quarta-feira, 26 de março de 2008

Na Casa do Pedrinho

Comercial é um negócio engraçado, né? Tem uns que simplesmente dão certo. Grudam. E não acredito que exista um grande estudo por trás. Claro que a maior parte que é bem-sucedida é boa mesmo, mas não dava pra saber antes se ia pegar ou não. Os que eu mais gosto, geralmente, são simples na forma. Mensagem rápida. (lembra que eu fico na superfície em matéria de TV...)

Bom, esse do menininho que só quer fazer cocô na casa do Pedrinho é mais um que eu adoro. Sei lá. Gosto do menininho. Da voz um pouquinho irritante dele. Do menino conseguir atuar sem atuar muito, afinal, ele é uma criança e é isso o que aparece na tela. E por último é porque sempre que vejo me vem à tona o fato de que realmente há coisas que só nos sentimos confortáveis para fazer em certos lugares.

Digo isso aqui na casa dos meus pais, onde o dono, por acaso, também se chama Pedro.

Acho que nunca falei aqui de um lado meu meio problemático em relação a arrumações. Sou um pouco neurótica com isso. Minha casa está sempre com tudo no lugar. Até demais, sabe? Estou sempre arrumando, arrumando, arrumando. Atenção! Arrumar é uma coisa. Limpar e cozinhar são outras completamente diferentes. Essa parte quem faz é a Santa Rose. Voltando... Uma meia no chão na hora de sair é capaz de me atrasar alguns segundos porque, certamente, vou catá-la e colocá-la lá em cima no cesto de roupa suja. E faço isso com um prazer bem esquisito.

Impossível eu chegar de viagem e deixar para desfazer a mala no dia seguinte. Durmo de madrugada, mas só depois de colocar tudo em seus devidos lugares. No início, as pessoas tentam me convencer de que é loucura, mas depois desistem ou se acostumam com esse meu estranho hábito.

Mas ainda tenho salvação. 1) porque minhas calcinhas não ficam armazenadas em degradée. e 2) porque na casa de papai (viu, pai, falei casa de papai!) eu não ligo para nada disso.

Esse é meu ponto. Aqui, eu chego; largo o sapato na sala; o casaco no chão do corredor; carrego o jornal pro escritório; ligo a TV no quarto da Taty; pego um Goiabinha na cozinha e deixo o armário aberto; berro pra minha mãe trazer mate pra mim; brinco no computador e, depois, esqueço ligado.

E não sinto nenhum comichãozinho. Nenhuma luta interior para conseguir não arrumar aquilo tudo. Simplesmente, aqui, sinto-me totalmente à vontade para fazer a zona que for.

Poderia parecer desleixo, falta de consideração porque não sou eu que vou arrumar depois. Mas não é. É um sentir-se bem mesmo. Um lugar onde não me preocupo com nada. Onde a minha cabeça não fica a mil. Há coisas que só consigo fazer na casa do Pedrinho. Tchau, que tem jogo do Fluminense.

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