E o assunto volta a girar em torno da minha nova faixa-etária... (nova só para mim.) Bom, estou em crise. Uma crise administrável, mas uma crise. E como toda crise, há momentos de desespero.
Meu momento de desespero: estava assistindo a um filme com ‘ELE’. Chama “Um Beijo a Mais”. A história, resumidamente, gira em torno de um homem, na casa dos 30, que dá uma tremida diante de sua vida perfeitinha, da namorada grávida e da chamada da responsabilidade para si. No meio do caminho, aparece uma menina que confunde a cabeça do rapaz, que, óbvio, cai na tentação.
Motivo do meu desespero: até ali, estava me identificando com a menina vilã. Mas ‘ELE’ me colocou como a namorada madura e meio arredondada. Ôpa! Pedi para ele explicar melhor. Maldita hora. Continuou falando sobre os atributos físicos da ninfetinha: a cara de sapeca, a minissaia, os livros da faculdade na mão, uma caneta lilás para anotar o telefone do moço com um sorriso radiante...
Foi aí que percebi que eu e ele me vemos de maneira diferente. Para mim, eu sou essa aí que ele descreveu acima. Para ele, eu sou a mulher especial, de beleza tranqüila, quem ele escolheu para ser a mãe dos filhos dele e que é “que nem uma fruta que a gente vai comendo e tirando uns pedacinhos pretos”.
- Tenho pedacinhos pretos?
- Você não é mais uma garotinha...
Claro que sou. Como assim eu não sou mais uma garotinha??? Eu sempre fui uma garotinha!!!! E é aí que está o cerne da minha crise. Sempre fui uma garotinha. Era a garotinha do papai. Depois, comecei a namorar bem mais cedo que as meninas da minha idade e namorava os caras mais velhos. Então era, de novo, a garotinha. Até entre amigos, eu acabava sendo a garotinha. Porque também sempre fui a mais nova dos meus grupos de amigos. Era uma precoce orgulhosa e isso me deu o status de garotinha.
Me acostumei assim. E defendi o título por uma boa parte da vida. Cultivei com gosto meu lado moleca, sapeca, serelepe, brincalhão. E casar, para mim, não tinha tirado meu colágeno de ninfeta. Pelo menos, não que eu tivesse percebido. Segui casada e garotinha. A garotinha do papai, a garotinha dos amigos e, na minha cabeça, a garotinha DELE.
Mas acho que as coisas estão mesmo mudando. Além da minha prima ter me ‘mudado de fase’ meio contra a minha vontade, tem a Camila que é a minha amiga mais freqüente no momento e que quebrou meu padrão: ela é quatro anos mais nova e fala mais gírias. Bem mais. Às vezes, ela vem com umas que eu nem entendo de primeira. E, agora, ELE veio juntar-se aos inimigos e esculhambou meus atributos físicos.
Me despeço hoje como uma fruta meio passada com uns pedacinhos pretos que precisam ser tirados antes de comer. Mas deve ser bem doce, né? Tem que ter algo de bom aí nesse negócio de ser madura. Bom, vou tentar me enxergar assim, mas, sinceramente, preferia a ninfetinha...
:: Cantinho do Futebol ::
Flamengo é o Campeão da Taça Guanabara. Mas há coisas que só acontecem com o Botafogo... Último lance na trave aos quase 50 min. do 2º tempo é dose. Oh tropa sofredora...
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