segunda-feira, 14 de julho de 2008

Censura

Gente, olha só como as coisas são... Eu me censurei. Exatamente. Eu, quando fui escrever aqui ontem queria falar de outro assunto totalmente diferente do que o que falei. Tanto que saiu um negócio super frio, um fato que já aconteceu há tempos. Enfim, achei, senti que não fluiu como flui normalmente.

Esse incômodo (de não ter falado o que eu realmente queria), junto com uns três e-mails recebidos, me fizeram reconsiderar e tentar expor meu real desejo de ontem. Os e-mails me questionavam sobre a ‘crise dos 8 anos’ do meu marido. As pessoas queriam saber o que aconteceu depois do nosso diálogo desconfortável.

Olha, eu poderia falar aqui e nas respostas desses e-mails que não foi nada demais e tal, que eu exagerei, que quis fazer graça e que, na realidade, não é nada muito preocupante. Aliás, faço isso aqui com freqüência. Isso de exagerar os fatos para melhorar a piada.

Pois bem, dessa vez não. É real. A crise existe. Talvez, por isso eu tenha me censurado. Porque o assunto é sério. E fiquei travada de dividir com todo mundo. Não quis ser invadida. Ainda mais depois de ler a reportagem de capa da revista de Domingo. Leram? A 1ª blogueira lá que ficou famosa no Brasil? Então, eu com essa humildade que me é peculiar, cogitei a hipótese de um dia também ficar famosa e aí, isso de certa forma, também ajudou a esconder meus problemas e intimidades.

Um erro. Pelo menos, para mim e para o meu processo criativo. Não posso tentar me dirigir. Sou uma escritora rebelde, nesse aspecto. Não sigo roteiro, em contradição a minha profissão de roteirista.

Aos curiosos, é o seguinte: já disse que o moço me conhece e, mesmo em crise, ele sabe direitinho como me cutucar. Se bem que acho que, para qualquer mulher, ouvir de um homem que você não está dando conta do recado é péssimo, certo? Mulher falar isso é TPM, é cu doce, é a idade. Agora, homem falar isso ou é viadisse mesmo ou a coisa é séria.

No meu caso, ainda bem por mais estranho que possa soar, a coisa é séria. E mexeu. Claro que mexeu. Nunca tinha passado por isso antes. Não de cair na rotina e tal, mas de ser confrontada por isso, pelo sexo oposto. Já falei que a maioria dos meus relacionamentos antes dele foram meio na base da porrada, no sentido figurado, por favor. Eram relações nem um pouco calmas, partindo do princípio que eu já não sou uma pessoa muito calma. Bom, ele é. E com ele, as coisas sempre foram muito mais calmas.

E aí, o que fazer quando ele mesmo enjoa da própria ‘calmisse’?

Bom, temos que apimentar aí o negócio, certo? E, aos curiosos e, na verdade era disso que vem a seguir que eu queria ter falado ontem, resolvi voltar uns aninhos atrás e incorporar uma outra aí que costumava fazer sucesso na praça.

Após um período recluso considerável, saí vestida com todas as más intenções possíveis, dancei a noite inteira, bebi tudo o que havia pela frente, liberei geral e fui parar num motel muito do barato. Cheguei em casa às 9h da manhã de sapato na mão, maquiagem borrada, fechando o olho para o sol e com a cabeça explodindo. Já fiz muita coisa na vida, mas viver uma noite de devassa total com o meu próprio marido, foi a 1ª vez.

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