sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Gisele

Quando eu era bem menina, ganhei um livro com todas as peças de ballet famosas: “O Lago dos Cisnes”; “O Quebra-Nozes”; “Copélia”; “Giselle”... Adorava. Era esse livro e um outro treco que era de uma boneca de papel e suas roupas também de papel. Eram dois dos meus passatempos prediletos. Li e reli as histórias de ballet cinqüenta mil vezes. Tenho ele até hoje. Meio prejudicado e tal, mas tenho. A boneca de papel escafedeu-se junto com o meu pogobol, o meu Sr. Batata, o jogo do pirata lá... e o resto do Almanaque Anos 80.

Mas não é sobre nada disso que eu quero falar. É que quando coloquei o título ‘Giselle’, lembrei do livro das histórias de ballet. Mas parou aí. O que eu quero falar mesmo é sobre o comercial da Vivara com a Gisele Bundchen.

Já viram? É uma mistura de comercial de shampoo com cabelos ao vento e de perfume com olhares e movimentos sedutores. Mas tem um ‘ar’ constrangedor a mais. Quando vi, me lembrei imediatamente da minha pré-adolescência quando eu ficava em frente ao espelho fazendo caras, bocas e poses para... nada. Só por puro prazer de se descobrir menina e admirar os próprios cabelos compridos.

Mas eu não tinha coragem de fazer isso na frente de ninguém. Desde pequena desenvolvi um senso de ridículo muito bem apurado até os dias de hoje. Nunca usaria um laçarote rosa enorme, por exemplo...

Mas o fato é que olhei para Gisele e lembrei de mim. Uau! Humildade para quê, não é mesmo? Mas é sério. Voltei uns quinze anos no tempo e me vi em frente ao espelho do quarto que hoje é ocupado pela minha irmã, que assim que eu saí de casa nem deixou a cama esfriar. Pulou para o meu ex-quarto que era maior que o dela.

Então, Gisele está lá dando uma de pré-adolescente curtindo uma com o espelho em rede nacional, quiçá internacional! E está ganhando horrores para pagar esse micão.

Talvez meu senso de ridículo tenha me atrapalhado mais do que me ajudado... vou rever os meus conceitos.

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