quarta-feira, 29 de julho de 2009

Confissões de uma Garota de Programa

Ah! o título aí chama atenção, não chama? Ainda mais num blog em que a autora vive se confessando... Mas, não. Não são minhas as confissões e não me auto-intitulei garota de programa. Já pensou uma grávida pervertida? Ai, credo.

Bom, vamos falar de cinema? Esse aí é o título do mais recente filme assistido por euzinha aqui. Para quem gosta e conhece, é do Steven Soderbergh, aquele diretor que hora filma pipocões como "Onze, Doze e Treze Homens e muitos Segredos", hora roda coisas estranhíssimas como um longa chamado "Bubble", em que a maioria das cenas são cabeças de bonecas. Só as cabeças.

Enfim, muito difícil desvendar essa pessoa. Não cheguei ainda a uma conclusão sobre se gosto ou não do sujeito. Por vezes, ele me soa meio pretensioso, um cara que se acha grandes coisas mas não convence muito. Tipo o que fez "Elefante". Como é o nome? Gus Van Sant! Esse pra mim é enganação total.

Mas voltemos às confissões da moça que se desgarrou da família. Não é ruim. Chega a ser interessante. Mas algo me incomodou bastante: essa mania de sair fragmentando o filme e misturar início, meio e fim, como se não houvesse amanhã. A sensação que eu tenho é que diferente de "Pulp Fiction", quando o Tarantino me pareceu analisar bem onde desordenaria cada pedaço, atualmente, neguinho picota, mistura tudo que nem cartas de baralho numa mesa e depois vai montando na ordem em que Deus quiser. E aí, em vez de super bem sacado, fica apenas confuso. Simples assim, muito longe da originalidade pretendida.

Mas, tirando o samba do crioulo doido na linearidade, o filme não é total perda de tempo. Até na proposta de inserir um contexto político e econômico num filme estrelado por uma atriz pornô legítima, se sai bem. Juro. A atriz é que não é lá essas coisas... Mas aí, acho que o problema está relacionado a minha expectativa. Como era uma sessão de cabine - já expliquei aqui que é uma exibição para jornalistas antes da estréia -, dei uma estudada antes de ir, porque deveria escrever profissionalmente sobre o filme depois. Aí, vê se me entendem: li que a estrela da produção era Sasha Grey, uma atriz pornô conhecida pela ousadia e pelas mais quentes perversões. Uhu, não?

Não. Magriiiinha, peitinho muxibinha e inexpressiva, coitada. Um cabelo de chapinha que não balança com o vento, sabe? E tirando as lingeries que são bem bacanas, o resto fica na vontade. Nada de bunda e nem de perereca. Não aparece nadica de nada da moça, nem uma cena mais forte assim... pra contar história. Um beijinho aqui, uma cruzada de perna ali e um cliente que é o ejaculador mais precoce que já vi. Ela ainda estava tirando a roupa! Bom, é isso. Cena de sexo que é bom, nada. O filme nos leva é na conversa mesmo. Mas taí, é bom de papo.

Fica bem aquém do chileno "Na Cama" - que fala, mas mostra -, mas ainda assim, vale a ida ao cinema. Nem que pela curiosidade de saber como funciona a cabeça de um cara que namora na boa uma puta de luxo. Sim, a moçoila tem um namorado fiel. Ou para ouvir frases bacaninhas como: "Se quisessem que eu fosse eu mesma, não me pagariam tanto por isso". E ponto pra trilha sonora. Também gostei.

Um comentário:

Amanda Hora disse...

Quando o título do seu post é um filme já fico logo empolgada pra ler!