domingo, 2 de novembro de 2008

Vou de Van, ‘ce’ Sabe...

Andei de van. Confesso. Tanto tempo evitando este transporte horroroso e acabei sucumbindo. Por livre e espontânea pressão, que fique bem claro.

Sempre achei que um dia isso ia acabar acontecendo. Mas na minha cabeça seria muito no futuro, quando eu tivesse amigas velhinhas, companheiras de teatro. Bem, as velhinhas estavam lá.

O programa? Uma ida com uma legião de portugueses à quadra da Mangueira. Quem inventou? Bem, eu não fui. Por que me meti nessa? Digamos que eu fui metida.

E, assim, após um sábado nublado e passado em casa dormindo e vendo TV, tive que incorporar a mulata que existe em cada um de nós e partir para o samba no pé. Diante das minhas concorrentes lusitanas, eu realmente dei um show.

Mas calma, que isso já foi mais tarde. Não quero pular a parte mais significativa da noite, a van. Quando ela embicou na garagem do meu prédio, deu para ouvir claramente lá de cima e eu jurava que um caminhão estava no portão. Não, era a van. Mas não era assim, uma van. Era tipo: A Van. Uma van de Itu. Lá dentro, exatos 17 portugueses entre 15 e 80 anos. Sim, foi uma saída eclética. Tinha gente de todas as cores e sabores.

No trajeto de ida, o som ambiente foram histórias de família. Partindo do princípio que eu ainda nem aprendi quem é quem direito, dá para concluir que não entendi nada. Fui muda até lá. Não conseguia nem acompanhar o timing das risadas para disfarçar. Era tudo tão desordenado por si só que não precisei fazer esforço. Ninguém notou que eu não estava participando.

Dentro da Mangueira, me senti um pouco mais em casa. Um pouco menos estrangeira. Isso só até os garçons cobrarem 60 pratas só para a gente sentar em uma mesa. Pensei em me revoltar, mas diante da gringalhada colorida ao meu redor, achei que o garçom estava sendo bem mais sensato do que eu.

E tome de caipirinha. Português já é um povo espalhafatoso e escandaloso originalmente, imaginem mamados!? Viram italianos, o único povo - que eu me lembre - que grita ainda mais. Talvez, gregos. Mas, ainda bem, não chegaram a quebrar pratos e copos.

Agora, portugueses mamados e tentando sambar foi um show à parte. O melhor da noite para mim, que comecei a achar que tudo havia valido à pena só para chegar até ali.

E, por fim, a volta. A volta na van. Bem, na volta na van, eles cantaram. Todos juntos. Todas aquelas músicas que a gente acha que só tem em filme ou comercial caricato. Mas é real. Eles cantam. Exatamente daquele jeito. Fui muda e voltei calada, mas foi uma das noites mais divertidas do ano. Não que eu vá repetir...

Um comentário:

Paula disse...

MUITO BOM! Vc descreve de uma forma tão detalhada, que visualizei a van do inferno perfeitamente... beijo grande, Drizoca!