quinta-feira, 27 de março de 2008

Cada Coisa na sua Coisa

Fiquei falando tanto desta história de não ler signo em jornal, que agora leio sempre. Não tem mais jeito. Juro que esse é um hábito recente. E que eu continuo não levando a sério. Mas não consigo mais não ler. E às vezes, surgem umas coisas engraçadas. Por exemplo:

Pode acreditar de coração na sua boa estrela e no seu exausto anjo da guarda.

Sensacional isso. Ironia no horóscopo! Até meu horóscopo me sacaneia. “no seu exausto anjo da guarda”.

Ok, então. Resolvi dar folga ao meu exausto anjo da guarda. Ou seja, ficarei quietinha, sem sair do lugar, quase imóvel. Passarei o dia lendo. E é aí que eu queria chegar, por isso o título.

Naquele dia que fui ao aeroporto comprei um livro para ficar lá esperando a minha prima que, diga-se de passagem, demorou pacas para sair da portinha escura. E meus queridos parentes lá, segurando cartazes coloridos. Preferi ficar sentada, segurando um livro.

Bom, comecei a ler lá e não parei mais. São 500 páginas que prendem mesmo a atenção. É a história de uma mulher. Uma guerreira que nasceu na Somália, passou a infância e a juventude fugindo de guerras e ditadores de um país africano para outro, enfrentou todas aquelas atrocidades que as mulheres da África enfrentam como a mutilação do clitóris e outras barbaridades psicológicas tão doloridas quanto. E, enfim, já adulta consegue se refugiar na Holanda e dedica o resto da vida a denunciar as práticas absurdas de seu continente de origem.

Eu estou adorando o livro. Adoro histórias reais. É o que leio mais. Ainda mais quando consigo aprender coisas interessantes, históricas e culturais no pano de fundo. Sei tudo sobre a África agora. E fiquei louca para conhecer. Se possível, de jipão lá por dentro.

Mas meu ponto é: estou quase no fim e aí, de repente, vieram centenas de fotos dela e de todos os outros que fizeram parte de sua história. Fiquei decepcionadíssima. Eu já tinha construído a carinha e o corpo de cada um deles. Eles eram os meus personagens. E aí, me deparei com um monte de estranhos. Não gostei. Passei rápido e preferi continuar com a minha caracterização.

Essa é toda a graça de um livro. Mesmo que seja uma história real. Você imagina. Você interpreta. Você viaja. Por isso, muitas vezes, não gosto quando filmam um livro. Sempre são todos diferentes do que eu havia definido quando li. Freqüentemente, prefiro o livro que o filme. É isso. Sou a favor de cada coisa na sua coisa. Livro são palavras. Filmes vêm com imagens.

Cantinho do Fluminense

Só para terminar, não posso deixar de falar do jogo de ontem. Foi fácil. Ganhamos do Mesquita. E, diante de uma certa fragilidade da minha pessoa, fiquei até feliz quando eles fizeram um golzinho. Estava com peninha, sabe? E o melhor foi no fim quando Washington descreveu sua atuação, com uma sinceridade ímpar: “Foi horrível!”. Estou gostando muito desse rapaz.

Data do jogo :: 26.03.2008 :: 19h30
Local :: Maracanã (vi na casa do Pedrinho)
Campeonato :: Estadual (2º turno) :: 6º jogo do Flu
Placar :: 4 x 1 (Flu x Mesquita)
Extras ::
O 1º gol que foi contra. (mas não me peça para dizer o nome do rapaz mesquitense...)

E a péssima atuação do Washington. Não finalizou uma! Chances não faltaram.

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