sábado, 19 de janeiro de 2008

No colo

Adoro quando as coisas caem no meu colo. Sou preguiçosa de carteirinha. E monto mesmo quando aparece alguém que pode resolver algo por mim. Veja bem, não sou má. Não faço mal a ninguém. Juro que só me aproveito de quem quer ser aproveitado ou que nasceu com o dom de ser prestativo.

Lembra do primo do primo? Então, me arranjou uma bocada que vai me sustentar até o fim do ano, mesmo se o meu outro negócio não der certo. Assim, de graça, do nada. Só porque foi com a minha cara. Claro que os homens vão pensar que o moço está querendo algo em troca. Mas não está não. Sou espertinha para perceber isso e, acredite, ele não quer nada comigo.

Acho que sou boa de papo. Ele me pegou, ôpa, me encontrou numa época em que estou muito empolgada em relação a trabalho. Então, saí disparando várias idéias, projetos, enfim, tudo o que está na minha cabeça para realizar num futuro próximo. Convenci o rapaz.

Pois é, mas acontece que o feitiço está virando contra o feiticeiro, feiticeira já que estou falando de mim. Esse negócio de sair contagiando pessoas por aí com a minha empolgação está começando a me dar trabalho, literalmente. Explicando: uma porrada de gente começou a me oferecer coisas para fazer. Fiquei feliz da vida, fui dizendo sim a torto e a direito, me achando o máximo!

Só que acho que disse muito sim por aí. (esse é um problema antigo... digo mais sim do que não na vida. Sou fácil, fácil...). E aí, agora estou meio enrolada. E a idéia não era essa. Tinha todo um plano traçado de fazer o meu horário, todo dia dar um mergulho, almoçar em casa, essas coisas de gente que não precisa se descabelar para pagar contas. Tava adorando ser uma quase-dondoca que de vez em quando dava uma trabalhadinha.

Mas me fudi. Atenção! Não é uma reclamação propriamente dita. É mais uma observação. Até porque eu nem poderia recusar coisas que caem no meu colo. Que continuem caindo, só não precisa cair tanto, sabe anjinho... você exagerou aí na sua tarefa. Está trabalhando muito, assim vai ficar estressado, vai ter que tomar remedinho... Se eu fosse você, dava uma descansada, pegava uma prainha... olha o veraozão que está aí. Um calor danado. E o pôr-do-sol em Ipanema é lindo nessa época. Encontra comigo lá, te apresento uns amigos, a gente joga um pouco de conversa fora. Tire uns dias folga. Combinado então, hein! Amanhã, em frente a Vinicius de Moraes, na barraca do Fluminense. Te vejo lá.

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