domingo, 27 de julho de 2008

A Outra

Ninguém muda, amadurece da noite para o dia. 'É um processo lento', convencionou-se dizer e saber. Que nem um primo que você não vê muito. Estava-se lá quando o moleque nasceu e depois rolava umas visitas de tempos em tempos e vinha o susto: ‘caramba, como você cresceu!’. Mas nem os pais dele e nem ele perceberam essa mudança acontecer. Ou seja, o susto é só para quem está longe. Nunca para quem está perto.

Pois bem, eu mudei. Assim, vapt vupt. Num fim de semana. Se alguém notou? Sei lá. Provavelmente ainda não. Mas eu notei. E essa é a originalidade da coisa.

Viajei sábado de manhã de um jeito e voltei agora, domingo à noite, de outro. Totalmente diferente. Para onde eu fui? Bem, fui para Aparecida. Mas a minha mudança não tem nada de religiosa. Por que eu fui? Porque a minha avó me pediu. Mas a minha mudança também não tem nada a ver com a minha avó. E nem com ninguém. Só comigo.

Ela, a mudança, também não foi programada e nem anunciada. Não estava achando que precisava mudar. Para melhor ou para pior? Não sei. Acho que nem um nem outro. Apenas mudei.

Enfim, só achei esquisitíssimo perceber que eu mudei. É uma sensação clara e, por isso, estranha. Nunca tinha sentido antes.

Pode ser que amanhã eu desmude de novo. Mas, pelo menos por enquanto, sou outra.

Um comentário:

Festa Grog disse...

esse post é so pra deixar a curiosidade bombando ne?