segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Texto da Gaveta - "Apelidos"

Olá, meus queridos. Estou aqui de novo, na casa dos meus pais, como uma Sem Terra dos computadores. Se ficar sem celular é ruim, sem computador é uma desgraça. Por outro lado, é um pouco libertador. Parece que eu estou num país estrangeiro, aonde, dificilmente, alguém vai me encontrar. É isso. Estou estrangeira em minha própria Terra. Até o tempo corre diferente. Exatamente como quando estamos em viagem ao exterior. Meu fuso está confuso.

Aí, aqui no buraco de segunda, vou colocar um texto de gaveta. Um que estava escrito e que eu achei aqui no computador da sister Taty. Foi escrito há um tempão. Eu nem sonhava em ter um blog. Curtam a experiência. Beijocas.

- Vem cá minha coelhinha.
- Já vou, meu cachorrão.

Gente, por favor. Nem sou muito defensora de limites, mas um pouquinho não faz mal a ninguém e faz um bem danado aos outros. Nesse caso, aos outros que presenciam um diálogo entre casais como esse aí acima. Eu, particularmente, não gosto de apelidos fofos. Mas, ok, respeito quem gosta. Só não acho que os coelhinhas, anjinhos, cachorrões e docinhos de coco devam sair do limite a sós, entre quatro paredes.

Mas a grande maioria que apelida não só apelida, como divulga seus apelidos. E, muitas vezes, é surpreendente! A coelhinha aí que chama seu amado de cachorrão é uma das pessoas mais tímidas que eu já conheci. Vai entender...

Sei que isso pode parecer uma coisa meio ranzinza, inveja do amor alheio... Mas não é. Prometo que não sou mal amada. Tenho implicância mesmo. Quanto maior a faixa etária, mais ridículo. Se bem que, talvez não. Talvez, dois velhinhos se chamando de algo fofo, possa ficar uma coisa meiga e não tão incômoda.

Tive um namorado que me chamava de coisicucha. É, assim mesmo, esquisito assim. Cortei a tempo de ficar com eca do rapaz. Não que tenha adiantado muito, a coisa toda durou pouco. Não lembro porque agora, mas só o fato dele ter pensado nesse apelido, já deve ter ajudado a degringolar. Não preciso de muito pra cismar ao contrário com alguém. Aliás, minha tendência maior é cismar e descismar numa intensidade bem parecida e alta.

Bom, na minha relação atual, vou confessar. Existe um apelido. Mas gosto. Gosto porque é engraçado, foi espirituoso quando dito pela primeira vez e mudou o foco de um assunto chato que mulheres teimam em voltar o tempo todo. Vivemos nos achando gordas. E, pior que isso, ficamos perguntando o que eles acham disso. E as respostas nunca são bem interpretadas por nós.

Gato escaldado, meu respectivo já de saco cheio de tentar adivinhar a melhor maneira de responder, ficou calado. Aí, um tempo depois, quando já falávamos de outra coisa, e eu estava um tom acima, indignada com algo que agora não lembro, ele me chamou (tapem os ouvidos, ou fechem os olhos se não quiserem saber!) de ‘roliça rebelde’. Foi engraçado. Ri. E funcionou para acalmar a minha rebeldia. Pelo menos naquele momento...

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