terça-feira, 15 de abril de 2008

Sensível

Saco. Odeio ficar sensível. Tudo me atinge, sabe? E o pior é ter a consciência disso. Porque se eu ficasse sensível e ok, ok. Mas não. Sou uma sensível consciente. Aí, fico tentando lutar contra a minha sensibilidade.

Sou consciente da chatice do sensível e não do motivo. E esse é o problema. Estou assim há dias, tentando disfarçar e tal, mas não estou conseguindo. Alguém fala um pouquinho mais grosso comigo e eu dou aquela encolhida.

Que coisa! Acho que estou me sentindo sozinha. Sempre fui tão independente. E era tão orgulhosa da minha independência. Adorava ficar sozinha. Era quase um alívio. Viajar sozinha, então... dava saltos de felicidade.

Mas agora fico contando os minutos para ele chegar logo em casa. E assim eu poder sair falando pelos cotovelos. Meus cachorros ficam comigo o dia todo, mas não falam. E eu e Camila já não temos mais tanto assunto. Os momentos de silêncio são cada vez mais freqüentes e maiores.

Aí, escrevo. E... acabei escrevendo sobre estar sensível. Meu ritmo diminuiu. Talvez seja só fase. Mas antes eu fazia tudo meio correndo, esbaforida. Hoje em dia, estou mais calma. Tenho tempo. Não estava acostumada a ter tempo. E com tempo aprende-se. Aprende-se a fazer etiquetas e a sentir que se está sensível.

Outro dia, sei lá, há dois dias, ganhei um abraço de repente e bem apertado do meu afilhado de 1 ano e 3 meses. Um abraço e um sorrizão de neném. Tem coisa mais gostosa? Aquela gargalhada desafinada. Gente, quase chorei. Mas diante da platéia, me segurei.

Mas hoje fui além. Muito além. Liguei para a minha mãe. Liguei para a minha mãe para não falar nada. Mas devido à falta de sensibilidade dela para ver que eu estava sensível, mas que não queria que ela percebesse que eu percebi que ela percebeu... Bom, não funcionou.

Ele falou um pouquinho comigo, mas desligou logo. Trabalha. Muito. Dei sorte dele atender... Aí, sobrou o papel. Eu e ele. Ele e eu. Não tenho com quem falar. Saudades...

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