quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Caraças

Carácolis! Acabei de fazer uma descoberta que não vai mudar em nada a minha vida, nem a de ninguém, mas que eu fiquei tanto tempo dando gargalhadas sozinha que quis compartilhar. Aliás, diga-se, gargalhadas bem-vindas.

Então, desde que conheço meu sogro, acho muito engraçado quando ele diz algumas palavras que, pra mim, são invencionices da cabeça dele. Adaptações à la seu Antônio. Um dialeto todo próprio que aprendi a achar simpático com o tempo. Nunca falei dele aqui. Mas temos uma relação incrivelmente boa, levando em consideração que trata-se de um patriarca português bem ranzinza e com cara de poucos amigos. É dos meus, sabe? Não sai indo assim com a cara de todo mundo. Mas foi com a minha. De uma maneira impressionante que causa até uma certa inveja entre meus concorrentes, o outro genro e a outra nora, e até entre os próprios filhos dele. O homem me escuta, sei lá porquê. Se eu falo que a parede é verde e ele estava falando que era azul, muda de idéia no ato. Já se é um dos filhos que insiste... ih... ele discute até não poder mais.

Enfim, Seu Antônio é meu defensor e meu fã e espalha isso aos quatro ventos. Como eu falei, isso me causa mal estar às vezes, mas tenho que admitir que adoro. Aliás, pensando aqui agora, o fato dos meus sogros serem tão benevolentes e simpáticos comigo, é um dos motivos deu manter meu casamento. Falam tão mal dessa espécie por aí, que é melhor eu garantir meus sogros gente boa. Já escutei tanta história de amiga... Eu só tenho história boa para contar e engraçada.

Pois então, uma das palavras que Seu Antônio vive falando por aí é ‘caraças’. Até minutos atrás, eu achava que era uma maneira fofa que meu sogro fofo arranjou de adaptar ‘caralho’. Eis que eu estou passando agora pelo corredor e Miguel, vendo um jogo de futebol em que o time dele perdeu um ‘golo’, solta um: “Caraças!”. Voltei na hora:

- Oi?
- Quê?
- O que você disse?
- Quando?
- Agora.
- Golo?
- Não, depois.
- Caraças?
- É. É assim mesmo, caraças?
- Sim.
- Você aprendeu com o Seu Antônio?
- Não, caraças.
(risos)
– Oi?
- Claro que não. Caraças é caraças.
- Jesus, o que é caraças?
- Caraças.
- Não é caralho?
- Não, é caraças.

Ou seja, ‘caraças’ é uma espécie de palavrão muito usado por todo e qualquer português e não apenas pelo meu querido Seu Antônio. E eu há oito anos achando bonitinho ele não querer falar ‘caralho’... Morri de rir.

4 comentários:

Suellen Analia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Suellen Analia disse...

Bom, quando eu comecei a ler o texto, também acheo que fosse "caralho".... rsrsrs
"Caraças"... Que coisa mais estranha!


ps: atualizei o meu!
Beijocas!

Anônimo disse...

inveja???????

Adriana disse...

Ih... olha aí o cunhado. falei que o assunto causava polêmica!

menino, seja bem-vindo!