terça-feira, 8 de julho de 2008

Repeteco

Coloquei o título ‘Repeteco’ porque tenho quase certeza de que já usei ‘Tédio’. Mas é sobre tédio que quero falar. Não sei o que está acontecendo comigo, mas não durmo há noites. Sempre tive insônia eventualmente, mas tá foda. Não consigo mais dormir bem e não sei o que me incomoda.

Tem muito a ver com a história do mundo chato. Não só o mundo, mas a vida está chata. Eu falei que esse negócio de viver ‘em paz’, recatada e reclusa não ia dar certo por muito tempo... Ninguém me ouviu. Ficou todo mundo passando a mão na minha cabeça e falando ‘que bonitinho...’ Bonitinho é o caralho. Esse é o maior dos perigos. E, agora, estou aqui, batendo cabeça para lá e para cá.

Perdi o objetivo principal da minha alegria, o Fluminense. Ele aquietou-se. E me abandonou. Era ele que estava me mantendo ativa. Sem ele, não sobrou nada suficientemente empolgante para me fazer bater na cama e dormir, exausta e feliz.

Aí, fico no computador trabalhando. Não posso reclamar de trabalho. Aliás, posso. Meti tanto na cabeça que eu podia mostrar para todo mundo que eu era boa o bastante para me manter sozinha e sem um emprego fixo, que agora passo o dia todo ocupada com um monte de coisa chata para caceta. Adeus horário flexível, praia no meio da semana e ficar de pernas pro ar em plena, sei lá, quinta-feira. Estou cheia de prazos, telefones tocando, gente mala falando e reuniões insuportáveis. Se há algo na vida que defina tédio, chama-se reunião.

E tenho um problema seriíssimo. Um problema que vem da minha época de menina mimada. Sempre tenho que colocar a culpa em alguém. E esse alguém precisa estar perto para me ouvir reclamar. E esse alguém é... ele.

Porque foi ele quem mais me encheu os ouvidos para dizer que eu estava muito parada, muito devagar, brincando de trabalhar. Foi tudo meio falado na brincadeira e tal, mas conheço bem quem dorme do outro lado da minha cama.

E o pior é que não dá nem pra sair pra beber porque posso ser presa na volta. E ir beber a pé no meu bairro é muito fundo do poço. Beberei em casa.

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