Primeiro uma confissão de algo que tem me deixado preocupada: a questão do signo de jornal e sua influência sobre a minha pessoa. Juro. Ontem estava indo me vestir para sair, quando decidi dar uma olhada no jornal que eu ainda não tinha lido. E cheguei nele, o horóscopo:
Você tem estado animado, com senso de humor e querendo se divertir. Muito bom. Só que hoje um aspecto da Lua pode exagerar essa tendência. Então, atenção: se você sair muito, mas muito, da linha, amanhã vai ser duro de agüentar a culpa e a ressaca.
Que espécie de jornalista é esse que escreve essas coisas? E tudo ali era eu. Eu querendo me divertir não é novidade pra ninguém. O autor engraçadinho ainda faz comentários - muito bom – Aí, o cara me fala em Lua. Lembrem-se que fui comparada a um eclipse da Lua numa discussão cheia de duplos sentidos. E que até foi engraçada de escrever, mas não de suportar depois. Exagerar: esse é quase meu outro nome. E aí, vem um ‘atenção’ com um aviso contra algo muito, mas muito (como disse ele), possível deu fazer: sair da linha. E termina com culpa e ressaca. PQP! Estragou a minha noite esse infeliz. Me meti debaixo da coberta e fui ler Rubem Fonseca. (ler sobre a perdeção de linha alheia.)
E é aí que entro no papo das ‘dades’. Por causa de uma frase que li e gostei: ‘O que importa não é a realidade, é a verdade. E a verdade é aquilo em que se acredita’.
Não é? Um montão de gente por aí não vive a vida que gostaria ou que acha que gostaria (um engano muito comum) e passa os dias pensando que vive uma mentira. Não. Não nos culpemos tanto. Vivemos a realidade. Mas daí a ser uma mentira é um certo exagero de nossa parte.
Qual o problema de viver a vida que dá? A vida que aconteceu. Nenhum. Se é infeliz? Talvez. Mas nem sempre. O problema é ficar se martirizando achando que podia ser muito mais feliz de outro jeito. Talvez, também. Mas, de novo, nem sempre...
E por que é um absurdo achar que dá para viver a realidade e uma outra coisa qualquer no paralelo, no mercado negro, informal? Pera lá. Nenhum também, oras. Não matou, não roubou e não fez mal pra caralho a ninguém? Liberte-se. Viva também lá no seu mundo onde não se paga impostos, a renda é maior, os sonho possíveis, a aventura mais intensa e a felicidade se mostra bem mais tangível.
A verdade é aquilo em que se acredita. E isso, nenhuma realidade, por mais dura que seja, é capaz de matar.
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