domingo, 20 de janeiro de 2008

Fluminense

Vou começar contando como me tornei uma torcedora do Fluminense. Não é uma história limpa. Meu pai, tricolor doente, jogou um pouco sujo para me converter. É converter mesmo, porque esse troço é pior que religião e me pegou.

Eu devia ter lá meus quatro, cinco anos. Na época, era Flamengo “do time da mamãe”. Normal. Mamãe foi mais presente na minha vida de bebê. Papai não nasceu muito para a tarefa, segundo ele: “é muito pequeno, frágil. Vai que quebra na minha mão...” (isso explica porque eu também sou tão estabanada. Minhas manchas que continuam aqui mandam lembranças).

Bom, com quatro anos eu já falava, andava, comia qualquer coisa (bem mais que hoje. Me tornei uma espécie de chata que não come carne.) e fazia xixi e cocô civilizadamente. Já dava para papai me carregar para cima e para baixo. E papai me carregava para onde? Para os botecos que ele freqüentava. Fui mascote de todos os bares do Leme e adjacências durante muito tempo. (só perdi meu reinado quando veio minha irmã. Loirinha e bem mais simpática).

Num belo dia, meu querido pai me vestiu de Fluminense e me deu uma bandeira tricolor para segurar. Em seguida, falou assim: “Vai. E sai gritando o nome do seu time”. Saí serelepe e toda orgulhosa gritando “Mengo! Mengo!”, vestida de fluminense dos pés a cabeça.

Fui a alegria do bar. Tanta festa me contagiou. E depois que alguém (uma flamenguista) me explicou a travessura e me mostrou a bandeira do flamengo, minha resposta sincera de criança foi: ‘prefiro esse que é mais colorido’. Daquele dia em diante, sou tricolor de coração.

Tive altos e baixos, que nem meu próprio time. Futebol, por definição, está relacionado a homens. Então, dependendo do, ou dos homens, da minha vida e de como eu estava me relacionando com eles (isso inclui meu pai) fui mais ou menos Fluminense.

Não sei se por coincidência ou por precaução, a maior parte dos meninos, rapazes e homens com quem saí, fiquei, namorei ou casei (só uma vez até agora), eram ou são tricolores. Tirando o atual que é Fluminense mais ou menos, o resto é do grupo paterno, que segue a religião.

Assim, passei a infância sendo diretamente influenciada por papai, a pré-adolescência influenciada por X e papai, a adolescência por Y e papai e a vida adulta por Z e papai. Para mim, aquele ditado ‘se você não pode vencer seu inimigo, junte-se a ele’ é sábio. O que tem de mulher por aí que declara guerra contra o futebol... Para quê? Eu, como não entro em disputa para perder, me uni ao clube tantas vezes campeão.

E sigo até aqui com mais uma vitória nas costas! O Flu estreou vencendo no Carioca hoje no Maraca. Um calor desgraçado, um monte de bola na trave, momentos meio esquisitos e uma ventania fenomenal para fechar. É ou não é divertido? Eu adoro. Saudações Tricolores!

Data do jogo 19.01.2008 (estréia sem o trio maravilha) 16h (calorão 40º)
Local Maracanã!
Campeonato Estadual (Carioca)
Placar 2 x 0 (Flu X Cardoso Moreira) Thiago Neves e Cícero
Extras 2 bolas na trave; um gol anulado (Washington); e uma baita ventania no final!

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