sexta-feira, 14 de março de 2008

Inveja entre Irmãs

- Oi. Vem cá, eu já te dei aula, não dei?
- Já.
- Adriana. Irmã da Tatiana, não é isso?
- Isso.
- Dei aula para a sua irmã também. Ela era mais bonita, mas você é bem mais interessante.

Uau. Não entendi. Isso foi uma cantada? O cara realmente achou que eu ia gostar da observação?!

Bom, uma certa inveja entre irmãos, mais entre irmãs (mulheres), é normal, não é? Claro que é. Eu tenho, de vez em quando, da minha. Graças a Deus nossa diferença de idade é grande e aí, não passamos pela fase da competição por exemplares do sexo masculino. (esse aí acima, é totalmente indiferente) Até porque eu ia me dar mal. A mocinha nasceu mais bem acabada mesmo. Mas eu sou mais inteligente. (Apesar de preferir ter nascido a mais bonita.) Mas enfim...

Minha irmã quebrou o pé dias atrás. E eu senti uma invejazinha. Nunca quebrei nada! Isso para uma criança é quase um trauma (sem trocadilhos). E mais: nunca usei aparelho, nunca usei óculos e só fui tomar ponto quando tirei os quatro sisos e já velha.

Quem nunca quebrou nada deve entender ‘a dor’ que é nunca ter tido um gesso para chamar de seu, para os amigos escreverem recadinhos. Só tenho recadinhos em camisa de colégio. Mas não é a mesma coisa.

Pelo menos, estamos em épocas mais avançadas e não se usa mais gesso. Agora são botinhas horrorosas que dizem ser mais práticas. Mais práticas ok, mas o gesso era muito mais cool. Quebrar o pé e colocar botinha é que nem comer uma mulher sensacional e não contar para ninguém. (não faço a menor idéia do porquê usei um exemplo como se eu fosse um homem...)

Bom, mas a questão é mais profunda. É que ela já quebrou pé, braço, perna; abriu queixo, testa, joelho... e eu nadica de nada. Falei que eu era mais inteligente... Mas que saco! Por que ela já teve milhões de gessos e pontos e eu não? Ela já é loira! Ficou com tudo. Assim não dá...

Meus pais, há um tempo, quando eu realmente me importava por ela ser loira e eu não, falavam que eu tinha nascido com os olhos claros. Ahã. Na praia, debaixo de um sol escaldante, dentro d’água com o reflexo do mar, vocês tem que ver. Meu olho fica verdinho.

Que mais? Ah, a menina nasceu para a prática de qualquer esporte. É uma anta no colégio, mas conseguiu ficar em pé na prancha de surfe na primeira aula. Era a melhor na ginástica olímpica, mas tiraram a garota de lá porque ela já não era muito alta (Ah! Sou seis centímetros maior que a Taty.) Volley, o esporte obrigatório da minha família, ela também não permaneceu pela altura, mas jogava direitinho. Futebol, judô, qualquer porra. Tatiana se adapta. Eu fiquei só no volley e naquelas coisas básicas de menina: ballet, sapateado e jazz. Mas assim que deu, saí fora.

Moral da história: ela é mais bonita, se quebra (e se diverte) bem mais e não se preocupa com essa bobagem de estudar e ganhar dinheiro. Para isso, ela tem uma irmã.

Valeu, Tatinha! Melhoras...

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