segunda-feira, 10 de março de 2008

Viajar

Desta vez não vou tentar ser engraçadinha. O objetivo é outro. Aliás, não tem objetivo. Só quero falar sobre viajar. Sobre quanto eu gosto de viajar. E sobre quanto eu viajava bem mais e, a partir de certo ponto na vida, passei a viajar bem menos. E sobre quanto isso me faz falta. E sobre como eu percebi isso, viajando.

Começa pela estrada. Tem gente que não gosta de dirigir em estrada. Diz que dá sono, que é perigoso e tal. Eu adoro. Se possível, de janela aberta. Com o vento batendo no rosto, mesmo se estiver um calorão. Tem gente que também odeia caminhão em estrada. Tá, um fileirão deles é mesmo insuportável, mas um ou outro de vez em quando no caminho, é divertido, vai... Ultrapassar é divertido. Prefiro estrada de dia. A paisagem fica mais bonita e o sol batendo no rosto é mais gostoso. Continuo mantendo o hábito de criança de olhar as vacas pastando. Adoro vacas, lembra? Vem daí o negócio. E sem muita explicação, que já ensinei que mania não precisa de explicação.

Outro hábito que eu cultivo é o de me perder. Assim, meio de propósito. E aí, parar, perguntar, conversar, conhecer. Nessa ordem. Não gosto de reservar lugares. Gosto de ver, de escolher, de decidir na hora. Nem sempre isso é possível, dependendo de com quem se está casado, mas insisto. Às vezes ganho, às vezes perco. Às vezes dá certo, às vezes não. Mas quando não dá certo, também é divertido. As histórias que ficam, que marcam, geralmente são de algo que pareceu que não deu certo, mas acabou dando, sabe?

Também adoro viajar sozinha. Mesmo que isso tenha ficado mais raro ainda do que viajar apenas. Mas, uma vez ou outra, vou. E aí, sou outra. Tiro férias até de mim e todo mundo sai ganhando. Volto outra.

Não tenho muitas preferências. Praia, montanha, pra fora, pra dentro, longe, perto, pousada, hotel, casa de alguém... Curto quase todas as aventuras. Até porque, acho mesmo que o que eu mais gosto é o percurso. E, sim, prefiro viajar de carro, quando isso é possível e encaixa no meu tempo. Não me cansa. Claro que estou falando de uma média, sei lá, de 4 horas dirigindo. Se não, óbvio, canso que nem todo mundo. Sou diferente, mas sou humana e minha bunda é pequena.

Acabei de chegar de viagem. Essa história de ganhar um jipe deu um empurrão e tanto para freqüentarmos mais as estradas da vida. Tomara que não seja fogo de palha. Que eu volte mais a respirar outros ares. A conhecer outros sotaques. Que eu tenha mais histórias. Que eu volte, mesmo, a ficar menos no mesmo lugar.

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