segunda-feira, 19 de maio de 2008

Busca do Equilíbrio

Desde que vi, há muito tempo atrás, o filme “O Pequeno Buda”, passei a também achar que a busca do equilíbrio era o segredo para uma vida feliz. O tal do equilíbrio tem que vir para tudo. Para comida, bebida, diversão, sentimentos... Enfim, para todos os campos da nossa vida.

Equilíbrio pode ser sinônimo de tranqüilidade, de uma vida calma, serena, sensata. No papel, na teoria, é isso mesmo. Todos nós precisamos dessa paz proporcionada por uma vida equilibrada. Se não, não conseguiríamos viver. Ele, meu marido, é meu ponto de equilíbrio, meu centro, quem me traz e faz com que eu consiga viver dia-a-dia. É, mesmo, o responsável pela minha sanidade e capacidade de viver no mundo. Sem ele, seria tudo um desequilíbrio só. Eu sou um desequilíbrio só. Esse é o ponto e é por isso que acredito naquela ladainha de que os opostos se atraem. È mais que isso: os opostos necessitam um do outro desesperadamente. Para encontrar o tal do equilíbrio. Não é ilusão. Vivo a prova na prática todos os dias. E recomendo.

Agora, é imprescindível também uma dose de descompensação. Um buraco aqui e ali. Uma corda bamba. Em qualquer área. A qualquer momento. De qualquer jeito. Mas tem que haver. Tem que haver um desequilíbrio interno, secreto (se preciso), saudável. Um desequilíbrio que injete combustível, que dê um gás, que abale as estruturas vez ou outra. E esse desequilíbrio é tão necessário ao dia-a-dia quanto o equilíbrio. Sem ele, também não conseguiríamos viver.

Um tombo, machuca. Mas passar uma vida sem ter quebrado nada, sem nunca ter experimentado a tal sensação do gesso para os amigos rabiscarem, é triste. Não precisa levar tombo toda hora e sair por aí a dar trabalho para os outros. Uma catada de cavaco já ta valendo. Desde que haja a emoção, a adrenalina, o susto, um olho arregalado. Não queira viver sem um olho arregalo, um frio na espinha, uma dor de barriga nervosa.

Faça yoga, meditação, coma peixe, evite frituras, não abuse de remédios, álcool, doces, gorduras. Respire ar puro. Viaje para relaxar. Tenha filhos. Construa uma família. Dê presentes. Doe roupas. Faças as unhas. Faça surpresas. Durma com a consciência tranqüila. Não vá deitar brigado. Entenda, compreenda, acompanhe. Elogie. Se cuide. Vá à praia, à cachoeira. Ame com tranqüilidade.

Faça Box, corra por aí ouvindo techno, coma uma macarronada, não evite nada sexta-feira à noite, abuse do que tiver vontade. Sinta a respiração ofegante. Viaje sem destino. Adie um pouco os filhos, a família. Compre presentes para você e quem não está esperando. Compre roupas! Faça o que der na telha. Continue com as surpresas. Não durma. Vá deitar embriagado. Lute, grite se necessário, defenda seu ponto de vista. Escute elogios. Receba cuidados. Vá à praia de madrugada, à cachoeira no inverno. Apaixone-se com facilidade.

Só não esqueça o filtro solar.

Nenhum comentário: