domingo, 23 de março de 2008

Eu Tento...

Eu tento não discutir com a minha mãe sempre que estamos juntas. Eu tento gostar de comida japonesa. Eu tento não ficar mau-humorada quando estou com fome ou sono. Eu tento gostar de teatro.

Mas nunca sou bem-sucedida em nenhuma dessas tentativas acima. Mas não desisto. E, neste feriado, (estamos na Páscoa. Eu ainda não tinha tocado no assunto...) estou fazendo um intensivão de todas essas tarefas complicadas para a minha pessoa.

Começou ontem. Fomos à Santa Teresa à tarde ‘em família’. (Ah é! Esqueci de dizer que eu tento adorar estar rodeada de familiares do meu e do outro lado.) Minha vó e minha mãe foram comigo no carro. Eu não sei se é mais irritante discutir com ela ou ver ela discutindo com a minha vó e pensar: ‘nossa como é insuportável. Nossa eu e ela somos iguais!’ Eu discutia com minha mãe regras do Big Brother e ela discutia com minha vó a quantidade de subidas existentes para Santa Teresa.

Carros estacionados (é, eu disse carros. Eram três. Nos outros dois, vinham os portugueses. Já falei que eles se reproduzem mais...), começou a simpática brincadeira de andarmos por lá a pé num grupo de 11 pessoas. Uns mais lerdos, outros lá na frente, outros no meio da rua, uns reclamando, outros parando a todo momento, uns com fome, outros cansados, uns comprando... E eu pra lá e pra cá: “Cuidado com o buraco. Olha o carro. Sai do meio da rua. Olha lá o bondinho! Aqui tem artesanato. Querem comer alguma coisa? Mais rápido. Vamos mãe!”.

Algumas horas depois, exausta, despachei mamãe, mas ainda tinha uma jornada teatral pela frente. Era para ser uma comédia. E até era. Mas o moço exagerou um pouquinho, sabe? E foi aquela coisa meio descambada para a baixaria. Até ele chegar ao limite e mostrar a bunda! ‘Ai Jesus! O que vão pensar os portugueses?’

Nada. Os portugueses acharam ótimo. Engraçadíssimo. E eu é que saí de puritana na história, dando uma de vovó e reclamando do palavreado do rapaz. (francamente, Adriana...) Bom, chegou a hora do japonês. De novo, todo mundo achou ótimo e eu fui a chata que não comia nada. Nem saquê eu gosto. Uma lacuna quase imperdoável que eu carrego como um fardo desde que comecei a sair para jantar que nem gente grande...

Dormi tarde. Bem tarde. E precisava acordar cedo. Bem cedo. Mais um para entrar pra lista: eu tento acordar cedo numa boa. Hoje também não consegui. Levantei mau-humoradésima. O corpo todo doía. Tentei arriscar uma dengue pra ver se eu ficava em casa, mas não colou. Fui carregada para a Cidade Imperial. Fomos mostrar Petrópolis para eles. Assim, bem coisa de Paraíba mesmo: durante toda essa comemoração aí de 200 anos que a família real portuguesa veio ao Brasil, aí, eu fui lá com a minha família portuguesa. Nem preciso falar que estava tudo lotado, certo? Um inferno com sotaque português. Carregado.

Chegou o momento do mau-humor pela fome. Todos os restaurantes lotados. Trânsito. Um monte de gente pra juntar. Um monte de gente pra ter onde sentar. E muitas discussões entre eu e ELE no carro. Por alguma razão, que eu desconheço, meu marido acha que eu sei de tudo. Sei onde fica tudo. Conheço todos os lugares, restaurantes e caminhos do mundo. Teoricamente, no meu casamento eu sou um homem. O que dá a direção, que pega no volante, sabe? Se eu soubesse usar um mapa, não precisava nem de um pau para mudar de sexo. Pois bem, desta vez, eu não sabia para onde ir. O que deixou o rapaz muito irritado. Afinal, estávamos com a família dele e eles estavam esperando...

Fomos parar em Araras. No restaurante mais caro do mundo, mas Amém! O lugar era digno de recebê-los. A comida era boa.

A seguir: momento feirinha. Já disse que eu sou um homem, certo? Então, como um bom homem que se preze, odeio feirinhas! E, mais: odeio mulheres em feirinhas! E eram quatro delas! Não estou contando comigo. Três horas depois, (com uma bolsa na sacola. Já que estava lá, comprei algo.) voltamos para o Rio. E aqui estou eu, no meu único momento para relaxar do feriado. Porque daqui a 40 minutos, tenho outro teatro! E ELE já está berrando, mandando eu me arrumar.

Só que, a essa altura do campeonato..., não, eu não tento mais nada.

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