segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ser ou Não Ser, Eis a Questão

Sabe quando saía um famoso quem na revista, no site de fofoca ou até no jornal e a profissão da pessoa era um combinado de atriz, modelo e apresentadora ou ator, modelo e jornalista? Então, isso está super demodé. A onda agora é se entitular com ocupações como: articulador de cultura geral. A essência do negócio continua a mesma: ou seja, a pessoa não é nada exatamente, mas agora com um certo ar de mistério. Quem lê, pensa: 'que porra é essa?'

Minha fonte foi a Revista de Domingo de ontem do Globo. Está lá na seção de gente descolada que frequenta o casarão do Parque Lage. Aliás, o próprio conceito de gente descolada já seria um assunto que daria pano pra manga. Mas olha o foco, Adriana, o foco. Bem, eu assumo que eu mesma tenho alguma dificuldade em preencher o campo profissão em listinhas de cadastro, matrículas e afins. Não é mais tão simples se definir neste mundo multifuncional de hoje. Não chego a ter uma crise de identidade, mas penso um pouco antes de escrever. E digo mais: não escrevo sempre a mesma coisa no espacinho em branco lá separado para isso. Depende muito da situação, do objetivo...

Teoricamente eu sou jornalista, me formei nisso. Mas assim, no duro, no duro, não sou não... Nunca trabalhei em jornal, salvo um estágio horroroso no Dia em que eu selecionava as fotos menos chocantes de tiroteiros e crimes diversos. Com o tempo, passei a ser produtora de TV. De um programa só, é verdade. Mas não pedem para especificar grandes coisas na maioria das fichas que preenchemos por aí. Mais com o tempo ainda, passei a ser roteirista. Do mesmo programa que eu era produtora, olha que original! Mas até que consegui fazer outros roteiros de assuntos, campos e propósitos diferentes. Diria que roteirista tá ganhando no que eu realmente faço da vida. Mas se eu quisesse me gabar e fosse bem ridícula, daria pra tascar um empresária. Ninguém perguntou o tamanho da minha empresa... Ela é pobre, mas é limpinha. E, por fim, nos últimos tempos tenho me aventurado no hall dos escritores. Muito, muito no início ainda, mas tô empolgada com o ofício!

Ou seja, imagina se eu sou uma descolada que frequenta o casarão do Parque Lage: Adriana Maia, 28, jornalista, produtora de TV, roteirista, empresária e escritora. Uhu!

Bem, meu ponto é (e aí, volto ao tal conceito de gente descolada): neguinho engana muito neguinho por aí. E a imagem de pessoas descoladas e bem-sucedidas é bem questionável.

Um comentário:

Paula disse...

Ai, ai, ainda bem que vc se convenceu que sabe mesmo é escrever... e muito bem!
Tô adorando a volta do blog! beijão!