sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Comida

Sou ruim de comida. Ou melhor, fui ficando ruim de comida com o tempo. Fui um bebê e uma criança super comilona. Comia de tudo. Sabe aquele menininho do comercial que pede brócolis? Então, eu também não dispensava nem as coisas verdes. Só que Brócolis não é o problema. Ele continua bem-vindo na minha dieta alimentar. O problema... O problema é quase todo o resto.

Juro que não sei porque fiquei assim, chata. Não é filosofia. Gosto dos bichinhos, mas não chego a ficar super tocada porque matam bois, galinhas e porcos por aí. Talvez eu sinta uma certa peninha dos coelhos porque eles são fofuchos. Mas não entraria numa passeata do tipo: salvem os coelhos! É natural. Desde que o mundo é mundo, existe a cadeia alimentar.

Também não sou da turma saudável e pesquisadora que defende teses como carnes fazem mal à saúde, demoram milênios para serem digeridas e tal. Se fôssemos ligar para tudo o que dizem sobre os alimentos, ninguém comeria mais nada (que nem eu). Tudo dá câncer!

O fato é que sou uma chata sem causa. O que me torna mais chata ainda e mais importunada ainda. Porque não fico nem lá, nem cá. Não sou da turma dos verdes e também não sou da turma dos glutões felizes. Não tenho um grupo. Seguindo minha tendência na vida, sou uma desgarrada. Desvirtuei do caminho em algum momento e não voltei mais.

Pessoas me pedem explicações o tempo todo:
- Mas por que você não gosta disso?
Me limito ao:
- Porque não.

Simplesmente fui não gostando mais das coisas. Foi aleatório. As categorias aceitas por mim foram diminuindo, opções foram sumindo... Até que hoje me revezo entre poucos, num esquema quase matemático para não correr o risco de enjoar de algum desses sobreviventes! A dificuldade é que minha chatice não envolve só o alimento em si, é o jeito de fazer. São hiper restritos.

Atualmente tenho comido peixe, mas só grelhado, sem caldos, molhos e afins e Salmão está fora. Enjoei. Não soube dosar; camarão eu ainda estou amando, mas como pouco e é difícil de fazer, além de deixar a casa toda fedendo; pão árabe entra, o integral está ‘na geladeira’; queijos têm que ser brancos, amarelo só derretido em comidas. Pizza como feliz!; e ovo, de vez em quando, e só salgado. Tenho aversão a doces de ovo. (que Portugal não me ouça. Me viro para não fazer desfeita para a turma). E existem os que não saem nunca do cardápio, independente de estação, como algumas frutas, as coisas verdes e massa. Adoro!

E não, não gosto de comida japonesa. Já provei sim. Já tentei inúmeras vezes, inclusive para agradar namorados por aí, mas não teve jeito.

A essa altura, você que não me conhece, deve estar achando que sou uma daquelas modelos esqueléticas, ou, no mínimo, magra com tudo em cima, gostosérrima. Para algo essa porra de chatice gastronômica tem que servir!

Não. Não sou esquelética. E nem sou alta, loira, de olhos azuis e com um corpão. Fisicamente, sou uma espécie de Maria que não nasceu linda. Uma coisa assim, comum.

Atenção! Não tenho problemas de auto-estima, só não quero gerar expectativas. (um dia falarei só sobre expectativa e minha relação com ela). Mas como alguém que não come quase nada, não é magrinha?

Já falei que eu bebo?

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