terça-feira, 18 de março de 2008

Biscoito Chinês

Estou sem assunto. E, de novo, vou usar o truque de falar de coisas que já aconteceram há um tempão...

Um belo dia aí do mês passado ou retrasado, fiz uma coisa que eu não fazia há muito tempo. Pedi comida chinesa (não é isso o que eu não fazia há tempos) e comi um daqueles biscoitos da sorte. (é isso o que eu não fazia há muito tempo). E aí, olha a profundidade da minha sorte: ‘No coração não se manda. Se você pensa que manda no seu, não deixe que ele vá longe demais’.

Dei até uma engasgada. Que coisa mais forte para se abrir assim em um biscoitinho vagabundo, num dia qualquer à tarde, almoçando em casa, sozinha. Uma daquelas situações que, sem querer, te obrigam a dar uma pensada. Uma pensada que você não daria normalmente. Uma pensada mal-vinda. O tipo de pensada que pode acabar com um dia, que pode te deixar de mau-humor. E antes, você estava ótima.

Vamos lá: pensemos. ‘No coração não se manda’. Ok, concordo. Agora é que vem a parte que me cutucou: ‘Se você pensa que manda no seu, não deixe que ele vá longe demais’. Seguinte: eu não penso tão assim que mando no meu, mas vamos combinar que em certas ocasiões dá para ver claramente que o bichinho vai fazer merda se sair por aí sozinho, não dá não? E aí, já que a gente já sabe o final, não custa nada dar uma freada no moço. Para o bem dele e, por conseqüência, para o nosso próprio bem.

E aí, encaixa. Nesse ponto, você está impedindo que ele vá longe demais. Certo? Só que algo que eu achei que era uma coisa boa, bonita, digna de palmas, foi posta em xeque por um biscoitinho vagabundo. Esse biscoito está me dizendo que eu estou perdendo algo por não deixar meu coração burro ir longe demais. A imagem que me veio à cabeça agora é a de um burrinho mesmo, aqueles jegues de estrada que andam de tapa olho para não fazer besteira. Talvez eu trate meu coração como um jegue de vez em quando, sim. Mas é para ele não morrer atropelado!

E estou eu aqui agora me explicando para uma espécie de entidade do biscoito... ‘Sr. Deus do biscoito, o Sr. não acha que em algumas situações a gente deve antever que está na hora de parar? Não é melhor segurar as rédeas, antes que o estrago seja grande para todo mundo? Qual é a porra da vantagem de deixar o bicho solto e vê-lo dando com os burros n’água!?’

Resumindo, sou a favor de deixar o coração na meia trava, sabe? Deixa ele ir, mas fica de olho no freio de mão e, se preciso, dê um cavalo de pau. Melhor ficar tonta, zuretinha das idéias, do que causar um acidente de maiores proporções. Sabe aquela história de que o pior não é bater e se matar, é bater e matar os outros? Pois é, dependendo do seu estado de loucura e imprudência, você pode atropelar um velhinho, uma criança... E ficar vivo. É melhor segurar o coração...

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