei uma relida, porque eu mesma me perdi, e está parecendo que estou fazendo uma introdução para falar que não sei se sou homem ou mulher!? Mas não é isso não. Sou mulher, menos mulherzinha que o indicado pelo ministério da sociedade, mas sou mulher).

O negócio é que com os anos, à medida que fui ficando mais velha, comecei a ter problemas com meu comportamento, nem sempre entendido e apreciado. Meu marido, por exemplo, é um primor de educação, gentileza, bom senso. O cara sabe se comportar em qualquer lugar e nunca transparece tédio ou mau humor! Parece que dá um jeito de ‘entender’ porque está passando por aquilo e ‘tudo bem’. Ele nasceu meio sofisticado, sabe? Ou foi criado assim, sei lá. O fato é que está sempre de acordo com o lugar e a ocasião. Se estiver um calor desgraçado e a gente está num casamento ao meio-dia, ele nem sua! E de terno!

Não sei qual é o segredo. Mas ele deve ser mais feliz. Alguém que se diverte igualmente numa conferência de supermercadistas e numa feijoada, é uma pessoa mais elevada. Muito mais que eu! E não é pinta. Ele não finge! Realmente sabe como se comportar. Agüenta o que tem que agüentar e não se martiriza por isso. Leva na boa se chover no dia em que íamos passear barco. Para ele, não tem tempo ruim!

E eu casei com ele. O que me obriga a acompanhá-lo, pelo menos de vez em quando. Só que eu não encaixo. Sabe filme de sessão da tarde, da borralheira que vai virando princesa? Sem dispensar as cenas em que ela aprende a andar de salto alto, ganha vestido de gala, prende o cabelo, conhece a maquiagem!, tem aulas de boas maneiras, aprende a usar quatro tipos de talheres numa única refeição...

A diferença entre eu e a borralheira do filme é que ela aprende tudo em duas horas e termina sorridente e transformada. Eu estou aqui ainda, ralando! Os sapatos me machucam horrores; os vestidos pinicam; meu cabelo teima em não ficar, sempre cai um fiozinho revoltado; não sei me maquiar!; não sou mal educada, mas não conheço todos os passos da Socila; e para mim só existem talher normal e de peixe. E olhe lá!

Continuo meio perdida, sem dizer muita coisa com muita coisa, mas está bem condizente com meu estado mental, confuso. Estou entre uma criança mimada que queria fazer só o que quer e uma mulher adulta que ama e fica ao lado do marido.

E estou com dificuldades de terminar esse negócio aqui. ‘Posso parar? Não quero mais... Quero embora... Vambora? Papai já tá chegando? Quero fazer xixi...’ Aaaaaaahhhhhhh

Cantinho do Fluminense

Ok, perdi. E perdi feio. E ainda estava lá para ver. Lamentável. Botafogo foi para a final do 1º turno.

Data do jogo 16.02.2008 18h10
Local Maracanã (infelizmente, eu estava lá. Com direito à porrada na arquibancada.)
Campeonato Estadual (Carioca) 8º jogo do Flu
Placar 2 x 0 (Bot x Flu)
Extras Porrada na Força Flu. Uma bola na trave do Botafogo que eu ainda não entendi como não entrou.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Esculhambada

Desde que abstraí do trabalho fora de casa, tenho andado meio esculhambada. Dá para comprovar vendo as roupas que vão para lavar (ainda na casa da minha mãe...). Um monte de blusões velhos, alguns rasgados, shorts de cores cafonas, vestidinhos surrados... (Meias não!) Estou uma autêntica borralheira no sentido sujo da palavra.

Isso aparentemente não estava afetando minha vida. Já que fico sozinha o dia todo e não me olho muito no espelho, sem problemas. Lua e Rex não são muito ligados nessa coisa consumista de moda etc.

Só que acho que eu fui me acostumando demais com meu novo estilo e perdi a noção do ridículo. Sair para comprar jornal, ir ao supermercado e outras coisas começaram a parecer atos corriqueiros, rápidos e perto de casa, que eu poderia fazer sem me preocupar com a minha roupa. Odeio minha rua mesmo, só tem gente feia. Resolvi me juntar a eles, para ver se me sinto mais em casa. Deu certo. Ou melhor, tinha dado certo até hoje.

Esqueci de pensar que talvez, um dia, eu pudesse encontrar alguém que eu não gostaria que me visse desse jeito. Mas, também, quem é essa pessoa? Alguém com quem eu me importasse assim, não deveria freqüentar a minha rua.

Aconteceu. E foi péssimo. Não vivia essa situação desde a época em que morava em prédio e sempre achava que andar rapidinho de pijama no elevador de madrugada não era um risco. Sempre há risco. E eu não sou uma pessoa prevenida. Só anticoncepcionalmente.

É pior do que encontrar um amigo do amigo que resolve parar para conversar. Muito pior. Não dá para pensar em outra coisa. Só em como um buraco ali seria perfeito. E o desapontamento do outro indivíduo em te ver assim, fica estampado na cara do sujeito. Homem não consegue disfarçar, nem mulher. Eles, dizem que você está diferente num sorriso amarelo. Elas, que você está ótima. Não sei o que é pior numa situação assim: encontrar um ex, ou a atual de um ex.

Bom, essa pessoa eu perdi para sempre. Impossível restaurar uma decepção nesse nível. Mais difícil que recuperar credibilidade. Eu precisaria aparecer linda umas dez vezes, no mínimo, para convencer de que aquela não era eu. E o pior é que aquela sou eu no momento! E o pior é que estou gostando dessa eu confortável, despojada, macia... Sempre tive problemas com roupas e acessórios que pinicam. Imagina estar há três meses, quase sem usá-los!

Mas acho melhor eu voltar logo a me pentear, pelo menos. Li em algum lugar que os primeiros sinais de depressão são desleixo e parar de lavar e pentear o cabelo. Ainda tomo banho e lavo os cabelos! Vou tentar sair dessa enquanto é tempo. E tchau que estou indo fazer comprinhas. Roupas novas para ajudar na minha reintegração à sociedade ‘moderna’. Nada como comprar para sair da depressão!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Não Gosto de Usar Meias

Me incomoda. Nem no frio, gosto. E olha que tenho pés super gelados. Sempre tive. É um problema de circulação que deixam as minhas extremidades frias. Nunca entendi porque tenho horror a meias. Mas não gosto mesmo. Sabe cachorro, quando você coloca alguma coisa nele e ele fica se debatendo para tentar tirar? Não chego a me debater, mas fico me mexendo, até, enfim, me convencer de que não gosto delas.

Tenho cada uma tão bonitinha. São antigas, mas não velhas. A maioria foi dada pela minha mãe. Por causa do tal problema de circulação, ela tentava me convencer a vestí-las e tentava de tudo: tenho umas três meias lilás (minha cor preferida); tenho da Hello Kity; uma escrito ‘Adri’ num pé e ‘Ana’ no outro; listradinhas; coloridas... Ficam todas arrumadas na gaveta, me olhando.

De vez em quando, dou uma tentada. ‘Evita o chulé’ já me disseram. Mas eu não tenho chulé. Juro que não. O único caso em que uso meia é quando uso tênis. Mas só uso tênis para correr, por um período de 1h no máximo. E, assim que chego em casa, a primeira coisa que faço é tirar o tênis e a meia.

E para correr, tenho pena de usar as meias emperequetadas. Aí, acabo me revezando entre umas velhas e poídas. As divertidas continuam lá na gaveta, esperando por uma ocasião especial que nunca vem.

Outro dia, tentei colocar a da Hello Kity. Tava chovendo, eu tava com um pijama molenga e gostoso todo rosa. Tava andando descalça pela casa e aí, lembrei delas! Fui correndo, quase tropeçando pelos móveis, pegá-las. Abri a gaveta e elas estavam ali, enroladinhas com a cara da gatinha sorrindo na minha direção. Coloquei-as satisfeita. Olhei o conjunto ‘pijama rosa e meias da Hello Kity’ no espelho e me achei fofa.

Uns cinco minutos depois, eu já estava esfregando um pé no outro como se estivesse com uma espécie de coceira. Tentei me distrair, fui ver televisão. A coceira permaneceu. Fui para o computador. Não adiantou. Ler um livro. Nada. Comecei a me desesperar com a coceira e a procurar algo para me enganar. Andava de um lado para o outro, aflita. Estava prestes a começar a chorar, quando não agüentei e tirei a Hello Kity de mim!

Alívio! E, como um gay que não agüenta mais enganar a si e aos outros, resolvi me aceitar. Doei todas elas para um colégio público aqui do lado da minha casa. E telefonei para algumas pessoas para contar a decisão.

Fui dormir leve, sem meias...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Renata

Ainda na aba de histórias que aconteceram há muito tempo. Vamos a outra, que meu dia-a-dia não tem rendido muito assunto...

Lembrei de uma história que hoje em dia acho engraçada, mas foi motivo de angústia durante alguns meses. Exorcizemos a história, então:

Uns cinco anos atrás, eu freqüentava uma academia no Rio Sul. Era uma dessas academias super equipadas, coloridas, com ar-condicionado, música nas alturas e mulheres com roupas combinando com o elástico do cabelo. Eu era meio peixe fora d’água ali, mas tentava seguir meu singelo programa de exercícios sem ser importunada.

Quem freqüenta ou já freqüentou academias desse tipo, deve saber o quanto é impossível fazer qualquer coisa sem ser observado ou importunado. Para muitas pessoas isso é “ser sociável”, para mim é um pé no saco.

Tudo colabora para o importuno. Veja a posição das bicicletas: elas são estrategicamente quase coladas. É um incentivo claro ao importuno. E não é por falta de espaço. A minha academia, por exemplo, era gigante, cheia de vãos entre uma seção e outra.

Ok. Até aqui, a culpa é toda minha. Se não gosto do ambiente, o que eu fazia lá? Fazia o que muitos burros como eu, fazem. Chegam empolgados para se matricular e caem no papo da recepcionista de fazer um plano semestral. “É bem mais barato!”, diz a mocinha sorridente. Taí, o barato que sai caro, caríssimo!

No primeiro mês, as pistas da besteira que você fez já são claras. Mas é dose. São seis meses que já estão pagos! E com o dinheiro do papai, que nessa época eu era devidamente sustentada (nada mudou muito, na verdade. Só mudei de patrocinador). Bom, freqüentei a academia até onde deu. Durante quatro meses. Mas tive um motivo nobre para sair. E é disso que se trata a minha tal história.

Um belo dia, estou eu na minha bicicleta lá do fundão, a mais escondida, quando uma loira boazuda passa e me reconhece:

- Renata!

Levei um tempo para lembrar de onde eu conhecia aquela pessoa. O nome eu não lembrei de jeito nenhum. Mas descobri de onde. Ela era gerente de uma loja em que eu trabalhei nas férias da faculdade para ganhar uma graninha pro carnaval. Mas o tempo que eu levei para chegar até aí foi mais do que suficiente para ela chegar no nível 3 do ‘ser sociável’.

Como eu não cheguei nem no nível 1, me limitava a escutar e a balançar a cabeça e a sobrancelha. Um óculos escuros naquele momento seria providencial. Enfim, decidi não perder meu tempo explicando, àquela altura do campeonato, que não, meu nome não era Renata. Fui embora Renata e feliz por ter acabado antes dela e não sairmos juntas batendo papo. Uns três dias depois, a vejo de novo:

- Oi, Renatinha. E aí?

Virei Renatinha, num sotaque genuinamente carioca do nível 3 também. Enquanto minha sobrancelha estava arregalada, a moça já falava pelos cotovelos. Perguntou se eu lembrava da Fulana, da Ciclana, da Beltrana... Falei que sim, lembrava de todo mundo... Me contou o que ‘as meninas’ andavam fazendo. Fulana é supervisora da Fórum. Ciclana, gerente da Oh Boy!. Beltrana ainda era vendedora na Triton. Depois, minha ex-gerente gostosona passou para a vida da nata do circuito comercial do Rio Sul. O dono sei lá de que estava saindo com a gerente sei lá de onde. Interessantíssimo. Mas aí, veio o pior:

- E você, Renatinha, onde está?

Era esse o momento de dizer que eu não me chamava Renata e que eu nunca mais trabalhei em loja na minha vida? Achei que não. Ia criar uma polêmica, seria pior. Assumi a personalidade de Renatinha.

- Fui para loja de rua. Em Ipanema, uma de objetos de decoração.

Lembrei de uma amiga que trabalhava nesse lugar.

- Qual é o nome?

Fudeu! Eu não lembrava. Inventei uma desculpa qualquer depois de olhar o relógio e saí fugida. A partir de então, começou a minha angústia. Ia para a academia com medo de encontrá-la. De dizer algo errado. Eu não havia memorizado todas as mentiras que eu tinha contado. E o pior! E se alguém, algum professor, me chamasse de Adriana na frente dela? Eu diria o quê? Que o meu nome era Renata Adriana? Acho que não...

Minha estada na academia virou realmente um troço curioso. Eu ia meio disfarçada, aderi ao boné, olhava sempre para baixo, ou então para todos os lados que nem uma drogada em paranóia. Gelava quando via alguém parecida. (loiras boazudas numa academia super equipada é que nem gente de branco no reveillon...)

Bom, tinha que acabar com aquela tortura. Cogitei explicar a história para o meu pai, já que eu ia jogar o dinheiro dele no lixo. Mas desisti. Passei mais dois meses saindo de casa à noite, vestida para malhar! Passei muitas horas conversando com meus porteiros, lendo na pracinha e passeando no Rio Sul gastando mais dinheiro de papai.

E, amém!, nunca mais vi A CAROL! Acabei de lembrar o nome dela. CAROL.

Carol, preciso te contar: meu nome é Adriana.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Luana Piovani

Estou numa fase meio saindo de um baixo-astral. Então, vou utilizar hoje um ‘evento’ que já aconteceu há um tempo e que eu pensei em escrever, mas não rolou. E que agora, então, vou tirar da gaveta. Seguindo:

Todo mundo que se preze, ou pelo menos esse povo que escreve em jornal, os intelectuais... já escreveram algo sobre a Luana Piovani. Vou escrever também. Mas como não chego nem perto da categoria dos escritores citados acima, minha Luana Piovani também não é a Luana Piovani. O que, de certa forma, previne que a moça queira me processar por algo que eu escreva sobre ela. Mas, se bem que, dificilmente, Luana iria querer me processar.

Não sou da turma que diz que a moça é antipática, insuportável e etc. Luana é linda. E incomoda. Tenho uma amiga que até já entrou numa espécie de disputa a bundadas com ela por um lugar na pista de dança. Coitada, perdeu, claro... Eu decidi ficar só no linda. É mais prático, me poupa tempo e anos de análise...

Bom, estava eu na praia, há umas duas semanas, e a minha frente, pensei ter visto Luana. Alta; magra, mas com um corpão; o formato do rosto meio quadrado, com umas bochechas cheinhas que dão um charme a mais; um óculos grandão; e um comportamento assim meio ‘não to nem aí’. Fiquei olhando, olhando. Naquela de ‘é, não é...’

Foi quando o vendedor do salgado árabe do Mustafá surgiu, berrando ‘Esfihá!”. Eu e Luana (ela ainda era a Luana) levantamos o braço e chamamos o rapaz ao mesmíssimo tempo. Cronometrado. Tadinho. Ele parou, olhava para uma, olhava para a outra. De novo, para mim. De novo, para ela. Foi nela. Não posso culpá-lo. No lugar dele, eu teria feito a mesma coisa.

E foi ele quem me esclareceu a dúvida, depois, quando veio me atender:

- Desculpa. Eu achei que fosse aquela Luana Piovani.

Sensacional. Adorei a sinceridade do Mustafá. E fiquei feliz por ele ter me tirado a dúvida. A essa altura, a pseudo Luana já devia estar achando que eu jogava no outro time. Não parava de olhar para ela. Era realmente muito parecida. Eu até achei, por um momento, que eu estava com problemas nesse dia porque também tinha visto um amigo que eu jurava que era e não era. Cheguei a duvidar se era eu mesma que tinha ido à praia... Mas o Mustafá me salvou da loucura.

Fica aqui registrada, então, minha história com Luana. Espero ainda um encontro, uma história real. Uma história com ou sobre Luana Piovani é um bom termômetro para medir a entrada no mundo dos formadores de opinião. Por enquanto, não passo de uma cronista de araque, a espera de Luana...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Mal Educada

Ai, fiz de novo... Virei a cara para alguém que eu conhecia na rua. Sempre faço isso. E é puro reflexo. Quando vejo, já foi: ou estou olhando para o outro lado, ou atravessei a rua... Já até entrei numa portaria de um prédio aleatório só para não cruzar com a pessoa. E eu não preciso não ir com a cara dela. Pode até ser alguém que eu gostava, um amigo antigo do colégio, um amigo do amigo (o caso de hoje), alguém que trabalhou comigo em algum lugar, alguém que trabalha! comigo, a coisa vai piorando...

Não pode ser questão de educação. Meus pais têm vários poréns, mas acusá-los de terem me educado mal não entra na lista. É coisa minha mesmo. Sempre foi. Quando eu era pequenininha, meu apelido entre os adultos era ‘bicho do mato’, porque eu não gostava de falar com ninguém. E cultivo um bico, que hoje em dia faz parte do meu semblante natural, desde aquela época.

Não é à toa que a impressão inicial que se tem de mim é de antipática, isso na melhor das hipóteses. Na adolescência, ganhei outros adjetivos de acordo com a faixa etária: metida, sebosa, nariz em pé. Depois, a coisa se sofisticou um pouco: arrogante, prepotente...

Pode ser que, em algum momento, isso tenha me incomodado um pouco. Ou até me prejudicado. Lembro da minha chefe, no meu primeiro estágio, na semana em que eu tinha acabado de entrar, me chamando para conversar e me dizendo que o pessoal estava reclamando da minha antipatia. Isso com 18 anos!

Daí em diante, fui piorando, mas assumindo isso como característica. Sei lá, personalidade forte, de repente. Mas o fato é que tem aquele povo que se magoa, sempre eles... E esse povo que se magoa, geralmente vai fofocar com alguém, que fala com outro alguém, que enfim chega até mim e aí é o grande momento: a hora de me explicar. Mas explicar o quê?? Que eu não sei porque faço isso. Que eu vou continuar fazendo? Que é reflexo? Um saco.

Só para terminar, que eu hoje estou meio mal-humoradinha, a questão é: se você não tem efetivamente nada para falar com aquela pessoa; se ela não faz mais parte da sua vida; se você não se interessa por nada que possa estar acontecendo na vida dela; e, enfim, se você não se interessa por ela, vai falar o quê? E para quê?

- Oi, tubo bem?
- E aí! Tudo. E você? Tudo bem?
- Tudo.
- Quanto tempo?
- Pois é. E o fulano?
- Está bem. E a fulana?
- Tudo bem também.
- Está fazendo um calor, né?

Entrou no clima, já era. Não há mais nada para falar (não tinha desde o início). E aí, eis que toma conta da situação, ele: o momento ‘sorriso amarelo’. As duas pessoas ficam ali, meio constrangidas, sem saber o que dizer, sem saber como ir embora, tentando desesperadamente achar um outro assunto... Tem gente até que sua.

Pelo amor de Deus! Para quê? Por que passar por esses minutos de pura angústia com alguém que não é nada para você? Pelo menos não, assim, fora de contexto. Se você encontra o amigo do amigo, com o seu amigo, aí sim, a conversa flui melhor, os assuntos surgem sozinhos e a despedida acontece naturalmente, sem traumas. Mas o amigo do amigo, sem o amigo, decididamente NÃO É SEU AMIGO! Não é e pronto.

Vou continuar virando a cara, atravessando a rua e entrando em prédios por aí. Estão todos avisados.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Passo Casamento

Passo casamento estável, modelo tradicional, raridade, 2.0 16v, motor potente, trava nas quatro portas, branco, alarme, completo, 2005. Vistoria feita. Sem seguro. Único dono. De graça!

Já pensou se trocar de marido fosse que nem trocar de carro? Assim: enjoou, ficou velho, está rateando? Troca essa bosta, antes que comece a dar problema de junta! Pois é. Dizem que o ideal é ficar com o carro uns dois anos. Depois, está na hora de vender. Meu casamento vai fazer três em junho. Ou seja, já foi-se o prazo indicado para passar adiante. Isso significa que cada vez mais vai ficando mais difícil de vender, sem desvalorizar muito.

Tá aí. Palavrinha boa essa: desvalorização. Acho que encaixa bem para casamentos também. O casamento desvaloriza. Perde o encanto, perde a graça, perde o cheiro de novo. E aí, não existe mais aquele cuidado todo. Você não perde mais um domingo inteiro lavando, cuidando dos bancos. Não se importa mais quando dá aquelas batidinhas. Afinal, é só mais uma. Arranhou? Já tem tantos arranhõezinhos...

Revisão uma vez por ano em concessionária!? Que absurdo. Vai na oficina aqui pertinho indicada pelo amigo do amigo mesmo. Quebrou um troço, dá um jeitinho. As calotas já são cada uma de um modelo. O óleo não precisa ser o mais caro. E aí, o coitado vai ficando tão mexe dali, mexe daqui que o melhor é vender mesmo, antes que desmonte na sua mão.

Pois é. No meu casamento, não sei exatamente se eu sou o carro ou o dono. Mas, decididamente, um não está mais tão satisfeito assim com o outro. Aquele que foi um ótimo negócio há dois anos e meio está se transformando num tremendo de um abacaxi. E tem tanto modelo de carro circulando por aí. De tudo quanto é jeito, vindo de tudo quanto é canto. Fora todas as vantagens de um carro zero... Até usado tem vantagens. Não tem mais cheiro de novo, mas tem lá suas novidades.

Bom, mas um casamento não pode ser comparado a um carro. (Não sei porquê. Para mim, a comparação foi ótima). E aí, tenho que tentar dar uma recauchutada nesse mesmo. Para tentar rodar mais uns quilômetros de estrada. Estou me esforçando. Acho.

Mas no momento, me sinto dona de um Chevete ou um Chevete em pessoa. Ninguém mais quer essa merda.


Cantinho do Fluminense

O Fluminense não, mas eu continuo só ganhando! Vencemos todos os jogos que eu vi até agora. E o gostinho de hoje foi especial. Não ganhamos apenas do Flamengo. Foi goleada! E não estou nem aí para essa história de que o jogo não valia nada e de que só os reservas jogaram. Valeu uma moral incomparável!!!!

Data do jogo 10.02.2008 18h10
Local Maracanã (eu vi no reino de Tão Tão Distante)
Campeonato Estadual (Carioca) 7º jogo do Flu
Placar 4 x 1 (Flu x Fla) Thiago Neves!!!! (2 de falta e um sozinho, driblando todo mundo); um tal de Mauricio fez o outro.
Extras Um toró desgraçado que adiou o início do 2º tempo e até cortou a luz do Maraca. e Thiago Neeeeeeeveeeesssss!!!!!!!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Eu e meu Jornaleiro

Não acredito em horóscopo de jornal. Acho que ninguém, né... Bom, mas o de ontem (que eu li hoje) veio muito bem a calhar. Reproduzindo:

CAPRICÓRNIO: Não gaste sua energia em embates tolos. Você não precisa provar sua inteligência, seu valor e sua competência para ninguém. Você sabe do que é capaz. Saia do transe, relaxe e siga em frente.

Ok. Seguirei escrevendo, então. E o assunto ainda é jornal. Compro jornal todos os dias na mesma banca, de um velhinho alcoólatra. Não tenho assinatura porque moro em vila. O entregador não pode entrar, já tentaram dar a chave do portão para ele e não deu certo, blá blá blá.

Voltando ao meu jornaleiro... Não sei muito bem porque, mas estabelecemos algum tipo de relação duradoura, que não é baseada em palavras. Aliás, não faço a menor idéia no que a nossa relação é baseada. Mas há fidelidade. Das duas partes. Ele sempre guarda o Globo para mim, seja lá qual for a hora que vou aparecer, já que não sou muito de horários e não tenho essa coisa de ter que ler jornal de manhã ou para cagar. Enfim, ele sabe que eu vou.

Cansei de comprar o mesmo jornal duas vezes. Não eu. Mas é que de vez em quando, meu marido compra e chega em casa com ele. Mesmo assim, eu vou lá e compro de novo. São R$ 2,00 fiéis a cada dia. Não tem jeito. E também vale comprar o de ontem no dia seguinte (que nem eu fiz hoje...). Aliás, quem me conhece sabe que eu sou mestre em ler jornal atrasado. Não estou nem aí. Na praia, na rua, na fazenda ou numa casinha de sapê, não me importo com quem está vendo que estou lendo jornal às vezes até da semana passada. Tenho meu próprio tempo.

Quando eu viajo, tenho que avisar a ele. Já fiz darmos a volta no quarteirão para parar na banca do Seu sei lá quem (não sei qual é o nome dele, nem ele sabe o meu) para avisar que eu não ia aparecer durante x dias, mas que ele guardasse para mim. E ele sempre guarda.

Acho que só tenho uma relação fiel assim, ou parecida, com os caras da barraca do fluminense, onde eu fico em frente na praia. Também só alugo cadeira com eles. E, só vou à praia ali.

Estranho, né? Vivo divulgando por aí que eu não gosto de quem depende de mim, que tenho coceira de gente grudenta, que não sou muito sociável, enfim, vivo tagarelando a favor da minha independência, mas nutro uma sensação sincera por esses laços de lealdade. Também não sei os nomes dos caras da barraca do fluminense. Talvez, eu goste de laços sem intimidade. Sei lá.

Bom, os caras da barraca nem tanto, mas sinto um carinho sincero pelo meu jornaleiro anônimo. E enrolei isso tudo aí em cima para contar do nosso primeiro diálogo produtivo. Até hoje, o máximo que eu tinha escutado dele eram uns resmungos e sempre a mesma pergunta: ‘quer bolsa?’, acompanhada sempre também da mesma resposta: ‘não’.

Eis que hoje, ele me dá o jornal e fala: ‘Feliz Natal’. Fiquei um tempo olhando, tentando entender, tentando pensar, checando em que mês estávamos mesmo, procurando uma outra data comemorativa com a qual ele pudesse ter se confundido... Não achei nada disso. Hoje é dia 09 de fevereiro e a próxima comemoração é a Páscoa. E está longe, hein...

- Para o Sr. também.

Achei melhor simplificar. Fica tão mais fácil assim. Feliz Natal, Sr. Jornaleiro.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Nada a Declarar

Minha teoria do dia 08, decididamente, não está funcionando em 2008!?
Pqp.
Nada a declarar.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sim, Quero Ser a Última a Saber

Aliás, se possível, não quero saber nunca! É isso aí. O que os olhos não vêem, o coração não sente. E nem estou me referindo só a mim não, hein! Não quero saber de nada que possa interferir: na minha relação conjugal e, principalmente, na relação conjugal de quem eu conheço. Quanto mais próximo, pior. Por favor, me incluam fora dessa.

Taí, um tipo de informação e cumplicidade que eu não desejo ter. Nem em prol da fofoca. Prefiro ficar sem os benefícios da fofoca. Acho o benefício da ignorância bem mais interessante nesse caso. Li em algum lugar que os ignorantes são mais felizes em sua ingenuidade. Lembro que fiz uma cara feia e achei péssima a observação. Só agora achei uma ótima colocação para a frase. Entendi tudo!

Continuando. Primeiro, quero deixar claro o recado para todos os amigos e AMIGAS (mulher é um inferno nessa área...): NÃO. Eu não quero saber se alguém viu, ouviu, ou falou algo do meu respectivo marido. Estou bem só com o que ele e eu vemos, ouvimos e falamos. Obrigada.

Entenderam? De novo: não me contem! E, conformem-se. Eu também não contarei. Nunca. Sou cega, surda e muda nesse quesito. Simplesmente, não me comprometo. E, please, não me comprometam! Pior do que não contar é ouvir depois: “você sabia e não me disse”. Por isso, não quero saber. E nem quero conversar sobre isso. Não sou capacitada para ajudar ninguém. E, muito menos, para dar opinião na vida alheia.

Nem para minha irmã eu falaria. Não contaria por ela e não por ele. Eles é que se entendam. Ninguém está com ninguém obrigado e infeliz. E se está, é porque quer. Porque não consegue ficar longe. Porque prefere ficar junto assim, do que separado assado. Enfim, a questão é do casal. E se realmente alguém é muito trouxa de estar sendo enganado a torto e a direito, deixa a pessoa ser trouxa. Ela é feliz em sua ignorância... mas é feliz!

Esse é o ponto. Sou muito mais a favor de alguém feliz, do que de alguém chorando pelos cantos, com a auto-estima lá em baixo, sofrendo e me enchendo a paciência... E convenhamos, a maioria das besteiras feitas por aí, não representa muita coisa nem pra quem faz, nem pra quem serviu de cobaia e nem pra quem ficou sem saber. Às vezes, até melhora a vida de alguém. Mas aí, é outro papo, mais polêmico ainda, que não vou entrar agora.

Só acho mesmo que essa não é uma situação para terceiros, quartos, quintos, um grupo. Só dois são os personagens principais: o casal. E se algo realmente tem representatividade o suficiente para abalar, interferir, prejudicar o relacionamento, esse algo vai acabar vindo à tona, sem a colaboração de nenhum leva e traz. Quem terá que resolver é o casal. E, geralmente, quando há um fofoqueiro envolvido, quem se fode é ele. O casal se entende e ele fica lá com cara de tacho, como alguém inconveniente daqui para frente. Aquele que lembra a merda que o outro fez e todos desejam esquecer.

Então, meus caros, façam como eu: não queiram ser os merdas do futuro. Concentrem-se nas suas vidas e deixem que cada um faça e administre suas besteiras da forma que bem entender.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Lilian e Taty

Hoje eu deveria falar da Taty. Tatiana é minha irmã, que hoje faz 20 anos. Uma idade emblemática. E também uma idade que faz lembrar que enquanto ela tem 20, eu tenho 27. Essa diferença só ficou tão clara assim quando ela fez 10 e eu tinha 17. Sou sete anos mais velha, acho que todos já entenderam essa parte, mas é que quando ela tem 15, por exemplo, não é tão imediato lembrar que eu tenho 22. Já quando é redondinho assim: 10 para 17, 20 para 27, fica um pouco mais na cara. 10 para 17 não me incomodava. 20 para 27 me atinge. Por isso, Tatinha querida, parabéns, mas falarei da Lilian.

Lilian também se encaixa como uma espécie de irmã, então não estou fugindo tanto do assunto assim. Lilian não tem muito a ver comigo, mas nos damos muito bem. Eu ando a 100 km/h, Lili anda a 40. E aí, fazemos uma média de 70, o que é prudente e seguro. Talvez numa relação homem/mulher, isso seja um pouco chato. Mas numa amizade, esse prudente e seguro salva vidas. Salva mesmo.

E estou feliz porque, desta vez, fui eu quem ajudou. (Geralmente é ao contrário). Um chopp sem muitas pretensões fez Lili tomar diversas atitudes e se mover. A moça dos 40 km/h engatou num gás invejável, que eu, por exemplo, nunca teria. Lilian acordou no sábado de Carnaval e se matriculou na Velox e já nadou sei lá quantos metros no mesmo dia. Seguiu indo fazer compras no Horti-Fruti. Numa época em que a maioria dos mortais só bebe cerveja e come o que estiver ao alcance, Lilian comprou frutas, verduras e sucos. Não é de se admirar? De se impressionar, talvez.... Admirar nem tanto, que eu dou força, mas não entendi muito bem.

Bom, o fato é que Lilian foi morar sozinha; conseguiu terminar um namoro que não era namoro há muito tempo; saiu do emprego que não gostava; vai abrir sua própria empresa; e decidiu virar gostosérrima! Lilian me atropelou com suas tomadas de decisões. E eu estou achando tudo ótimo. É muito bom ver quem a gente gosta cheio de idéias. É muito bom ver quem a gente gosta feliz! Sabe por quê? Porque a gente fica feliz também! Assim, na aba mesmo. Na aba com orgulho.

Pois é, e olha que agora eu fiquei tão bem mesmo que nem estou me importando mais com meus 27 anos colados na testa, quando estou ao lado da Taty. Taty também está feliz. Está fazendo 20 anos! E me chamou tão sincera para fazer parte da aba da felicidade dela também, que não dá para recusar né?!

Ainda mais com a colaboração do meu porteiro. Ex-porteiro, na verdade, porque ele é do prédio da minha mãe. Até hoje não me acostumo a chamar a casa da minha mãe, de casa da minha mãe. Meu pai já disse para eu parar com essa besteira porque lá também é minha casa. No fundo, acho que ele ficou enciumado deu chamar de casa da minha mãe e não de casa do meu pai ou, pelo menos, casa dos meus pais.

Bom, meu porteiro, quando eu entrei com a Taty no prédio, se assustou conosco uma do lado da outra:

- Êita, rapaz, estão as duas moças feitas. Nem parece aquela bichinha que você carregava. Cês tão parecendo irmãs, de verdade. Não dá nem para saber quem é mais crescida, ôxe.

Juro que não paguei o Netinho. Mas, mais do que me deixar tranqüila em relação aos meus 27, Netinho me chamou atenção para o fato de agora parecermos irmãs de verdade. Saímos de um extenso período de algo tipo mãe e filha e estamos entrando num período irmã e irmã. Gostoso, sem cobrança e com cabeças mais parecidas. Graças aos nossos pais. Parabéns, de novo, Taty.



Já na terra do fluminense... Tô falando que esse time precisa do meu olhar atento de telespectadora. Flusão deu goleada no coitado do América.

Data do Jogo :: 06.02.2008 :: 21h45
Local :: Maracanã :: sofá do papai
Campeonato :: Estadual (Carioca) :: 6º jogo do Flu
Placar :: 6x1 (FluxAmérica)

Roger (de cabeça); Washington (tb de cabeça); Dodô (num passe sensacional de L. Amaral); Leandro Amaral (Dodô retribuiu um belo passe); Washington de novo; Leandro Amaral fechou.

Extras :: Um golzinho do América (time do meu falecido vovô...)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Eclipse da Lua

Hoje é terça de carnaval. Graças a Deus, o último dia. Aliás, como já está de noite, já acabou. Acho que quem inventou a festa pagã deve ter feito vários testes de período e chegou à conclusão que quatro dias eram suficientes. (Não que os baianos tenham aderido...) Mas, quatro dias, é uma média boa para não acabar com tantos fígados assim, tantos pés e pernas assim e, principalmente, tantos casamentos assim...

Vamos falar de credibilidade. Uma coisa incrível quando se conquista, mas que, quando se perde, é uma luta descomunal para recuperar, se isso acontecer.

Estou falando isso baseada em minha experiência própria, aliás como tudo o que já escrevi até aqui. Quero deixar claro, que o que sai de mim não tem muito critério. É tudo coisa da minha cabeça.

Pois é. Não tenho credibilidade. Esse é o ponto. Fora questões profissionais, em que sempre me acharam muito responsável e competente, no resto sou uma desacreditada. E, lógico, a culpa é minha. Assumo.

Sou daquelas que diz quase chorando: “prometo que eu nunca mais vou fazer isso”. E atenção! A frase não se remete aos meus tempos de criança não. Ela continua viva e muito usada pela minha pessoa.

Outra questão importante que colabora para a minha falta de crédito na praça é em relação ao horário de ir embora dos lugares. Nunca. Nunca, consigo chegar em casa por volta do horário combinado. Eu disse, por volta. É, a coisa nem é tão rígida. Existe uma margem bondosa de segurança. Mas nem assim. Ultrapasso todos! e qualquer limite.

E nem tenho argumentos válidos. Até porque já gastei uma porrada. Hoje em dia me limito a dizer a verdade: “estava bom e eu não quis ir embora”. Simples, direto e péssimo para a minha credibilidade...

Já passei por um inquérito do estilo ‘análise de comportamento’. A idéia era entender porque eu nunca me atraso para chegar a algum lugar, mas sempre perco a hora para voltar para casa. Não deixo ninguém esperando no início, mas sou horrível no final.

- Por quê?
- Porque estava bom e eu não quis ir embora.
- Mas você não pensa em quem está esperando?
- No momento em si, não.
- Por quê?
- Porque estava bom e eu não quis ir embora.
- Você é egoísta.
- Pode ser.
- Pode ser? Você está assumindo?
- Não sei. Só sei que estava bom e eu não quis ir embora.

Não adianta ficar tentando tirar muitas coisas de mim. A verdade é essa mesmo. Sincera até dizer chega. Só que eu vivo tentando recuperar pontos perdidos. Sempre prometo que, desta vez, eu vou conseguir. Peço mais uma chance. E enquanto estou ali pedindo, estou acreditando mesmo que vou conseguir. Não estou tentando enrolar ninguém. Queria provar para mim também que eu posso.

Quase nunca funciona. E o quase aí, foi bondade minha. Bom, falei, falei e falei para chegar na pequena discussão que aconteceu agora há pouco, mas que acabou de um jeito divertido. Pelo menos, eu achei divertido. Fui comparada a um eclipse da lua!

- Sabe o que você parece?
- Hã?
- Um eclipse da lua.
- Como assim? Está parecendo um elogio, mas você não está com cara de quem está me elogiando.
- Não é um elogio.
- Não entendi.
- Deixa para lá.
- Não, me explica.
- Tá. Volta e meia, eu leio no jornal que naquela noite haverá um eclipse da lua sensacional. Que outro assim, só daqui a uns 20 anos. Aí, uns dois, três meses depois no máximo, eu abro o jornal e está lá outro eclipse da lua anunciado. Me sinto um pateta. Me enganaram. Eu acreditei que algo incrível ia acontecer e que só daqui a um tempão ocorreria de novo. Era algo digno de esforço. Algo que valia à pena. Mentira. Não acredito mais em eclipse da lua e não acredito mais em você.

Achei ótima a comparação. Não conseguia parar de rir. Disse que estava vindo escrever. Que eu não podia perder isso. E saí saltitante gritando: “Adorei! Adorei! Sou que nem um eclipse da Lua!”.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Ressaca

Evite a ressaca. Mantenha-se bêbado.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

domingo, 3 de fevereiro de 2008

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Lavando Roupa Suja

- Minha filha, precisamos conversar.
- Ih, mãe... Você vai terminar comigo?
- O quê?
- Nada. Fala.
- Não quero mais que você traga as suas roupas e as do seu marido para lavar aqui.
- Por quê??????
- Porque isso não faz sentido. Você está casada há mais de dois anos. Mora com ele há mais de três. Sua avó te deu uma máquina de lavar no início do ano passado e você não mora mais perto de mim!
- Não moro por causa dos cachorros, tá!? Você sabe que eu prefiro muito mais morar na Urca.
- Não é esse o ponto. Você precisa crescer, minha filha. Outro dia, quando fui lá na sua casa, não pude deixar de reparar. Todas as suas saboneteiras e o seu porta-escova de dente são da Hello Kitty!
- Foi você quem me deu!
- Eu sei. Mas isso foi quando você era adolescente. Tem uma vaca de pelúcia em cima da sua cama!
- E daí? Adoro vacas. Adoro tudo de vacas. Minhas panelas também são de vacas. E adivinha só, de novo? Você que me deu também! E ah! Antes que eu me esqueça, tem uma vaquinha no meu carro!
- Só acho que isso não condiz mais com a sua idade, com as suas responsabilidades.
- Mãe, tá foda, hein! O que está havendo com você? Quem tinha que reclamar disso tudo aí, se tivesse incomodando, era o meu marido e não você.
- Ele é muito bom para você.
- Que ótimo! Então deixe a gente assim. Está tudo bem.
- Mas a roupa é na minha casa que você lava. Não quero mais participar disso.
- Participar de quê, exatamente?
- Da sua síndrome de Peter Pan. Já conversamos sobre isso.
- Melhor chamar de Síndrome de Hello Kitty. Sou menina. Sabia que a Hello Kitty não tem boca!? Descobri há pouco tempo. Fiquei passada. Vou ver de novo aqueles dvds da Hello Kitty que VOCÊ me deu também para descobrir como ela faz para falar.
- Sério. Isso precisa parar. Já tem muita roupa lá em casa. Somos três. Isso era uma situação provisória até vocês se ajeitarem. Mas já passou muito tempo e a Zete veio reclamar comigo. Pedi ao seu pai para falar com você, mas ele não quis. Por isso, é de mim mesmo que você vai ter que ouvir: a partir de agora, você não lava mais roupa lá.
- Meu pai sabe disso? E concordou?
- Sabe.
- Concordou?
- Para ele não faz diferença. Mas para a Zete faz.
- Quero falar com a Zete.
- A Zete te criou. Conhece você desde a minha barriga. Ela nunca vai dizer não para você. Não faz isso com ela.
- Não. Vou falar com a Zete para vir trabalhar na minha casa.
- O quê?????
- Foi você quem começou...


Cantinho do Fluminense

Perdi outro jogo. O de hoje. Outro motivo nobre: já é Carnaval! E, de novo, empate... Esse time não é nada sem a minha torcida.

Data do jogo 01.02.2008 19h30
Local Maracanã (não vi, empatou de novo...)
Campeonato Estadual (Carioca) 5º jogo do Flu
Placar 1 x 1 (Flu x Boa Vista) Washington (de cabeça!)
Extras Eu perguntando o placar final para um bonitinho num bloco carnavalesco. E ele respondendo bem mais que o placar.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Uma Nova Era

Aquela pesquisa sobre as putas e a teoria de que a putaria começou com as primas de Eva me fez ficar pensando em como seria se eu tivesse sido Eva. Ou se houvesse uma big explosão de novo que dizimasse quase toda a humanidade e só sobrasse eu e mais um macho da espécie.

Uma civilização iniciada por mim seria diferente. Tirando a parte de andar pelada porque meus peitos são muito grandes para isso, eu seria uma Eva mais picante. E comeria a maçã anyway. Nem precisava de serpente para me convencer. Como já dito, eu comeria pelo simples fato de que é fácil comer maçã. Já se fosse uma melancia, uma tangerina, uma jaca... Putz, uma jaca eu não comeria nem fudendo. Taí, Deus foi burro na hora de escolher a árvore do paraíso. O problema foi a facilidade imposta pela maçã e não a lábia da serpente.

Mas falemos de Adão. Sempre achei que Adão devia ser meio mais ou menos. A começar pelo nome. Adão. Não dá a impressão de ser um bobão, meio mosca morta, pau mandado? Deus falava, ele obedecia. Nem questionava. Um chato. A Eva me parece ter mais atitude, mas devia ser meio burrinha ou, então, entediada, coitada. Só tinha o Adão para conversar. Aí, apareceu a serpente e ela deu o maior papo. Só que a serpente não tinha pau. Mas foi só desconfiar que se ela comesse a maçã, a coisa ia ficar mais animada, que a moça trepou na árvore com vontade.

Mas não teve jeito. Para começar a humanidade, só tinha o Adão ali, por enquanto. E foi com ele mesmo. E aí, o resto da história a gente conhece. A carga genética de Adão foi mais forte e a maioria das pessoas estão mais para o sem graça. Uma multidão de gente desinteressante por aí e a culpa é toda do Adão. E da piranha da Eva, que não agüentou esperar por um homem mais competente e deu pro marido mesmo.

Aliás, acabei de pensar numa teoria boa. Talvez o pouco que se salva dentre os borings, dentre os ‘beges’, as tais raras pessoas interessantes são fruto de puladas de cerca de Eva. Eva, já cinquentona, freqüentadora das surubas, acabou gerando filhos bastardos por aí que salvaram a humanidade do tédio!

Gostei. Não é bom, isso? São os filhos do off-paraíso. Então, mas voltando ao ponto lá do início, uma civilização comigo representando as mulheres tinha muito mais chance de dar errado desde o início, o que pouparia milhões de anos em que os seres foram obrigados a viver de maneira chata.

Olha quanto tempo esse povo demorou para descobrir o fogo, a roda, a escrita???? God! Que gente mais lenta. Meu paraíso teria raves sensacionais. Aquele espaço todo livre, aberto, com as estrelas olhando lá de cima. Já pensou? De cara, as primeiras conversas seriam mais inspiradas. Depois, daria um jeito de descobrir logo a cerveja. Não deve ser muito difícil. Cevada vem da natureza, oras. Mistura com água, dá uma chacoalhada e pronto, outra coisa que também garantiria rodas de assuntos mais frutíferos. Samba também viria no embalo. Não faltariam coisas onde batucar.

E, por fim, o fluminense. Fácil achar algo pra servir de bola e uns gravetos para marcar o gol. Mas, espera aí, não dá para inventar o Fluminense sem o Flamengo. Se não, não existiria o sabor da vitória. Fla-Flu é Fla-Flu, o resto é paisagem.

Aliás Nelson, o Rodrigues, me lembrou mais uma coisinha aqui. O Fla-Flu foi inventado 40 minutos antes do nada. Então, eu não teria mais essa responsabilidade. Ufa!

Para mim, tá bom. Festa, estrelas, cerveja e Fla-Flu.

Agora vou indo, que não acabou o mundo, mas acabou Janeiro! 1 mês de missão cumprida. Acho que vou conseguir, hein?!