sábado, 27 de dezembro de 2008

Vicky Cristina Adriana

Não, esse blog não vai virar um espaço para comentários sobre cinema. Apesar do universo cinematográfico ter voltado a obrigatoriamente fazer parte da minha vida... É, voltarei a trabalhar com o tema. O que, aliás, reafirma a minha forte crença de que tudo no mundo é cíclico. Aquela velha história de que o mundo dá voltas e vem parar no mesmo lugar... Parei de trabalhar com isso no fim de 2007 e voltei quase exatamente ao mesmo ponto, um ano depois. Bom, mas não é disso que eu quero falar.

Fui ver “Vicky Cristina Barcelona” no cinema. Não fazia isso – ir ao cinema – há, sei lá, uns bons meses. Desde que a minha Pós acabou e que a minha carteirinha da PUC perdeu a validade. Achava muito caro pagar quase vinte pratas pra ver um filme que eu poderia assistir depois em DVD. Sim, estou ficando velha. Esse é o argumento típico de uma pessoa que tem preguiça e começa a dar desculpas para não sair de casa.

Mas, enfim, hoje, nem sei muito bem porquê, decidi – decidimos – ir ao cinema. O negócio começou muito bem. Pagamos meia! Havia desconto para assinante do Globo. Nunca tinha usado isso antes e achei que ia morrer sem usar. Sabe quando vem aquela lista imensa de lugares com desconto no Rio Show, Zona Sul, whatever? Então, já cogitei várias vezes a hipótese de guardar, recortar alguma coisa para lembrar e tal, mas não cheguei a concretizar a ação.

Felizes e contentes, entramos na locadora do Estação para fazer hora. Ainda faltavam 40 minutos para o filme começar. Ficamos na seção de diretores e começamos a escolher filmes. A idéia não era alugá-los, mas aí achamos um folhetinho que dizia que eles buscavam o filme em casa. E, ao mesmo tempo, eu lembrei que eu poderia ter um cadastro ali. Uma imagem qualquer deu alugando coisas lá passou na minha cabeça. Nada muito claro. Fomos conferir.

- Adriana

- Adriana o quê?

- Adriana Villarinho Benevides e Maia.

Momento de busca no computador

- Achei.

- Ótimo.

- Mas você é dependente.

- Oi? De quem?

- Bernardo Brandão.

Momento de silêncio até vir a pergunta inevitável

- Quem é Bernardo?

(...)

- Há quanto tempo esse cadastro aí existe?

Aí, fiquei puta e interferi:

- Você acha mesmo que eu teria um caso ou um amante, namorando ou casada com você, e me cadastraria como dependente dele? Você está me subestimando...

O atendente resolve falar alguma coisa:

- Desculpa, gente. A culpa é minha.

- Não, imagina. Ele é doido.

- Foi mal, aí, irmão. Adriana, eu vou embora.

- Para onde?

- Para a casa.

- Mas a Penélope Cruz e a Scarlett Johansson se beijam.

Ficamos. Eu virei titular, ele virou dependente, mas um clima de mau-estar escroto permanecia. E a porra da fila não andava. E tome de sair gente da sala que a gente entraria. A porta ficou aberta e dava para escutar a música dos créditos finais, também sem fim... Até que depois que a música acabou, saiu um casal derradeiro lá de dentro. Nesse momento, falamos quase ao mesmo tempo:

- PQP! Que malas!

E voltamos a nos falar alegremente sobre como gente que fica até o fim do fim do filme é potencialmente chata.

- Ah, mas de repente ela ou ele trabalha com cinema, Dri.

- Mais um indício e tanto de que são chatos em potencial....

- É verdade.

E, finalmente, chegou o momento de ver “Vicky Cristina Barcelona”. Adorei. E nem sou fã dessa fase moderna do Woody Allen. Ao contrário da maioria, não idolatrei “Match Point” e “Scoop”. Mas esse eu adorei. Me identifiquei. Nem Vicky, nem Cristina, nem Barcelona. Um pouco das três. Não agüentaria ser uma Vicky, mas tem uma parte da minha vida que é parecida com a dela e por livre e espontânea escolha. Assim como seria inviável ser Cristina o tempo inteiro, mas minha essência é a cara da moça. E Barcelona... Bom, Barcelona me traz boas recordações. Não necessariamente de quando eu propriamente estive lá. Só não consegui tirar nada da Maria Elena doida da Penélope Cruz. Com essa, eu não me pareço nem um pouco.

- Você acha que eu sou mais parecida com a Vicky ou com a Cristina?

- Nem 8, nem 80.

Viu, ele achou a mesma coisa que eu! E, só para terminar, o que é o Javier Barden!? Além de charmoso de morrer, o cara pega as três! No fundo, é ele quem eu mais admirei enquanto personagem. Sinceridade e sensualidade na ponta da língua; uma pegada que dava para transbordar da tela; uma voz sensacional; e um toque de cafajeste que nem Vicky, nem Cristina, nem Adriana conseguem resistir.

Bom, desculpa pela mistura de temas e assuntos num único post. É que meus dias estão acabando e eu ainda sinto que tenho tanto a dizer... Conclusão: eu e ele sempre nos entendemos no final; eu adoro Woddy Allen; e adoro ser Adriana Maia. Beijocas.

9 comentários:

Sergio Brandão disse...

Também faz muito tempo que não vou ao cinema... Para ter uma idéia, a última vez foi durante as férias de julho, quando levei meu filho, pela primeira vez dele, para assistir a "Kung Fu Panda"... Mas, esse aí, que vc viu, quero assistir tb! Bjs.

Amanda Hora disse...

Eu quero ver esse filme acho que desde que estreiou, mas ainda ñ fui por algum motivo misterioso... acho que pq as pessoas ao meu redor ñ se interessaram mt, talvez por falta de companhia
Bj

Suellen Analia disse...

Faz muito tempo que eu não vou cinema... estou precisando fazer isso! rs
Vcs são o casal comédia, né?
Vc conta cada história, às vezes...rs

beijos!!!

isabella saes disse...

Vc é Cristina sem sombra de dúvidas!!! Esqueceu que a gente passou um Carnaval juntas?! Hahaha!!! Beijos.

Adriana disse...

No fundo, simpatizo mais com a Cristina mesmo... mas deve cansar ser a moça o tempo todo. um pouco de Vicky é benéfico! e vão ao cinema, meninas e menino! tb fiquei um tempão sem ir, mas quando sentei a bunda lá, adorei ter saído de casa para aquilo. coragem! beijos pra todos.

Sergio Brandão disse...

Valeu pela força!!! rs
Fui ontem mesmo ao cinema...
Pra ver o quê????
"Madagascar 2", na companhia do meu fiel escudeiro mirim... rs
Gostei!!!
Bjs.

Adriana disse...

escudeiro é escudeiro! e os filmes 'infantis' atualmente são bem bacanas! queria muito ter ido ver Kung Fu Panda no cinema...
vc gosta de máfia? vai ver Gomorro. é socão no estômago, mas é bom.
menino, gostei desse negócio de dicas cinematográficas. ferrou... vou pentelhar todo mundo.
beijocas

Adriana disse...

ôpa, é Gomorra!

Sergio Brandão disse...

Legal!!! Vou ver se dou uma conferida depois... Valeu!!! Bjs.