quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Competência

Estava lendo um livro e chego na seguinte frase: ‘A competência é atraente’. Isso me fez esquecer completamente a leitura de lá e vir correndo escrever cá. (esse ‘escrever cá’ foi em homenagem a meus primos portugueses).

Mas não é? Para mim, foi como um clique. Eu sempre soube da minha admiração por pessoas realmente boas em alguma coisa. Mas nunca tinha parado para analisar bem. Ficava no campo subjetivo. No bolo ‘o que me atrai em alguém’.

Mas depois de ler essa frase hoje, estou com isso na cabeça. Adoro olhar para alguém que sabe o que está fazendo. Sabe dessas coisas que você não se liga muito, mas que de repente faz todo o sentido? Explicando: acabei de perceber um lado do meu marido que me chama a atenção. A tal da competência. E é muito mais do que competência profissional. É competência na vida. Até quando ele carrega vários engradados de cerveja, um empilhado em cima do outro, e sobe trinta lances de escada durante a organização de uma festa para mim, eu me pego parada, olhando de longe. É uma segurança interna. Um tomar as rédeas da situação. Resolver o problema. Uma auto-suficiência natural sem precisar cobrar nada de ninguém e nem explanar aos quatro ventos o quanto ele é eficiente. Apenas é. Está nele. Falando de trabalho, então, uma vez fiquei observando o moço em seu ambiente profissional. O cara consegue dar ordens na maior elegância. É atencioso e ao mesmo tempo ligado em cada detalhe que está acontecendo à volta dele. Foi assim que eu descobri que ainda era apaixonada por ele, num período de crise braba. Fui até lá para terminar tudo pela enésima vez quando, de repente, me vi babando de novo. Fui embora sem ser vista e com a crise resolvida. Sempre que eu não sei exatamente o que fazer ou até sei, mas não estou muito certa daquilo, ligo pra ele para escutar o que o menino tem a dizer. Nunca falha. Sem tomar posição, ele consegue me mostrar um caminho. Incrível.

Mas o negócio aqui não era para ser sobre ele e sim sobre a magia da competência. Desde adolescente quando nos apaixonamos por caras um pouco mais velhos, a coisa passa por aí. Ainda que a competência seja meio fútil... competência para dirigir, para ter carro, para pagar o motel... Depois a maioria vira um bando de incompetente. E nosso interesse se desliga um pouco dos músculos sensacionais e se volta para cabeças pensantes e seres inteligentes. Conheci pouca gente interessante na vida. Interessante e competente então... Ih... esses são raros. Mas existiram. Seja uma sensibilidade especial para enxergar as pessoas e nossa passagem pela vida, seja um jeito de amar e ser amado em que é preciso muita competência, seja uma coragem e uma loucura além dos padrões ou até uma cabeça com idéias originais e transformadas em belos produtos.

Enfim, tiro o chapéu para quem me desperta da inércia por sua competência natural. Aliás, ontem fui a mais um dos espetáculos com a participação do meu amigo querido Fernando Caruso. Genial. Tenho tanto orgulho desse menino. E mais orgulho ainda de, mesmo nessa loucura toda de falta de tempo para tudo e todos, termos conseguido manter uma amizade competente.

Na falta de um final, que se fechem as cortinas. Palmas aos competentes.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uau, obrigado!!

isabella saes disse...

Amiga, vc é super competente e o Caruso tb!! Amo vcs!!!