sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Tô Triste 2

Ôpa, tô roubando. Hoje é domimgo, mas a data vai ser de sexta. Tenho um bom motivo: caixas e mais caixas para desfazer e fiquei sem computador. Aliás, só estou escrevendo hoje porque estou aproveitando o computador do papai. Estou aqui hoje devido à data comemorativa.

Bom, o texto abaixo já estava escrito. Foi antes das mensagens solidárias. Mas vou publicar já que foi escrito de fato na sexta.

Que saco essa menina! Que mané ‘tô triste 2’... Pois é. Mas é que fui me reler. Pesquei algumas coisas de janeiro, fevereiro e março e tenho que dar razão aos meus críticos de plantão. Eu piorei. Mudei. Algo foi perdido. Acho que uma naturalidade despretensiosa. Um jeitinho todo próprio e aconchegante. Deixei de ser aquela.

Que coisa. Por quê? Gente, acho que eu mudei mesmo. Eu, realmente, quando comecei esse negócio estava num momento bem relaxado, descansado, novo, fresco, sabe? Tinha acabado de mudar a minha rotina que foi a mesma por uns 7 anos. Estava ‘de férias’. Tinha conseguido sair de uma situação e de um trabalho que não me satisfazia mais há muito tempo. Tinha acabado de ficar longe de pessoas que eu precisava ficar longe. Estava em paz.

E dessa paz, desse alívio, desse horizonte todo novo que surgia a minha frente, pude extrair o que havia de mais sincero. Pude prestar atenção na vida e nas coisas com muito mais tempo e muito mais vontade. Estava devorando tudo o que acontecia nos meus prosaicos dias de pernas para o ar. Foi um período necessário. Como foi! Me salvou da quase loucura. Me salvou de jogar um monte de coisas importantes fora.

Não sei exatamente quando esse olhar mais atento, mais original, mais interessante, foi embora. Não foi de um dia para o outro. Acho que ele foi ficando turvo. Fui deixando de pensar só com a minha cabeça livre bem aos poucos. Foi quando as coisas que a gente acha que são as que dão sentido na vida foram ocupando espaço. Coisas como trabalho, ganhar dinheiro, fazer um exercício físico etc etc etc. Fui ficando burocrática, como manda a cartilha.

Voltei a discutir por falta de dinheiro e não por falta de amor ou de aventura. Voltei a fazer tudo de chato que aparecia pela frente para mostrar que eu era responsável. Voltei a dormir mal, a ter insônia. Voltei a viajar menos. A conversar menos. A sair menos. Fui me transformando numa pequena máquina da modernidade.

Mas, após não me reconhecer nos meus textos tão saudados do início, estou disposta a ir em busca do elo perdido.

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