sexta-feira, 7 de março de 2008

Aeroporto

Estou, aos poucos, voltando a ter voz. Mas a derrota do Flamengo no dia seguinte a uma goleada histórica do Flu atrapalhou um pouco a minha recuperação.

Bom, ainda na linha – o que um jipinho não faz – até eu estou me impressionando comigo mesma. Tenho andado num bom-humor de se admirar. Minha família não está entendendo nada... Estou a mais prestativa das filhas, das irmãs, das netas, das primas.

Minha querida prima Stéfane, chegou hoje de uma temporada de três meses nos Estados Unidos. E eu me ofereci, atenção ME OFERECI, para ir buscá-la no aeroporto às 8h da manhã. ÀS 8H DA MANHÃ! E FUI DE BOM-HUMOR! É ou não é incrível? Meus pais, minha avó e, principalmente, minha irmã acharam. Acho que eles nunca tinham me visto sorrindo a essa hora antes. E olha, que eles me conhecem desde que eu nasci. Taty, desde que ela nasceu.

Bom, mas agora quero falar de aeroporto. Fui buscá-la porque queria andar mais no meu filho, mas também porque amo aeroporto. Sou boazinha, mas ordinária. Começa pelo cheiro. Nem todos os aeroportos do mundo (até porque não conheço todos) têm o mesmo cheiro, mas todos têm um cheiro que nenhum outro lugar tem. E eu adoro. Tanto quanto amo cheiro de gasolina, querosene e qualquer tipo de solvente. Se nascesse menina de rua, tava fudida.

Bom, depois tem pessoas. Um monte de pessoas juntas, diferentes, de tudo quanto é lugar, vestidas de formas mil, falando em línguas e sotaques diversos, e a, maioria, está feliz. Ou porque está indo ansioso pra algum lugar, ou porque está esperando ansioso pra encontrar alguém, ou porque está ansioso e aliviado por estar voltando pra casa. Viajar é ótimo. Mas às vezes, voltar pra casa é um alívio tão intenso quanto fazer xixi, após horas segurando.

Mas o fato é que o clima reinante em um aeroporto é positivo. A energia é boa. É um lugar de circulação. Ninguém fica ali muito tempo, logo não deixa carga ruim. Uma vez, quando eu estava indo pra Disney com 18 anos, e o vôo tava atrasado horas, decidi estrear logo a minha máquina recém-adquirida. E na época - ai meu Deus, tô velha... ainda não havia máquina digital - gastei um filme de 36 poses (era o máximo de então! Como vivíamos antes?) com fotos de gente sorrindo. Eu fui andando pelo aeroporto e, quando via um sorriso, click!

Só revelei quando cheguei ALIVIADA ao Brasil de volta. E, quase todas ficaram ótimas. Foram as fotos que eu mais gostei da viagem. Mais ou menos 36 sorrisos, de cores, idades e intensidades diferentes. Não é o máximo? Eu acho.

É isso. Adoro aeroporto. Mesmo que não seja para viajar efetivamente. E ah! Ganhei um monte de presentes! Tchau, pessoal.

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