sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Mancha Preta

Uma coisa do passado, de novo, se faz presente. Mas não é uma alegria, foi um tombo. Não no sentido figurado. Foi um tombo, tombão mesmo, me estabaquei. E de brinde, ganhei duas mega manchas na perna e no braço.

Falei do passado, porque a última vez que tive uma mancha desse tamanho, que me acompanhou durante meses, foi no dia da comemoração da minha formatura. (é, se é para cair, tem que cair direito, num evento de respeito.) Foi no Cozumel (não existe mais...) há quatro anos.

Havia uma escada assassina. Lá pelas tantas, bem pelas tantas mesmo, caí lá de cima. Só reparei quando parei lá embaixo com uma espécie de dormência na lateral da coxa (porque bêbado não sente dor). A sorte (ou não, de repente caí por isso...) é que o lugar era muito escuro. E ninguém viu. Dá para acreditar? Eu despenquei lá de cima e ninguém viu. Ninguém veio ajudar. Se eu tivesse desmaiado, ia passar por bêbada e ficar por ali mesmo.

O tombo me deu uma acordada e decidi que era hora de ir embora. Saí mancando. Não pela dor na perna, mas porque o salto de um dos pés da minha sandália quebrou. Peguei um táxi e fui para a casa. Dormi sem grandes problemas, meu maior incômodo foi o vestido que pinicava, mas eu tive preguiça de tirar.

No dia seguinte... No dia seguinte a maior mancha do mundo estava impressa na lateral da minha coxa esquerda. Primeiro ela era verde, depois foi ficando roxa até virar totalmente preta e assustadora. A porcaria da mancha ficou tanto tempo em mim, que me apeguei. Quando ela se foi, confesso que fiquei meio calada, cabisbaixa pelos cantos.

Muito tempo depois, estou eu aqui hoje escrevendo de posse não de uma, mas de duas senhoras manchas! Elas já entraram na etapa roxa. Uma é na mesma lateral da coxa esquerda (parece que sigo um padrão na hora de cair) e a outra atrás do antibraço esquerdo também. Essa segunda ainda tem uns arranhões para acompanhar.

Meu tombo mais uma vez foi num evento importante: batizado do meu sobrinho (sobrinho do meu marido, na verdade), em que eu era a madrinha! Ou seja, todos os holofotes estavam em mim. Antes que vocês se assustem, não, eu não caí com a coitada da criança nos braços. Me ferrei sozinha mesmo. Não foi na igreja, foi no evento pós-batizado.

Levantei para levar dois copos de caipirinha vazios para a pia da churrasqueira. No meio do caminho, tinha um saco de gelo vazio no chão. Tinha um saco de gelo vazio no chão, no meio do caminho. Escorreguei. Mas não quebrei nenhum dos dois copos! Coisa de profissional.

Desta vez, todo mundo viu. Quase ninguém riu, só meu pai. Muitos vieram ajudar e um engraçadinho falou que meu cabelo tinha virado uma caipirinha gigante, cheio de gelo e limão.

- Machucou?
- Não, não. Está tudo bem. Foi só o susto.

No dia seguinte... Bom, no dia seguinte já sabem, elas apareceram lá cheias de si. Enormes e verdes. Agora, roxas e futuramente, pretas. Já sei como é tá, Donas Manchas? Sou escolada. E podem ir tirando o cavalinho da chuva, porque não vou me apegar. Não vou. Não vou e não vou.

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