sábado, 13 de setembro de 2008

Teoria x Prática

Primeiro quero dizer uma coisa que estou para falar há um tempão e sempre esqueço. É que eu estava muito intrigada com as eliminatórias para a Copa do Mundo. Desde que ouvi na TV, antes do fiasco do Engenhão, que se ganhássemos aquele jogo saltaríamos para o 1º lugar da tabela. Oi? Ou eu perdi uma boa parte do filme, ou tem alguma conta muito errada aí na história. Que eu saiba, a campanha Dunga estava vergonhosa bem antes das Olimpíadas. Estávamos mandando mal direto. Vieram as Olimpíadas e o vexame se repetiu. Depois, tivemos um joguinho aí que deu pro gasto e, de repente, se ganhássemos outro tcharam! Íamos lá para cima. Estranho, muito estranho...

Bom, sabe quando a gente termina um namoro ou qualquer tipo de relação significativa e precisa meio que de um tempo para se restabelecer? Quando estamos meio perdidos, nos sentindo vazios e tal. Ou quando precisamos tomar uma grande decisão e, para isso, é necessário paz e sossego. Enfim, quando arranjamos uma desculpa qualquer para fazer algo diferente e fora da rotina. Sei lá, pegar a estrada sozinha, no meio da semana. Conhecer matas e serras como dizia meu horóscopo de ontem... Visitar um amigo que você não vê há muito tempo. Entrar no clube que você freqüentava na adolescência...

Bom, eu resolvi conhecer o Parque Lage. Juro. Nunca tinha posto os meus pezinhos lá. E tudo foi esquematicamente feito para o passeio ganhar esse ar de ‘retiro’. Não avisei a ninguém. Saí num horário totalmente estranho. Fui de ônibus (?), errei o portão e ao chegar, enfim, ao meu destino escolhido... não sabia o que fazer.

Sim porque levou muito pouco tempo para eu conhecer o Parque Lage. E, depois, não conseguia entrar de jeito nenhum naquela pose de filme em que as pessoas aparecem reflexivas e ‘em paz’. Começou a me dar um nervoso danado. Fui ficando sem paciência. Sentei na grama e, como esqueci de levar canga ou qualquer pano, pinicou. Os bancos estavam sujos de cocô de passarinho. Me deu frio. Tava ventando para chuchu (oh o chuchu aí...). Relutei um pouco, mas tive que tomar a decisão de ir embora. E olha que eu estava lá há, no máximo, vinte minutos. O percurso de ônibus demorou mais tempo.

E é aí que eu queria chegar. Tem umas coisas que realmente só funcionam na teoria. Ou na TV. No duro mesmo não faz muito sentido. Por mais que você queira muito encontrar aquela tal paz interior.

Quando estava lá ainda me lembrei daquele comercial dos alpinistas que os caras sobem, sobem, sobem. E ao chegarem no topo da montanha e pular um pouquinho, se olham e dizem: - E agora? – Vamos descer? É exatamente isso. Às vezes você planeja tanto e gasta uma energia imensa no percurso e quando alcança o que tanto quis, faz o quê?

Olha nem estou tentando entrar numa análise profunda de que o ser humano nunca se contenta e tal. Naquela história de que nunca estamos felizes. Não, nada disso. Só estou falando mesmo da minha ida ao Parque Lage. E como ele parecia imensamente mais interessante enquanto era um lugar na minha cabeça em que era possível correr para lá e sentir-se em paz. A idéia de paz é mais eficiente do que a busca em si.

Chega. Que estou filosofando e não gosto muito de fazer isso. Não é meu estilo.

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