quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Daqui a Dois Anos

Vi no Fantástico no domingo um monte de gente grávida feliz da vida. Uma anônima lá qualquer que ficou feliz por, enfim, ter conseguido engravidar do 2º filho; a Maria Paula e sei lá mais quem. (o Fantástico foi domingo, ano passado...).

Voltei ao assunto engravidar com uma amiga que também está grávida. (Ah! Lembrei mais uma: a Fernanda Lima, de gêmeos! Como pode alguém hoje em dia ficar feliz por estar grávida de gêmeos??? Nem rica e magérrima como a Fernanda Lima...) Bom, minha tal amiga sabe do meu pavor de ser mamãe. Sempre digo que será daqui a dois anos. Isso há 5. Mas ela está tentando me convencer.

Primeiro mandou: “Ah, vai. Vamos ter neném juntas. Assim eles crescem amiguinhos”. Isso não me convenceu. Comecei a pensar no contrário: e se eles não forem amiguinhos, não forem nada um com a cara do outro? Olha que problema! Continuei pensando: e se o filho ou filha dela for muito mais bonito que o meu? (se for mais feio não tem problema). E se eu ficar bem mais gorda que ela? Quando cheguei aí, me convenci completamente que a idéia de engravidar junto com a minha amiga não é nada boa. Aliás, é péssima. Dizem que as mulheres são competitivas e é verdade.

Mas aí, quando ela já tinha desistido de me convencer e conversávamos naturalmente, eis que ela falou uma coisa que me deixou muito tentada a engravidar. Ela disse que descobriu o poder da frase “estou grávida”. “Estou grávida”, segundo ela, serve para substituir inúmeras coisas como: “por favor”, “não estou com saco de fazer isso”, “quero comer isso e pronto”, “não quero ir a tal lugar”, “pega qualquer coisa para mim”, “faz qualquer coisa para mim”...

São nove meses de total preguiça e favores grátis, até de desconhecidos, com o delicioso aval de uma justificativa. Ninguém, absolutamente ninguém (fora as pessoas na fila do banco), ficará com raiva de você e, melhor, fará tudo o que você quiser com um sorriso no rosto e uma viradinha meiga de cabeça para o lado.

- “Depois, ainda vem um bebê de brinde!”, ela disse.

Meu sorriso foi se desfazendo, ficou meio amarelo, meio congelado: “daqui a dois anos”.

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