segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Carnaval não Combina com Xixi!

Todos os anos é a mesmíssima coisa: saio feliz e contente (raramente fantasiada, ou vou deixando meus apetrechos pelo caminho) para os blocos pré-carnavalescos espalhados pelo Rio. Vou empolgada, no clima, me desfaço de qualquer tipo de frescura (já não tenho muita mesmo) para brincar com os outros foliões felizes e contentes como eu.

E tudo vai bem. Não me incomodo com quase nada. A única coisa que não consigo achar uma solução é o bendito do xixi. Vontade de fazer xixi estraga qualquer diversão. Não dá para pensar em outra coisa. Nesse momento, tudo o que eu não ligava se torna insuportável.

Já me disseram que eu poderia resolver o problema de maneira simples: “é só não beber”. Essa pessoa não gosta de carnaval. Como assim? Se eu não beber vou ver as coisas como elas realmente são!

O bonitinho vai se revelar horroroso; as pessoas unidas e contagiantes vão se transformar numa aglomeração suada e bêbada; carros na rua com pessoas alegres serão um belo de um trânsito; o som engraçado se mostrará ruim até dizer chega; os homens insistentes que fazem bem ao ego serão uns chatos de galocha; e o salcichão delicioso que adoro será apenas um salcichão de carrocinha de rua.

Decididamente, ‘não beber’ não é a solução. Cerveja em bloco é item indispensável. É como ir à praia sem biquíni. Você está lá naquele lugar lindo, vendo aquele marzão, pessoas se divertindo, um calorão e tudo o que você quer é ir embora. Fazer o quê ali sem biquíni? Fazer o quê ali sem cerveja?

O que me traz de novo a minha questão. Preciso continuar a beber, mas precisava parar de sentir vontade de fazer xixi. O problema nem é vergonha ou coragem de fazer xixi em qualquer lugar. Faço até em pé, se for o caso. É feio, é meio nojento, escorre pela perna, molha o pé, suja a rua blá blá blá. Faz isso tudo sim, mas faz parte nessa única semana do ano. Assumo, sou uma dessas meninas sem-vergonha do carnaval.

Mas o problema é que só de ter que ir até o carro ou ao canto ou aonde seja, já desestrutura tudo. Você precisa sair de onde está e marcar um lugar para encontrar de volta. Quebra toda uma energia de diversão que já estava meio no automático (andar para frente sem prestar muita atenção em nada). Acaba tendo que deixar aquele local estratégico ao lado da bateria. Enfim, é que nem parar um filme no meio: você volta, mas precisa de um tempinho para ser absorvida de novo pela história. Não tem cineasta que é contra DVD por isso? Porque quebra o ritmo? Pois é. Xixi também quebra o ritmo do bloco.

Ou seja, depois do primeiro xixi, qualquer bloco de carnaval vira um samba do crioulo doido. ‘Com direito a muitas paradinhas da bateria’. Lendo assim, parece divertido. E, no fim das contas, até é. Muitas vezes me perder foi uma benção divina e trocar de lugar se revelou um negoção. Mas nada compensa o desconforto que é ficar com vontade de fazer xixi. A pessoa que inventou a palavra alívio era alguém que estava com muita vontade de fazer xixi e conseguiu. Não tenho dúvidas.

Só para fechar essa minha discussão que não vai dar em lugar nenhum, queria lançar uma idéia: não existe pílula anticoncepcional que você emenda uma na outra e não fica menstruada? Então, deviam inventar uma pílula de carnaval para não fazer xixi! Ia vender horrores. Bom, até lá, sigo com muita cerveja e muito xixi. Viva o Carnaval!

Ah! Acabei de lembrar uma palavra que eu não gosto, menos do que balbúrdia: mijar.

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