domingo, 10 de agosto de 2008

Livro do Papai

Gente, acabei. Gente, chorei.

Alguns sabem, outros não, mas meu pai sempre gostou de escrever. Muito provavelmente, passou isso para mim geneticamente. Bom, mas que nem eu também, ele ainda não tinha se aventurado a escrever sua própria história.

Mas depois de uma vida significativa e duas filhas criadas, ele sentou e escreveu um livro. Livro este que foi me entregue há mais de 1 ano para que eu fizesse a revisão e desse o meu veredicto.

Sei lá porque – aliás, desconfio de algumas coisas. Falo já. - , demorei horrores para cumprir a tarefa. No meio do caminho, eu briguei com ele porque ele me botou como um navio; decidi escrever também algo parecido com um livro; e me embananei toda com meu horário.

Mas acho que muito da embromação foi por medo. Receio de não gostar e ter que falar para ele. Cagaço de achar que ele escreve muito mal e não querer saber disso. E coisas do gênero.

Bom, mas há um mês e meio mais ou menos, decidi me dedicar e me planejar para acabar de ler e fazer a revisão até o dia dos pais. Hoje. Consegui. E não poderia ter dado presente melhor para... MIM!

Foi emocionante ler um livro através das palavras do meu pai. Ele tem vários problemas de pontuação e vocabulário? Tem. É péssimo em estruturação de frases? É. Não conhece sinônimos? Não. Mas a alma do negócio é dele. E a alma dele é fantástica.

Atenção! Não é nenhuma história super profunda, que faça pensar e que vá causar o efeito emocionante que causou em mim em todos que lerem. Não. Longe disso. É um suspense. Uma trama que pretende entreter e passar o tempo de quem lê.

O estilo dele não tem nada a ver com o meu. O que é ótimo. Me livra da pior das comparações. Eu não consigo escrever quase nada que não esteja na cara que eu estou ali. Ele escreveu uma história de ficção com pitadas das características de gente importante para ele.

E isso é que foi uma delícia para mim. Ir reconhecendo, sacando, pegando o que havia ali de mim, da minha mãe, da minha irmã, de amigos dele e, principalmente, dele e de como ele viveu e vive a vida dele até aqui.

O personagem principal traduz como papai enxerga a vida. Um cara corajoso, malandro, safo, mulherengo, honesto e que adora uma aventura e uma mulher decidida. Carlos (é esse o nome do personagem) adora um whyskizinho, não recusa uma cervijinha, não deixa passar uma morena despercebida e é, admiravelmente, fiel aos amigos. O cara preza a alegria de viver, trabalha sem se esquecer que há vida lá fora e ama pessoas, situações e cachorros.

Aliás, Lara, a cachorra atual dele, é a única que aparece nomeada e é real na história. Ganhou lugar de destaque. Eu estou pelo livro todo, principalmente, em Claudia, a única mulher que Carlos respeita, escuta e obedece. Claudia é super decidida, prática, dona de si. Uma heroína. Para mim, eu sou Cláudia. E que ele não me diga o contrário...

Bom, não vou contar a história toda aqui. Mas, para quem gosta, há diamantes, assassinatos, polícia, bandidos, máfia... Uma espécie de Sidney Sheldon tupiniquim. Ainda não decidi o título. Mas aviso. Se tudo der certo e uma amiga lá dele ajudar, o livro será publicado.

Só quero falar mais uma coisinha que me deixou feliz e me fez abrir um sorrisão. É que mais para o fim aparece uma passagem em que Carlos diz que sempre viveu intensamente por causa de uma frase dita a ele certa vez. E essa frase é a mesma frase que escuto dele, de papai, desde que aprendi a falar. Aí, desabei de emoção.

Feliz Dia dos Pais, meu herói!

Você pode perder tudo na sua vida, certamente vai lhe fazer falta, mas jamais perca seus sonhos, sem eles você vai continuar a existir, mas terá deixado de viver.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu leio diariamente seu blog, palavras muito boas, agradáveis eu gosto, o "non sense" não me agrada, o real sim, este tem tudo a ver. Não desanime mesmo que a praga dos são paulinos tenha atacado os jogadores do Flu..
Abs a vc
Francisco/Sto.André