quarta-feira, 25 de junho de 2008

Combinações Astrais

É hoje! É hoje que o Fluzão joga o 1º jogo da final contra o LDU e é hoje que eu faço três anos de casada. (E foi hoje também, há 13 anos, que o Renato Gaúcho fez o histórico gol de barriga que nos deu o Carioca de 1995).

Há muito tempo, eu disse uma frase que hoje li parecida numa revista furreca e do século passado no consultório da minha dentista. Vou escrever a minha versão que é melhor: ‘pessoas muito parecidas funcionam, mas não se sustentam’.

E, repara só, é verdade. Claro que é. Eu, por exemplo, me imagino namorando um monte de gente que eu adoro, que pensa como eu, que entende os meus pontos de vista, que se diverte com as mesmas coisas, lê livros parecidos e por aí vai. Mas só me imagino casada com meu atual marido, que não tem absolutamente nada a ver comigo.

A maioria dos meus amigos próximos ‘seguem meu estilo’, digamos assim. Vieram mais ou menos dos mesmos lugares, foram criados mais ou menos da mesma maneira, passaram mais ou menos pelas mesmas fases. Fiquei, namorei, saí com um montão deles. Mas fui acabar com um cara que quase não fala a minha língua. Aliás, diria que, muitas vezes, não fala mesmo. Mas foi assim, sem se entender, que a gente foi ficando, ficando, ficando. Incrível, não?

O início foi o mais complicado. Tinha a parte do ‘tudo é novidade’, mas na maioria das vezes as novidades vindas dele, não me agradavam muito. Não tínhamos nenhum amigo em comum. Nenhum! Nunca tínhamos nos visto antes. Falávamos de coisas totalmente diferentes. Ele era contra absolutamente tudo o que eu havia feito na vida e eu continuava contando minhas histórias sem freio.

Por um motivo astral que até hoje eu não sei explicar, a gente foi se sustentando. O negócio foi se ajeitando aos trancos e barrancos e a coisa engatou, para a alegria da minha família que já havia se conformado com a hipótese deu não casar nunca, alardeada por mim durante muito tempo.

Acabei sendo a primeira a casar de todas as minhas amigas. Meu pai foi resistente até o fim. Foi o último a acreditar que a coisa era séria. Quando se abriram as portas da igreja, ele apertou minha mão, olhou firme pra mim e disse: “é isso mesmo?”. Acho, do fundo do coração, que se eu dissesse ‘não sei’, ele teria saído correndo comigo dali, sem pensar.

Lá se foram oito anos desde que começamos a namorar. E quer saber? Continuamos muito diferentes. Ninguém fez grandes mudanças para se adaptar ao outro. Acho até, que se isso acontecesse, o caldo entornava. Somos os mesmos de antes com alguns aninhos de vida a mais.

Muita gente - aliás, acho que quase todo mundo - não entende mesmo como a gente existe enquanto casal. Tirando a minha família que se livrou de um problema, nem os meus amigos entendem muito bem e nem os dele.

E há quem ache que a nossa vida, então, é um inferno. Não é. Não é mesmo. Brigamos muito pouco, apesar de nos desentendermos e discordarmos bastante. Fazemos várias coisas ao contrário e diferente da maior parte dos casais. Eu falo tudo. Ele escuta tudo. Eu sou imatura. Ele é impressionantemente acima dos meus ataques e crises. Não consigo ficar presa. Ele sabe. E solta. Solta e puxa no momento exato. Dou escândalo, ele fica quieto. Não tenho certeza de nada. Ele tem uma segurança inabalável. Falo o que não quero falar. Ele entende exatamente o que eu queria dizer.

‘Pai, é. É isso mesmo.’ Só faltava ele torcer de verdade para o Fluminense...


7 dias para a final histórica no Maracanã.

4 comentários:

Unknown disse...

Oi Dri!!! Parabens pelos 3 anos. Lembro como se fosse ontem da nossa zona na casa da Candida. Nao entre em crise, eu e Gui tb somos agua e vinho, vc sabe bem disso ne? E o tempo fez com que a gente se encaixasse bem melhor. Em breve te darei news!!! Beijos e parabens
Flavis

Unknown disse...

Oi ... tudo joinha?
Te achei por acaso ... procurando no google por coleção de moedas ... estranho né?
Pois é ... mas tinha lá "histórias de adriana" e fui dar uma olhadinha ... curiosa eu né?
Também me chamo Adriana ... kkk ... achei interessante como vc conta suas histórias e vou dar uma olhadinha de vez enquando ...
Abração da Dri mineira.

Coisa Fina disse...

Dri, Você fica preocupada à toa!! Não tem surpresa, criatividade, presente ou qualquer outra coisa mais marcante para esta data do que este texto fofo e lindo que você fez sobre você e ELE!! (Vai que ele briga comigo tb se eu colocar o nome dele?) Adorei!!
Beijos

Anônimo disse...

Levar pra dar umas voltinhas é mole quero ver voltar pra casa todo dia, pagar as contas certinho e ainda tratar bem! Contrapontos são sempre mais interessantes q a corroboração de idéias desde q os ideais sejam os mesmos.
Heim?
PS: Mas Deca, um sexozinho selvagem só pra comemorar até q não cai mal!